— Bea? Bea? — Seu jeito e olhar mudam na hora. — Oi, preto? — O menino senta em seu colo e a abraça com carinho. Fico observando a cena até os rapazes retornar, algo que não demorou muito. — Edw, Paulo está me dizendo que estou falando muito bem o português. — Revirei meus olhos e observei meu corpo de Whisky intocado. — Eu também já te falei isso. — Esclareço fechando a tampa de meu notebook olhando em sua direção. — Você não conta muito, está aprendendo tanto quanto eu. Ah! Idiota! — Estou muito mais adiantando que você, Felipe… Márcia? — Senhor? — Mais pedras de gelo, por favor! __ Sim, senhor Edward. — O senhor é o novo chefe de minha, mana? — Olho para o garoto e ele me fitava com curiosidade. — Sim, sou eu! Edward. — Estendo a minha mão direita para ele, ele desce do colo de Ana Beatriz e se prostra a minha frente — Você é? — Levi… Agradeço! — Emendou com um largo sorriso. Ele parece feliz... Diferente da irmã. — Pelo quê? — Márcia chega e coloca t
— E o senhor? — Ele fitou Felipe. — O que te irrita no senhor Edward? — Felipe me encarou rindo. — O jeito que ele gira o whisky com os cubos de gelo batendo no lado do copo, isso sim, me deixa louco. — Ergo minhas sobrancelhas ao receber vários olhares em minha direção. Naquele momento eu fazia isso, girava meu Whisky e as pedras de gelo faziam um barulho irritante ao bater no copo de vidro. — É só não olhar! — Difícil! Você só faz isso quando não quer beber, então por favor, larga esse copo. — Ele pediu em inglês e todos nos encararam confusos. — Eles estão brigando, Bea? — Não, preto, apenas conversando. — Senhor Edward, o que te irrita no senhor Felipe? — Levi perguntou-me. — Tantas coisas!— Idiota! — Felipe resmungou.— Seja mais…— Claro? — Completei por ele e o mesmo assentiu. — O que me irrita mais em Felipe é o seu jeito de ficar se intrometendo em minha vida… Ele é ótimo nisso, não é Felipe? — Eu não queria, mas acabei deixando um clima bem estranho no ambient
O cara é um grosso, isso sim, mas, ainda assim tenho interesse nele. Isso é loucura! O senhor Edward faz questão de deixar um clima ruim no ambiente e não liga para isso. Fico feliz de ele não ter distratado meu pretinho, ou ele ouviria poucas e boas de mim. Nem sei o porque ainda sinto atração por... Tudo bem, talvez eu saiba, só não quero admitir isso nem mesmo em pensamento. Havia tanta coisa que desconhecia a seu respeito, coisas que pensei erradamente... Ou não! Irei com calma, não criarei nenhuma expectativa em nada. Eu sempre confiei em meus instintos quando se trata de pessoas. Os meus dizem que o senhor Edward é uma boa pessoa, ainda que prefira ser um grosso e irritante na maior parte do tempo. Constatei isso com as patadas que ele sempre dá no amigo, por mais que o senhor Felipe não colabore muito. Acredito que só porque eu o ache uma boa pessoa eu não voltei para casa, mas naquele momento que ele informou seu pensamento em me mandar de volta no primeiro avião, eu
Tentei andar em direção aos dois, mas fui impedida por Levi que grudou em minha cintura e não andava de jeito nenhum. Foi então que notei que ele dormia. Merda, era para eu acordar ele direito, agora será complicado. Suspirando pesadamente, tirei a mochila dele e coloquei em meu ombro, quando estava tirando os braços de Levi de minha cintura para carregar ele, a voz grave do senhor Edward me fez parar, me assustando. Porra de voz gostosa. Toda vez que esse cara fala eu me assusto... Eu preciso parar com isso o mais rápido possível. — O que está fazendo? — Carregarei ele. — Porque se ele sabe andar? — Não é óbvio? — O questionei com ironia. — Não está vendo que ele está dormindo? — Perguntei com toda calma. Novamente ele está sendo grosseiro e a minha vontade é “soltar” os cachorros nele. Mas eu preciso do emprego. Reflito escondendo a minha irritação. — Acorde-o! — Ele está exausto, eu poderia gritar no ouvido dele que ele não acordaria... Agora, se não se importa senhor Ed
Assim que o elevador se abriu minha boca quase caiu ao chão. A gente não havia entrado em um corredor, ou algo parecido, mas sim diretamente dentro do seu apartamento, que de cara me pareceu mais uma mansão. — Lindo o seu apartamento, senhor. — Comentei não disfarçando a minha admiração. — Não precisa me chamar senhor o tempo todo, Ana Beatriz, não ligo para formalidades. — Também não ligo para formalidades. — Não entendi! — Parando de andar, ele me encarou. — Pode me chamar de Beatriz, Bea, ou Ana se preferir. — Prefiro te chamar de Ana Beatriz. — Por que? — Porque quero, Ana Beatriz! Agora chega esse assunto. Grosso! Desde que saímos do avião ele está hostil, frio e grosseiro comigo. Chega dá raiva! — Tudo bem! — Respondi com o tom baixo e cansado. Ele me encarou por mais alguns instantes até voltar a andar novamente. Eu fazia um grande esforço para não olhar a bunda dele, o cara tem uma bunda que da vontade de pegar. Será que ele sabe disso? Balanço minha cabeça em
— Isso aqui, esse quarto. — Digo exasperada me aproximando de Levi, tirando o seu tênis e o cobrindo com a coberta quentinha e macia da cama. — Sou a sua empregada. O que as pessoas vão dizer quando ver que estou em um quarto de hóspede seu? Meu Deus! O que seus amigos vão achar?— Primeiro, não me importo com a opinião dessas pessoas que você está pensando. Segundo, meu único amigo é o Felipe e a ideia foi dele de vocês ocuparem o quarto de hóspede. Terceiro, a casa é minha e como eu havia falado a pouco, eu faço o que quero com ela.— Mas...— Sem mais Ana Beatriz, já chega desse assunto! Boa noite!— Espere... — Ele me olhou zangado e eu quase engasguei com minha própria saliva. — Es... Está com fome? Quer que eu prepare algo para vocês comerem?Seu olhar ficou mais intenso mudando de zangado para um olhar que eu não entendia.Esse homem me confunde.— Não precisa, a menos que você esteja com fome. — Nego com a cabeça.Estou tão exausta que a última coisa que estou pensando é em co
Saiu do quarto e Felipe ainda estava a minha espera. O caminho até a mesa foi rápido, praticamente corremos até a sala de jantar, que não ficava muito longe da cozinha. Qual foi a nossa surpresa ao encontrar a mesa abarrotada de comida? Meu estômago logo deu sinal de vida. Havia coisas na mesa que eu não sabia nem pronunciar os nomes, mas era certo que eu comeria. — Falei a você que Beatriz seria um achado. — Felipe comentou sentando na cadeira e eu o imito sentando na outra extremidade, em frente a ele. — Você fala isso para todos que te dão comida. — Retruquei e ele parou de abarrotar o seu prato e me encarou com aparente ofensa. — Não seja cretino, Edw... — Volta a encarar o seu prato. — Do jeito que você está falando é como se todos os lugares que eu fosse as pessoas me dessem comida. — E não é? — Peguei a xícara a minha frente e me sirvo uma generosa quantidade de café. — Café? — Perguntei. — Claro! — Ele me entregou a sua xícara e eu a preenchi. — É mentira, você es
— O que está fazendo Ana Beatriz? — A questionei com o tom zangado, levantando, caminhando até ela e tirando o cesto de suas mãos. — Eu que pergunto, senhor, pode largar o cesto, por favor? — Ela parecia estar brava comigo, eu querendo ajudá-la. Ingrata! — Não, não largarei! — Oxe, por quê? — Seu tom saiu indignado a deixando mais linda ainda. — Olha o tamanho desse cesto para o seu tamanho, Ana Beatriz, você bem não começou e já quer se acidentar? — Isso para mim, é nada, senhor. — Debocha. — Já carreguei cestos de roupas maiores. — Sua resposta sincera e ousada me deixou surpreso. Fez-me imaginar como um alguém tão pequeno consegue carregar algo pesado, como o cesto de roupa está. — Para onde você vai com isso? — Isso são lençóis. — Respondi com ironia e a minha vontade era beijar a boca atrevida dela, naquele momento. — Deixaria no quarto onde estou, até perguntar o local que posso colocar. — Os lençóis ficam na lavanderia, não reparou que tem um enorme armário?