Capítulo 0004
Stéfanie tinha a sensação de que estava mergulhada em um poço de gelo e desespero, sem conseguir se libertar. Suas mãos estavam agarradas à janela e suas unhas estavam escorrendo sangue. Ela olhou para Carolina de forma suplicante, dizendo:

- Irmã, eu te imploro, por favor, me deixe ir, deixe a minha criança em paz. Nós iremos embora para longe, nunca mais voltaremos...

No entanto, os seguranças começaram a forçar as mãos de Stéfanie, que estavam agarradas firmemente à beirada da janela. Eles torceram seus dedos até que os ossos de Stéfanie se deformassem, causando uma dor dilacerante em seu coração.

Finalmente, Stéfanie foi vencida e arrastada para longe, mas ela não podia deixar isso acontecer!

Ela se debateu e se ajoelhou pesadamente na frente de Carolina:

- Irmã, por favor, eu me divorciarei do Douglas, já escrevi os papéis do divórcio à mão, não quero nada, por favor, me solte, me deixe ir!

- Aiai, para que isso? - Carolina olhou para ela com os olhos baixos e suspirou balançando a cabeça, ela parecia tão arrependida de si mesma e sua voz era tão perversamente doce. - Sté, não fique assim, a irmã realmente queria dar uma saída para você e seu bebê, mas todas as mães são egoístas. Meu bebê, ele quer o favor exclusivo do papai. E Dougie, ele também disse que meu bebê, e eu, merecemos ser o primeiro e único dele.

Dito isso, Carolina perdeu a paciência e ordenou friamente:

- Levem-na ao hospital e faça a remoção do bebê.

Stéfanie estava sentindo um frio de doer os ossos, ela estava com muito ódio neste momento.

Ela odiava Carolina, e odiava Douglas ainda mais!

Ele realmente ia transformar os filhos dela em carne moída!

Ele era desumano, por que ela havia se apaixonado por um demônio desses?

Ela se debateu, rugiu e gritou, mas os guarda-costas continuaram impassíveis. No fim, ela foi empurrada para dentro do carro.

Carolina veio atrás deles, ordenando:

- Certifiquem-se de ficar de olho nela, ou o Sr. Douglas vai acabar com vocês.

- Sim! - Responderam os guarda-costas, mas, naquele momento, o carro atrás deles deu partida e acelerou.

Foi Stéfanie, que havia ficado sozinha no banco de trás, quem escalou para o banco do motorista e fugiu com o carro.

No momento em que o carro saiu em disparada, outro carro veio na direção oposta.

As luzes se cruzaram e, na luz branca e ofuscante, Stéfanie viu o rosto bonito do homem naquele carro, tão gelado a ponto de arrepiar os ossos.

- Stéfanie! - Ele berrou com raiva, na escuridão silenciosa da noite.

Em seguida, o carro deu uma guinada brusca e correu em perseguição ao carro da frente.

A chuva era torrencial e Stéfanie não parava de pisar no acelerador!

- Não tenha medo, meus bebês, a mamãe vai te proteger!

As lágrimas embaçaram sua visão. O carro atrás dela estava diminuindo a distância. De repente, uma luz brilhante veio da direção oposta, e Stéfanie virou bruscamente o volante.

Com um grande som de batida e de explosão, o carro bateu na cerca da ponte. Em chamas, ele mergulhou no rio frio.

Stéfanie fechou os olhos, com lágrimas rolando pelos cantos dos olhos.

- Bebês, me desculpem, mamãe é inútil, não consegui proteger vocês.

Antes de cair no rio, ela pensou em ter ouvido o berro de desespero daquele homem, mas devia ter ouvido errado.

Se ela ainda sobrevivesse, jamais o amaria novamente!

...

Cinco anos depois, Aeroporto da Cidade de Sinara.

Vestindo um sobretudo preto e com uma figura esguia, a mulher saiu do portão de desembarque. Ela tinha cabelos negros e ondulados, pele branca e lábios vermelhos. Mesmo usando óculos escuros, que escondiam parte de seu rosto, era possível perceber que ela era uma mulher deslumbrante. Sua elegância e frieza atraíram a atenção das pessoas, fazendo com que muitos voltassem a cabeça para olhá-la novamente.

- Gata, esta é a sua carteira?

Atrás dela, uma bela voz masculina soou e Stéfanie virou a cabeça para ver um homem alto e magro.

Para ser mais exata, era um rapaz grande, de dezessete ou dezoito anos. Ele tinha uma aparência limpa e fresca, com cabelos curtos e negros. Seus traços faciais eram delicados, transmitindo um ar de charme e juventude. Um brinco de diamante negro em sua orelha direita não apenas não prejudicava sua imagem limpa, mas o tornava ainda mais jovem e distinto.

Ele tinha um sorriso no rosto, enquanto olhava fixamente para ela com olhos de cachorro, límpidos e transparentes, revelando suas intenções sem qualquer disfarce.
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