A clareira estava envolta em uma tensão densa, como se o próprio ar tivesse sido impregnado por uma força invisível. Lis sentia seu coração pulsar em um ritmo acelerado, o poder que agora fluía dentro dela era incontrolável. Ao seu redor, a matilha estava pronta, suas formas lupinas se destacando contra a luz da lua crescente, os olhos brilhando com a fúria e lealdade que sempre os guiara. As bruxas estavam reunidas em um círculo, suas mãos levantadas, conjurando feitiços poderosos para dar suporte ao que estava por vir.Do outro lado, o Guardião das Sombras estava imponente, sua figura sombria em contraste com a luz suave da lua. Ele parecia absorver as energias ao seu redor, uma presença ameaçadora que fazia o chão vibrar a cada passo que dava. Seu sorriso era cruel, como se soubesse algo que os outros ainda não compreendiam.Lis sabia que a batalha seria imensa, que os inimigos que se aproximavam não eram apenas forças externas, mas uma força interna, um teste de tudo o que ela hav
O campo estava calmo, mas o ar parecia denso com o peso da batalha recém-terminada. A clareira, que antes estava envolta em sombras e tensão, agora se via banhada pela luz suave do amanhecer. O Guardião das Sombras, a maior ameaça que Lis e a matilha haviam enfrentado, havia sido derrotado. Mas a vitória veio com um preço alto, um preço que Lis sabia que teria que carregar pelo resto de sua vida.Ela estava no centro da clareira, com o corpo ainda marcado pelos efeitos da batalha. Seu cabelo, agora prateado com o toque da magia que havia adquirido, brilhou à luz da manhã. Seus olhos, antes cheios de dúvida e insegurança, agora refletiam uma confiança tranquila. A matilha estava ao seu redor, sua presença firme e protetora, mas havia algo diferente agora. Lis não era mais apenas uma líder. Ela era a rainha dos lobos e das bruxas, a figura que agora guiaria aqueles que a seguiam, para um novo começo.Matthew estava ao seu lado, seus olhos intensos observando o horizonte. Ele havia sido
O vento suave da manhã acariciava os campos que cercavam a clareira. O sol, que começava a surgir sobre o horizonte, iluminava a paisagem com um brilho dourado, criando um espetáculo de cores no céu. Mas a verdadeira luz, para Lis, não estava apenas no brilho do sol. Estava em seu coração, aquecido pela nova vida que ela carregava dentro de si.Lis caminhava lentamente entre as árvores, seus pés tocando suavemente a terra que agora estava viva, vibrante com a promessa de um novo começo. Cada passo parecia mais pesado que o anterior, mas não por cansaço. Era o peso sagrado da responsabilidade, da maternidade, que começava a crescer dentro dela. A cada dia, sentia mais claramente a presença da criança que estava prestes a trazer ao mundo. O futuro, o legado que ela e Matthew iriam construir, estava prestes a dar uma nova forma, um novo significado.As semanas haviam se passado desde a grande batalha contra o Guardião das Sombras. O mundo ao redor deles, antes sombrio e dividido, agora r
Lis caminhava pela floresta, cada passo uma batalha contra o cansaço que a consumia. O céu estava tingido de um laranja profundo, enquanto o sol se despedia no horizonte, mergulhando o mundo em um crepúsculo mágico, mas também aterrorizante. As árvores ao seu redor se erguiam como sentinelas silenciosas, e a brisa fresca da noite não conseguia aliviar o peso que pressionava seu coração.— Eu não vou sobreviver para ver outro nascer do sol — murmurou para si mesma, sua voz falhando sob o peso da tristeza. As lágrimas queimavam em seus olhos, e uma sensação de desespero a envolvia. A culpa era uma sombra constante, lembrando-a do dia fatídico em que, em uma tentativa de salvar um amigo de um ataque, acabou causando um acidente que lhe custou a liberdade. Agora, era uma loba sem matilha, sem lar, vagando pela floresta como um espírito perdido.Lis parou para se apoiar em uma árvore, seu corpo tremendo. O que deveria ser um simples passeio pela floresta se tornara um pesadelo. — Se ao me
O céu noturno estava pontilhado de estrelas, iluminando levemente a clareira onde a matilha de Matthew estava reunida. As vozes que antes ecoavam pelo espaço silenciaram assim que os lobos perceberam a presença do alfa retornando — acompanhado. O ambiente, que antes parecia carregado de energia descontraída, tornou-se denso e pesado, como se o próprio ar estivesse à espera do que viria a seguir.Lis sentiu o peso dos olhares imediatamente. Era como se cada par de olhos estivesse tentando decifrá-la, julgando sua presença, questionando seu direito de estar ali. Seus ombros encolheram instintivamente, e Rose, sua loba interior, se agitou.— Eu sabia que seria assim — Lis pensou, lutando contra o desejo de recuar.— Não abaixe a cabeça para eles — a voz de Rose soou firme dentro dela, sua presença vibrando com a força de uma companheira que se recusava a ser subjugada. — Você é mais forte do que pensa. Não se esqueça disso.Matthew percebeu a tensão crescente e, sem hesitar, se posicionou
A noite estava particularmente silenciosa, quase como se a floresta segurasse a respiração. A luz da lua mal penetrava pelas copas densas das árvores, projetando sombras que dançavam com o vento frio. Lis, agora deitada em uma pequena cabana nos limites do território da matilha, tentava acalmar a mente. O espaço era simples, com uma cama de madeira rústica coberta por um cobertor grosso, mas, para ela, era mais do que suficiente. Depois de dias de cansaço e frio, era um alívio estar abrigada, ainda que sob circunstâncias tensas.O silêncio parecia ensurdecedor. Rose, sua loba interior, estava inquieta.— Há algo estranho no ar — sussurrou, sua voz ecoando com uma inquietação incomum na mente de Lis.Ela suspirou, puxando o cobertor para se proteger do frio que parecia cortar até os ossos.— É só a tensão da matilha. Eles não me querem aqui — respondeu mentalmente, tentando afastar o incômodo crescente.Rose não respondeu de imediato, algo raro para sua loba normalmente falante. A sensa
A floresta estava silenciosa novamente, mas algo em seu interior parecia tenso, como se as árvores estivessem sussurrando sobre o que estava por vir. Lis sentia a presença de Matthew à sua frente, o calor de seu corpo imponente contrastando com a brisa fria da noite. Ela sentia o cheiro de sua colônia de lobo, aquele aroma forte de terra, musgo e uma nota sutil de algo selvagem que fazia seu coração bater mais rápido. Rose estava inquieta, seus sentidos apurados, mas ela não sabia dizer se era devido ao perigo iminente ou por algo mais profundo e instintivo.Apenas alguns minutos atrás, o som do uivo havia se dissipado nas sombras da floresta. Ainda assim, Lis sentia a tensão no ar. A dúvida crescente em seu peito era incontrolável, como se um véu de mistério estivesse se formando em torno dela, envolvendo-a e impedindo-a de ver a verdade de forma clara. Ela olhou para Matthew, seu olhar imerso em uma mistura de preocupação e incerteza.— Matthew, o que está acontecendo? — Ela pergunt
O dia amanheceu mais sombrio do que o habitual. Lis acordou na cabana, envolta pelo silêncio que parecia pesar sobre ela. A luz suave da manhã filtrava-se pelas fendas da janela, iluminando as marcas no rosto de Lis — marcas de cansaço, dor e um passado que ela não conseguia esquecer. Mas, ao contrário de outras manhãs, desta vez havia algo diferente em seu peito. Algo que estava começando a despertar.Rose, sua loba interior, estava inquieta, movendo-se agitada dentro dela. Lis podia sentir a energia de sua loba, um fluxo de tensão e excitação que parecia transbordar de seu corpo. Rose sempre foi mais silenciosa, mas agora, estava mais presente, como se sua loba estivesse sentindo algo mais profundo, algo que Lis não conseguia compreender ainda.— O que está acontecendo, Rose? — Lis sussurrou, quase como uma oração, tentando entender o que sua loba sentia.A resposta veio rápida e direta, como uma voz suave em sua mente. — Algo está mudando. Algo está acontecendo com ele, com Matthew