*Aslan Murabak*
A viagem para o Brasil foi algo que me deixou irritado. Meu pai me fez visitar todos os hotéis que eu comprei, e isso não estava nos meus planos. Eu queria ir para Nova York; esse era meu plano. Sou árabe e não sigo todas as "regras". Desde jovem, tive que aprender a lidar com nossos negócios, já que meu pai não é um bom administrador. Dizem que somos um povo que sabe negociar, mas meu pai é terrível com negócios. Na verdade, ele perdeu todo o nosso dinheiro quando eu tinha apenas quinze anos, e nosso país estava passando por uma crise. E eu tive que ajudar, senão perderíamos tudo.
Fui para a faculdade e deixei meu país. Precisava voar e expandir meus negócios, importar meus produtos e muitas oportunidades surgiram, como a rede de hotéis do meu tio que estava tendo problemas financeiros depois que seu filho começou a assumir tudo, e eu comprei. Vim ao Brasil para ver como as coisas estão indo aqui, e meu pai me forçou a ver todos os hotéis da rede, e para evitar conflitos entre nós, estou visitando as unidades. E, como eu pensava, parece ser mal administrado, com problemas financeiros, o dinheiro que entra mal cobre as despesas. Pensei em demitir todos e encontrar novas pessoas em quem possa confiar; estou estudando o caso. Suspeito que o gerente esteja fazendo algum desvio em sua conta pessoal.
Meu irmão é meu advogado e minha irmã, que é uma contadora sem igual, infelizmente está sujeita à pressão para se casar. Sei que estou adiando meu próprio casamento por causa dela, e sinto muito pela minha irmã e a pressão que ela enfrenta como mulher para se casar. Nosso pai arranjou vários pretendentes para ela, mas eu sempre encontro alguma falha para que ela não se case. Queria que ela pudesse escolher alguém para passar o resto da vida com, mas nosso clã é muito tradicional, e infelizmente ela terá que se casar e com alguém que nosso pai escolha e julgue ser um bom marido.
Também me casarei, mais cedo ou mais tarde, embora não seja meu desejo. Tenho trinta e dois anos e tenho que arranjar um casamento. Uma esposa, na verdade, uma mulher de nosso clã que conheça nossas regras. Nunca segui regras, e não será agora que as seguirei.
Minha entrada no hotel foi ridícula, o que me deixou muito nervoso e estressado. Parecia que uma celebridade ia ficar lá e não o dono do hotel com seus irmãos que queriam passar despercebidos, mas não foi isso que aconteceu.
"Irmão, o que é isso?"
"Diga-lhes que vamos para nossos quartos e que não participaremos disso", parecíamos uma atração de circo.
"Senhor, é um prazer recebê-lo aqui no hotel. Sou William, o gerente do hotel", ele estendeu a mão, e eu não a cumprimentei, apenas o olhei.
Quero ir para o meu quarto.
— Senhor, fizemos essa recepção para o senhor.
— Eu quero ir para meu quarto, sem recepção.
Segui até o balcão, onde um rapaz me esperava com um sorriso no rosto e me entregou a chave, desejando-me uma boa estadia. Um dos rapazes levou minha mala até o quarto. Minha irmã estava curiosa com tudo que estava vendo: várias pessoas e algumas tirando fotos. Tudo aquilo me deixou muito nervoso e estressado. Peguei o elevador e fui para o quarto. Subi até a suíte presidencial. Só queria tomar um banho. Essas viagens, ir para vários lugares, me deixam nervoso. Tirei o blazer e meu relógio de estimação, uma peça de colecionador e que é um dos mais caros do mundo. Fui até o frigobar para pegar uma garrafa d'água. Coloquei minhas mãos nos botões da camisa e fiquei incrédulo ao ver uma mulher no meu quarto. Como isso poderia acontecer em um hotel de luxo como este? Um hóspede chegar em sua suíte e ter uma das arrumadeiras ainda dentro do quarto? Fiquei furioso com este erro.
Ela parecia inerte a tudo que acontecia ao seu redor e caminhou até onde deixei o relógio. Já imaginei o que ela iria fazer. Ela pegou a peça na mão e a observou atentamente. Provavelmente iria colocar em seu bolso. Antes que fizesse algo, falei com ela. Ela se assustou comigo e deixou o meu precioso relógio cair no chão. Fiquei tão irritado e me aproximei dela. Tive vontade de chamar a polícia, mas quando olhei para o seu rosto e vi seus olhos brilhando como se estivesse preparando uma lágrima, senti uma beleza diferente daquelas que estou acostumado. Uma camareira que chamava a minha atenção, e isso me deixou ainda mais irritado. Uma mulher fora do meu nível social e eu analisando a sua beleza. Claro que eu não iria deixar transparecer. A melhor forma de me preservar é atacando e humilhando. E foi isso que fiz com ela. Deixei claro que iria pagar pelo estrago, mas eu sabia que uma mulher como ela poderia trabalhar para mim anos e anos e não iria conseguir nem sequer pagar a metade do que eu havia pago naquele relógio. Depois de deixar claro que ela era uma incompetente, pedi que ela saísse do meu quarto e deixei claro que iria pensar no que iria fazer com ela. Para que ela saísse mais rapidamente possível de perto de mim, antes que eu admirasse ainda mais o seu rosto e o seu corpo, pedi para levar os meus ternos para passar. Queria ela longe de mim.
Ela pegou suas coisas de limpeza e meus ternos, e deixou algo cair. Aquela mulher tinha o corpo perfeito e eu não queria que minha próxima conquista fosse uma arrumadeira. Eu não deveria estar pensando nisso nesse momento. Não deveria. A mulher sai da minha suíte e em alguns minutos meus irmãos entram no quarto.
— Papai ligou, disse que você não o atendeu e que está irritado com você - Aisha me diz sentando-se no sofá.
— Papai quer me casar com alguma mulher do nosso país, disse que eu já estou passado da idade de me casar.
— É irmão já está velho e precisa arrumar uma mulher e um casamento - Lemi zomba de mim.
— Fique quieto Lemi.
— Sabe que papai não vai te deixar em paz até que se case, é nossa cultura meu irmão - ele sorri.
— Vocês sabem que depois de mim vem vocês dois.
— Eu sou o segundo filho, não tenho obrigações, por Ala como eu agradeço por isso - ele ergue as mãos.
— Eu não quero me casar, vivo muito bem sozinho.
— Arrume uma esposa de mentira, case e depois se divorcie - ele olha para a mesa e diz - O que houve com o seu relógio?
— Deixei cair e quebrou - lembro-me da mulher que o quebrou, Diana Rodrigues, esse era o nome dela, e uma ideia passa em mente - Não.
— Não? - ele me questiona com o olhar.
— Só pensei alto, Lemi. Só isso - uma esposa de mentira? Pode dar certo.
*Diana Rodrigues*Eu estava encostada na parede e minhas lágrimas caíam no meu rosto de raiva. E agora eu devo a minha vida inteira a ele, e como vou fazer para pagar? Trabalhar de graça por tanto tempo? Como vou fazer para sustentar a minha família? E ainda mais com o desmiolado do meu irmão, que só pensa em festas e comprar coisas para a moto dele, esquecendo das necessidades básicas, e minha mãe, que é uma mulher boa, mas gosta muito de ter luxos exagerados que não condizem com a nossa situação financeira. Uma mão está em meu ombro e me assusto.— O que está acontecendo? Por que está chorando? - o sotaque do homem era igual ao do meu chefe, deveria ser um dos empregados dele - Posso te ajudar?— Não é nada, só aconteceram umas coisas comigo. Sempre acontecem.— Eu posso ajudar você?— Não, infelizmente não pode - respirei fundo - Obrigada.— Vou ficar na cidade até o fim da semana, fique com meu cartão, me contate por mensagem se precisar, diga que é a moça chorosa do hotel que eu
Diana Rodrigues "Eu quero falar com você", o dono do hotel me fala, mas Sônia me grita."Diana! Você já está causando problemas com o chefe de novo?" - já vem a gerente vaca - "Me desculpe senhor, eu vou levar essa incompetente daqui antes que cause mais confusão.""Olha Sônia, não estou causando confusão nenhuma", ele me observa sendo levada por ela."Não faça mais besteiras", foi somente o que ele disse, então segui caminho com a minha gerente."Já que sua dívida com o hotel é muito grande, você está escalada para fazer horas extras. Quando eu chamar, você deve estar pronta.""Tá bom Sônia, eu faço as horas extras", concordo."E hoje, além das suítes, você irá limpar o banheiro dos funcionários depois do seu expediente.""Mas vai ser no horário de entrada e saída do pessoal, vai estar cheio de pessoas, será serviço jogado fora, eu posso terminar de limpar.""Diana, faça o que eu mandei, querida."Limpar o banheiro na entrada e saída dos funcionários era um castigo quando uma de nós
Diana Rodrigues"Mãe, eu tô no meu trabalho ainda, estou fazendo hora extra.""Aí, minha filha, você não sabe o que seu irmão fez?" - ela estava chorando."O que esse irresponsável fez?""Não fala assim do seu irmão, minha filha, sabe que ele tem pouco juízo, mas é responsável.""De onde que o Alex é responsável, mãe? Ele é um louco que só faz merda e só pensa nele.""Filha, seu irmão está no hospital. E o nosso vizinho vai nos levar.""Hospital?" - ela chora e responde."Sim, no hospital. Eu tô indo para lá, me ligaram agora. Ele sofreu um acidente e eu não sei de mais nada, só me falaram que ele tava no hospital e eu tô tão nervosa, filha.""Que hospital ele está, mãe?""Ele tá no São Vicente, parece que foi lá perto.""Mãe, o São Vicente é particular, por que levaram ele pra lá? Misericórdia de Deus, como a gente vai pagar?""Eu também não sei. Filha, pensa na saúde do seu irmão agora.""Tá bem, mamãe. Vou pedir dispensa do trabalho e ir o mais rápido.""Eu já tô indo, filha, te es
Diana Rodrigues "Diana, do que você está falando?" perguntou Juninho Bad Boy."Juninho." Ele beijou minha mão.Juninho, que sempre foi tão pobre quanto nós, de repente começou a ter uma vida luxuosa. Ele costumava ser um garoto franzino, com cabelos loiros e olhos de uma cor indecifrável, talvez verde ou talvez azul. Mas agora, ele se tornou um garoto forte e musculoso, e as mulheres o adoram. Recentemente, ele apareceu com um carro caríssimo, embora eu não saiba como ele conseguiu o dinheiro. Meu irmão e ele se tornaram amigos próximos, apesar de eu ter avisado Alex para ter cuidado.As pessoas no bairro diziam que Juninho estava lidando com drogas, mas eu nunca soube ao certo de onde vem o dinheiro dele. Espero que ele esteja aqui no hospital para visitar meu irmão e que essa história de pagamento seja apenas uma brincadeira."Olá, Juninho", eu o cumprimentei."Você se casou?" Ele apontou para Zyan."Ele trabalha no mesmo hotel que eu e, quando soube do acidente do meu irmão, veio
"Zyan, você deve estar cansado. Se quiser ir, pode ir", disse após encontrá-lo pelos corredores."Eu não estou cansado. E você, não está cansada?", perguntou."Estou exausta. Acho que vou para casa. Meu irmão não corre mais risco de vida e eu preciso tomar um banho, tirar essa roupa suja e dormir. Hoje foi um dia bem cansativo para mim", respondi."Meu motorista está nos aguardando lá fora. Eu levo você para casa", ofereceu."Imagina, não precisa. Eu pego um táxi depois", agradeci."Deixe de bobagem. Eu levo você para casa. Já está tarde e ficarei mais tranquilo em saber que está segura", insistiu."Zyan, vou aceitar a sua carona, pois estou muito cansada. Provavelmente minha mãe não vai embora e ficará com meu irmão. Depois de um dia em que tudo deu errado, eu mereço pelo menos dormir um pouco", concordei.Quando entrei no quarto do hospital, encontrei minha mãe vendo o filho dormir. Abri a porta bem devagar e observei a cena de como uma mãe pode amar tanto um filho. Naquele momento,
Aslan Murabak Lemi simplesmente desapareceu, ele estava comigo e com Aisha, visitando as instalações do hotel e simplesmente sumiu, Lemi Zyan Murabak, o príncipe de Kudsi. Se tratando do meu irmão pode se dizer que é algo normal. Papai já quis deserdá-lo pelas loucuras que já fez. Ele é o advogado da família e Aisha a que cuida da contabilidade."Aisha, você sabe onde seu irmão está?""Não, ele estava aqui e sumiu como poeira no vento.""Como sempre fugindo."Meu irmão pelo jeito já tinha desaparecido e não voltaria, se bem o conheço, então continuei a visita ao hotel e a primeira coisa que eu iria mudar, seria a gerência. Odeio pessoas que ficam puxando saco. Não gostei do homem e nem faço questão de lembrar o nome dele, pois ele será demitido, nós ficaremos aqui no Brasil poucos dias e tenho que deixar tudo organizado para quando eu for embora. Olhei todos os cantos do hotel e realmente está em bom estado, mas precisa de algumas reformas e modernizar equipamentos. Meu telefone toc
Diana RodriguesEssa é minha única opção, repito a mim mesma. Depois que Zyan me trouxe em casa, fiquei sentada no sofá, esperando uma ideia surgir em minha mente, mas nada veio. Então, peguei meu celular e fiz a ligação.Conheci Renata quando comecei a trabalhar como camareira no hotel. Nossos horários muitas vezes coincidiam, e trabalhávamos juntas, tentando terminar tudo rapidamente para que ela pudesse sair mais cedo. Em uma dessas ocasiões, Renata me contou que trabalhava em um clube, não um clube qualquer, mas um clube de stripper.Renata é uma garota bonita que não teve a oportunidade de terminar seus estudos porque engravidou muito cedo e agora cuida de seu filho sozinha. Ela aceitou o trabalho no clube de strip porque o trabalho no hotel não lhe rendia dinheiro suficiente. Trabalhando no clube, ela ganharia três vezes mais e ainda poderia ficar o dia todo com seu filhinho. Segundo ela, o começo foi difícil, mas depois se acostumou e era como um trabalho normal. Renata é jovem,
Diana Rodrigues"Você não olha por onde anda?" A voz do homem parecia familiar, mesmo antes de eu olhar para ver seu rosto, o segurança se aproximou de mim e me retirou de lá."Desculpe, senhor. Não vai acontecer de novo."O segurança segurou meu braço e me arrastou para o local onde ele me disse para ir, enquanto o homem misterioso que saiu do carro foi para a entrada principal do clube. Eu tentei olhar e ver o rosto dele, mas ele estava de costas e a escuridão do local não me deixava vê-lo. Chegamos a uma porta grande e preta, ele a abriu e me disse para entrar, a expressão do segurança era de poucos amigos. Assim que entrei, Renata me esperava no grande corredor."Diana, o que aconteceu?" Ela perguntou assim que eu tirei o capuz da blusa."Quando eu passei entre dois carros que estavam no estacionamento, a porta se abriu e um homem alto desceu, e acabamos trombando um no outro, e ele não gostou muito. Mas o segurança me tirou de lá. O engraçado é que a voz dele, acho que já ouvi em