Theodore esperou que todos os jogadores tivessem saído do vestiário quando entrara segurando uma cesta de palha. Com o silêncio abundante, ele entrara tranquilamente para guardar os uniformes do time oficial nos armários.
Como assistente do time, Theodore era responsável por cuidar dos uniformes, por isso os recolhia no sábado e os lavava para devolver na segunda-feira. Além de também cuidar da alimentação dos jogadores em dias de partidas, entre tantas outras tarefas.
Entretanto, quando os rumores sobre sua sexualidade e classe começaram a se espalhar, sua tarefa se tornara mais difícil. Os jogadores simplesmente não ficavam mais à vontade com ele. Sempre o expulsavam do vestiário quando era final de treino, já que os rapazes tomavam uma ducha.
Para piorar, ninguém quis tomar o lugar de Theodore como assistente. Na verdade até queriam, mas os jogadores já estavam acostumados com os mimos que o ômega loiro dava à eles. Que pessoa iria levar uniformes para lav
Depois de jogar a sua mochila no chão, Theodore se jogara na cama fechando os olhos. Um suspiro lhe escapara dos lábios ao se dar conta do quão cansado se sentia, e do quão acelerado batia o seu coração. — Por que você está assim hoje? — Sussurrava o rapaz ao acariciar o peito, onde podia sentir as fortes batidas. Era tão vívido as sensações em seu corpo, o abraço em seu cintura, a mal espalmada e o calor que dela emanava. Mas o que mais lhe fazia tremer ali na cama era lembrar da respiração quente de Gabriel contra o seu pescoço. Sua pele ainda se arrepiava só de recordar o quão próximo ambos estavam. Cobrindo os olhos com as mãos, tentara afastar aquelas lembranças. Era difícil quando pareciam tatuagens em sua memória. Sua mente queria repassar o calor, e o sangue pulsava com aquilo. Suas bochechas logo ficaram vermelhas, e Theodore abrira os olhos focando no teto do seu quarto tentando manter o controle. Estendendo a mão para o alto, fitara a sua p
Eram onze da noite quando Theodore pegara Lisa no colo para levá-la até seu quarto e deitá-la na cama. A menina tinha caído no sono depois de dançar High School Musical, e ainda teve energia para dançar o filme The Cheetah Girls. Depois disso ela ficou quietinha enquanto Theodore penteara seus cabelos loiros e compridos, fazendo uma trança. E então ela dormira. Encostando a porta do quarto com a plaquinha de unicórnios, o rapaz rira baixo em perceber o quão cansado estava. Não somente o dia tinha sido longo por causa do time de vôlei, como cuidar de uma criança de quatro anos pedia por muita energia. No instante em que pisara no último degrau da escadaria, tivera de respirar fundo para encontrar mais um pouco de energia para arrumar a sala. Mantas estavam espalhadas junto com travesseiros, o sofá fora arrastado para terem mais espaço para dançarem. E ainda haviam as vasilhas de pipoca e os copos onde beberam refrigerante. — Vamos lá! Enquanto arrumava
O final de semana finalmente chegara e assim como prometido por sua mãe, Theodore fora deixado no ginásio da escola onde ocorreria o amistoso do time de vôlei. Depois de pegar a imensa bolsa térmica e a outra bolsa contendo toalhas limpas, o rapaz loiro apenas se abaixara na janela para acenar em despedida. — Me ligue quando terminar, eu venho te buscar. — Está tudo bem, provavelmente eu vou a pé. — Você sempre trás mais coisas nos finais das partidas. Apenas deixa que eu te ajudo, hm? Pete com seu sorriso amigável tornava difícil rejeitar sua oferta. Apertando a alça em seu ombro o garoto loiro apenas concordara com a cabeça acenando novamente, não se esquecendo de mandar um beijo no ar para Lisa. Assim que o carro escuro virara a esquina saindo de sua vista, Theodore respirara fundo checando a hora em seu relógio no pulso. Tinha chego uma hora e meia antes do combinado. Olhando ao seu redor não encontrara nenhum outro estudante por ali.
Sentado no banco com uma blusa perfumada e uma sensação acalorada em sua cabeça, Theodore tentava não ficar envergonhado na frente dos demais. Só que era impossível.Doce perfume que lhe envolvia como um verdadeiro convite para sonhar. Se não estivesse em público, provavelmente afundaria seu rosto no tecido e inalaria aquele perfume como uma droga viciante. Teria de se conter.Contenha-se!Dobrando a blusa e a deixando em seu colo, Theodore obrigara-se a focar na quadra quando o time da outra escola havia chego no ginásio. O treino estava prestes a começar, e como lhe fora pedido que analisasse os jogadores, então teria de se concentrar.Após o aquecimento dos jogadores eles formaram fileiras e se cumprimentavam estabelecendo as regras daquela partida. Fariam três sets de vinte e cinco pontos, e depois os técnicos conversariam com os times adversários p
A partida amistosa terminara com a vitória do time da casa que recebera grandes elogios do outro técnico. O último set transformara a quadra em um verdadeiro campo de batalha, obrigando os jogadores a suarem a camisa para não desistirem da acirrada pontuação.Para um certo alfa de cabelos escuros, aquela partida durara uma eternidade. Os seus colegas de time se agitavam com o bom desempenho do rapaz, mas ninguém imaginava que ele estaria apenas descontando aquele sentimento tão estranho e raivoso na bola.“Não olhe. Por que você quer tanto saber o quão próximo eles estão?”. Os pensamentos de Gabriel eram outro campo de batalha, e mais agonizante se comparado à quadra. Recriminava-se por sempre fugir o olhar para o banco amadeirado onde aqueles dois sujeitos estavam.Mesmo que Theodore mantivesse toda sua atenção no jogo e fazia algu
Na segunda feira Gabriel chegara na escola de bom humor. Como de costume, se sentara no banco perto da fonte onde seu novo grupo de amigos se encontravam e acenavam para si. Sadie o recebera com um sorriso contagiante ao puxá-lo pelo braço. — Bom dia Gabi! Fiquei sabendo que arrasou no treino de sábado. — Bom dia — Cumprimentava o rapaz, já abrindo seu sorriso gentil de costume. — Não fui o único, o time todo foi muito bem. — Não foi o que meu irmão me contou... Sadie olhara para Milles, que deixara de praticar em seu skate só pra participar da conversa. — Não estou mentindo, se é isso o que estão pensando. — De qualquer forma, estávamos pensando em ir à uma festa nessa sexta. Lembra que eu falei sobre ela? — Festa? — Gabriel ponderou por alguns instantes. Seus pais haviam pedido que tratasse bem a garota, já que era filha de seu chefe. Mas também pediram que se enturmasse com os jovens da cidade, para ficarem tranquilo
Na sexta-feira daquela semana o dia amanhecera completamente nublado. As nuvens acinzentadas pairavam a cidade pequena com trovoadas, sinalizando a possível tempestade que estava prestes a vir.Para o garoto recém-chegado na sala de aula aquelas nuvens pareciam conversar consigo o avisando do caos que poderia vivenciar mais tarde. Afinal, ele tinha um compromisso naquela noite.A classe estava vazia por conta da aula de educação física no primeiro horário, porém Theodore havia chego atrasado por ter levado Lisa na escola no lugar de sua mãe. Já ansioso pela noite, não sentira vontade de participar da aula, optando por ficar em silêncio aproveitando a solidão de sua sala vazia.Theodore ajeitava o material sobre sua carteira e tornava a olhar a janela sentindo o nervosismo em sua barriga. Queria fugir, não conseguia se acalmar de maneira alguma. Mal dormira naquela noite, as
O treino daquela tarde fora tão tempestuosa quanto a chuva que caía no lado de fora. Em breve as eliminatórias iriam começar, e o time precisava de garra para garantirem sua vaga na competição principal. Não somente os jogadores estavam ansiosos, como o técnico também fizera questão de não amolecer nos treinos.O foco deles precisava ser a vitória.Entretanto, dois atletas não compartilhavam daquela mesma energia.Para os demais jogadores, o capitão estava em seu jeito normal de tornar suas vidas um inferno durante os treinos. Sempre dificultando, sempre gritando, sempre os obrigando a serem ferozes em quadra. Mas para um certo aluno transferido aquela atitude era uma enquadra.Nicolas estava marcando Gabriel desde o início da partida treino.Colocados em times opostos, era nítido que o capitão jogava a bola para não dar tem