É um sábado ensolarado hoje, acordamos alegres Marco e eu, um dia realmente lindo, temos planos incríveis, combinei com Selena de tirar um dia de passeio por Veneza. Sem pressa, visitar lugares, comer boa comida e jogar conversa fora, precisávamos de vitamina D, pois três dias chuvosos enterrados em um apartamento é entediante e o bebê está agitado. Ouço uma leve batida na porta e sei que é minha amiga
— Entra Lena, estou terminando de arrumar a bolsa do nosso reizinho!
— Oi amiga. — Entra a loira ofegante sala adentro
— Temos que providenciar outro apartamento para você, essas escadas me matam, não sei como você consegue. Com Marco nos braços, mais bolsa de Marco e carrinho de Marco, ah Dio Santo! — Pegando meu menino no colo e enchendo de beijinhos, que tia babona essa minha ami
JESSEstou doida pra saber quem é esse romântico, minha amiga Selena é muito exigente, nunca descreveu um homem assim antes, mesmo tendo seus casos, nunca perdeu tempo em revelar detalhes de nenhum deles, por isso estranhei o entusiasmo.E depois, a situação é muito inusitada e romântica para não descobrir o personagem, talvez nunca mais veja um episódio como esse, meu gênio curioso aflorou. Em meio a minha maratona ouço o cantor da banda anunciar:—” Chiedo l'attenzione di tutti per la prossima canzone, ho un ragazzo che mi ha aiutato a chiedere il suo amore in matrimonio, lei è qui in piazza e loro sono stati lontani da tempo, ma non può vivere sensa il suo amore. come potevo rifiutare? ecco il microfono ragazzo mio! canta per lei.”  
— Preciso de um banho, estou na rua o dia todo.— Só se eu for seu sabonete — respondo divertido.Ela também ri me arrastando pela mão. Terminamos por despir das poucas roupas desesperados.— Eu entro em seu espaço e a ergo em meus braços entrando nela e devorando sua boca faminto. Ela me acolhe enlaçando as pernas na minha cintura, matando a enorme saudade acumulada, nos amamos com urgência, desesperados de desejo um pelo outro.— Você é louco sabia!...— Louco por você, sempre fui, te amo...— Como esperei ouvir isso...— Não vou parar de declarar meu amor, jamais...Não aguento cinco minutos, nem sei como durei tanto, achei que quando eu a beijasse gozaria na roupa, tamanha saudade da minha mulher.Agora aconchegado a minha princesa, imersos no olhar um do outro, conto a ela a descober
A FamíliaLyonelDepois de saciados, limpos e alimentados, estamos indo de barquinho até a casa de Selena buscar nosso filho.Chegamos na casa da amiga passando as dez e meia da manhã, os italianos são pessoas muito desconfiadas com estrangeiros, mas comigo é diferente por causa de Jess, espero que a família dela seja da mesma maneira, sei que ela disse que os irmãos mais velhos são tranquilos, mas meu nervosismo em não me indispor com nenhum deles é enorme.Hoje vi meu filho com os olhos abertos pela primeira vez, sorriu quando o peguei no colo. Não quero mais soltá-lo, estamos de volta ao barquinho indo para casa do meu sogro. Jess ao meu lado enquanto converso com Marco. E tento decorar todos os detalhes do meu menino.— Ele tem os seus olhos, Lyon.— E a sua boca.— Somos bons em fazer filho bonito.
11 meses depois Jessica Essa segunda gravidez está mais difícil do que imaginei, meus hormônios estão muito descompassados, muita fome e sensibilidade e só entrei no quinto mês, há dezesseis longas semanas pela frente. Somente o que me conforta é estar com o pai do meu bebê me amparando e cuidando de mim. Enlouqueceu de euforia quando engravidei. Demorou até mais do que esperávamos, visto que nos esforçamos diariamente. E continuamos a fazer isso, Lyonel não enjoou de mim como sempre tive medo de que aconteceria. Ele me ama de verdade e isso me conforta e acalma, apesar dos dias de baixa autoestima. Hoje é um desses dias, olho meu corpo e me condeno por estar assim, mesmo estando grávida e sabendo ser temporário. Na gravidez de Marco eu me achava linda, talvez porque eu não tinha um Deus grego despertando olhares por onde passa. Meu marido não me deixa
JESS Não sou uma garota normal, aos 18 anos saí do meu país em busca de autoconhecimento ou talvez fugir de mim mesma, cruzei o atlântico com uma mala e muitos pesadelos nem eram sonhos, complexada desde criança por não ter o corpo “padrão” e por viver na cidade mais romântica da Itália, eu sempre quis fugir. Sou maluca? Talvez, mas viver em um lugar por toda a vida, que respira amor e beleza e não se sentir amada e bonita é uma merda. Há quase sete anos que vivo aqui em Nova York, e claro que isso não mudou em nada os meus complexos e pesadelos, continuo com minhas sessões de terapia com as quais convivo desde a adolescência, o que mudou somente foi a profissional que me trata e a língua que domino com perfeição sem nenhum sotaque. Eu não achei que aceitar a sugestão da minha psiquiatra seria tão excitante, quer dizer nunca tinha entrado em um clube BDSM, mas como ela sugeriu essa última alternativa para ajudar com meus traumas, mergulhei de cabeça nisso. Cara
JESSNunca pensei que minha rotina aqui em NY viraria uma 'rotina' maçante, não que seja ruim esse sossego ou essa vida sem emoções, porque tenho tudo o que preciso, uma boa casa, moro sozinha, não devo satisfações a ninguém e tenho liberdade de ir e vir.Meu trabalho de escritora que começou como um hobby já me rendeu uma boa grana e não dependo mais da mesada de papai, mas minha vida social poderia ser mais agitada, penso eu.Não tenho amigos para me divertir, fora o pessoal do meu antigo emprego nessa cafeteria, nenhum. E todas essas pessoas não têm a minha idade, não consigo me abrir com eles, nossas conversas não têm um ponto em comum, mesmo os conhecendo há anos e eles me tratando com um membro da família.Os Tyller, donos desse café me acolheram há cinco anos, quando chegu
JESS DOIS ANOS ANTES— Então, Jessica, como passou esses últimos quinze dias?— Nenhuma novidade Dra. Elisabeth.— E os pesadelos?— Continuam, infelizmente.— Podemos trocar a medicação para dormir por um relaxante mais potente.— Acho que não é questão de medicação, estou com alguns sentimentos estranhos.— Por favor, fale sobre eles.— Uma inquietude, uma vontade de partir, encontrar um novo emprego, um lugar desconhecido e estabelecer uma nova rotina.— Conversou com alguém sobre isso?— Não, só com você.— Ok. E a meta da última consulta, em conhecer alguém, fazer um amigo?— Fracassei, não consegui sair, me arrumei, mas antes de sair mirei-me uma última vez no espelho e desisti.
LYONELO dia no escritório graças a Deus passou voando, nem acredito que a agenda semanal está completa. Consegui passar por mais uma semana sem o estresse habitual do mês passado, minha mãe também me deu folga dos jantares dela, deve ter sido porque os Gladstone viajaram.Não aguentava mais os assuntos deles. E para piorar a filha é um cordeirinho, se eu a mandar atirar-se da sacada, suspeito que fará isso.Tudo bem que convivo com mulheres desse tipo a vida toda, mas ultimamente tornou-se tão cansativo essas garotas subservientes, aceitam o que a família impõe, o que a sociedade exige, até o que o namorado quer que façam, elas fazem para agradar, não me interesso mais nesse tipo de mulher. Ultimamente ando tão focado no trabalho que raramente penso em relacionamentos. Os caras até me chamaram para conhecer um clube que foi reinaugurado, mas que nunca tinha ouvido falar, apesar de funcionar há anos. Disseram que agora o novo