Quando um aluno chegava na escola, ele seria a novidade do momento por semanas. Cada passo, cada riso, cada conversa seria observada com tamanha atenção com o intuito de descobrir quem ele é. Assim os demais decidiriam se iriam amigar ou evitá-lo.
Mesmo ele sendo um alfa.
Por isso, quando chegara a aula de educação física os demais alunos da classe de Theodore tinham seus olhares atentos sobre Gabriel.
Estavam estudando sobre o voleibol com a intenção de encontrar alguém com talento para entrar no time da escola. Gabriel era a última esperança do professor, que também seria técnico do time oficial. Mesmo com tamanha expectativa em seus ombros, Theodore não percebeu sinais de nervosismo no aluno transferido.
— Vistam os coletes e formem os times da semana passada. Jones, você ficará no quarto time! — Aproveitando que os alunos vestiam os coletes coloridos, o professor aproximou-se de Theodore para lhe sussurrar — Tomou seus comprimidos?
Virando os olhos azulados para o professor, o garoto concordara com a cabeça.
— Sim senhor.
— Muito bem, se esforce então.
Não culparia seu professor pelo zelo. Theodore era um ômega assumido, se suasse na educação física o seu cheiro poderia causar confusão com os demais estudantes. Principalmente agora que havia um alfa em sua sala. Tomar os comprimindo para suprimir seus feromônios era o mínimo que poderia fazer para manter a paz estudantil.
Os alunos logo vestiam os coletes coloridos e se organizavam na lateral da quadra coberta. Theodore ficava ao lado de Nicolas, um tanto quanto afastado do restante do seu pequeno time. Gabriel vestira o colete avermelhado indo em direção de seu novo colega de classe loiro, sorrindo para si.
— Parece que ficamos no mesmo time, Theodore.
— É mesmo.
— Você sabe jogar?
Observando a quadra e desviando o olhar para o aluno novo, Theodore coçara a nuca com certa vergonha.
— Não sou bom com a prática...
Ouvindo a baixa risada de Gabriel, o loiro sentia seu coração bater acelerado mais uma vez naquela manhã. Mordendo o lábio inferior e encolhendo os ombros, questionava-se a opção de continuar a conversa ou encerrar por ali mesmo.
Não queria que rumores estranhos circulassem pela escola mais uma vez, principalmente logo no começo do ano. Isso não aconteceria se Gabriel apenas o ignorasse. Mas não... Ele queria puxar assunto, e Theodore queria muito responder.
— Você... Sabe jogar? Voleibol?
— Gosto de esportes no geral. Mas nunca joguei pra valer.
Gabriel parecia ser realmente atlético apesar do corpo magro. Os demais meninos da escola geralmente gostavam de ser malhados e fortes, como prova de que são, de fato, fortes. Mas Gabriel não apresentava tantos músculos assim.
Dando-se conta que olhara para o aluno de cima à baixo, Theodore logo desviou os olhos para a quadra e prendera a respiração. Levando a mão à orelha, sentira seu rosto pegar fogo em instantes.
Tentando focar em algum outro ponto, o ômega logo se deparou com o melhor amigo o observando com os olhos cerrados.
O apito soara e os dois primeiros times se colocaram em quadra para dar início ao exercício. Aproveitando que todos estariam focados na aula, Nicolas puxara o cotovelo de Theodore para se afastarem dos demais alunos.
— Amigou com o novo chaveirinho da maluca?
— Não diria que amiguei, apenas dividi o livro na primeira aula.
— Eles estavam conversando hoje na entrada — Murmurava Nicolas, levando a mão ao queixo de maneira pensativa — já é sinal de que o pobre coitado será sua próxima vítima...
— Nico, está resmungando de novo.
— Fique de olho nesse cara, Theo. Se a chupa-cabra está de olho nesse alfa e ela o ver conversando contigo... Bem, sabe o que vai acontecer.
— Estou adorando a sua criatividade para apelidar a Mckenzie. — Ria Theodore, afagando os cabelos do mais baixo — Vai ficar tudo bem, Nico. Estou sendo apenas um cara legal e educado com o novato. Não irei me apaixonar e nem nada do tipo.
— Foi o que você disse da última vez, e a merda aconteceu do mesmo jeito.
— A lição foi aprendida. Você tinha razão.
Nicolas espreitara os olhos cansados para o amigo e então suspirara. Formando um bico emburrado, ele cruzara os braços tornando a assistir a aula.
Imaginando que Nicolas não teria acreditado muito em suas palavras, Theodore fez questão de abraçar o amigo e lhe irritar até ouvi-lo brigar consigo, ou rir. Mas a última hipótese era a mais difícil de conquistar quando o outro estava com sono.
Apenas não queria vê-lo preocupado consigo. Imagina se soubesse que ficara entorpecido pelo cheiro do alfa, ou então que trocaram bilhetes... Pelos céus, seriam horas de sermão.
— Times três e quatro, pra quadra! — Gritava o professor ao final da primeira partida.
— Temos dois jogadores à mais, professor! — Anunciava um dos alunos.
— Moss e Thunder ficam no banco então, faremos um rodízio. Jogarão na próxima.
Theodore suspirou aliviado por não ter que participar daquela aula. Adorava vôlei, mas infelizmente não tinha uma boa coordenação motora para saques. Além disso, não suaria espalhando o seu cheiro. Podendo se sentar no banco, assistiria a partida com grandes expectativas.
Sabia que Nicolas se daria bem, já que era o jogador de ataque e capitão do time. Apesar de sua baixa estatura, pulava o suficiente para passar os bloqueios, e sua performance poderia melhorar quando bem trabalhado com o levantador.
Por serem amigos de infância, Theodore acompanhou Nicolas descobrindo o talento pelo esporte e ganhando destaque desde o fundamental. Tinha muito orgulho de vê-lo se dedicar ao vôlei podendo ter um futuro em seu aguardo.
A questão era ver como ele se sairia trabalhando junto com o aluno novo. Afinal, Nicolas já deixara claro nas entrelinhas que não gostara de Gabriel.
O apito soara e a bola fora jogada. Os alunos se espalhavam pela quadra gritando os comandos uns para os outros, tocando a bola e a cortando para o time adversário. Com a altura de Gabriel o bloqueio conseguira defender seu espaço, fazendo o primeiro ponto.
Os alunos que assistiam a partida urravam com certa surpresa e encanto em ver Gabriel em quadra. Theodore não era diferente. Por toda a aula conseguira ver que o alfa era muito bom.
Mas não tanto quanto Nicolas.
Com a bola sendo levantada, Nicolas saiu em disparada pela quadra conseguindo fugir do bloqueio atordoado. Com um ataque rápido fizera um corte que trouxera mais um ponto para o quarto time. Theodore urrava, com um imenso sorriso nos lábios, a velocidade de seu melhor amigo.
Seguindo com a partida e ocorrendo as rotações das posições, Nicolas fora para o fundo da quadra junto com Gabriel. Sendo a sua vez de fazer o saque, o aluno novo marcava diversos pontos devido a força que sua bola tinha.
Um novo talento fora encontrado.
Com o final de aula, o professor fora ligeiro em abordar Gabriel para lhe fazer o convite, sem conter o sorriso eufórico de seu rosto. Mesmo com o balançar de cabeça do rapaz, o técnico não o deixava escapar de si.
— Em breve começarão as eliminatórias, precisamos de alguém como você no time.
— Acho muito cedo para que eu faça parte do time, professor. Ainda preciso me acostumar com as aulas.
— Não precisa se preocupar, você terá todo o suporte necessário... — O professor olhava em volta e logo encontrara os dois amigos conversando mais atrás — Howard! Venha aqui.
Nicolas suspirava retornando a sua postura cansada antes de ir até o professor, deixando o melhor amigo para trás. Recebendo um abraço de ombro, o mais baixo suspirava em fazer parte da euforia do seu técnico.
— Howard pode te mostrar como funciona o nosso clube, e te ajudar com a escola até que se acostume. Já que é um beta, não haverão problemas.
Gabriel olhava surpreso para Nicolas, em seguida olhara por cima de sua cabeça, encontrando Theodore segurando sua toalha encarando-os com a cabeça levemente inclinada. Com as mãos na cintura, desviou os olhos para os próprios pés, como se ponderasse o convite.
— Tem certeza professor? Digo, se estão se preparando para as eliminatórias, um novo membro pode estragar a estratégia do time.
— Bobagem! É para isso que servem os treinos. Fazemos todos os dias depois da aula, e nos sábados.
Gabriel coçara a cabeça e então concordara com a cabeça, para a alegria do seu novo técnico. O professor repassou algumas informações antes de sair em disparada para a diretoria a fim de pegar o formulário do clube.
Sendo deixados para trás, Nicolas analisou o alfa de cima à baixo, vendo-o rir nervoso para si.
— Você é bom no vôlei...
— Eu sei. — Resmungava Nicolas com seu mau humor aparente.
— Gabi! Você tem talento para o clube de vôlei... Oh, veja só quem está aqui.
Nicolas arqueou a sobrancelha para Sadie e seu sorriso esnobe. Lentamente virou-se para Gabriel, tornando a olhá-lo de cima à baixo com arrogância ao ouvir a resposta que ele dera para a ômega.
— Ahn... Sim, parece que serei de ajuda para o time, então farei o meu melhor — Sorria Gabriel, tentando evitar o olhar cansado do mais baixo.
— Mas é claro que será de ajuda, poderá ser o Às do time. Estarei acompanhando o seu treinamento, gato.
— Então terei de preparar novamente um esfregão para você? — Murmurava Nicolas, aumentando o sorriso malicioso quando Sadie o fitou levemente irritada. — Já que insiste em permanecer na quadra, tem que ser útil.
— Como é?
— Já que serei sua babá, deixarei uma coisa muito bem clara — Anunciava Nicolas retirando o colete e vestindo sua blusa de moletom escura calmamente — Como capitão do time, não irei tolerar namoro durante os treinos.
— Namoro? — Questionava Gabriel confuso.
— Escuta aqui, carcereiro de gaiola, está sendo bem hipócrita. Você sempre leva o seu namoradinho para o treino.
Theodore, que ouvia a conversa mais atrás, resolvera se aproximar da roda da conversa se colocando exatamente atrás de Nicolas. Segurando a barra de sua blusa de moletom, deixara claro naquele sinal de que não deveriam entrar na conversa de Sadie. Apesar do mais baixo ter um humor soturno e sonolento, era nítido quando perdia a paciência.
Seu melhor amigo era o tipo de pessoa que a aparência não fazia jus às suas qualidades. O próprio Theodore achava que Nicolas seria um garoto nerd que passa horas jogando videogame até o amanhecer. O que fugia bastante de sua realidade.
Nicolas era atlético, apesar do seu corpo franzino. Tinha a língua afiada e saberia lutar quando necessário, apesar de sua energia ser bem baixa. Era o único que ousava enfrentar Sadie Mckenzie, já que ela nunca fora capaz de dominá-lo.
Era uma verdadeira caixa de surpresas. Theodore simplesmente adorava, e amava, seu melhor amigo. Justamente por saber que ele faria de tudo para lhe proteger, era que Theodore gostaria de mantê-lo afastado de Mckenzie.
Não gostava de brigas. Principalmente quando elas o envolviam.
O mais baixo olhara superficialmente sobre o ombro quando seu moletom fora puxado mais uma vez, e então suspirara em desistência.
— Ele é meu assistente, enquanto você é apenas um estorvo. Se quiser ficar perto do seu mais novo lanchinho, então será limpando o chão com esfregão pra afastar o fedor que solta. A quadra precisa ser limpa todos os dias depois dos treinos.
Gabriel e Sadie arregalavam os olhos estupefatos com as palavras do atacante do time. Theodore coçava a nuca logo segurando os ombros de seu amigo o puxando para si.
— Temos de voltar para a sala, Nico. Vamos?
— Isso, leve o seu namorado para longe de mim.
Nicolas, já de costas, virara a cabeça sobre o ombro lançando seu olhar gélido e afiado sobre Mckenzie. Mas não ousara dizer uma palavra, sendo puxado por Theodore para saírem da quadra coberta.
Ficando para trás, Gabriel observava aqueles dois caminharem lado a lado conversando. Theodore abraçava Nicolas e lhe dirigia sorrisos enquanto falava alguma coisa. Pareciam ser próximos.
— Eles estão juntos mesmo? — Questionou depois de um momento em silêncio.
Sadie cruzou os braços e dera espaço para a malícia e perversidade em seu semblante.
— Não deve se preocupar com o tampinha, mas sim com o cachorrinho dele. — Gabriel arqueou a sobrancelha para Sadie, que docemente se virou para si agarrando seu braço direito — Theozinho gosta de homens que brinquem com ele quando está no cio.
O mau humor de Nicolas parecia uma atmosfera negra saindo de sua cabeça. Seu silêncio e as sobrancelhas franzidas denunciavam que em mente estaria rogando alguma maldição para alguém.Theodore sentia pena da vítima.Enquanto andavam pelo refeitório segurando suas bandejas, escolheram uma mesa afastada perto das enormes janelas dentro do refeitório. Com a luz do dia passando pelo vidro, poderiam ter claridade e a paz necessária para o almoço e uma boa brisa para livrá-los dos diversos aromas misturados no ambiente.Sentando-se um de frente para o outro, Theodore olhava o amigo com receio. Queria afastar aquela nuvem negra de sua cabeça, melhorar o humor com bobagens... Talvez devesse falar do seu atual filme favorito.. Oh, certamente não era uma boa ideia. Nicolas poderia esganá-lo como tentara de manhã.Abrindo a garrafa de suco de laranja natural, Theo
Quando chegara naquela cidade, Gabriel não estava contente. Tampouco desejava retornar para a capital. A indiferença havia sido uma consequência de quando o seu mundo se tornara preto e branco. Nem mesmo enxergara esperança quando seus pais, repentinamente, avisaram da mudança por conta do emprego.— É a cidade de origem da empresa. Ficar perto do dono é uma grande oportunidade para nossa família.Certamente ficara feliz por seus pais terem conseguido a promoção na empresa, mas não sabia o motivo de aquilo se alastrar para si. Para Gabriel aquela mudança não faria diferença alguma, pois o prazer pela vida já não existia.Até o dia em que fora comprar o seu uniforme da nova escola.Sua mãe havia entregue o cartão e o papel com o endereço da loja onde poderia pegar seu uniforme. Seguir as orientações
O time de vôlei era mediano, mas muito bom e forte. O professor Marcos era bacana com seus alunos, mas rígido com seus atletas durante dos treinos. Com o olhar afiado, não perdia nenhum detalhe ou informação dentro da quadra. Para alguém que nunca participou de uma partida de vôlei, Gabriel estava agradecido por ser devidamente guiado.A sequência de treinos de saque era o último exercício do treino daquela tarde. Pela quadra coberta o eco dos tênis no amadeirado se espalhava junto com os gritos dos dez garotos que formavam o time oficial da escola.Enfileirados para cumprir com o exercício, Gabriel prestava atenção no garoto baixinho cuja braçadeira apontava como capitão do time. Diferente dos demais jogadores, Nicolas saía correndo em disparada para dar um grande salto e fazer o corte na bola sobre a rede. Seu corte era forte o suficiente para que o impa
A semana passara se arrastando para alguém que ansiava a chegada da sexta-feira.Theodore acreditava que ter sido honesto desde o começo fora o melhor para evitar problemas, uma vez que Gabriel se afastou de si até o dia em que o professor passara o trabalho.Pelo o que pudera ver, Gabriel ficara próximo de Sadie Mckenzie e do time de voleibol da escola. Como esperado sua popularidade crescia na medida em que seu talento atlético era lapidado pelo técnico.O aluno transferido brilhava como o sol no verão, sob os olhos claros de Theodore. O brilho era tanto que só podia ser admirado de longe.Fora um tanto quanto desapontador, admitia Theodore, não ter sido capaz de desenvolver uma boa amizade com o alfa. Mas era bem melhor do que aguentar ele e Nicolas brigando como fizeram no refeitório duas semanas atrás.Parecia que sua rotina retornara ao normal até um certo pro
Era um verdadeiro desafio não se apaixonar por Gabriel Jones.Principalmente quando ele estava tão perto ao ponto de sentir seu perfume amadeirado, ou então de ouvi-lo suspirar enquanto seus olhos castanhos passavam pelas linhas do caderno. Principalmente quando era simplesmente impossível não ficar olhando-o tão de perto, sem conseguir controlar seu coração de bater tão acelerado.Era simplesmente impossível.Theodore sentia vontade de se mexer à todo momento mesmo que quisesse permanecer parado. Sua nuca coçava, sua perna adormecia, sentia a bunda adormecer na cadeira. Tudo incomodava.Não... O que incomodava era a presença do alfa lendo suas respostas com tanta atenção e proximidade.O que mais lhe perturbava a mente era a incapacidade em não conseguir evitar de olhá-lo. Queria observá-lo.Theodore rendera-s
A família Mckenzie era muito conhecida naquela pequena cidade. Não seria para menos, uma vez que um pequeno garoto que sonhava em viajar pelo país crescera e tivera a ideia de criar uma rede de hotéis espalhado pelo território brasileiro. Mesmo que a prosperidade agraciasse a família Mckenzie, aquele homem – que um dia fora um garoto sonhador – não abandonou suas raízes no interior.Por ter tamanho prestígio carregado em seu sobrenome, Sadie fazia questão de manter a dignidade da família até na sua respiração. Pagasse o preço que fosse, nada poderia sujar o sobrenome. Dedicaria cada esforço seu para que a prosperidade advinda do sonho de seu pai apenas aumentasse.Justamente por visar um futuro brilhante, é que seus maquiados olhos castanhos recaíram sobre um alfa inteligente e dedicado que combinava exatamente com seu sonho. Gabriel
Batucando os dedos sobre a mesa de estudos, Gabriel ponderava sem desgrudar os olhos do perfil de Theodore no Orkut. Havia enviado a solicitação de amizade que até então se mantinha pendente, o que lhe incomodava.Já havia dado uma olhada no perfil de Sadie, visitando o perfil de cada pessoa cujo sobrenome fosse Mckenzie. Havia encontrado um rapaz jovem e bonito que tinha amizade tanto com Sadie quanto com Theodore. Jake Mckenzie parecia ser bonito, mas aos olhos de Gabriel ele era a encarnação do capeta.Seus cabelos eram platinados e tinha olhos claros, sendo o típico garoto alfa que as meninas surtariam por puro prazer. A principio não concluíra o seu desgosto ao primo de sua amiga, mas ao ler os depoimentos mais antigos no perfil de Theodore, o desgosto fora concretizado como uma lei universal.“Se você acordarE EstiverSendo C
O que fazer quando você percebe que alguém está te evitando?Retribuir o silêncio criando um espaço que deve ser respeitado, enquanto se espera a pessoa tomar a iniciativa em resolver o problema? Ou então ir atrás dela e perguntar o que raios estava acontecendo?Theodore ponderava sobre a primeira, já que ele não tinha tanta coragem em erguer o queixo e encabeçar uma discussão. Principalmente quando alguns dias atrás ele mesmo queria que Gabriel se distanciasse. Agora conseguiu.Deveria estar contente por ter conseguido, não? Contudo, Theodore se pegava constantemente olhando na direção do seu novo colega de classe. Olhadas rápidas e discretas, só pra saber o que ele estava fazendo.Na sala de aula Gabriel parecia concentrado nos estudos, fazendo anotações sem se importar em ser vigiado. No pátio ele se reunia com seu g