- "Obrigado pela presença de todos. E, se não for pedir muito, sejam leais. Não me amem, mas sejam leais"Ethan se afastou do púlpito e desceu as escadas como havia subido; ignorando todos os olhares voltados para si. Por sua vez, o mestre de cerimônia voltou para dizer algumas palavras.- "Eu estou lisonjeado pela oportunidade de ouvi-lo, Sr. Banks. Agora, para entretenimento do nosso público, eu gostaria de chamar ao palco o Sr. Landwy, o violinista da noite"Blair esperou até que os primeiros acordes do violino soassem antes de murmurar algo para seu pai e se levantar. As pessoas não notaram quando ela caminhou em passos largos até o toalete, pois neste momento as entradas começaram a ser servidas pelo salão.Blair pensou que poderia se refugiar pelo resto da vida naquele ambiente luxuoso, mas esta não era a verdade. Ela encarou seu reflexo no espelho; as faces rosadas pelo nervosismo, a respiração irregular, os olhos cansados e os lábios pálidos.A mulher retirou as luvas de seda,
No fundo, Blair sabia o que havia acontecido. Fosse como fosse, Ethan sabia a verdade. As chamas que sempre brilhavam em seus olhos estavam opacas, como se um incêndio tivesse sido apagado e apenas as sobras esturricadas restassem.Blair arrastou a caixa para perto de si, sem pressa alguma, e manteve os olhos no homem fisicamente próximo, emocionalmente distante. Ela vestia um vestido de seda e o aquecedor do carro estava ligado, todavia, naquele instante, o frio que dominou seu corpo a fez pensar que estava nua.E pela primeira vez na semana, Ethan olhou para Blair. Ele a encarou com impassibilidade, revelando pouco dos sentimentos que fervilhavam em seu peito. Blair, calmamente, abriu a caixa aveludada. Seu coração pulsava com força e seu corpo estava arrepiado com a tensão. Dentro da caixa, ela encontrou um microchip perfeitamente posicionado sobre o veludo.Ethan, por sua vez, observou com cautela a reação da mulher, e então pediu:- "Me pergunte" quando ele falou, sua voz soou ex
A ruiva ergueu a mão, talvez automaticamente, para o rosto de Ethan. Não por achar que ainda existia alguma migalha da intimidade que eles tinham, mas por impulso. Contudo, ele segurou o pulso feminino antes que pudesse lhe tocar. Já havia sido apunhalado por aquela mão delicada antes, e não permitiria que acontecesse uma segunda vez.Banks entendeu, naquele momento, que regras não deveriam ser quebradas. Ele havia ignorado todos seus princípios para ficar com aquela mulher, e terminou percebendo que não valeu a pena.- "Você foi a melhor agente de Spencer em cinco anos. Acredite em mim quando eu digo que você merece a porra do microchip" dito isso, ele soltou o pulso de Blair.A mulher ficou estática. A postura de Ethan não dizia muito sobre seus sentimentos, e ela chegou a pensar que eles não existiam. Blair limpou o rosto molhado com as costas das mãos, manchando as luvas de seda com seu rímel, mas não foi eficaz contra a cascata de lágrimas que insistia em escorrer.- "Eu me apaix
5 anos antes...Existem apenas cinco segundos entre a linha de chegada e a sensação de vitória. Você não se sente um vencedor até, de fato, ver a torcida eufórica gritar em comemoração quando o esportivo cruza a linha final. É como se seu nome fosse uma música que todos no autódromo soubessem.E assim que meu carro ultrapassa a marca quadriculada, sei que sou o melhor entre os melhores. Não porque eu penso assim, mas porque competi com pessoas muito boas no que fazem. E no fim, é à mim que eles vão parabenizar.Os homens que estavam no pit-stop correm de encontro ao meu carro. Não ouço, mas sei que estão gritando como loucos. E também sei que os caras que chegaram em segundo e terceiro lugar estão muito irritados. Nas pistas, estar atrás do melhor é como ser o pior. Acredite em mim, o único lugar relevante no pódio é o topo.O esportivo para metros à frente da linha de chegada e, neste momento, a euforia me atinge. Agora posso sentir a adrenalina nas veias. Eu posso garantir que a sen
Blair saiu do carro em um movimento rápido, sem nem olhar para o pai. Ela ignorou qualquer tentativa de dizer adeus e foi em direção ao prédio, o peso de um dia exaustivo estampado em cada passo arrastado que dava.As portas do prédio se fecharam atrás dela, e o silêncio do corredor a envolveu por um momento. Entrando no elevador, ela soltou um suspiro cansado, tirando seus sapatos de salto alto que pareciam pesar toneladas e os deixando no chão ao seu lado.Finalmente se sentindo um pouco mais livre, ela desabotoou os primeiros botões do vestido, permitindo que o ar frio acalmasse sua pele quente e cansada. Ela fechou os olhos por alguns segundos, tentando reunir forças para subir o resto do caminho.“Ethan…” ela suspirou.Blair pegou o telefone com as mãos trêmulas e, sem hesitar, procurou as informações de contato de Spencer. Ela apertou o botão de chamada, mas a ligação não apitou nem uma vez antes de cair.Ela olhou para a tela em branco por alguns segundos, sentindo o vazio que
E quando o fez, Blair mal reconheceu o amigo que sempre esteve ao seu lado."Você sabe o quanto você se ferrou, Blair?" Drake retrucou, sua voz grossa de frustração e algo mais sombrio. "Se envolvendo com a polícia, se envolvendo com criminosos, brincando de espião e salvando o país." Ele jogou as mãos para cima, seu rosto uma mistura de descrença e raiva."Drake... Eu ia te contar," ela começou, sua voz vacilante. Ela queria explicar, mas sabia que não havia palavras que o fariam entender o que realmente a havia motivado."Quando, Blair?" ele gritou, e o som ecoou pela sala. "Quando eles aparecerem na nossa porta e colocarem uma arma na minha cabeça?" Ele deu um passo à frente, seus olhos ferozes e sua expressão cheia de um desespero que Blair nunca tinha visto antes. "Ou quando tudo der certo, e você colocar Ethan Banks atrás das grades?"Ela balançou a cabeça, tentando encontrar uma desculpa, qualquer coisa que pudesse diminuir o impacto das palavras dele. "Drake…"Mas ele não a de
Blair sentiu um vazio onde as mãos dele estavam, um vazio que se espalhou pelo peito dela e a esmagou. Ela estendeu a mão, tentando tocá-lo, mas ele deu um passo para trás."Drake..." A voz dela estava embargada, um apelo desesperado, mas ele já havia se fechado.A distância entre eles era mais do que física agora; era um abismo que ela mesma havia criado e que talvez nunca fosse capaz de atravessar de volta."O que você disse a ele?" Blair se virou para Carter, sua voz tremendo de raiva e descrença, enquanto Drake permanecia em silêncio, destruído.Carter, que assistia à cena como se fosse um espetáculo pessoal, apenas sorriu.“Além de toda a verdade?” Carter se levantou lentamente, estalando os dedos despreocupadamente, o som ecoando pela sala, quebrando o silêncio pesado. Ele esticou o corpo preguiçosamente, como um predador que tinha acabado de capturar sua presa. “Eu disse a ele como seriam os próximos dias.”Carter começou a andar de um lado para o outro na sala, seus olhos desl
"Ele é um negociador", respondeu Blair, com a voz firme, mas um tremor revelando sua tentativa de permanecer forte.Carter riu, como se a resposta fosse exatamente o que ele esperava. “Ele é,” ele admitiu, e seu sorriso se alargou, com algo quase apreciativo. “E você também.”Carter andou até a mesa ao lado do sofá e casualmente abriu sua pasta. Ele removeu um único papel, deslizando-o pela superfície da mesa com as pontas dos dedos, quase como se estivesse apresentando uma oferta de negócios.“Você tentou caçar a cabeça de Banks, Blair,” ele continuou, sua gaze fixada nela. “E em troca, ele quer as cabeças de todos ao seu redor.” Ele deu um passo para trás, observando a reação dela com fria satisfação. “As cabeças deles…” Ele colocou o papel ali, a gaze dela tremeluzindo entre ele e o documento. “Ou… a sua.”O mundo parecia girar em torno de Blair, cada palavra que Carter dizia ressoando como um eco sombrio em sua mente. Ela sentiu o peso da decisão esmagando-a, a visão das pessoas q