— Fala ae Mano! Ainda tá por aqui?
— Os negócios da cooperativa já estão quase terminando, mas eu não te liguei pra isso. — Dizia Jake estando poucos metros de distância do carro, onde a porta aberta mostrava Theodore bebendo água e perdido em pensamentos. — Eu tava voltando pra casa do meu amigo e encontrei Theodore jogado na rua.
— Theodore? Você fala como se fosse um cachorro de rua qualquer. Explica melhor isso aí.
— Eu também não entendi, mano. Virei a esquina com o carro e ele tava jogado na rua. Ele diz que não quer ir pra casa, mas to ficando preocupado porque parece ter se machucado.
— Eita caralho! Tá com ele ainda aí?
— Sim, estou duas ou três quadras pra cima da casa do Theo. Pode vir aqui dar uma mão?
— Es
O braço que envolvia o ombro de Theodore estava quente. O peito subia e descia em suas costas, e seus ouvidos captavam a respiração ofegante. Virando a cabeça, o ômega tinha a certeza de que Gabriel estava febril. Ainda assim, saíra de casa ao perceber um alfa tentando roubar seu ômega.Justo no instante em que deitara na cama para descansar, ouvira aquele barulho irritante de algo batendo contra sua janela. E ao ver o que raios estaria acontecendo, seus olhos captaram aquele alfa prestes a beijar Theodore. Saíra em disparada pela casa, ignorando seu pai o chamando para não se envolver. Apenas movido pela raiva da ousadia daquele Jake.Se Theodore não estivesse em seus braços, e seu corpo pesado como chumbo, Gabriel entraria na sua primeira briga ali mesmo.Seus olhos castanhos fuzilavam furiosamente Jake Mckenzie, que mantinha um sorriso prepotente na face. Mesmo que Theodore se virasse
Uma semana havia se passado desde o ocorrido. Logo as férias de inverno se encerrariam o casal precisando se preparar para os próximos três meses até a chegada do bebê.Gabriel e seu pai pararam de se falar, tendo o alfa praticamente morando com a família Moss. Apesar de toda confusão armada, a Senhora Jones conhecera Aline e ambas se mostraram avós babonas que gostam de comprar roupas de bebê. Longe do marido Miriam, a mãe de Gabriel, se soltava passando a sorrir mais. Não que não o fizesse perto do marido, mas dificilmente poderia encher Gabriel de perguntas sobre o estado de Theodore e do neto na presença do esposo.Naquele último final de semana das férias, Miriam convidara Theodore e Gabriel para um pequeno passeio. Não contara a eles para onde iriam, apenas pedira que levantassem cedo, pois, visitariam alguém.Theodore já havia ca&iacu
3 meses depoisA primavera havia retornado para aquela cidade, as tabebuias amarelas já estavam florescendo belamente naquele final de semana formando uma passarela natural para os quatro jovens sentados na cafeteria. Estavam concentrados escrevendo algo no papel, cobrindo as palavras com seus braços para que o outro não espiasse. Roubar ideias eram terminantemente proibido naquele jogo.Lilian preparava as bebidas junto de Sam atrás do balcão, balançando a cabeça somente se mantendo como uma mera espectadora daquela reunião.— Parecem que estão fazendo uma prova. — Comentara Sam em um sussurro, sem tirar os olhos daqueles quatro.— É quase isso. Ah, pega o granulado, o querubim adora.Sam arqueava a sobrancelha abrindo um sorriso brincalhão.— Como é que se diz?Corando levemente, Lilian olhava em volta antes de dar um
Nenhuma outra partida fora tão tensa quanto aquela. Enfrentar times fortes era completamente diferente do que Gabriel sequer imaginara em toda a sua vida.O grito que vinha das arquibancadas mostrava um número maior de torcedores para o time de Montreal. Mesmo a partida ocorrendo na cidade vizinha, eles se deslocaram só para marcar presença. Para o time de vôlei era o energético social necessário para manter sua moral.A final das regionais estava intenso. Montreal se encontrava no set point que poderia levar à sua vitória. O adversário parecia tenso e nervoso, ansiando por um ponto que lhes entregassem a chance de virar o placar.O apito soara. A bola fora sacada.O rally começara frenético, tendo os jogadores se movimentando na quadra de acordo com a liderança de seu capitão. Vindo em sua direção, Gabriel se posicionara erguendo a bola para Mil
Dezembro de 2007O verão já havia começado e o natal de um brasileiro era recheado de céu azul e ondas de calor. Por esse motivo que a cerimônia ocorreria no entardecer, onde a temperatura abaixaria anunciando a noite deixando um clima gostoso para celebrar um casamento.Usando um terno azul bebê, o ômega ajeitava a gravata da mesma cor ao redor do pescoço do pai. Naquela pequena saleta da igreja da cidade, pai e filho compartilhavam um silêncio que mascarava a ansiedade. Apenas ouviam o falatório dos convidados no lado de fora.— Pronto. — Dizia Theodore sorrindo satisfeito ao ajeitar a gravata do pai. — Combinou bem com o terno preto.— Definitivamente não gosto de usar isso. — Rosnava Bill baixo, um tanto quanto desconfortável.— É só por algumas horas, aguenta aí. — Olhando o pai,
Ano de 2010Três anos haviam se passado desde o final do verão de 2007, que havia trazido para uma pequena cidade a chegada de um rapaz jovem responsável pela mudança na vida de várias pessoas. E assim como era esperado, toda a sociedade lidava com novas tendências entre os jovens.Ora essa, é o ano em que garotos bonitos eram capas de revista da Capricho! Bandas surgiram criando tendências novas entre os jovens. Séries e filmes novos eram lançados a todo momento.Mudanças eram esperadas e bem vindas, desde que a pessoa soubesse lidar com elas.O que não era o caso de Gabriel, Theodore e Nicolas.Os três se encontravam na frente da universidade da qual estudavam. Gabriel cursava administração, Theodore fazia o magistério para se tornar um educador infantil e Nicolas estudava sobre informática. E apesar de serem g
Ano de 2022Certas coisas jamais mudariam com o tempo. Dentre elas, a amizade. Mesmo que cada um estivesse ocupado com algum trabalho ou simplesmente desejando ficar sozinho em casa, os amigos dariam um jeito de permanecer constantes na sua vida.Por esse motivo que aqueles quatro optaram por sempre estarem perto um do outro. O casal Mckenzie morava no apartamento 202 enquanto o casal Moss morava no 101. Mesmo prédio, sempre por perto, e sempre constante.A campainha tocara fazendo o ômega caminhar apressado para abrir a porta. Os olhos claros se alegravam em ver o casal de amigos acompanhados de duas crianças, dando espaço para entrarem em seu apartamento.— Chegamos cedo?— Não, imaginei que vocês iam demorar já que Milles chegou hoje de viagem.— Você falou de encomendar pizza, acha mesmo que ele iria dormir? — Murmurava Nicolas tirando a b
Verão de 2007Um alfa deve encontrar uma boa garota ômegaA tabebuia amarela estava florida naquele verão, e como o antigo diretor resolvera plantar várias na entrada da escola criando uma verdadeira passarela, a natureza dava as boas vindas para um aluno.Theodore estava parado em frente àentrada, com a cabeça erguida admirando as flores ao se dar conta, pela primeira vez, qual seria a sua cor. Fazia anos que estudava ali, mas jamais teria se atentado à tal detalhe. Agora que o fizera, era simplesmente impossível não admirar tamanha beleza. As flores amareladas que cobriam os galhos balançava com o vento fresco daquela manhã, digno de admiração.Verificando as horas no celular, o garoto sorrira satisfeito ao encontrar um tempinho livre antes da aula. Passara pelos portões da escola e seguira pelo páti