“Eu te perdoarei se você fizer as pazes”, Drake respondeu, mas sua coragem falhou.Ele desviou o olhar, incapaz de suportar o peso de sua decisão.Blair se virou para Carter, a ansiedade crescendo em seu peito. “Que garantia eu tenho? Se eu me casar com Ethan e me tornar sua escrava, que garantia eu tenho de que ele não machucará minha família?”“Garantia?” Carter conteve uma risada, como se a pergunta dela fosse a coisa mais engraçada do mundo.Ele se inclinou para perto, sua gaze perfurando, quase como se quisesse engoli-la inteira. "Oh, Blair..." Sua voz era baixa, sedutora, mas havia uma camada de crueldade por baixo. "Se você acha que esta é uma negociação justa, onde você terá direitos e garantias, você está sonhando. Isto não é um acordo, é uma armadilha. É vingança, e todos os dias você se arrependerá de ter conhecido Ethan."Ele se aproximou, a tensão no ar se tornando quase palpável. Blair podia sentir a presença dele como um peso, sua respiração retumbando com a dela.“Todo
Enquanto ouço a chuva batendo contra a janela, o som se torna quase hipnótico, e tento me acalmar. Com determinação renovada, me tornarei a mãe que meu filho merece, uma mãe forte e corajosa que não permitirá que o medo dite suas ações.E então, com um último olhar para a tempestade lá fora, percebo que não importa o que aconteça, lutarei pelo meu filho, mesmo que isso signifique enfrentar demônios que ainda não entendo completamente.Mesmo que ainda esteja escuro, tomo banho e me arrumo para o trabalho, seguindo a mesma rotina repetitiva que tenho mantido nos últimos meses. É tudo o que posso fazer para manter minha mente ocupada e escapar das dúvidas que ameaçam me consumir.Enquanto a água morna corre sobre mim, tento me concentrar no agora, na sensação refrescante e reconfortante, mas a ansiedade nunca está longe, sempre à espreita.Quando saio do meu quarto, encontro Drake na sala de estar, deitado no sofá e assistindo TV. O apartamento dele é ao lado do meu, mas ele está sempre
As lágrimas finalmente escorrem pelo meu rosto, e sinto cada uma delas como uma libertação.“É por isso que fugimos, não é? É por isso que fingimos minha morte,” eu digo, minha voz falhando enquanto as últimas lágrimas secam em meu rosto. “Para que eu nunca mais tenha que voltar para Ethan.”Eu afasto os resquícios de dor e confusão, um gesto quase ritualístico, enquanto o plano que fizemos começa a tomar forma novamente em minha mente. “No mês que vem, iremos para a Inglaterra, onde meu filho nascerá, e teremos alguns dias de paz”, repito, sentindo um calor familiar crescer em meu peito, uma sensação de esperança que não sentia há muito tempo. “E então trabalharemos até a morte”, acrescento, forçando um sorriso que ilumina a sombra que caiu sobre nós.Drake sorri de volta, a tensão em seu rosto aliviando por um momento. “Nós já fazemos,” ele responde, e seu sorriso é como um farol na tempestade que tem sido minha vida até agora.“Nós fazemos”, concordo, lembrando dos longos dias e no
“Ah, então vamos correr como ele, certo?”, brinco, e ele ri, a inocência da infância irradiando dele.A cada segundo que passa, sinto uma conexão crescente com Miguel. Ele não é apenas filho de Blair, ele é parte de mim agora, um pedacinho de alegria e responsabilidade que me faz querer ser um tio ainda melhor.A correria se transforma em um momento de apreciação; um pequeno ritual matinal que compartilho com ele, onde o cotidiano se mistura com a diversão.“Vamos lá então! Você pode ser tão rápido quanto o carro azul se nos apressarmos, certo?” Eu digo, tentando empurrá-lo para longe da tela e em direção à porta.Ele levanta a mão em um gesto de vitória, como se tivesse cruzado a linha de chegada. “Sim! Vamos lá!” E com isso, ele salta do sofá, deixando a televisão para trás e correndo em direção à porta, sua excitação se espalhando pela sala como um raio de sol.“Rápido como Ethan Banks!” ele grita enquanto corre em direção ao elevador, sua voz cheia de alegria e determinação.Toda
A maneira como ele articula suas preocupações, mesmo que ingenuamente, revela uma sabedoria impressionante para alguém tão pequeno.Ele dá de ombros, hesitante, como se não soubesse como responder. E talvez ele realmente não saiba.O que vejo em seus olhos é uma mistura de confusão e compreensão. Ele está lidando com sentimentos complexos para sua idade, e me pergunto se ele entende completamente o que significa perder um ídolo, uma figura que representa um sonho. Ou talvez ele esteja apenas começando a perceber a fragilidade das coisas que ama.“Eu chorei na escola ontem, mas não contei para a mamãe. Eu chorei porque não queria que Ethan parasse de correr,” ele confessa, com a voz trêmula e os olhos arregalados.“Miguel…” murmuro, sem saber exatamente como reagir.O que você pode dizer a um garoto que idolatra alguém e não sabe o quanto essa idolatria pode machucar?“Ninguém ama carros tanto quanto ele e eu”, ele acrescenta, com admiração transbordando de suas palavras.Meu coração d
Mas, ao mesmo tempo, a presença de Ethan Banks paira no ar, um espectro que não posso ignorar. Parte de mim quer que Miguel tenha seu herói, que tenha essa experiência, mas outra parte teme o que isso pode significar. A conexão entre ele e Ethan é profunda, e não posso deixar de sentir que isso pode levar a complicações mais tarde.“Olha, olha!” Miguel grita novamente, e eu sigo seu olhar, observando os carros se alinhando para a largada.No fundo, espero que esse momento dure, que a alegria pura e inocente que ele sente não seja manchada pelo peso do que está por vir. Neste momento, tudo parece possível.A corrida chega ao clímax, e o rugido dos motores atinge um novo nível. Quando Ethan cruza a linha de chegada em primeiro, a pista de corrida irrompe em gritos e aplausos. Miguel salta dos meus ombros, com os olhos arregalados e radiantes, e imediatamente se lança para a frente, correndo em direção à barreira que separa os espectadores da pista, tentando ver Ethan mais de perto. Ele
Meu coração está acelerado, e posso sentir a batida em meus ouvidos. A multidão que antes parecia tão vibrante agora é um mar de rostos estranhos, e cada segundo que passa parece uma eternidade. Eu me movo mais rápido, olhando desesperadamente para cada canto, cada rosto, enquanto a pressão em meu peito se intensifica.“Miguel! Onde você está?” Eu grito, minha voz quase quebrando.As comemorações desaparecem em um barulho distante, e a alegria das pessoas parece zombar do meu desespero. É uma sensação horrível, estar tão perto de algo que todos amam e, ao mesmo tempo, sentir que estou prestes a perder a coisa mais preciosa que tenho. A única coisa que quero é encontrá-la antes que seja tarde demais.**PONTO DE VISTA DE BLAIR“Senhorita Collins, preciso apenas lhe fazer mais algumas perguntas”, diz o policial, mas sua voz ecoa como se viesse de muito longe. É como um sonho distorcido, um pesadelo do qual não consigo acordar.Perdi meu filho.A realidade se desenrola lentamente, e cada
A possibilidade de Miguel estar em perigo é uma faca afiada que corta a esperança, e cada momento que passa sem notícias é como um golpe direto no meu coração."Se alguma coisa acontecer com ele, eu nunca vou me perdoar", diz Drake, com a voz mais baixa agora, como se estivesse lutando contra a própria realidade.Ele passa a mão no rosto, como se tentasse afastar a imagem do que pode acontecer.Olho para ele e sinto uma mistura de gratidão e dor. “Nós encontraremos nosso garoto, Drake,” eu digo, determinação forçando seu caminho através da tempestade de emoções.**Sento-me em frente à janela, observando a chuva cair como se cada gota carregasse um pedaço da minha tristeza. O ar é denso, quase difícil de respirar, e sinto um aperto profundo no peito quando penso em Miguel... sobre onde ele está, com quem ele pode estar agora. O chá em minhas mãos já esfriou; não passa de um fantasma de calor, como uma lembrança de algo que um dia me aqueceu.Drake foi para seu quarto, dizendo que prec