Miguel, ouvindo isso, não consegue esconder a felicidade. Ele sorri de uma maneira que só uma criança poderia, com a confiança de quem sabe que, naquele momento, ele tem algo único para oferecer. Algo que, até agora, ele guardava só para si. "Eu quero te mostrar meus carros," ele diz, e seus olhos se iluminam ainda mais com a ideia. Sem hesitar, ele pega a mão de Ethan, puxando-o suavemente, com a força da empolgação que só uma criança pode ter quando está prestes a mostrar algo importante.Ethan, surpreso, mas tocado pela urgência do gesto, permite ser guiado para dentro do apartamento. Eles caminham juntos, a mão de Ethan ainda suavemente segurando a de Miguel, e, ao ver a forma como o menino o conduz com tanto entusiasmo, vejo um laço silencioso sendo formado entre eles. Algo que se constrói com gestos simples, mas carregados de significado.Eu fico para trás, observando-os com um misto de emoção. A cena diante de mim é como um quadro em movimento: Miguel, com sua energia vibrant
Eu dou um passo para trás, apoiando minhas mãos no parapeito, sentindo a frieza do concreto contra a pele. Carter está me observando em silêncio, e eu sei que ele espera mais, mas, por agora, é tudo o que eu posso dar. A verdade está lá, à vista, mas está difícil de digerir. Volkov fez parte de um jogo que eu não entendi completamente, e, talvez, ele ainda faça parte dele. - "Pare de me ameaçar como se eu ligasse"- "Você não liga para a própria vida. Acabar com esse inferno seria um favor, não? Mas eu sei, meu caro, eu sei que existe alguém por quem você teme" Volkov confidenciou.Ethan virou-se lentamente para o outro homem. De repente, aquela sala tornou-se pequena demais para a presença de ambos. Banks era um tanto quanto mais alto, e encarou Volkov com superioridade exalada. Seus olhos estavam levemente vermelhos, o que o deixava ainda menos sano.A verdade era que Ethan havia se sacrificado para proteger Blair. Após a conversa com o pai, o homem entendeu que mantê-la em sua vid
Carter me encara agora, mas a expressão no seu rosto é diferente. Ele parece pesar cada palavra, como se estivesse tentando encontrar uma maneira de me dizer o que eu já sei, mas não quero ouvir. Ele não me encara diretamente, e isso me irrita ainda mais. Ele sabe algo que eu não sei, ou talvez só não queira me dizer.“Não,” ele finalmente diz, com um tom suave, quase imperceptível. “Estou falando sobre coisas de verdade.” Ele suspira, desviando o olhar, como se estivesse tentando se afastar de algo que é mais difícil do que qualquer conversa trivial que já tivemos. E, mesmo sem olhar para mim, sinto que ele está me forçando a ver algo que eu não quero enxergar.“Que coisas?” Eu não consigo esconder a frustração que começa a transbordar. Eu me viro para ele, tentando forçar uma reação, esperando que ele finalmente me olhasse nos olhos. “Diga.” A palavra sai quase como um comando, mas eu sei que não estou apenas pedindo para ele falar. Eu estou pedindo para ele me dar algo que faça s
Eu nunca estive. Eu nunca soube de nada.Carter olha para mim, o olhar distante, como se ele estivesse pesando suas palavras antes de falar.“Eu soube há algumas semanas apenas, e não me espanque novamente por isso, seu filho da puta,” Carter diz, a voz tensa, mas ainda mantendo um tom de cautela. Ele parece pesar cada palavra, e posso ver que ele está se segurando para não deixar transparecer mais do que o necessário. “Ela... ela me implorou para não te contar.”Eu fico parado, tentando processar o que ele acabou de dizer. Eu sabia que algo estava errado, que havia algo por trás das ações de Blair, mas isso… isso é diferente de tudo o que eu poderia imaginar. A ideia de que ela me pediu para não saber, de que ela escondeu algo tão grande de mim, mexe com tudo o que eu pensava sobre nós.“Por quê?” Eu pergunto, a palavra saindo da minha boca como um sussurro, quase como se eu temesse a resposta. A dúvida me consome, e a necessidade de entender o que se passa dentro de Blair, de compr
POV BLAIR - UMA SEMANA DEPOISEu e Ethan temos saído todos os dias, vivendo em um ritmo que, aos poucos, vai nos dando a sensação de que estamos tentando reconstruir algo que estava perdido. Cada momento juntos é uma tentativa silenciosa de entender o que é a nossa relação agora, de colocar em palavras o que ainda nos falta entender. Ainda não contamos para Miguel que Ethan é o pai dele. Há uma necessidade de tempo e de coragem, como se cada dia fosse uma preparação para uma verdade que, sabemos, não será fácil de lidar.Mas Miguel, com seu jeitinho simples e sincero, adora chegar da escola e encontrar Ethan na sua pequena cama, lendo ou brincando com ele, sem a menor noção da grande revelação que está prestes a virar seu mundo de cabeça para baixo. E, apesar de todos os nossos medos, eu vejo o quanto ele se acostumou com a presença de Ethan, com o afeto que ele oferece de uma maneira que não tem pressa, mas que, aos poucos, vai se tornando indispensável para o nosso filho.Eu também
Deixo minha bolsa sobre o banco, assim como os óculos. Nada disso será necessário aqui.Ethan estende a mão, e, sem hesitar, eu a aceito. Ao sair do carro, me inclino para frente e lhe dou um beijo, algo inesperado que, pelo olhar surpreso dele, claramente o pega de surpresa. Com um sorriso discreto, ele me guia pelo caminho de pedras brancas, que, surpreendentemente bem organizadas, contrastam com o ambiente solitário ao redor, dando uma sensação de serenidade e mistério.— Estou ansiosa, admito, sem esconder o entusiasmo que cresce dentro de mim. Afinal, ele comprou um carro só para me trazer aqui, então sim, a ansiedade é inevitável.— Tudo em seu tempo, baby, ele responde com uma voz suave, cheia de promessas não ditas, enquanto continuamos nosso caminho.Caminhamos até um pequeno terraço, lembrando-me dos luxuosos espaços destinados ao chá matinal nos palácios europeus. Subimos os quatro degraus da escada, que, como as pedras do caminho, também são brancos, criando uma sensação d
Faço meu melhor para captar os detalhes da casa. Parece ser uma construção antiga, com detalhes que lembram castelos. Isso combina com Ethan, já que ele parece ter síndrome de rei.- Você vive em uma casa muito isolada – comento. Minhas palavras soam embriagadas de sono.- Eu não gosto de vizinhos – ele argumenta, me fazendo sorrir.- Parece arrogante.- Parece? – ele olha para mim – Não se engane, eu sou.Me aconchego em seu peito enquanto ele sobe as escadas. O lugar é tão silencioso que parece estar além do mundo. Parece uma bolha, onde apenas nós dois cabemos. E para alguém que passou a vida inteira sendo alvo dos olhos do mundo inteiro, é bom sentir que estou sozinha.Ethan vira a direita no final da escada. A esquerda, há uma porta de madeira escura.- O que é aquilo? – pergunto.- Meu antigo escritório. Está cheio de poeira e bagunça.- Eu pensei que você não gostasse de bagunça – brinco.Ele abre a porta do quarto – que eu imagino ser o principal. Ele me coloca sobre a cama, e
Com o coração quase saltando pela garganta, eu me movo para frente dele. Contudo, não posso conter minhas mãos. Deslizo os dedos por seu peitoral, descendo juntamente com a água quente. Ele sorri, agarrando minhas mãos e mantendo-as no lugar.- Tem algo aqui que você queira? – seu tom, de uma hora para outra, tornou-se rouco.Eu me aproximo um passo, até que nossos corpos voltem a se tocar. E quando seu pau toca minha barriga, suas mãos afrouxam. A forma como seus olhos parecem negros, e não verdes, me excita. Eu sou responsável por essa reação.Eu o faço queimar.Volto a descer as mãos. Desta vez, ele não tenta me impedir, embora, por si só, seus olhos sejam suficientes para me intimidar. Cesso os movimentos logo acima de seu umbigo, ansiosa e tímida em níveis iguais. Ethan me encara, me desafiando e duvidando ao mesmo tempo. No entanto, ainda assim, esperando pela minha decisão.Mordo o lábio inferior para evitar um gemido, porque estou pulsando por isso. Eu apenas não sei exatamente