- Merda! – O Apolo falou assustado, e por algum motivo seu estava me sentindo decepcionada. Abri os olhos e o Apolo ainda me segurava enquanto me encarava. Ele seu um sorriso travesso para mim e só então reparei que eu estava mordendo meu lábio. – Isso não acaba aqui pequeno pônei! – Ele piscou para mim e então saiu, eu fiquei ali paralisada, sem reação, sem palavras. Esperei um tempo, tentei me recompor, os últimos minutos rodeando na minha cabeça.
- O que aconteceu aqui? – Ouvi alguns barulhos e voltei para a sala, Apolo estava parado em frente a porta sussurrando, e do lado de fora esperando para entrar ninguém menos que a Brenda! - Vamos lá amor, me deixa entrar, eu vim passar a tarde com você! – Ela falava com uma vozinha irritante, como se estivesse falando com uma criança e fazendo biquinho. - Não é hora Brenda! Vai embora! – Apolo falava baixo e firme como se quisesse expulsá-la dali a chutes. – Vai para casa! - Ai amor! – É sério isso? Ela está mesmo chamando ele de amor? – Vai mesmo me dispensar assim? Ontem à noite você não estava querendo que eu fosse embora. – Eu dei uns passos para trás e claro sendo tão desastrada tropecei e cai de bunda no chão. - Aí – gritei, Apolo olhou para trás e tomou um susto ao me ver, a Brenda me encarou com cara de nojo e se voltou para o Apolo. - Há então é por isso que está me dispensando? Essa daí está aqui ne? – Ela se virou para mim e disse – você não tem casa não? – Meus olhos se encheram de lagrimas, tentei me levantar e notei que torci o tornozelo. - Cala a boca Brenda! – Ele gritou com ela! Depois veio até mim e se abaixou na tentativa de me pegar no colo, mas eu o empurrei. - Me solta! – Eu gritei e ele me olhou assustado. - Deixa ela se vira amor, não sei por que você está perdendo seu tempo. – Ela ainda estava parada na porta. Ele a ignorou e mais uma vez tentou me ajudar. - Não me toca eu já disse! – Ele me encarava com olhar triste. - Me deixa te ajudar a sentar no sofá pelo menos? - Não! Vou embora para a minha casa! - Pequeno pônei, não vai, fica aqui eu vou cuidar do seu... - Já disse que vou para minha casa – eu o interrompi. – E meu nome é Luiza, para de me chamar assim Apolo! – Ele deu um passo para trás como se eu tivesse lhe dado um soco no estomago, eu me apoiei na parede próxima a mim e fiz força para me levantar, na segunda tentativa quando eu consegui sai mancando da casa em silencio, a Brenda deu um passo para o lado quando eu passei como se estivesse sentindo nojo de me encostar, eu apenas a ignorei e comecei a atravessar o quintal em direção a minha casa, senti que Apolo me observava e ei me sentia ainda mais patética. De longe ouvi Apolo grita de novo com a Brenda a mandando ir embora, e ouvi também ela bufando e saindo batendo pé. Segui meu caminho lentamente até minha casa, hoje e só por hoje eu agradeci pela primeira vez por estar sozinha.O dia seguinte ao episódio na casa do Apolo se arrastou, eu como sempre estava sozinha em casa, minha mãe mais uma vez pegou um turno dobrado, e as férias já estavam a uma semana de terminar, resolvi que nessa última semana eu não iria para a casa da tia Cássia, afinal, diferente do que aquela vaca falou eu tenho sim uma casa, e no mais também prefiro evitar ao máximo ter que lidar com o Apolo.Ouvi várias vezes a campainha aqui de casa tocar, e como eu sei bem quem é resolvi não atender em nenhuma delas. O Apolo sempre teve a liberdade de entrar e sair da minha casa, mas dessa vez eu tranquei a porta e fechei as janelas como se não tivesse ninguém. Ele me mandou várias mensagens e eu ignorei todas.No outro dia mais uma vez ouvi a campainha tocar, e como novamente estava sozinha eu apenas ignorei, continuei me fingindo de morta, não atendia ligações, não atendia a porta, não respondia mensagens, nada!O terceiro dia amanheceu chovendo, o céu estava cinza e a chuva caia sem parar, olh
- Então fala porra – em um instante de coragem gritei com ele de volta, eu não sabia de onde ela vinha, mas eu ia usar a meu favor, eu não aguentava aquela situação, eu nunca tinha falado assim com ninguém na minha vida, e nunca pensei que o Apolo seria esse alguém! – Fala logo Apolo! Fala logo o que eu fiz? – Ele me pressionou ainda mais contra a parede e aproximou o seu rosto do meu.- Você não vai sair da minha vida nunca! – A voz dele saiu como um rosnado. – Nunca!- Oque você está... – antes que eu pudesse terminar a frase ele me beijou. O beijo era cheio de raiva e ao mesmo tempo desejo, abri minha boca e deixei a língua dele tomar toda a minha boca, as mãos dele que estavam nos meus pulsos desceram até minha cintura e ele me levantou me pegando no colo, passei minhas pernas no corpo molhado dele sem soltar e meus braços passaram pelo seu pescoço. O beijo do Apolo era quente e cheio de urgência, ele caminhou em direção ao sofá sem me soltar, senti os dentes dele mordendo meu láb
- Então Luiza? Tem algo a me dizer? – Ela estava com os braços cruzados, me encarando. Eu não consigo me lembrar da última vez que tomei uma bronca da minha mãe, se é que isso já aconteceu.- Mãe eu queria te explicar! Juro que eu queria! – Isso era verdade, mas como eu ia explicar ela se nem eu estava entendendo? – Mas eu não sei nem o que te dizer, ele simplesmente chegou aqui como se fosse um furacão! Estava me acusando de abandoná-lo, gritando que eu não podia deixar ele, que era para eu ter contado...- Ai não! – Ela levou a mão na boca.- Aí não oque mãe? – Nunca nessa minha vida toda eu me senti tão perdida e confusa quanto hoje. – O que o Apolo descobriu?- Nada! – Ela falou enquanto começou a andar de um lado para o outro. – Não é nada!- como você está falando que não e nada mãe? Olha só o seu estado? Olha o estado que o Apolo estava? Eu quero saber o que está acontecendo! Eu tenho esse direito! – Hoje o dia estava mesmo difícil, essa foi a primeira vez na minha vida que lev
- Eu tenho câncer Luiza! – Meu coração pareceu parar de bater quando ouvi ela dizer isso, meus olhos se encheram de lagrimas no mesmo instante. Me virei em direção a ela e a observei, seu rosto estava realmente mais magro, ela parecia mais cansada e abatida, mas eu sempre pensei que era por conta de tantas horas trabalhadas, caminhei até ela devagar e me sentei ao seu lado, minhas mãos estavam tremulas, eu não sabia o que dizer então continuei em silencio, ela suspirou fundo, vi como ela também estava nervosa. – Eu também estou perdida filha, eu também não quero ir embora daqui eu juro que não queria, mas aqui não tem o tratamento que eu preciso e mesmo que tivesse o meu plano não iria cobrir. – Senti um pouco de decepção e desapontamento em sua voz, tanto tempo trabalhando em um único hospital, tantos anos se dedicando, e agora justo quando ela mais precisa eles não podem fazer nada para ajudá-la. – Desculpa filha, eu não sabia como te contar. - Onde? – Um milhão de questionamentos
Um dia antes da viagem.Acordei cedo hoje, na verdade eu nem posso dizer que cheguei a dormir, a ansiedade pela viagem, pela nova vida, e claro a tristeza pela despedida e pela doença da minha mãe, tudo isso ficou rondando minha cabeça a noite toda, fiquei pensando em como tudo pode acontecer em um tempo tão curto, minha vida estava simplesmente desmoronando, tudo que eu conhecia, tudo que eu sabia e tudo que era certo, tudo simplesmente acabou de uma hora para outra. Finalmente tudo estava embalado, minha mãe conseguiu uma casinha para a gente morar assim que chegarmos ao nosso destino, nosso novo lar, tudo estava encaminhado, como o imaginado nos não iriamos conseguir manter a nossa então depois de muita conversa entre mim e minha mãe decidimos vender a casa junto a dívida da hipoteca, não ia dar muito dinheiro por conta da hipoteca, mas, qualquer quantia no momento já iria nos ajudar, além de que iremos finalmente nos livrar da dívida que o meu pai fez. Eu estou a uma semana sem
- Aiii! Para seu idiota! – Eu gritava com o Apolo enquanto ele puxava minha trança e imitava um cavalo. Ele era um chato! Meu nome é Luiza, meus amigos me chamam de Lú, e o Apolo me chama de pequeno pônei, isso só por que ele é um dia mais velho que eu, um único dia e ele se acha muito mais velho e maduro que eu, ele sempre é um caso à parte. - Por que você grita tanto pequeno pônei? Nossa como você é barulhenta! - Para de me chamar assim seu chato! -Me respeita que eu sou mais velha que você poneizinha. – Ele ria enquanto ainda puxava minha trança! - Um dia! Você é mais velho que eu um único dia Apolo!! – Nos dois tínhamos oito anos, o Apolo era um garotinho baixinho, mais baixo que eu, aliás, gordinho, seu cabelo era totalmente negro, seus olhos eram um tom azul gelo e a pele era tão branca que só de encostar de leve nele ele já ficava todo marcado. - Não importa pequeno pônei! Eu sou mais velho e para mim é isso que importa! – Minha vontade era de dar um soco na cara dele. –
Três anos se passaram.Estou em frente ao espelho me encarando por um bom tempo já, é incrível como o tempo passa rápido né!? Hoje é o aniversário de 11 anos do Apolo, ou seja, amanhã é o meu. Estou na casa da tia cássia e do Apolo como sempre, minha mãe é enfermeira, e desde quando meu pai foi embora e nós abandonou, quando eu tinha dois anos de idade, minha mãe teve que arcar com todas as despesas sozinha, e para ajudar o desgraçado não se contentou apenas em abandonar a família sozinha, ele também perdeu todas as nossa economias em jogos de azar, além de ter hipotecado a nossa casa! Com isso minha mãe não teve escolha, ela teve que começar a trabalhar dobrado, pegando plantão extra um atrás do outro, sem parar! Por sorte ela sempre teve a vizinha, que vendo de perto toda a situação começou a apoiar e ajudar cada vez a minha mãe se tornando sua melhor amiga e também a minha baba!A dona Cássia me deu um vestido azul marinho, cheio de pequenas estrelas brancas que combinava com meu t
- Ei! – Não fala assim com ela! O Apolo gritou-me defendendo, e eu até parei no meio do caminho surpresa. – Só eu posso mexer com o meu pequeno pônei! – Todos começaram a rir de mim.- Aff!! Cala a boca Apolo! – Falei revirando os olhos e ele riu piscando um olho para mim, realmente seria impossível o Apolo me defender! Não seria ele! Logo ele voltou a conversar com a chata da Brenda que depois da resposta dele não tirou um sorriso do canto da boca. Apolo além de ser chato era bem sociável, acho que pra crianças extrovertidas como ele isso é bem comum.Rodeei a sala, comprimente um ou outro, essas crianças estudam comigo e com o Apolo, mas enquanto ele é sociável e extrovertido eu sou completamente o contrário, então fui para a cozinha ajudar a tia Cássia com os lanches. O restante da festa ocorreu bem, logo após os parabéns me juntei com as outras crianças para brincar de pique esconde, e logico oque com a minha sorte eu fiquei no pique!Eu acabei achando todas as crianças bem rápido