A família Mckenzie era muito conhecida naquela pequena cidade. Não seria para menos, uma vez que um pequeno garoto que sonhava em viajar pelo país crescera e tivera a ideia de criar uma rede de hotéis espalhado pelo território brasileiro. Mesmo que a prosperidade agraciasse a família Mckenzie, aquele homem – que um dia fora um garoto sonhador – não abandonou suas raízes no interior.
Por ter tamanho prestígio carregado em seu sobrenome, Sadie fazia questão de manter a dignidade da família até na sua respiração. Pagasse o preço que fosse, nada poderia sujar o sobrenome. Dedicaria cada esforço seu para que a prosperidade advinda do sonho de seu pai apenas aumentasse.
Justamente por visar um futuro brilhante, é que seus maquiados olhos castanhos recaíram sobre um alfa inteligente e dedicado que combinava exatamente com seu sonho. Gabriel
Batucando os dedos sobre a mesa de estudos, Gabriel ponderava sem desgrudar os olhos do perfil de Theodore no Orkut. Havia enviado a solicitação de amizade que até então se mantinha pendente, o que lhe incomodava.Já havia dado uma olhada no perfil de Sadie, visitando o perfil de cada pessoa cujo sobrenome fosse Mckenzie. Havia encontrado um rapaz jovem e bonito que tinha amizade tanto com Sadie quanto com Theodore. Jake Mckenzie parecia ser bonito, mas aos olhos de Gabriel ele era a encarnação do capeta.Seus cabelos eram platinados e tinha olhos claros, sendo o típico garoto alfa que as meninas surtariam por puro prazer. A principio não concluíra o seu desgosto ao primo de sua amiga, mas ao ler os depoimentos mais antigos no perfil de Theodore, o desgosto fora concretizado como uma lei universal.“Se você acordarE EstiverSendo C
O que fazer quando você percebe que alguém está te evitando?Retribuir o silêncio criando um espaço que deve ser respeitado, enquanto se espera a pessoa tomar a iniciativa em resolver o problema? Ou então ir atrás dela e perguntar o que raios estava acontecendo?Theodore ponderava sobre a primeira, já que ele não tinha tanta coragem em erguer o queixo e encabeçar uma discussão. Principalmente quando alguns dias atrás ele mesmo queria que Gabriel se distanciasse. Agora conseguiu.Deveria estar contente por ter conseguido, não? Contudo, Theodore se pegava constantemente olhando na direção do seu novo colega de classe. Olhadas rápidas e discretas, só pra saber o que ele estava fazendo.Na sala de aula Gabriel parecia concentrado nos estudos, fazendo anotações sem se importar em ser vigiado. No pátio ele se reunia com seu g
Theodore esperou que todos os jogadores tivessem saído do vestiário quando entrara segurando uma cesta de palha. Com o silêncio abundante, ele entrara tranquilamente para guardar os uniformes do time oficial nos armários. Como assistente do time, Theodore era responsável por cuidar dos uniformes, por isso os recolhia no sábado e os lavava para devolver na segunda-feira. Além de também cuidar da alimentação dos jogadores em dias de partidas, entre tantas outras tarefas. Entretanto, quando os rumores sobre sua sexualidade e classe começaram a se espalhar, sua tarefa se tornara mais difícil. Os jogadores simplesmente não ficavam mais à vontade com ele. Sempre o expulsavam do vestiário quando era final de treino, já que os rapazes tomavam uma ducha. Para piorar, ninguém quis tomar o lugar de Theodore como assistente. Na verdade até queriam, mas os jogadores já estavam acostumados com os mimos que o ômega loiro dava à eles. Que pessoa iria levar uniformes para lav
Depois de jogar a sua mochila no chão, Theodore se jogara na cama fechando os olhos. Um suspiro lhe escapara dos lábios ao se dar conta do quão cansado se sentia, e do quão acelerado batia o seu coração. — Por que você está assim hoje? — Sussurrava o rapaz ao acariciar o peito, onde podia sentir as fortes batidas. Era tão vívido as sensações em seu corpo, o abraço em seu cintura, a mal espalmada e o calor que dela emanava. Mas o que mais lhe fazia tremer ali na cama era lembrar da respiração quente de Gabriel contra o seu pescoço. Sua pele ainda se arrepiava só de recordar o quão próximo ambos estavam. Cobrindo os olhos com as mãos, tentara afastar aquelas lembranças. Era difícil quando pareciam tatuagens em sua memória. Sua mente queria repassar o calor, e o sangue pulsava com aquilo. Suas bochechas logo ficaram vermelhas, e Theodore abrira os olhos focando no teto do seu quarto tentando manter o controle. Estendendo a mão para o alto, fitara a sua p
Eram onze da noite quando Theodore pegara Lisa no colo para levá-la até seu quarto e deitá-la na cama. A menina tinha caído no sono depois de dançar High School Musical, e ainda teve energia para dançar o filme The Cheetah Girls. Depois disso ela ficou quietinha enquanto Theodore penteara seus cabelos loiros e compridos, fazendo uma trança. E então ela dormira. Encostando a porta do quarto com a plaquinha de unicórnios, o rapaz rira baixo em perceber o quão cansado estava. Não somente o dia tinha sido longo por causa do time de vôlei, como cuidar de uma criança de quatro anos pedia por muita energia. No instante em que pisara no último degrau da escadaria, tivera de respirar fundo para encontrar mais um pouco de energia para arrumar a sala. Mantas estavam espalhadas junto com travesseiros, o sofá fora arrastado para terem mais espaço para dançarem. E ainda haviam as vasilhas de pipoca e os copos onde beberam refrigerante. — Vamos lá! Enquanto arrumava
O final de semana finalmente chegara e assim como prometido por sua mãe, Theodore fora deixado no ginásio da escola onde ocorreria o amistoso do time de vôlei. Depois de pegar a imensa bolsa térmica e a outra bolsa contendo toalhas limpas, o rapaz loiro apenas se abaixara na janela para acenar em despedida. — Me ligue quando terminar, eu venho te buscar. — Está tudo bem, provavelmente eu vou a pé. — Você sempre trás mais coisas nos finais das partidas. Apenas deixa que eu te ajudo, hm? Pete com seu sorriso amigável tornava difícil rejeitar sua oferta. Apertando a alça em seu ombro o garoto loiro apenas concordara com a cabeça acenando novamente, não se esquecendo de mandar um beijo no ar para Lisa. Assim que o carro escuro virara a esquina saindo de sua vista, Theodore respirara fundo checando a hora em seu relógio no pulso. Tinha chego uma hora e meia antes do combinado. Olhando ao seu redor não encontrara nenhum outro estudante por ali.
Sentado no banco com uma blusa perfumada e uma sensação acalorada em sua cabeça, Theodore tentava não ficar envergonhado na frente dos demais. Só que era impossível.Doce perfume que lhe envolvia como um verdadeiro convite para sonhar. Se não estivesse em público, provavelmente afundaria seu rosto no tecido e inalaria aquele perfume como uma droga viciante. Teria de se conter.Contenha-se!Dobrando a blusa e a deixando em seu colo, Theodore obrigara-se a focar na quadra quando o time da outra escola havia chego no ginásio. O treino estava prestes a começar, e como lhe fora pedido que analisasse os jogadores, então teria de se concentrar.Após o aquecimento dos jogadores eles formaram fileiras e se cumprimentavam estabelecendo as regras daquela partida. Fariam três sets de vinte e cinco pontos, e depois os técnicos conversariam com os times adversários p
A partida amistosa terminara com a vitória do time da casa que recebera grandes elogios do outro técnico. O último set transformara a quadra em um verdadeiro campo de batalha, obrigando os jogadores a suarem a camisa para não desistirem da acirrada pontuação.Para um certo alfa de cabelos escuros, aquela partida durara uma eternidade. Os seus colegas de time se agitavam com o bom desempenho do rapaz, mas ninguém imaginava que ele estaria apenas descontando aquele sentimento tão estranho e raivoso na bola.“Não olhe. Por que você quer tanto saber o quão próximo eles estão?”. Os pensamentos de Gabriel eram outro campo de batalha, e mais agonizante se comparado à quadra. Recriminava-se por sempre fugir o olhar para o banco amadeirado onde aqueles dois sujeitos estavam.Mesmo que Theodore mantivesse toda sua atenção no jogo e fazia algu