Manual de Como Domar um CEO
Manual de Como Domar um CEO
Por: Lya Andhara
Capítulo I

O tempo passou voando. Já são onze e meia, e a festa do escritório chegou ao fim. A música já parou, as conversas começam a murchar, mas eu ainda não estou pronta para que a noite termine. Guardo meu celular de volta no bolso e me viro para Lisa, que me observa com aquele brilho malicioso nos olhos, quase como se estivesse esperando por uma desculpa para continuar a diversão.

— Você está pronta para a parte dois dessa noite louca? — Ela pergunta, o sorriso já denunciando que tem algo ótimo em mente.

— Eu nasci pronta! Eu poderia festejar a noite toda... bem, mais ou menos. — Respondo, tentando esconder o cansaço que começa a surgir, mas sem querer perder o ritmo.

— Essa é a atitude! Mas vamos ser sensatas, né? Temos trabalho amanhã, lembra? — Ela dá uma olhada rápida ao redor, como se estivesse conferindo se a diversão ainda está nos eixos. — E cadê o Matt?

— Vocês não vão embora sem o melhor do grupo, né? — Matt aparece no final do corredor, com um sorriso convencido nos lábios.

Falando no diabo!

— Para onde vamos então? — Pergunto, curiosa, já antecipando a diversão.

— Em algum lugar onde possamos dançar até o amanhecer! — Responde Lisa, com entusiasmo. — Starlite, claro! Já faz um tempo desde a última vez que fomos lá, não?

— Eu adoraria. Mas só se a música for boa! — Falo, já me imaginando dançando sem parar.

— Toda vez que vou, nunca me decepciono. E posso garantir, os homens do Starlite são um espetáculo! — Ela diz, com um brilho nos olhos.

— Desculpe, mas eu discordo. Nenhum desses caras é tão gostoso quanto eu. — Matt solta, com uma confiança de fazer inveja.

Lisa, sem pensar duas vezes, dá um soco amigável no ombro dele.

— Atrás desse rostinho angelical, tem um verdadeiro furacão. — Ela ri, e a gente sabe que ela está certa. Matt nunca perde uma oportunidade de ser o centro das atenções.

Quando aceitei o cargo de assistente de comunicação na Carter Corp, nem imaginava que a rotina de trabalho fosse se transformar em algo tão imprevisível e divertido. Trabalho ao lado de Matt Ortega, o designer gráfico mais irreverente que eu já conheci. Ele tem um talento nato para transformar até o dia mais comum em algo memorável, sempre soltando piadas ou comentários hilários que conseguem fazer qualquer ambiente parecer mais leve.

E não posso esquecer da Lisa Parker. Nossa recepcionista. Com seus cabelos loiros brilhantes e olhos azuis, ela poderia facilmente ser confundida com a típica loira burra, mas quem a conhece sabe o quão longe ela está disso. Lisa é uma verdadeira força da natureza.

Lisa pega sua bolsa atrás da recepção, mexendo nas coisas com pressa. Droga, onde está a minha?

— Espere! Deixei minha bolsa lá em cima! Tenho que ir buscar. — Digo, falando rápido enquanto me viro para correr até o elevador.

— Bem, isso é uma novidade, hein? Vai lá, a gente te espera. Isso nos dá tempo para chamar o táxi. — Matt responde com aquele tom calmo, quase como se não houvesse nada mais urgente do que esperar por mim.

— Mas seja rápida. Príncipes tendem a desaparecer à meia-noite e eu realmente não quero perder o meu. — Lisa brinca, seu sorriso travesso brilhando à luz baixa do hall. Ela parece realmente se divertir com a ideia de me deixar para trás.

— Vai ter que se contentar com um sapo, então! — Matt solta, tirando sarro. Seu humor sempre é afiado, e nesse momento, ele é mais engraçado do que provocador.

Eu rio de volta enquanto dou passos rápidos para o elevador, ansiosa para recuperar minha bolsa.

Quando espero o elevador que começa a subir do estacionamento, pego meu celular para dar uma olhada rápida no meu blog de culinária.

Eu sou uma influenciadora... do meu jeito. Gosto de deixar as pessoas conhecerem minhas melhores receitas e parece que a comunidade que me segue adora tudo que compartilho!

As portas do elevador se abrem, e eu entro, surpresa ao encontrar um homem de costas já lá dentro. Sem perder o ritmo, deslizo para a parte de trás, focada na tela do meu celular enquanto continuo lendo os comentários. Estou no modo piloto automático, digitando sem realmente pensar.

Aperto o botão do 42º andar e, ao olhar para o painel, noto que o botão do 50º andar também está aceso. As portas se fecham com um suspiro metálico, e o elevador começa a subir lentamente.

Tento manter a concentração para responder ao próximo comentário, mas a presença do homem ao meu lado começa a me incomodar. Algo no ar parece diferente. O espaço apertado entre nós torna tudo um pouco mais desconfortável.

Enquanto continuo digitando, meus pensamentos se afastam das palavras. O cheiro dele é... impossível de ignorar. É um perfume marcante, envolvente, e de alguma forma, me sinto um pouco desorientada.

Com um olhar de soslaio, noto que o homem ao meu lado veste um terno impecável, feito sob medida. O corte ajustado realça sua postura firme, exalando poder e sofisticação. Mas algo me chama a atenção... Eu nunca o vi por aqui.

Ele selecionou o último andar. O setor dos executivos. Será que trabalha diretamente com o CEO?

— Boa noite, senhorita.

A voz dele me surpreende. Não é fria ou indiferente como eu esperava. Pelo contrário, tem um tom quente e envolvente, com uma suavidade que desliza pelos meus sentidos. Um arrepio involuntário percorre minha espinha, e meus dedos apertam levemente o celular. Tento manter a compostura, mas sinto um sorriso se formando em meus lábios antes mesmo de perceber.

— Boa noite, senhor.

— Esqueceu alguma coisa no escritório?

— Sim! A festa foi tão animada que saí sem pegar minhas coisas. — Respondo, lançando um olhar rápido para seu corpo.

— Entendo. Parece que não fui o único.

Não respondo mais nada e finjo me concentrar na tela do celular.

Subitamente, uma nova onda da fragrância dele me atinge, dessa vez mais intensa. É viciante. Um aroma amadeirado, com um toque de algo sofisticado, como couro e especiarias. E minha mente é invadida por pensamentos nada apropriados.

Preciso olhar para ele. Só um pouquinho. Levanto o olhar para seu corpo com discrição. Seu porte é atlético, ombros largos e uma presença marcante. Ele parece feito para ocupar espaço, para ser notado.

Mordo levemente o lábio inferior, tentando conter o sorriso que ameaça escapar. Não é o momento nem o lugar para me distrair com um completo estranho.

De repente, um zumbido estranho ecoa pela cabine, seguido por um estalo seco. As luzes piscam e, num instante, tudo se apaga. O elevador dá um solavanco brusco, me fazendo perder o equilíbrio.

— Ah! — Um grito abafado escapa dos meus lábios enquanto meus pés tropeçam no chão instável.

Meu celular escorrega da minha mão e cai com um baque surdo. No mesmo instante, minhas mãos disparam para frente, tentando agarrar qualquer coisa que me impeça de cair.

E qualquer coisa acaba sendo... ele.

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