— Me fale sobre sua paixão — Ryan murmura próximo ao meu ouvido, sua voz envolvendo-me como um convite silencioso.Curiosamente, o fato de ele estar atrás de mim, sem me encarar diretamente, torna a conversa mais fácil.— Quer que eu fale sobre minha cozinha?Ele desliza os dedos pelos meus cabelos, deixando-os cair lentamente sobre meu ombro. Seu toque é casual, mas há algo de íntimo demais na forma como faz isso, como se estivesse mapeando cada reação minha.— Quero que me fale sobre o que faz seu coração vibrar.O que me faz vibrar mais do que tudo?Você.Mas é claro que não posso dizer isso.— Bom... — solto o ar lentamente, reunindo os pensamentos. — Minha paixão pela gastronomia começou há muito tempo. Sempre admirei os grandes chefs, a criatividade deles. O desafio constante de inovar, de buscar a perfeição.Ryan me observa com atenção, seus olhos escuros refletindo a luz suave do ambiente.— O que mais gosto na cozinha é que estou sempre aprendendo. Sempre há algo novo a desc
Os olhos dele não me deixam escapar. Fixos, intensos, carregados de promessas não ditas. É um olhar que me consome, queima minha pele sem ao menos precisar me tocar. Então, ele move os braços devagar, os dedos deslizando pela barra da camisa antes de puxá-la para fora do corpo. E eu perco o fôlego. Cada detalhe dele parece esculpido à perfeição — os ombros largos, o peitoral firme, a pele dourada sob a iluminação suave do quarto. Seus músculos se contraem com cada movimento, a linha da calça baixa o suficiente para expor aquela curva perigosa no quadril. Meu olhar desliza por ele como se estivesse faminta. E talvez eu esteja. Ele é a definição do proibido. Do desejo absoluto. E eu o quero com um desespero avassalador. — Vejamos... — Sua voz baixa desliza até mim como um sussurro carregado de intenções. — O que temos aqui para satisfazer a senhorita...? Seu sorriso é pura provocação, um deleite cruel que faz meu ventre se apertar. Eu rio, tentando dissipar a tensão sufoc
A tarde segue movimentada no shopping, com luzes cintilantes refletindo nas vitrines e uma multidão fluindo em meio às lojas de grifes. O aroma adocicado de café recém-passado se mistura ao perfume de lojas de luxo, criando um cenário que deveria ser o foco da minha atenção. Mas minha mente está longe.Desde ontem à noite, desde que me despedi dele.Ryan Carter. Meu corpo ainda carrega a lembrança do seu toque, do seu cheiro, da forma como sua voz grave deslizou contra minha pele antes de sussurrar ordens que eu jamais desobedeceria. Me separei dele no fim da tarde de ontem, mas ele continua impregnado em mim, como um vício sem cura.Por mais que eu tentasse me distrair, a verdade era simples: eu queria mais. Muito mais.Mas Ryan não estava disponível hoje. E eu sabia que teria que aceitar isso se quisesse que essa relação fosse minimamente funcional. Ele é um homem ocupado. CEO, empresário, bilionário. Não posso esperar que esteja sempre ao meu dispor.Ainda assim, a abstinência é cr
Ryan não apareceu o dia todo. E eu senti. Não deveria, mas senti. Cada hora arrastada sem sua presença foi uma agonia silenciosa, um peso invisível no peito. Agora, enquanto organizo meus pertences e observo a cidade que se transforma sob a escuridão crescente, percebo o quanto minha mente permaneceu inquieta, esperando por algo.Por ele.No hall, uma fresta de luz escapa do escritório do CEO, projetando sombras alongadas pelo chão de mármore. Meu coração tropeça no peito. As lembranças da última vez que estivemos ali voltam com força, e um calor perigoso percorre minha pele.Antes de entrar, hesito.Mas a curiosidade – ou talvez algo mais forte – me impulsiona.Quando empurro a porta, encontro Ryan sentado, absorto diante do brilho da tela do computador. A luz amarelada de um abajur esculpe sombras sobre seu rosto, destacando seus traços afiados, o contorno da mandíbula firme.Seus olhos me encontram.O choque da conexão é imediato, como se fios invisíveis nos prendessem no instante
O tempo passou voando. Já são onze e meia, e a festa do escritório chegou ao fim. A música já parou, as conversas começam a murchar, mas eu ainda não estou pronta para que a noite termine. Guardo meu celular de volta no bolso e me viro para Lisa, que me observa com aquele brilho malicioso nos olhos, quase como se estivesse esperando por uma desculpa para continuar a diversão.— Você está pronta para a parte dois dessa noite louca? — Ela pergunta, o sorriso já denunciando que tem algo ótimo em mente.— Eu nasci pronta! Eu poderia festejar a noite toda... bem, mais ou menos. — Respondo, tentando esconder o cansaço que começa a surgir, mas sem querer perder o ritmo.— Essa é a atitude! Mas vamos ser sensatas, né? Temos trabalho amanhã, lembra? — Ela dá uma olhada rápida ao redor, como se estivesse conferindo se a diversão ainda está nos eixos. — E cadê o Matt?— Vocês não vão embora sem o melhor do grupo, né? — Matt aparece no final do corredor, com um sorriso convencido nos lábios.Fala
Minha palma encontra algo firme, quente. Os músculos sob meus dedos são rígidos, mas há uma certa maciez na textura da camisa bem alinhada. Pelo formato, acho que estou segurando o ombro dele. Ou talvez o peitoral? Meu cérebro, ainda confuso pelo escuro repentino, não tem certeza.Antes que eu consiga processar, sinto uma pressão sutil em meu antebraço. Ele me segurou de volta, a mão grande envolvendo minha pele com firmeza, mas sem agressividade. Apenas o suficiente para me manter estável.A tensão no elevador é quase palpável. O espaço já era pequeno, mas agora, com a cabine mergulhada na escuridão, a proximidade entre nós se torna ainda mais intensa. Meu coração martela contra as costelas, o sangue latejando em minhas têmporas.Por que eu não olhei direito para ele antes? Agora estou presa no escuro com um completo estranho... e não faço ideia de como ele é.— Está tudo bem? — A voz dele corta a escuridão, profunda e tranquila.— Bem... isso não é exatamente reconfortante, né? — Te
No dia seguinte, estou sentada no cubículo, a luz fluorescente iluminando as pilhas de papéis que se empilham sobre a mesa. Matt está ao meu lado, com os olhos fixos na tela do computador enquanto tentamos avançar em um arquivo designado pelo nosso gerente, Gabriel Simons. Já estamos há dias trabalhando nisso, e o prazo que nos foi dado para entregar o projeto parece apertado, quase sufocante.— Não sei... eu realmente acho que não vamos terminar o projeto da Nova Escola a tempo — meu parceiro solta uma reclamação, passando a mão pela testa em frustração. — Vai ser quase impossível dar conta disso tudo até o final da semana.Olho para a tela, meus dedos voando sobre o teclado enquanto tento processar as informações que ele me passou.— Nós vamos dar um jeito — respondo, tentando manter a calma. — E pense nisso, por nossa causa, escolas e universidades gigantes vão poder dizer que estão utilizando energia renovável. Já pensou? Nosso trabalho pode mudar o futuro de muitas instituições!
Quando chego em casa, largo minha bolsa no sofá e solto um suspiro longo. O dia foi cansativo, mas minha mente não está exatamente no trabalho. Desde o momento em que deixei o escritório, só consigo pensar no homem do elevador. O mistério em torno dele me atormenta como um enigma que preciso desesperadamente resolver.Sacudo a cabeça, tentando afastar a lembrança de seu toque, e pego meu laptop. Antes que Matt e Lisa cheguem, quero interagir com meus seguidores.Hoje, "Pequenas Delícias da Kat" recebeu centenas de visitas. Sempre fico animada em ver tanta gente interessada nas minhas receitas. Desde que publiquei a resenha do "bolo de aniversário perfeito", minha pequena comunidade culinária só cresceu, e faço questão de responder a cada comentário.Maduh09: "Esse prato é um verdadeiro afrodisíaco! Você precisa me contar de onde tirou essa inspiração!"Meu dedo paira sobre o teclado, e um som de arranhar me distrai. Olho para o lado e vejo Candy, minha hamster, escalando a grade da ga