— Tudo a ver! O que tem de errado com assistir porno? Admito que alguns filmes são horríveis, mas nem todos. — Ouço a voz desconhecida falar e constato que realmente, a voz é “sexy”, contudo, a de Ana Beatriz é muito mais, principalmente quando ela está envergonhada e o seu tom fica baixo. — Eu já assisti algumas vezes, mas não gostei. — Ouço Beatriz dizer e fico surpreso. Não sei se a surpresa é de ela ter assistido ou de ela não ter gostado. — Por que? Eu não consigo entender. O que há de errado com os pornos? — O problema do porno, Lourdes é que deixa os homens com a visão distorcida, eles pensam que o prazer da mulher não é prioridade. O nosso prazer vem em segundo caso, ou não vem! Os caras nunca sabem o que estão fazendo. As mulheres fingem sentir prazer. Eu, Ana Beatriz, nunca sinto prazer vendo isso. Nunca havia pensado dessa forma. — Cara, você às vezes me preocupa. — A mulher respondeu. — Por que? — Quem assiste porno avaliando criticamente? Assistimos para gozar, nã
— Só porque sou tímida às vezes… OK, fico envergonhada na maior parte do tempo. Só porquê disso, você pensa que sou puritana? — Ana Beatriz tornou a rir. — Você tem um pênis de borracha, Bea? — Não, mas tenho um vibrador, aqueles com dois plugs, um deles até parece um mini ovo. Saber isso, faz a minha mente imaginar besteiras, muitas besteiras. — Sei como é, tenho um. Você gostou? Eu simplesmente amei o meu, coloco o maior dentro e o menor uso para massagear meu clitóris. Rapaz, chego nas nuvens com eles. — Fuck, essa conversa está me excitando. — Felipe confessou. Eu preferia ficar calado, pois, eu também estava ficando. — Ai, credo mulher, me poupe dos detalhes. — Ouço a amiga dela rir. — Mas voltando a falar sobre orgasmos, Lourdes, eu acredito que você deveria pensar mais em você, gata. Assistiu a tantos filmes adultos e nunca reparou que esses atores só pensam no prazer próprio? — Eu nunca parei para pensar sobre isso, mas olhando por esse ângulo é verdade, os caras se a
— Lourdes! — Ana Beatriz tornou a exclamar. — Ele é o meu chefe. — Ela diz olhando a tela do celular. — E você está trabalhando agora, Bea? — Você sabe que não. — Ana Beatriz respondeu e eu cruzei meus braços achando graça da situação, porque vergonha eu não tenho. — Então, pronto, você não deveria se sentir culpada por isso. — A amiga dela respondeu. — E DAÍ QUE ELA NÃO ESTÁ TRABALHANDO NO MOMENTO? — Felipe perguntou irritado me fazendo o fitar com as sobrancelhas erguidas. O que há com ele? Nunca o vi tão zangado. — A senhorita pode não ligar, mas a Beatriz está ciente que ainda que não esteja em seu horário de trabalho, o local ainda continua. — Quem é esse cara que está falando nesse tom comigo, Bea? — Felipe Schramm, ao seu dispor. — Bea, eu quero observar a cara da criatura. — Lourdes diz. — Não, você está praticamente nua. — Ana Beatriz sussurrou. Como se não a estivéssemos escutando. — Anda Beatriz! — A mulher por nome Lourdes diz zangada. — É calcinha
Eu queria chamá-la para conversarmos sozinhos. Quero saber e entender essa história de ela não ter experiência, quero saber se é realmente o que entendi, mas eu não tinha direito a isso, não tenho direito a nada que diga respeito a ela. Aspirando o ar profundamente, caminhei até o aparador de bebidas e me servi de uma boa dose de whisky. Sentei no sofá e coloquei minha perna direita em meu joelho esquerdo, encostando-me ao mesmo. — Estou esperando uma explicação, Felipe. — Falei após sorver um gole da bebida que desceu queimando a minha garganta, mas aqueceu-me por dentro. — Não sei o que dizer. — Ele respondeu servindo-se de uma dose de whisky também. — O que está fazendo? Você não bebe whisky. — Você não tem conhaque. — Diz como se isso respondesse a minha pergunta. — Esqueci de comprar dessa vez. — Ele afirmou com a cabeça e bebendo quase o líquido todo de seu copo. — O que deu em você? Pensei que o esquentado aqui fosse eu. — Confesso que não sei o que deu em mim, cara, mas
BEATRIZ — O que aconteceu lá? — Perguntei-me pela milésima vez. Aspirei o ar e me apoiei na bancada da cozinha. — Porque sair correndo daquele jeito? Eles devem me achar uma idiota. Sou uma idiota! Afirmo cobrindo minha face com minhas duas mãos. — E o que deu em Lourdes? Ela piorou toda a situação para o meu lado. — Passo a mão em meus cabelos sentindo-me agoniada. Eu ainda estou me perguntando como o senhor Edward deixou tudo do jeito que está. Não entendo porque ele agiu assim. O que espero? Que ele saia gritando, bravo e me xingando de tudo que é nome? — Não, ele não me parece ser assim. — Suspirei agradecida. Eu poderia ter saído com algo a mais que uma advertência. — Mas enfim, eu que não entrarei nesse assunto outra vez. — Está falando sozinha, Bea? — Levi me questionou entrando na cozinha. — No meu lugar você também falaria. — Respondi dando uma resposta evasiva e ele me fitou sem entender. — Sua tia já desligou? — Mudo de assunto. — Claro que não. — Lourd
Após Lourdes desligar a vídeo-chamada, mandei uma mensagem para Levi pelo WhatsApp, pedindo para perguntar o que os rapazes querem jantar. Aguardei a resposta dele, enquanto tirava os temperos da geladeira.Minutos depois uma mensagem chegou em meu WhatsApp, mas não era de Levi, o número era desconhecido, então entrei, olho a foto do perfil e para minha surpresa, era o senhor Edward.Por que ele tem que ser tão bonito? Me questionei, não podendo conter um gemido de satisfação ao apreciar a sua belíssima foto.Sua barba estava por fazer, ele usava um terno preto, camisa social branca e gravata slim azul-petróleo que, combinava perfeitamente com seus olhos azuis, ainda que o seu olho esquerdo fosse parcialmente marrom. Um detalhe peculiar que o deixava mais charmoso ainda. Resisto a vontade de ficar apreciando a sua foto entrando para ouvir a mensagem de voz que ele mandou.— Faça o que achar melhor, Ana Beatriz. — Ele diz curto e grosso. Idiota. Penso, ao escrever a resposta.— Sim, s
— O que preparou para nós, Bea. — Felipe perguntou enchendo o seu prato de baião de dois. — Fiz baião de dois, carne de sol grelhada, batata, aipim e queijo coalho assado e farofa de ovo. — Farofa de ovo? Nunca comi. — Ele diz enchendo o prato de farofa. — O cheiro está ótimo. — Era a especialidade de nosso pai. — Digo lembrando do dia que ele me ensinou. — Não é uma simples farofa, é à farofa. — Completei orgulhosa. O senhor Edward nada falava, eu quero saber a opinião dele, saber se o mesmo estava gostando, mas ele comia em silêncio e isso me entristecia também. Eu não sei porque a opinião dele é tão importante para mim, mas quero saber, então me vi perguntando. — Está ao seu paladar senhor Edward? — Indaguei o fitando com atenção. Ele me encarou estranho. — Sim, está tudo excelente. — Sorri ao escutar a sua resposta. — Fico feliz que tenha gostado. — Digo sincera e seu olhar fica esquisito. — Hã! Hum… — Constrangida, desvio meus olhos do dele. — Os senhores me dão lic
— Felipe, você dormirá agora? — Indaguei levantando-me da grande poltrona da sala de cinema. Na sala havia 10 poltronas grandes que tomava toda sala, optamos em ficar nas poltronas do fundo. — Estou sem sono. — Ele disse se levantando também. — Ótimo, preciso arrumar alguns papéis no escritório, me espere lá, que levarei Levi no quarto e já volto. — Certo! — Leve a garrafa de Whisky e dois copos. — Sim, senhor! — Respondeu rindo e desligando a TV da sala de cinema. Já faz quase 20mn que Levi havia pego no sono. Esperei o filme “Transformers” terminar, escolhido em unânime por nós três, para, enfim, levá-lo. A verdade é que eu apenas estava adiando. Vi Ana Beatriz demais hoje e ter que fingir indiferença, estava me tirando o resquício de raciocínio. Eu quase vacilei quando ela sorriu para mim naquele momento. Era um sorriso genuíno, de felicidade por eu aprovar a sua comida. Realmente, tudo estava delicioso, nunca comi comidas tão deliciosas. Tudo o que Ana Beatriz realiza, el