Capítulo LXXII

O som sutil de uma notificação vibra sobre a mesa de centro, interrompendo o momento. Ryan estende a mão e desliza os dedos pelo telefone, seus olhos escurecendo ligeiramente ao ler a tela. A tensão é mínima, quase imperceptível, mas está lá, como um pequeno vinco entre suas sobrancelhas.

O que quer que seja, o incomoda.

Ele bloqueia a tela rapidamente, repousando o celular no mesmo lugar. Um silêncio paira no ar antes que eu quebre a bolha da hesitação.

— Então, senhor Carter, me diga — cruzo as pernas devagar, apoiando o cotovelo no encosto do sofá —, o que o motivou a erguer um império como as Empresas Carter?

Ele recosta contra o estofado de couro, relaxando os ombros. Um resquício de tensão ainda permanece ali, mas sua expressão se suaviza como se estivesse prestes a me dar uma resposta já decorada.

Só que eu não quero uma resposta decorada.

— E, por favor, sem aquele discurso pronto que você dá aos jornalistas — acrescento, girando o vinho em minha taça. — Quero ouvir a verdade.
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