— O que está fazendo Ana Beatriz? — A questionei com o tom zangado, levantando, caminhando até ela e tirando o cesto de suas mãos. — Eu que pergunto, senhor, pode largar o cesto, por favor? — Ela parecia estar brava comigo, eu querendo ajudá-la. Ingrata! — Não, não largarei! — Oxe, por quê? — Seu tom saiu indignado a deixando mais linda ainda. — Olha o tamanho desse cesto para o seu tamanho, Ana Beatriz, você bem não começou e já quer se acidentar? — Isso para mim, é nada, senhor. — Debocha. — Já carreguei cestos de roupas maiores. — Sua resposta sincera e ousada me deixou surpreso. Fez-me imaginar como um alguém tão pequeno consegue carregar algo pesado, como o cesto de roupa está. — Para onde você vai com isso? — Isso são lençóis. — Respondi com ironia e a minha vontade era beijar a boca atrevida dela, naquele momento. — Deixaria no quarto onde estou, até perguntar o local que posso colocar. — Os lençóis ficam na lavanderia, não reparou que tem um enorme armário?
— Eu que peço desculpa, isso não se repetirá... Eu acho. Para mim a altura de Ana Beatriz é perfeita... Ela é tão linda que parece uma boneca em tamanho real. — Eu... Agradeço, senhor Edward. — Ergui minhas sobrancelhas não entendendo o porque ela me agradecia. — Mas, só um banquinho seria o suficiente. — Ela dá, um riso contido, com o olhar constrangido pegou o pacote de cereal de minhas mãos. — Agradeço por isso também. — Diz e se afasta. Fuck, essa mulher é linda demais. Novamente senti meu sangue rugir em minhas veias, fazendo questão de se concentrar em minha virilha. Parecia até tortura, como se me presenteassem com algo, mas eu não posso tocar e nem fazer nada. Isso me enraivece. Eu tentava não pensar safadeza perto dela, mas é difícil não lembrar de nós dois naquele quarto, ou imaginar o que podemos fazer nessa bancada da cozinha. Eu me odeio por esses pensamentos, mas ainda assim não consigo desligar. Balançando a cabeça em negativo tomo a palavra outra vez.
O café nunca foi tão divertido.Antes eu só comia na bancada da cozinha apenas quando pedia comida. Assim que Felipe vem para o Brasil, eu faço café, colocamos nos copos térmicos e saímos para o trabalho, no almoço e jantar comemos fora.Hoje Ana Beatriz nos deu um motivo para usar a mesa da sala de jantar e admito que apreciei cada momento. Com Felipe fazendo palhaçadas para Levi e me provocando, como ele costuma fazer.Não seria o mesmo Felipe que conheço.Nós três comemos tanto que foi necessário um tempo sentados na sala de estar. Usando as palavras de Levi: para aliviar o estômago cheio.Assistimos um pouco de TV, algo que não faço com frequência. A TV mais se assemelhava como um adorno da sala de cinema, que ficava ao lado da sala de estar. Mas, Levi também nos deu um motivo para usá-la pela primeira vez.Durante o dia eu não vi mais Ana Beatriz e agradeci por isso. Essa história de esquecer não está dando nada certo, ainda tenho pensado no que fazer para não ficar tombando com
— Não, mas logo resolverei isso. — Resolva isso na segunda-feira também, a Luiza vai te ajudar. — Mas… — Sem mais! Enquanto a segunda-feira não chega, vou separar algumas roupas de frio para você e seu irmão em meu closet. É certo que minhas roupas vão ficar muito grandes nos dois, mas ajudará por enquanto. — Senhor, não posso fazer isso. — Por que não? — Ela faz menção de falar e eu a impeço. — Não me venha com a mesma história de que isso é errado. — Ela arregalou os olhos deixando claro o que ela falaria. — Eu preciso que você pare de sempre rebater as minhas ordens, isso para mim, é errado. — Ela abaixou a cabeça envergonhada e a minha vontade é abraçá-la e dizer que não me importo e nunca me importei com futilidades. Para ser sincero, eu não entendo esse modo de Ana Beatriz pensar. Chega a ser frustrante. — Tudo bem, senhor Edward, pararei com isso. — Hum, sei! — Ela não respondeu a minha alfinetada, olhou em todas as direções, menos para mim. — Notei que a sala de esta
Logo após a nossa conversa, pedi que ela chamasse Levi que estava jogando vídeo game com Felipe na sala. Cadastrei a Biometria deles para o Elevador, caso decidissem sair. Assim que terminamos, a liberei de seus afazeres, mas ela negou, avisando que precisava fazer o almoço dela e do irmão. Ana Beatriz é muito teimosa e cabeça dura, eu dei a opção de ela pedir o almoço, mas a mesma disse não, então eu não insisti, pois, estava estampado em sua face que ela não cederia. Após checar meus e-mails, fui atrás de Felipe para almoçarmos. Tive que insistir mais de uma vez e prometer uma garrafa de meu melhor Whisky, apenas para ele aceitar almoçar comigo fora. Interesseiro! Assim que separei as roupas de frio que prometi a Ana Beatriz e deixei no quarto em que ela está ocupando com o irmão e sair! Posso afirmar que nunca me senti tão aliviado em sair de minha própria casa. Cheguei a conclusão que a melhor solução é estar o menos possível em casa, eu terei menos chance de cair em tenta
Para ser sincera, eu não entendo essas atitudes dele. Fazer uma empregada ficar no quarto de hóspede, convidar para tomar café com ele, oferecer os seus casacos e blusões, eu não posso me esquecer da escola de Levi, tenho certeza que a secretária foi atrás da escola a pedido dele.Desde que cheguei que eu não consigo me sentir uma empregada nessa casa, pareço uma amiga passando uma temporada aqui.Como alguém pode ser tão gentil e grosso ao mesmo tempo?Eu não tinha resposta para isso, então ele continua sendo um enigma para mim.Fiquei esperando até 23h e nada deles, como o meu corpo já estava exausto pelo trabalho concretizado pela manhã e a maratona de filmes, acredito que acabei dormindo no sofá da sala de estar esperando por eles. Pensei: se eles não chegarem até 00:00h faço o prato dos dois e deixo na bancada, eles mesmo podem esquentar no microondas. Mas depois das 23h eu não consigo lembrar de mais nada. Na minha cabeça acabei dormindo no sofá, mas acordei em minha cama, entã
— Ah! Até que enfim, Beatriz, pensei que você havia esquecido de mim. — Sua voz brava surgiu antes mesmo de eu observar a sua face que também estava brava. — Boa tarde para você também, gata. — Dormiu comigo, foi? — Perguntei com ironia. Ela estava em frente ao seu guarda-roupa vestindo apenas um conjunto vermelho de calcinha e sutiã, futucando seu guarda-roupa e tirando todas as roupas de dentro. Ela parou o que estava fazendo e me olhou com as sobrancelhas erguidas. — Até agora não estou vendo nada bom nessa tarde. — Declarou voltando a tirar as roupas novamente. — O que você está fazendo, Lourdes? — Perguntei ignorando as suas grosseiras palavras. — Sairei com um boy e não acho uma roupa decente. PUTA QUE PARIU. — Esbravejou. — Preciso comprar roupas urgentes, amiga. Conhecendo a mesma, deve ter marcado com o cara a noite e está surtando às 14h00 da tarde. Ela começa a se arrumar cedo, mas sempre se atrasa. Ainda não consigo entender como ela consegue essa proeza. — E
— Cara de quê? — Ela sentou, provavelmente no sofá, e colocou o celular encostando em algo. — Essa cara de cú mal lavado. — Ah! Sim! Obrigada pela sinceridade. — Digo com exasperação. — É o quê, Bea? Eu que deveria ficar chateada! Pensa que esqueci é? Você me ligou ontem falando que seu chefe é o cara que te agarrou no quarto lá no puteiro, contou uma história mais ou menos, depois não volta a falar mais nada me deixando no escuro. Eu que deveria ficar chateada sua cretina por me deixar curiosa desse jeito... — Curiosa não, apenas gosta de saber de tudo. — Completei as últimas palavras, enquanto a mesma riu, eu revirei os meus olhos. Não disse? Lourdes não sei não. — Não tem nada para falar não, Lourdes. Ele é o cara que me agarrou... — E você gostou. — Alfinetou-me. Ah! Droga, será que ela não vai esquecer isso nunca? — Não importa, Lourdes, ele é meu chefe, simples assim! — Sei. Conta outra sua safada. Ainda lembro como você ficou ao ver ele no Farol da Barra