Capítulo 05

- Falando sozinha pequeno pônei? – O Apolo estava parado atrás da porta e me encarava de um jeito estranho, ele me olhava como nunca havia feito antes, e um arrepio passou por todo o meu corpo. Ele estava com uma regata branca, as mãos nos bolsos da calça de moletom, o seu cabelo preto estava todo bagunçado e os olhos dele estavam fixos nos meus.

Eu engoli em seco, a temperatura que antes estava agradável agora parecia subir de repente muito rápido.

- Que, que susto menino! – Por que eu estava gaguejando? – Quer me matar do coração? – Dei um tapa no peito dele e ele segurou minha mão. – Você está engraçadinho Apolo, agora para de fazer graça. – Ele não se moveu e continuo pressionando minha mão contra seu peito. Vai mesmo ficar me segurando agora Apolo? Aposto que você está querendo me irritar. – Ele continuou segurando minha mão e me encarando em silencio, o jeito como ele me olhava parecia que iria me atravessar, ele me deu um meio sorriso, levantou uma das mãos e passou pelo meu cabelo que estava solto.

- Sabe pequeno pônei – ele agora falava encarando meus cabelos, mas sem soltar minha mão, eu conseguia sentir o coração dele bater rápido e forte, e por algum motivo acho que o meu estava igual. – Sinto falta de ver você de tranças! – Eu havia parado de usar tranças aos treze anos quando não aguentava mais ser zoada na escola.

- Eu, eu não gosto mais. – Por deus, por que eu ainda estava gaguejando?

- Mas eu gosto! – Ele deu um passo à frente em minha direção. – Usa para mim?

- O que você está falando Apolo? – Eu dei um passo para trás e ele como em um reflexo deu dois passos à frente em minha direção, deixando seu corpo ainda mais próximo do meu.

- Sinto falta do seu cabelo trançado como sempre foi, como eu sempre gostei!

- Apolo? – Os olhos dele penetraram nos meus e quando me dei conta ele passou uma mão pela minha cintura me puxando contra seu corpo. – Apolo? Oque você está fazendo? – Tentei empurrar ele, mas quanto mais eu tentava mais ele me apertava. Eu nunca tinha imaginado que o Apolo, o meu Apolo seria tão forte. – Apolo, me fala, o que você está fazendo Apolo? – Ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha sem desviar os olhos dos meus, eu não entendia o que ele estava fazendo, nem o motivo por trás de tudo isso, eu na verdade não conseguia entender nem mesmo o que eu estava sentindo. Ele apertou a mão que estava na minha cintura, pressionou ainda mais o meu corpo contra o dele e eu pude sentir o calor da sua pele, nesse momento eu parei de revidar e apenas deixei que ele me conduzisse, o por que eu não sei, eu apenas deixei. Senti rua respiração quente na minha pele e instintivamente fechei meus olhos, senti ele deslizar sua outra mão até minha nuca e então... ouvimos a campainha tocar!

- Merda!

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