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No banco da frente há uma senhora com bebé parece ter uns seis meses e no banco a frente deles um senhor com uma menina de rosto angelical que aparenta ter quatro anos. Acho acredito ser o esposo e filha da senhora pelo jeito que olham para o bebé que por algum motivo alheios aos pais chora compulsivamente e, não conseguem acalmá-lo. Uma das hospedeiras de bordo vem saber se eles precisam de algo que pode fazer o bebé parar de chorar. Levanto-me e vou ajudá-los, não tenho filho, mas levo jeito com crianças, já cuidei de muitas das mais calmas as mais irritantes.
— Oi tudo bem? Eu sou Tchissola é a primeira viagem com ele? Aproximo-me da senhora, que balança o bebé de um lado para outro.— Sim, não sei o que se passa, talvez seja por isso.— Posso tentar? Estendo as minhas mãos para o bebé— Oi pequeno príncipe, que foi diz para titia.O bebé olha para mim que faço algumas brincadeiras, hesita um pouco, mas logo se j**a nos meus braços. Minutos após balançá-lo e fazer brincadeira, o bebé sorri.— Muito obrigada pela gentileza e bondade, ele nunca teve uma crise de chora assim, — olha para o marido que num movimento com a cabeça confirma o que ela diz.— Ah, não fiz nada de mais, é como disse para o.… já agora como ele se chama? — Pergunto olhando para a menina.— Oliver e, sou a Olivia — sorri e me estende a sua pequena mão.— Que nomes lindos combina com esses rostinhos fofos e angelicais — dou um aperto carinhoso nas suas bochechas. — Sou a tchissola.Após receber o cartão de visita do pai do bebé, prometendo contacta-lhes, volto para o meu lugar.— Você foi incrível e o bebé parecia entender o que dizias, tens filhos? — quebra o silêncio que durou alguns segundos.— Então você estava nos observando, hein? — olho-o de soslaio.— Eu e todos os outros passageiros, — faz um círculo no ar com o indicador da mão esquerda. — Foi realmente muito simpático da tua parte ajudar estes senhores, Tchissola.Sorri.Que sorriso lindo.— Não foi nada, e não, não tenho filhos, mas amo crianças e já cuidei de muitas, por isso sei lidar com elas, e ele só estava assustado assim como eu.— E você pretende ter filhos? — Indaga interessado numa resposta.— Sim, claro — respondo fitando um ponto vazio.Sou não o farei da forma convencional.Ele olha-me confuso, mas por algum motivo não aprofunda mais este assunto, pula para outro. Quando dou por mim, já conversamos, a horas.Tudo flui naturalmente, começamos com o assunto de bebés e fomos para trabalhos e objetivos. Conto para ele sobre querer alavancar a minha carreira como ‘designer’ gráfica e fotografa. E ele conta-me que trabalha com publicidade e ‘marketing’ e que esteve em Angola num evento internacional de empreendedorismo organizada pela filial da empresa onde trabalha.— Isso significa que devo deixar-te dormir? — questiona ao ver-me bocejar.— Desculpe, mas estou mesmo cheia de sono, e você também precisa dormir, ainda nos faltam umas 10 horas de voo, — levo a mão a boca abafando mais um bocejo.Apesar de estar a morrer de sono, resolvo registar os últimos acontecimentos no meu diário confidente que eu mesma fiz. O ‘design’ é lindo, a capa é dura aveludada, com a imagem de uma mariposa, com as cores degrade, rosa, azul e amarela. O diário é todo revestido dando-lhe um efeito de pequena bolsa com zíper. Acabo por adormecer, e ao virar-me para o lado o diário cai do meu colo e nem dou por isso.TOBIAS BERNSTORFF “Atenção senhores passageiros acabamos de pousar no aeroporto internacional de Berlim, sejam todos bem-vindos, de forma ordeira idosos e mulheres com crianças desembarcam primeiro, boa estadia” Assim que meus ouvidos alcançam a voz melodiosa do piloto, me espanto de rompante, bato os cílios com repetidas vezes tentando enxergar melhor. Olho para o lado e não a vejo, ao me levantar avisto um caderninho com a capa colorida e uma mariposa nela, penso ser um diário, me curvo de modo a tê-lo nas mãos e assim confirmo ser mesmo um diário. — Desculpe, senhorita — grito assim que meus olhos a enxergam próximo a saída do avião. — Senhor, por favor, entre para a fila — ordena uma das aeromoças que ajuda os passageiros a saírem ordenadamente. — Por favor eu preciso, falar com a senhorita que acabou de descer é urgente, eu... — interrompo minha fala assim que me dou conta de que não adianta pelo olhar que ela me lança. — Tudo bem, eu espero já falta pouco. Olho em volta do
Desvio destes pensamentos, quando meus ouvidos alcançam a voz aveludada do meu pai. — Meu filho você não é um impostor, não diga isso nunca mais, o que aconteceu não foi culpa sua e você está sendo ótimo no cumprimento da promessa feita a seu irmão, ele teria muito orgulho de você. — É maninho o pai tem razão, pare de pensar nisso — Herman se aproxima e logo a seguir Astrid quando damos por nós estamos todos entrelaçados num abraço caloroso e demorado. — Pronto, deixem o Tobias subir para o seu quarto e descansar, ele está cansado da viagem. Meu filho vai tomar um bom banho descansa, são agora treze horas durma um pouco, o evento começará apenas as dezoito horas. Mamãe recebi a Sophie que esperneia até aceitar ir para o seu colo, ou melhor foi obrigada, me senti mal por isso, mas estou realmente muito cansado e preciso de algumas horas de sono.Desperto duas horas antes do evento, espreito pela vidraça e noto um jardim reluzente com luzes indicando a direção até a entr
NIHARA KUDIMONA Acordo meia hora antes do piloto anunciar a aterragem, Tobias ainda dorme tão sereno, assim como uns poucos passageiros. A família Lancaster também já está acordada exceto a pequena Olivia que ainda dorme serena na sua poltrona. — Oi Olie, dormiste bem — cumprimento o menino, que está no colo da mãe de frente para mim. — Senhor e senhora Lancaster como estão? — Muito bem, e você? — Respondem-me com um largo sorriso no rosto. — Então pronta para aterrar na linda cidade de Berlim? — Indaga o esposo. — Estou que nem me aguento de tanta ansiedade, é o primeiro país que visito e espero ser bem recebida. — E serás querida, os berlinenses podem parecer frios e inalcançáveis, mas com poucos dias de convivência descobriras pessoas incríveis — é a senhora Adele quem se pronuncia e o sorriso carinhoso estampado em seu rosto. — Obrigada, com certeza os senhores são um sinal de que me darei bem aqui. Finalmente o piloto anuncia no altifalante a nossa chegada, e inicia
São agora quinze e trinta minutos, Léah está se preparando para o grande evento. Apesar que ir seria uma boa oportunidade para conhecer pessoas novas, mas estou muito cansada da viagem e ainda não consegui dormir nada. Quero aproveitar que ela estará fora para fazer isso. — O que acha vestido justo ou solto? — questiona erguendo os dois vestidos pendurado em cabides. — Hum, deixa cá ver é um evento de gala certo? — Sim é. — Então acho que o vestido justo combina mais. Mas vamos procurar um outro, um preto a cor da elegância, acredito que não serias a única com esta cor, então o vestido tem que te anunciar de cara — explico enquanto procuro o vestido ideal. — Espera aí eu tenho o vestido ideal, trouxe-o para vesti-lo numa ocasião com está... — Então você não deveria dá-me para... — lhe lanço um olhar desaprovador que a faz parar antes de terminar a frase. — Tudo bem, vesti-o logo — ordeno. Não demora muito para que ela surja em minha frente deslumbrante com o vestido tubin
TOBIAS BERNSTORFF Aprecio um bom vinho enquanto tomo um banho demorado de hidromassagem, já se torno um hábito que me faz muito bem, fazer isso após alguma viagem. Saio do banheiro e vejo de cima da cama um smoking que com certeza minha mãe deixou preparado. Me visto e de frente para o espelho me analiso, penteio o cabelo todo para trás, o relógio quartzo no pulso, pego o casaco do smoking e caminho até a porta, mas logo paro quando ouço o telefone tocar. Estava deixando-o esquecido por cima da cama. Antes de atender verifico quem está ligando, mas apenas aparece um número desconhecido. — Alo, fala o Tobias — atendo, saindo do quarto. — A.… alo, aqui é o Tobias. A pessoa do outro lado está hesitante, posso sentir sua dificuldade em falar comigo, só não percebo o porquê. — Desculpe, mas não consigo reconhecer a voz, pode me dizer seu nome? — peço, quando a pessoa finalmente respondi. Paro no meio dos degraus espantado quando ouço o nome da mulher do outro lado da linha.
Entramos no salão a tempo de ver meu pai se levantar assim que seu nome é anunciado para fazer o discurso inicial, ele se posiciona na tribuna e antes de começa faz um gesto com a cabeça cumprimentando alguém, e logo minha mãe se levanta e vai até ela. A senhorita Kudimona chega atrasada e seu atraso é muito bem justificado. Ela está estonteante, dentro de um vestido preto justo até ao quadril, com uma fenda na lateral esquerda, de mangas compridas decote em V, que elegância. — H, você está umedecendo toda a toalha com sua baba, que nojo — provoco. Meu melhor amigo, está com o olhar fixo nela, seus olhos brilham como de uma criança quando recebi o tal presentinho novo. — Ahahah, os maxilares até me doem de tanto rir — reclama. — Ela saiu de jeitosinha a elegantemente sexy. — É, agora estou bem curioso para conhecer a irmã dela — digo sem disfarçar o desejo. — Senhor Bernstorff me desculpe pelo atraso, é que eu tive que buscar minha irmã no aeroporto — justifica sem parar as
Desperto em uma nova casa em um novo quarto, rodeada de uma nova decoração, uma nova vibe, uma nova vida se inicia aqui. Me levanto ainda me espreguiçando e vou até a janela vidrada, abro os cortinados grosso de cor cinza, a manhã está da cor dos cortinados cinzento. Olho para o pequeno relógio de cabeceira, e o mesmo marca cinco horas e quinze minutos do dia dez de Agosto, bocejo caminhando para o banheiro, sorrio surpresa ao ver que Léah organizou meus pertences íntimos nos lugares adequado. " Que amorosa". Volto a verificar o horário e ainda tenho muito tempo, para preparar algo para comermos e levamos, não conversamos ainda por isso não sei como funciona, se a empresa oferece almoço, se temos que levar ou almoçamos em algum lugar algures. Portanto prefiro me prevenir; caminho pelo corredor iluminado por dois pendentes colonial externo branco, contrastando com a parede em tons de cinza, decorados com vários quadros de fotos e pintura e o toque final dando um ar moderno e antiqu
TOBIAS BERNSTORFF Harry se levanta da cama e ronda meu quarto como se fosse um investigador ou como se fosse a primeira vez que entrasse nele, apenas o observo, sigo seu olhar por cada lugar até que ele mira o caderninho que está sobre a mesinha, ele me encara intrigado e, quando se move para pegar nele, eu me adianto e puxo-o de suas mãos. — Não, isto é íntimo. — Tudo bem. Como foi a viagem? E como esse diário veio parar em suas mãos? Vem senta-te aqui e conta que eu estou esperando. — Mas agora? Já está muito tarde e amanhã temos uma reunião importante sem falar dos pendentes que estão me esperando. Ele olha para relógio de pulso. — São agora vinte e uma horas e trinta minutos é bem cedo ainda, e quanto mais hesitares em contar mais tarde fica. — Você quando quer, consegui ser bem irritante sabia?! Limpo a garganta exageradamente, tento procurar forma de contar sem dar muitos detalhes. Harry é bem perspicaz e eu não quero que ele venha me chatear com isso, coisa que eu