Blair saiu do carro em um movimento rápido, sem nem olhar para o pai. Ela ignorou qualquer tentativa de dizer adeus e foi em direção ao prédio, o peso de um dia exaustivo estampado em cada passo arrastado que dava.As portas do prédio se fecharam atrás dela, e o silêncio do corredor a envolveu por um momento. Entrando no elevador, ela soltou um suspiro cansado, tirando seus sapatos de salto alto que pareciam pesar toneladas e os deixando no chão ao seu lado.Finalmente se sentindo um pouco mais livre, ela desabotoou os primeiros botões do vestido, permitindo que o ar frio acalmasse sua pele quente e cansada. Ela fechou os olhos por alguns segundos, tentando reunir forças para subir o resto do caminho.“Ethan…” ela suspirou.Blair pegou o telefone com as mãos trêmulas e, sem hesitar, procurou as informações de contato de Spencer. Ela apertou o botão de chamada, mas a ligação não apitou nem uma vez antes de cair.Ela olhou para a tela em branco por alguns segundos, sentindo o vazio que
E quando o fez, Blair mal reconheceu o amigo que sempre esteve ao seu lado."Você sabe o quanto você se ferrou, Blair?" Drake retrucou, sua voz grossa de frustração e algo mais sombrio. "Se envolvendo com a polícia, se envolvendo com criminosos, brincando de espião e salvando o país." Ele jogou as mãos para cima, seu rosto uma mistura de descrença e raiva."Drake... Eu ia te contar," ela começou, sua voz vacilante. Ela queria explicar, mas sabia que não havia palavras que o fariam entender o que realmente a havia motivado."Quando, Blair?" ele gritou, e o som ecoou pela sala. "Quando eles aparecerem na nossa porta e colocarem uma arma na minha cabeça?" Ele deu um passo à frente, seus olhos ferozes e sua expressão cheia de um desespero que Blair nunca tinha visto antes. "Ou quando tudo der certo, e você colocar Ethan Banks atrás das grades?"Ela balançou a cabeça, tentando encontrar uma desculpa, qualquer coisa que pudesse diminuir o impacto das palavras dele. "Drake…"Mas ele não a de
Blair sentiu um vazio onde as mãos dele estavam, um vazio que se espalhou pelo peito dela e a esmagou. Ela estendeu a mão, tentando tocá-lo, mas ele deu um passo para trás."Drake..." A voz dela estava embargada, um apelo desesperado, mas ele já havia se fechado.A distância entre eles era mais do que física agora; era um abismo que ela mesma havia criado e que talvez nunca fosse capaz de atravessar de volta."O que você disse a ele?" Blair se virou para Carter, sua voz tremendo de raiva e descrença, enquanto Drake permanecia em silêncio, destruído.Carter, que assistia à cena como se fosse um espetáculo pessoal, apenas sorriu.“Além de toda a verdade?” Carter se levantou lentamente, estalando os dedos despreocupadamente, o som ecoando pela sala, quebrando o silêncio pesado. Ele esticou o corpo preguiçosamente, como um predador que tinha acabado de capturar sua presa. “Eu disse a ele como seriam os próximos dias.”Carter começou a andar de um lado para o outro na sala, seus olhos desl
"Ele é um negociador", respondeu Blair, com a voz firme, mas um tremor revelando sua tentativa de permanecer forte.Carter riu, como se a resposta fosse exatamente o que ele esperava. “Ele é,” ele admitiu, e seu sorriso se alargou, com algo quase apreciativo. “E você também.”Carter andou até a mesa ao lado do sofá e casualmente abriu sua pasta. Ele removeu um único papel, deslizando-o pela superfície da mesa com as pontas dos dedos, quase como se estivesse apresentando uma oferta de negócios.“Você tentou caçar a cabeça de Banks, Blair,” ele continuou, sua gaze fixada nela. “E em troca, ele quer as cabeças de todos ao seu redor.” Ele deu um passo para trás, observando a reação dela com fria satisfação. “As cabeças deles…” Ele colocou o papel ali, a gaze dela tremeluzindo entre ele e o documento. “Ou… a sua.”O mundo parecia girar em torno de Blair, cada palavra que Carter dizia ressoando como um eco sombrio em sua mente. Ela sentiu o peso da decisão esmagando-a, a visão das pessoas q
“Eu te perdoarei se você fizer as pazes”, Drake respondeu, mas sua coragem falhou.Ele desviou o olhar, incapaz de suportar o peso de sua decisão.Blair se virou para Carter, a ansiedade crescendo em seu peito. “Que garantia eu tenho? Se eu me casar com Ethan e me tornar sua escrava, que garantia eu tenho de que ele não machucará minha família?”“Garantia?” Carter conteve uma risada, como se a pergunta dela fosse a coisa mais engraçada do mundo.Ele se inclinou para perto, sua gaze perfurando, quase como se quisesse engoli-la inteira. "Oh, Blair..." Sua voz era baixa, sedutora, mas havia uma camada de crueldade por baixo. "Se você acha que esta é uma negociação justa, onde você terá direitos e garantias, você está sonhando. Isto não é um acordo, é uma armadilha. É vingança, e todos os dias você se arrependerá de ter conhecido Ethan."Ele se aproximou, a tensão no ar se tornando quase palpável. Blair podia sentir a presença dele como um peso, sua respiração retumbando com a dela.“Todo
Enquanto ouço a chuva batendo contra a janela, o som se torna quase hipnótico, e tento me acalmar. Com determinação renovada, me tornarei a mãe que meu filho merece, uma mãe forte e corajosa que não permitirá que o medo dite suas ações.E então, com um último olhar para a tempestade lá fora, percebo que não importa o que aconteça, lutarei pelo meu filho, mesmo que isso signifique enfrentar demônios que ainda não entendo completamente.Mesmo que ainda esteja escuro, tomo banho e me arrumo para o trabalho, seguindo a mesma rotina repetitiva que tenho mantido nos últimos meses. É tudo o que posso fazer para manter minha mente ocupada e escapar das dúvidas que ameaçam me consumir.Enquanto a água morna corre sobre mim, tento me concentrar no agora, na sensação refrescante e reconfortante, mas a ansiedade nunca está longe, sempre à espreita.Quando saio do meu quarto, encontro Drake na sala de estar, deitado no sofá e assistindo TV. O apartamento dele é ao lado do meu, mas ele está sempre
As lágrimas finalmente escorrem pelo meu rosto, e sinto cada uma delas como uma libertação.“É por isso que fugimos, não é? É por isso que fingimos minha morte,” eu digo, minha voz falhando enquanto as últimas lágrimas secam em meu rosto. “Para que eu nunca mais tenha que voltar para Ethan.”Eu afasto os resquícios de dor e confusão, um gesto quase ritualístico, enquanto o plano que fizemos começa a tomar forma novamente em minha mente. “No mês que vem, iremos para a Inglaterra, onde meu filho nascerá, e teremos alguns dias de paz”, repito, sentindo um calor familiar crescer em meu peito, uma sensação de esperança que não sentia há muito tempo. “E então trabalharemos até a morte”, acrescento, forçando um sorriso que ilumina a sombra que caiu sobre nós.Drake sorri de volta, a tensão em seu rosto aliviando por um momento. “Nós já fazemos,” ele responde, e seu sorriso é como um farol na tempestade que tem sido minha vida até agora.“Nós fazemos”, concordo, lembrando dos longos dias e no
“Ah, então vamos correr como ele, certo?”, brinco, e ele ri, a inocência da infância irradiando dele.A cada segundo que passa, sinto uma conexão crescente com Miguel. Ele não é apenas filho de Blair, ele é parte de mim agora, um pedacinho de alegria e responsabilidade que me faz querer ser um tio ainda melhor.A correria se transforma em um momento de apreciação; um pequeno ritual matinal que compartilho com ele, onde o cotidiano se mistura com a diversão.“Vamos lá então! Você pode ser tão rápido quanto o carro azul se nos apressarmos, certo?” Eu digo, tentando empurrá-lo para longe da tela e em direção à porta.Ele levanta a mão em um gesto de vitória, como se tivesse cruzado a linha de chegada. “Sim! Vamos lá!” E com isso, ele salta do sofá, deixando a televisão para trás e correndo em direção à porta, sua excitação se espalhando pela sala como um raio de sol.“Rápido como Ethan Banks!” ele grita enquanto corre em direção ao elevador, sua voz cheia de alegria e determinação.Toda