Tentei andar em direção aos dois, mas fui impedida por Levi que grudou em minha cintura e não andava de jeito nenhum. Foi então que notei que ele dormia. Merda, era para eu acordar ele direito, agora será complicado. Suspirando pesadamente, tirei a mochila dele e coloquei em meu ombro, quando estava tirando os braços de Levi de minha cintura para carregar ele, a voz grave do senhor Edward me fez parar, me assustando. Porra de voz gostosa. Toda vez que esse cara fala eu me assusto... Eu preciso parar com isso o mais rápido possível. — O que está fazendo? — Carregarei ele. — Porque se ele sabe andar? — Não é óbvio? — O questionei com ironia. — Não está vendo que ele está dormindo? — Perguntei com toda calma. Novamente ele está sendo grosseiro e a minha vontade é “soltar” os cachorros nele. Mas eu preciso do emprego. Reflito escondendo a minha irritação. — Acorde-o! — Ele está exausto, eu poderia gritar no ouvido dele que ele não acordaria... Agora, se não se importa senhor Ed
Assim que o elevador se abriu minha boca quase caiu ao chão. A gente não havia entrado em um corredor, ou algo parecido, mas sim diretamente dentro do seu apartamento, que de cara me pareceu mais uma mansão. — Lindo o seu apartamento, senhor. — Comentei não disfarçando a minha admiração. — Não precisa me chamar senhor o tempo todo, Ana Beatriz, não ligo para formalidades. — Também não ligo para formalidades. — Não entendi! — Parando de andar, ele me encarou. — Pode me chamar de Beatriz, Bea, ou Ana se preferir. — Prefiro te chamar de Ana Beatriz. — Por que? — Porque quero, Ana Beatriz! Agora chega esse assunto. Grosso! Desde que saímos do avião ele está hostil, frio e grosseiro comigo. Chega dá raiva! — Tudo bem! — Respondi com o tom baixo e cansado. Ele me encarou por mais alguns instantes até voltar a andar novamente. Eu fazia um grande esforço para não olhar a bunda dele, o cara tem uma bunda que da vontade de pegar. Será que ele sabe disso? Balanço minha cabeça em
— Isso aqui, esse quarto. — Digo exasperada me aproximando de Levi, tirando o seu tênis e o cobrindo com a coberta quentinha e macia da cama. — Sou a sua empregada. O que as pessoas vão dizer quando ver que estou em um quarto de hóspede seu? Meu Deus! O que seus amigos vão achar?— Primeiro, não me importo com a opinião dessas pessoas que você está pensando. Segundo, meu único amigo é o Felipe e a ideia foi dele de vocês ocuparem o quarto de hóspede. Terceiro, a casa é minha e como eu havia falado a pouco, eu faço o que quero com ela.— Mas...— Sem mais Ana Beatriz, já chega desse assunto! Boa noite!— Espere... — Ele me olhou zangado e eu quase engasguei com minha própria saliva. — Es... Está com fome? Quer que eu prepare algo para vocês comerem?Seu olhar ficou mais intenso mudando de zangado para um olhar que eu não entendia.Esse homem me confunde.— Não precisa, a menos que você esteja com fome. — Nego com a cabeça.Estou tão exausta que a última coisa que estou pensando é em co
Saiu do quarto e Felipe ainda estava a minha espera. O caminho até a mesa foi rápido, praticamente corremos até a sala de jantar, que não ficava muito longe da cozinha. Qual foi a nossa surpresa ao encontrar a mesa abarrotada de comida? Meu estômago logo deu sinal de vida. Havia coisas na mesa que eu não sabia nem pronunciar os nomes, mas era certo que eu comeria. — Falei a você que Beatriz seria um achado. — Felipe comentou sentando na cadeira e eu o imito sentando na outra extremidade, em frente a ele. — Você fala isso para todos que te dão comida. — Retruquei e ele parou de abarrotar o seu prato e me encarou com aparente ofensa. — Não seja cretino, Edw... — Volta a encarar o seu prato. — Do jeito que você está falando é como se todos os lugares que eu fosse as pessoas me dessem comida. — E não é? — Peguei a xícara a minha frente e me sirvo uma generosa quantidade de café. — Café? — Perguntei. — Claro! — Ele me entregou a sua xícara e eu a preenchi. — É mentira, você es
— O que está fazendo Ana Beatriz? — A questionei com o tom zangado, levantando, caminhando até ela e tirando o cesto de suas mãos. — Eu que pergunto, senhor, pode largar o cesto, por favor? — Ela parecia estar brava comigo, eu querendo ajudá-la. Ingrata! — Não, não largarei! — Oxe, por quê? — Seu tom saiu indignado a deixando mais linda ainda. — Olha o tamanho desse cesto para o seu tamanho, Ana Beatriz, você bem não começou e já quer se acidentar? — Isso para mim, é nada, senhor. — Debocha. — Já carreguei cestos de roupas maiores. — Sua resposta sincera e ousada me deixou surpreso. Fez-me imaginar como um alguém tão pequeno consegue carregar algo pesado, como o cesto de roupa está. — Para onde você vai com isso? — Isso são lençóis. — Respondi com ironia e a minha vontade era beijar a boca atrevida dela, naquele momento. — Deixaria no quarto onde estou, até perguntar o local que posso colocar. — Os lençóis ficam na lavanderia, não reparou que tem um enorme armário?
— Eu que peço desculpa, isso não se repetirá... Eu acho. Para mim a altura de Ana Beatriz é perfeita... Ela é tão linda que parece uma boneca em tamanho real. — Eu... Agradeço, senhor Edward. — Ergui minhas sobrancelhas não entendendo o porque ela me agradecia. — Mas, só um banquinho seria o suficiente. — Ela dá, um riso contido, com o olhar constrangido pegou o pacote de cereal de minhas mãos. — Agradeço por isso também. — Diz e se afasta. Fuck, essa mulher é linda demais. Novamente senti meu sangue rugir em minhas veias, fazendo questão de se concentrar em minha virilha. Parecia até tortura, como se me presenteassem com algo, mas eu não posso tocar e nem fazer nada. Isso me enraivece. Eu tentava não pensar safadeza perto dela, mas é difícil não lembrar de nós dois naquele quarto, ou imaginar o que podemos fazer nessa bancada da cozinha. Eu me odeio por esses pensamentos, mas ainda assim não consigo desligar. Balançando a cabeça em negativo tomo a palavra outra vez.
O café nunca foi tão divertido.Antes eu só comia na bancada da cozinha apenas quando pedia comida. Assim que Felipe vem para o Brasil, eu faço café, colocamos nos copos térmicos e saímos para o trabalho, no almoço e jantar comemos fora.Hoje Ana Beatriz nos deu um motivo para usar a mesa da sala de jantar e admito que apreciei cada momento. Com Felipe fazendo palhaçadas para Levi e me provocando, como ele costuma fazer.Não seria o mesmo Felipe que conheço.Nós três comemos tanto que foi necessário um tempo sentados na sala de estar. Usando as palavras de Levi: para aliviar o estômago cheio.Assistimos um pouco de TV, algo que não faço com frequência. A TV mais se assemelhava como um adorno da sala de cinema, que ficava ao lado da sala de estar. Mas, Levi também nos deu um motivo para usá-la pela primeira vez.Durante o dia eu não vi mais Ana Beatriz e agradeci por isso. Essa história de esquecer não está dando nada certo, ainda tenho pensado no que fazer para não ficar tombando com
— Não, mas logo resolverei isso. — Resolva isso na segunda-feira também, a Luiza vai te ajudar. — Mas… — Sem mais! Enquanto a segunda-feira não chega, vou separar algumas roupas de frio para você e seu irmão em meu closet. É certo que minhas roupas vão ficar muito grandes nos dois, mas ajudará por enquanto. — Senhor, não posso fazer isso. — Por que não? — Ela faz menção de falar e eu a impeço. — Não me venha com a mesma história de que isso é errado. — Ela arregalou os olhos deixando claro o que ela falaria. — Eu preciso que você pare de sempre rebater as minhas ordens, isso para mim, é errado. — Ela abaixou a cabeça envergonhada e a minha vontade é abraçá-la e dizer que não me importo e nunca me importei com futilidades. Para ser sincero, eu não entendo esse modo de Ana Beatriz pensar. Chega a ser frustrante. — Tudo bem, senhor Edward, pararei com isso. — Hum, sei! — Ela não respondeu a minha alfinetada, olhou em todas as direções, menos para mim. — Notei que a sala de esta