Pode até parecer prepotência, mas é dessa forma que conduzo a minha empresa.Li os e-mails em que ela enviou e em um deles havia um número, ela pedia que eu ligasse com urgência assim que tivesse lido o e-mail.Pensei muito se deveria ou não ligar, mas precisava dá um, basta nisso. Pego meu celular do bolso e disco o número que a senhora Vera Lúcia pediu para ligar. A ligação chamou por três vezes antes de uma mulher atender com a voz aparentemente cansada.— Alô?— Aqui quem está falando é Edward King, estou falando com a senhora Vera Lúcia?— Senhor Edward? Meu Deus! Não acredito que seja o senhor. — A mulher começou a chorar do outro lado da linha e eu não a entendia mais.Ainda que ela estivesse chorando, a felicidade era nítida na voz da senhora. Isso me fez ficar envergonhado por acabar com a felicidade dela.— Por favor, senhora Vera, não quero ser insensível, mas eu pedir à senhora para parar com a insistência, minha secretária não para de mandar recados da senhora, fora os e
— Senhora Vera, farei uma visita ao seu filho na terça-feira pela manhã. Ele ainda está no mesmo presídio? — Perguntei sem desviar os meus olhos da mulher a minha frente, ela também não desviou e ficou travando uma batalha de olhares comigo. Esforçando-me consideravelmente, foquei na resposta da senhora. — Está, sim, senhor! — Uma conversa apenas. — Volto a avisar. Odeio criar expectativas falsas em alguém. Primeiro pretendo estudar o caso, dependendo do que eu achar, se houver algum erro, não hesitarei em aceitar o caso. Se não houver erros na investigação, ainda quero saber a história do rapaz, poucos conseguem esconder a verdade em seus olhares. — Eu entendo! — Ela diz com o tom moderado, mas ainda feliz. — Boa noite! Senhora Vera, voltamos a conversar na terça-feira. — Certo, Senhor Edward. Meu marido Carlos está agradecendo, ainda que o senhor não aceite, somos gratos por disponibilizar um pouco de seu tempo. — Disponha! Na terça após a minha reunião com seu filh
Quero ver aquela mulher do quarto, aquela que não aceita desaforos. — Estou dizendo que você é um mistério. — Pensa que sou idiota? — Seu tom saiu rude. — Que eu saiba, o significado de obtusa ainda continua o mesmo. Nós nem nos conhecemos e o senhor diz que sou rude, estúpida e com uma inteligência… — Eu disse que sua resposta é obtusa, não falei de você. Como você disse: não te conheço! — Ótimo, agora não sei nem interpretar um texto. — Mas… O quê? — Olho para ela confuso, enquanto a mesma sorria para mim. Foi rápido, mas ouve um sorriso. O tiro saiu pela culatra? Acreditei que eu estivesse no comando de nossa conversa, mas pelo que vejo não estou no controle de nada. A minha vontade era beijar essa boca gostosa dela, mas provocar ela está sendo ótimo também. Ninguém deveria ser linda assim, mas não deveria mesmo! Sorriu com irônia para disfarçar meu embaraço, algo que meus próprios pensamentos causaram. Ela disfaz o sorriso e franze as sobrancelhas aparentando pre
— Bea? Bea? — Seu jeito e olhar mudam na hora. — Oi, preto? — O menino senta em seu colo e a abraça com carinho. Fico observando a cena até os rapazes retornar, algo que não demorou muito. — Edw, Paulo está me dizendo que estou falando muito bem o português. — Revirei meus olhos e observei meu corpo de Whisky intocado. — Eu também já te falei isso. — Esclareço fechando a tampa de meu notebook olhando em sua direção. — Você não conta muito, está aprendendo tanto quanto eu. Ah! Idiota! — Estou muito mais adiantando que você, Felipe… Márcia? — Senhor? — Mais pedras de gelo, por favor! __ Sim, senhor Edward. — O senhor é o novo chefe de minha, mana? — Olho para o garoto e ele me fitava com curiosidade. — Sim, sou eu! Edward. — Estendo a minha mão direita para ele, ele desce do colo de Ana Beatriz e se prostra a minha frente — Você é? — Levi… Agradeço! — Emendou com um largo sorriso. Ele parece feliz... Diferente da irmã. — Pelo quê? — Márcia chega e coloca t
— E o senhor? — Ele fitou Felipe. — O que te irrita no senhor Edward? — Felipe me encarou rindo. — O jeito que ele gira o whisky com os cubos de gelo batendo no lado do copo, isso sim, me deixa louco. — Ergo minhas sobrancelhas ao receber vários olhares em minha direção. Naquele momento eu fazia isso, girava meu Whisky e as pedras de gelo faziam um barulho irritante ao bater no copo de vidro. — É só não olhar! — Difícil! Você só faz isso quando não quer beber, então por favor, larga esse copo. — Ele pediu em inglês e todos nos encararam confusos. — Eles estão brigando, Bea? — Não, preto, apenas conversando. — Senhor Edward, o que te irrita no senhor Felipe? — Levi perguntou-me. — Tantas coisas!— Idiota! — Felipe resmungou.— Seja mais…— Claro? — Completei por ele e o mesmo assentiu. — O que me irrita mais em Felipe é o seu jeito de ficar se intrometendo em minha vida… Ele é ótimo nisso, não é Felipe? — Eu não queria, mas acabei deixando um clima bem estranho no ambient
O cara é um grosso, isso sim, mas, ainda assim tenho interesse nele. Isso é loucura! O senhor Edward faz questão de deixar um clima ruim no ambiente e não liga para isso. Fico feliz de ele não ter distratado meu pretinho, ou ele ouviria poucas e boas de mim. Nem sei o porque ainda sinto atração por... Tudo bem, talvez eu saiba, só não quero admitir isso nem mesmo em pensamento. Havia tanta coisa que desconhecia a seu respeito, coisas que pensei erradamente... Ou não! Irei com calma, não criarei nenhuma expectativa em nada. Eu sempre confiei em meus instintos quando se trata de pessoas. Os meus dizem que o senhor Edward é uma boa pessoa, ainda que prefira ser um grosso e irritante na maior parte do tempo. Constatei isso com as patadas que ele sempre dá no amigo, por mais que o senhor Felipe não colabore muito. Acredito que só porque eu o ache uma boa pessoa eu não voltei para casa, mas naquele momento que ele informou seu pensamento em me mandar de volta no primeiro avião, eu
Tentei andar em direção aos dois, mas fui impedida por Levi que grudou em minha cintura e não andava de jeito nenhum. Foi então que notei que ele dormia. Merda, era para eu acordar ele direito, agora será complicado. Suspirando pesadamente, tirei a mochila dele e coloquei em meu ombro, quando estava tirando os braços de Levi de minha cintura para carregar ele, a voz grave do senhor Edward me fez parar, me assustando. Porra de voz gostosa. Toda vez que esse cara fala eu me assusto... Eu preciso parar com isso o mais rápido possível. — O que está fazendo? — Carregarei ele. — Porque se ele sabe andar? — Não é óbvio? — O questionei com ironia. — Não está vendo que ele está dormindo? — Perguntei com toda calma. Novamente ele está sendo grosseiro e a minha vontade é “soltar” os cachorros nele. Mas eu preciso do emprego. Reflito escondendo a minha irritação. — Acorde-o! — Ele está exausto, eu poderia gritar no ouvido dele que ele não acordaria... Agora, se não se importa senhor Ed
Assim que o elevador se abriu minha boca quase caiu ao chão. A gente não havia entrado em um corredor, ou algo parecido, mas sim diretamente dentro do seu apartamento, que de cara me pareceu mais uma mansão. — Lindo o seu apartamento, senhor. — Comentei não disfarçando a minha admiração. — Não precisa me chamar senhor o tempo todo, Ana Beatriz, não ligo para formalidades. — Também não ligo para formalidades. — Não entendi! — Parando de andar, ele me encarou. — Pode me chamar de Beatriz, Bea, ou Ana se preferir. — Prefiro te chamar de Ana Beatriz. — Por que? — Porque quero, Ana Beatriz! Agora chega esse assunto. Grosso! Desde que saímos do avião ele está hostil, frio e grosseiro comigo. Chega dá raiva! — Tudo bem! — Respondi com o tom baixo e cansado. Ele me encarou por mais alguns instantes até voltar a andar novamente. Eu fazia um grande esforço para não olhar a bunda dele, o cara tem uma bunda que da vontade de pegar. Será que ele sabe disso? Balanço minha cabeça em