Se Braúlio não fosse um manipulador e mentiroso compulsivo diria que saber da minha viagem não lhe caiu bem pelo tom de voz melancólico ao telefone. — O que acontece na minha vida, já não te diz respeito, só me deixe em paz por favor — peço deixando claro á magoada que ainda sinto. — Sua vida ainda me diz respeito porque você é a mulher que eu amo, eu preciso que me perdoes, aquilo não significou nada foi um deslize depois da briga que tivemos eu fiquei mal bebi demais e...., — faz uma pausa. — Nos dê mais uma chance. Por um segundo deixo de ouvi-lo distraída olhando para um ponto vazio, volto a mim, olho para minha foto na parede, e novamente minha mente vagueia em pensamentos, porque ainda tenho o número de Bráulio gravado, porque ainda lhe dou tempo? — Meu bem, Niah está aí? — Escuta aqui, você fez a sua escolha — grito — você fodeu com outra enquanto estava comigo, e, como uma tola ainda fui até você para ouvir suas explicações — faço aspas no ar —, e te encontro transand
Estou agora organizando as últimas coisas e certificar-me de que não esqueço nada. Despeço-me do meu quarto amarelo e azul-escuro, que por anos foi meu refúgio, meu lugar preferido. Aqui passei muitos momentos bons, nos divertimos, choramos, fofocamos, traçamos os melhores planos de vida, uns deram certo, outros não, mas sempre soubemos o que queríamos e lutamos por isso.Depois que saímos da esquadra de polícia, onde fizemos uma denúncia por estupro contra Braúlio, contei a Nilza que está de viagem marcada para fora do País. Ela ficou muito triste, “justo agora que fizemos as pazes você vai se mudar para longe” ela reclamou quase chorando. Mas no fim ela entendeu que é necessário que eu faça isso.O meu relógio de pulso marca vinte horas, apresso-me para chegar ao aeroporto cedo, apesar da nossa casa ficar quarenta minutos de lá. Meu voou partirá as vinte e duas horas, e ainda tenho que fazer o ‘registo de embarque’, não consegui fazer ‘online’, a minha família também já está se apron
TOBIAS BERNSTORFF “Atenção senhores passageiros acabamos de pousar no aeroporto internacional de Berlim, sejam todos bem-vindos, de forma ordeira idosos e mulheres com crianças desembarcam primeiro, boa estadia” Assim que meus ouvidos alcançam a voz melodiosa do piloto, me espanto de rompante, bato os cílios com repetidas vezes tentando enxergar melhor. Olho para o lado e não a vejo, ao me levantar avisto um caderninho com a capa colorida e uma mariposa nela, penso ser um diário, me curvo de modo a tê-lo nas mãos e assim confirmo ser mesmo um diário. — Desculpe, senhorita — grito assim que meus olhos a enxergam próximo a saída do avião. — Senhor, por favor, entre para a fila — ordena uma das aeromoças que ajuda os passageiros a saírem ordenadamente. — Por favor eu preciso, falar com a senhorita que acabou de descer é urgente, eu... — interrompo minha fala assim que me dou conta de que não adianta pelo olhar que ela me lança. — Tudo bem, eu espero já falta pouco. Olho em volta do
Desvio destes pensamentos, quando meus ouvidos alcançam a voz aveludada do meu pai. — Meu filho você não é um impostor, não diga isso nunca mais, o que aconteceu não foi culpa sua e você está sendo ótimo no cumprimento da promessa feita a seu irmão, ele teria muito orgulho de você. — É maninho o pai tem razão, pare de pensar nisso — Herman se aproxima e logo a seguir Astrid quando damos por nós estamos todos entrelaçados num abraço caloroso e demorado. — Pronto, deixem o Tobias subir para o seu quarto e descansar, ele está cansado da viagem. Meu filho vai tomar um bom banho descansa, são agora treze horas durma um pouco, o evento começará apenas as dezoito horas. Mamãe recebi a Sophie que esperneia até aceitar ir para o seu colo, ou melhor foi obrigada, me senti mal por isso, mas estou realmente muito cansado e preciso de algumas horas de sono.Desperto duas horas antes do evento, espreito pela vidraça e noto um jardim reluzente com luzes indicando a direção até a entr
NIHARA KUDIMONA Acordo meia hora antes do piloto anunciar a aterragem, Tobias ainda dorme tão sereno, assim como uns poucos passageiros. A família Lancaster também já está acordada exceto a pequena Olivia que ainda dorme serena na sua poltrona. — Oi Olie, dormiste bem — cumprimento o menino, que está no colo da mãe de frente para mim. — Senhor e senhora Lancaster como estão? — Muito bem, e você? — Respondem-me com um largo sorriso no rosto. — Então pronta para aterrar na linda cidade de Berlim? — Indaga o esposo. — Estou que nem me aguento de tanta ansiedade, é o primeiro país que visito e espero ser bem recebida. — E serás querida, os berlinenses podem parecer frios e inalcançáveis, mas com poucos dias de convivência descobriras pessoas incríveis — é a senhora Adele quem se pronuncia e o sorriso carinhoso estampado em seu rosto. — Obrigada, com certeza os senhores são um sinal de que me darei bem aqui. Finalmente o piloto anuncia no altifalante a nossa chegada, e inicia
São agora quinze e trinta minutos, Léah está se preparando para o grande evento. Apesar que ir seria uma boa oportunidade para conhecer pessoas novas, mas estou muito cansada da viagem e ainda não consegui dormir nada. Quero aproveitar que ela estará fora para fazer isso. — O que acha vestido justo ou solto? — questiona erguendo os dois vestidos pendurado em cabides. — Hum, deixa cá ver é um evento de gala certo? — Sim é. — Então acho que o vestido justo combina mais. Mas vamos procurar um outro, um preto a cor da elegância, acredito que não serias a única com esta cor, então o vestido tem que te anunciar de cara — explico enquanto procuro o vestido ideal. — Espera aí eu tenho o vestido ideal, trouxe-o para vesti-lo numa ocasião com está... — Então você não deveria dá-me para... — lhe lanço um olhar desaprovador que a faz parar antes de terminar a frase. — Tudo bem, vesti-o logo — ordeno. Não demora muito para que ela surja em minha frente deslumbrante com o vestido tubin
TOBIAS BERNSTORFF Aprecio um bom vinho enquanto tomo um banho demorado de hidromassagem, já se torno um hábito que me faz muito bem, fazer isso após alguma viagem. Saio do banheiro e vejo de cima da cama um smoking que com certeza minha mãe deixou preparado. Me visto e de frente para o espelho me analiso, penteio o cabelo todo para trás, o relógio quartzo no pulso, pego o casaco do smoking e caminho até a porta, mas logo paro quando ouço o telefone tocar. Estava deixando-o esquecido por cima da cama. Antes de atender verifico quem está ligando, mas apenas aparece um número desconhecido. — Alo, fala o Tobias — atendo, saindo do quarto. — A.… alo, aqui é o Tobias. A pessoa do outro lado está hesitante, posso sentir sua dificuldade em falar comigo, só não percebo o porquê. — Desculpe, mas não consigo reconhecer a voz, pode me dizer seu nome? — peço, quando a pessoa finalmente respondi. Paro no meio dos degraus espantado quando ouço o nome da mulher do outro lado da linha.
Entramos no salão a tempo de ver meu pai se levantar assim que seu nome é anunciado para fazer o discurso inicial, ele se posiciona na tribuna e antes de começa faz um gesto com a cabeça cumprimentando alguém, e logo minha mãe se levanta e vai até ela. A senhorita Kudimona chega atrasada e seu atraso é muito bem justificado. Ela está estonteante, dentro de um vestido preto justo até ao quadril, com uma fenda na lateral esquerda, de mangas compridas decote em V, que elegância. — H, você está umedecendo toda a toalha com sua baba, que nojo — provoco. Meu melhor amigo, está com o olhar fixo nela, seus olhos brilham como de uma criança quando recebi o tal presentinho novo. — Ahahah, os maxilares até me doem de tanto rir — reclama. — Ela saiu de jeitosinha a elegantemente sexy. — É, agora estou bem curioso para conhecer a irmã dela — digo sem disfarçar o desejo. — Senhor Bernstorff me desculpe pelo atraso, é que eu tive que buscar minha irmã no aeroporto — justifica sem parar as