Dias atuais.....Achei um celular no bolso da calça detonada dele, lutei para tirar de lá e não me arrependi. Tinha sinal, fraco mas tinha, e o mais legal era saber que eu poderia ligar. Meu celular descarregou por completo e o único número que eu sabia além do meu, era o do Benjamin.Deixei ele de lado enquanto trocava as ataduras do renascido James que mais parecia um vampiro, pálido e quase sem respiração.O bom de ser renegada por muitos é que você acaba de adequando a tudo, como exemplo passar dias confinada em uma cabana se alimentando de comida enlatada que eu encontrei no armário e frutas. Também achei roupas, um pouco maior que o meu tamanho, e ousadas também. No banheiro era um tipo de cano que jogava pouca água, acho que vinda de alguma mina de perto. Olhei pela janela, a chuva estava castigando lá fora, só era realmente bom por causa das buscas, eles não atravessaram o rio, então meu tempo de vida tinha se alargado um pouco mais.Olhei para o James deitado na cama de f
Tá legal. Acho que já tive a minha cota de sustos por hoje. James me veio com um plano arriscado, não tanto, mas para mim sim. Depois disso peguei numa aranha dentro da gaveta de suprimentos, ele nem se mexeu enquanto eu me debatia e gritava, a coisa passou por debaixo da porta e sumiu. Peguei no sono chorando baixinho, mas acabo de despertar com o trovão balançando a cabana. Morro de medo desde pequena, mas era outra época, eu podia dormir com meu pai. Agora porém virei e Encarei James dormindo e tentei não tremer com o frio vindo da porta.Lembrei de uma música bem legal que meu pai cantava, me abracei e comecei a cantar ela num sussurro. -Marjorie? - James esticou a mão. -Esta tudo bem?-Sim. Quero dizer. Só estou com um pouco de medo dos trovões mas estou bem. - Continuei de costas para ele.James se mexeu um pouco, pensei que ia virar para outro lado, já ia fechar os olhos quando senti ele se aproximar, não sei como não gritei ou comecei a rir como uma louca. Ele passou o braço
Acordei assim que o sol nasceu. Foi difícil me soltar do Abraço quente do James, quando consegui me vesti, morrendo de medo olhando milimetricamente cada peça de roupa e corri para fora a fim de trazer mais das frutas e folhas para o chá e banho dele, logo depois do meu. James me pediu para considerar a proposta, seria mais um acordo, assim que tudo passasse eu seria livre, sem investigações ou deportações, voltaria para meu país e buscaria meu filho.Enquanto eu colhia reparei duas coisas, a primeira era que a cada passo que eu dava estava me sentindo vigiada, a segunda e a melhor, o rio abaixou tanto que se resumiu a uma veia de água, logo estaríamos longe daqui. Limpei as mãos na calça jeans que encontrei no guarda roupas e corri até a cabana.- Gente, o que acontece com esse homem? - Parei à uns metros da cabana.James arrumou um disco antigo de Jazz francês, tirou de algum lugar um aparelho preto e todo empoeirado e colocou o disco lá dentro. Acho que era uma espécie de vitrol
Não tinha plano, o negócio era correr no meio do mato feito fuzileiros navais, entrar na propriedade da irmã dele e resgatar a donzela, ir até o meu pai se possível levar ele embora e pronto, estaríamos embarcando, se até lá a gente não fosse pego primeiro, o que era bem provável.Saímos em disparada antes das dez da manhã, andamos o dia todo só parando em casos extremos, e quando os primeiros grilos começaram a cantar chegamos até o lugar. Desabei no chão e só levantei quando James quase me chutou nas costas, ele tanto quando eu e o Ben estávamos cansados e doloridos da viagem a pé.Ben era atacado por insetos. Só ele. Eu tentava não rir porque até isso era cansativo. Já James ria na cara dura.A casa não era pequena como pensei, ficava no centro, toda rodeada de plantas e árvores frutíferas, estilo casa da fazenda, pintada de branco com janelas de madeira azul. Se eu tivesse uma câmera, ou meu celular estivesse ligado eu tiraria uma foto. Não vi pontos negativos até adentrar mais, a
A coisa mais chata foi ter que tomar banho de porta aberta para o caso de uma possível invasão, e depois ter que me trocar na frente da Helen. Ela por sua vez não perdia o sorriso forçado do rosto. Quando soltei o cabelo para escovar ele apontou para a cadeira na frente de um espelho, pegou a escova e começou o trabalho com meu cabelo.- Eu gostava quando minha avó fazia isso em mim. - Ela me olhava pelo espelho.- Quando ela morreu fiquei sem saber o que fazer com uma escova e meu pobre cabelo.-Sinto muito. - Sentia mesmo, ela era do tipo durona, mas não passava de uma mulher sofrida.- Queria te pedir desculpa por ter feito aquilo com você, é que meu irmão é tão cabeça oca, ele era do tipo inocente, as mulheres faziam o que queriam com ele sabe. A última então, nem me lembro o nome dela, fez ele sofrer muito, a ponto de ficar trancado da cabana por meses a fio. - Ela tinha o olhar dele, firme. - Ele não me disse nada, mas tirei minhas conclusões. - Peguei um grampo para ela. - E
- Pensa, pensa, pensa pensa. - Helen batia com uma mão na cabeça, era impossível não tremer de medo.Os carros estavam quase emparelhado com a gente, dava pra ver o brilho da arma que iria matar um por um quando Helen perdesse a cabeça de vez. Ouvi um estalo dentro do carro, aliás todos ouviram, cada um procurou na mão do outro, até encontrar meu pai, ele tinha destravado uma arma preta e estava abrindo o vidro da janela em que estava.-Pai, não faz isso, se abrirmos fogo contra eles, vamos morrer. - Segurei no braço dele debilmente. - Não faz isso. - Não temos escolha menina, se eu não fizer isso não vamos conseguir chegar a tempo e sair do país. Você tem que confiar em mim. - Ele tentava tirar a minha mão. -Não! Você vai morrer. - Comecei a chorar abertamente.James tomou a arma da mão dele gentilmente e abriu a janela também, e para o espanto de todos saiu até a cintura e deu o primeiro tiro. Cobri as orelhas e abaixei no banco sentindo cada nervo do meu corpo fincando rígido. N
Passei quase toda a viagem de olhos fechados, só quando meu pai precisou sair e outra pessoa sentou no lugar dele abri um olho e depois fechei de novo.- Não precisa fingir comigo pequena, sei muito bem que está acordada. - Benjamin deu um tapa na minha perna.- Ben, não precisava ser tão chato. - Censurei ele.- Só queria dizer que senti muito medo de te perder Marjorie, dei um tempo pra você, eu estava em choque.- Benjamin apertava o banco. - Queria ter ido, mas sou tão fraco...-Não Ben, você não é fraco. Eu teria morrido se você fosse e eles tivessem atirado em você. - Agora eu tive toda a tenção dele. - Só temos um ao outro, eu não suportaria ficar só.- Pequena. - Benjamin me olhava com aqueles olhos grandes e verdes.- Onde está o James, não agradeci, se eu tivesse...-Achei que gostaria de saber que ele está na cabine desde quando saímos de lá. - Benjamin chegou mais perto. Ia fazer fofoca. - Helen me disse que eles estão saindo.-Oi? - Tentei disfarçar. - À quanto tempo? - S
Enquanto esperava pelo jantar tive tempo de estudar minha situação com Benjamin. Eu era a testemunha ocular, também fui vítima. Segundo as leis eu tinha o direito de permanecer em segurança, dada às provas os culpados seriam presos. Isso porque eu tenho a lista com todos os nomes e endereços, bem como contas e outras coisas.-Sim, mas para tudo isso você precisa de uma testemunha, e nada melhor do que o James. Se não quiser falar com ele....-Não quero! -Respondi.-Que seja. Eu posso falar, pelo menos com a Helen. -De novo aquele nome. -O quanto antes, melhor.Meu pai chegou acompanhado da mulher, o que me deu um misto de raiva com ciúmes, ela não era feia, mas também não tinha nada de especial. Era morena e gordinha, não muito alta, mas era simpática até de mais. Meu pai sentou e ela sentou ao lado dele.-Crianças a Helena vai sentar e jantar conosco essa noite. -Ele sorriu para ela. Quase tive um ataque de nojo.-Espero que estejam se sentindo bem aqui. Sei que não é um dos melhores