Capítulo 07

O dia seguinte ao episódio na casa do Apolo se arrastou, eu como sempre estava sozinha em casa, minha mãe mais uma vez pegou um turno dobrado, e as férias já estavam a uma semana de terminar, resolvi que nessa última semana eu não iria para a casa da tia Cássia, afinal, diferente do que aquela vaca falou eu tenho sim uma casa, e no mais também prefiro evitar ao máximo ter que lidar com o Apolo.

Ouvi várias vezes a campainha aqui de casa tocar, e como eu sei bem quem é resolvi não atender em nenhuma delas. O Apolo sempre teve a liberdade de entrar e sair da minha casa, mas dessa vez eu tranquei a porta e fechei as janelas como se não tivesse ninguém. Ele me mandou várias mensagens e eu ignorei todas.

No outro dia mais uma vez ouvi a campainha tocar, e como novamente estava sozinha eu apenas ignorei, continuei me fingindo de morta, não atendia ligações, não atendia a porta, não respondia mensagens, nada!

O terceiro dia amanheceu chovendo, o céu estava cinza e a chuva caia sem parar, olhei pela janela do meu quarto e pensei em tudo que eu poderia fazer em um dia como esse, a primeira opção claro era ler, mas o meu livro ficou na casa do Apolo, então decidi ver tv., estava trocando de roupa e colocando um pijama de calça e camiseta quando ouvi alguém gritar da minha porta!

- Luizaaa – eu poderia reconhecer aquela voz a quilômetros de distância. – Luizaaaaa – Apolo ainda estava gritando e sua voz rouca estava ainda mais rouca que o normal. Desci as escadas correndo e olhei pela cortina da minha janela, e lá estava ele, debaixo de toda aquela chuva, parado e me chamando sem parar, sem pensar duas vezes e corri até a porta e abri.

- Você está ficando louco Apolo? – Falei fazendo sinal para ele entrar, ele estava com os braços cruzados frente ao corpo e vi nele um olhar de alivio quando me viu abrindo a porta, mas em seguida esse olhar se transformou em raiva. Ele seguiu até aporta e entrou na sala batendo a porta atrás dele.

- Que porra é essa que você está fazendo Luiza? – A voz dele estava fria e irritada, dei um passo para trás quando ele falou, essa é a primeira vez que vejo Apolo assim, a primeira vez que o Apolo fala assim comigo. – Está ficando doida porra? Não podia atender a porra do celular? Eu liguei várias vezes caralho! – Quanto mais ele falava mais eu me assustava, esse não era um Apolo que eu conhecia. – O que custava atender a desgraça do celular?

– Ele gritava e andava de um lado para o outro – você sabe quantas vezes eu vim aqui te procurar? Quantas vezes eu te liguei? – Ele começou a caminhar em minha direção enquanto gritava, eu estava assustada e quanto mais ele vinha em minha direção mais eu recuava.

- Apolo? – Minha voz estava tremula, meus olhos estavam cheios de lagrimas, e eu via a hora que eu ia começar a chorar, mas isso não o deteve!

- Cala a boca porra! Você vai ficar calada! – Eu me afastei o máximo que podia até que bati minhas costas na parede, eu não tinha mais para onde correr, e eu estava apavorada. Apolo continuava vindo em minha direção. – Você tem ideia da merda que você fez Luíza? Hâ? Você sabe a merda que você fez caralho? – Ele parou em minha frente, mas isso não fez ele diminuir o tom de voz. A minha vontade era de sair correndo dali!

- Apolo, por favor? Por favor acalma, vamos conversar? – Minha voz parecia mais um choro que tudo, eu não sabia o que fazer, não sabia o que falar – Por favor Apolo, vamos conversar? – Levantei minhas mãos até o peito dele, mas isso pareceu o deixar ainda mais furioso. Os olhos dele pareciam me congelar e eu sentia o meu corpo todo tremer. – Apolo me escuta? Eu não sei o que eu fiz, me deixa explicar, eu não sei o que você acha que eu fiz mais eu não fiz nada Apolo, por favor me ouve, eu não fiz nada!

- Você tem coragem de dizer isso? Você tem coragem de me olhar nos olhos Luíza e me dizer que não sabe o que você fez? – Fiz um sinal negativo com a cabeça e isso fez seus olhos pegarem fogo! – Achei que éramos amigos! – Ele segurou meus pulsos e me prensou contra a parede. – Achei que a gente era tudo um para o outro! – Quanto mais ele falava mais eu ficava perdida e mais ele me apertava contra a parede.

- Então fala porra – em um instante de coragem gritei com ele de volta, eu não sabia de onde ela vinha, mas eu ia usar a meu favor, eu não aguentava aquela situação, eu nunca tinha falado assim com ninguém na minha vida, e nunca pensei que o Apolo seria esse alguém! – Fala logo Apolo! Fala logo o que eu fiz?

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