Capítulo 2

JESS DOIS ANOS ANTES

— Então, Jessica, como passou esses últimos quinze dias?

— Nenhuma novidade Dra. Elisabeth.

— E os pesadelos?

— Continuam, infelizmente.

— Podemos trocar a medicação para dormir por um relaxante mais potente.

— Acho que não é questão de medicação, estou com alguns sentimentos estranhos.

— Por favor, fale sobre eles.

— Uma inquietude, uma vontade de partir, encontrar um novo emprego, um lugar desconhecido e estabelecer uma nova rotina.

— Conversou com alguém sobre isso?

— Não, só com você.

— Ok. E a meta da última consulta, em conhecer alguém, fazer um amigo?

— Fracassei, não consegui sair, me arrumei, mas antes de sair mirei-me uma última vez no espelho e desisti.

— Entendi. Uma pergunta, como veste-se em casa?

— Confortável.

— E sob a roupa confortável?

— Depende, quando é muito calor não uso nada.

— O que eu quero saber é como são suas lingeries, Jessica?

— Isso importa, Dra.?

— Importa para o que eu quero descobrir.

— Certo. Minhas lingeries são normais.

— São bonitas? Pequenas, renda, laços, detalhes são importantes para o objetivo da pergunta.

— Sim, gosto de comparar lingeries bonitas, a maioria são sexies, me sinto bem, sabendo que só eu me vejo com elas, eu gosto, das mais variadas.

— Gosta do seu corpo nelas?

— Pensando agora, gosto sim.

— Ótimo. Quero que você tente uma coisa nova, vou viajar daqui alguns dias e ficarei fora uns meses, vou te passar um cartão senha de um clube que eu frequento.

— Como assim viajar? E minhas sessões? — Meu Deus! Sem terapia eu vou enlouquecer.

— Tenho uma especialização fora do estado, calma que vou te passar um profissional da minha confiança para atender você.

— Não vou me abrir com outra pessoa, fora de cogitação.

— Então você fará isso que vou te orientar, pelo menos até eu retornar.

— Acha que pode ajudar?

— Não proporia se não houvesse essa finalidade. Já ouviu falar em BDSM?

— Pouco, li alguns livros e filmes que abordam esse tema.

— Esqueça essa bobagem de 50 Tons de cinza — Um leve brilho passa pelo olhar dela provocando um arrepio em minha espinha.

— O clube foi repaginado, e por esse motivo será ideal para você, está mais leve e com práticas digamos assim mais artísticas, não é do meu agrado, no entanto. Se depois quiser se aprofundar na prática BDSM, terei prazer em ajudar. Mas a princípio tenho a impressão de que vai ajudar ir até lá e descobrir o que você gosta.

— E como ir a um clube de perversão pode me ajudar com meus complexos?

— Talvez você se identifique com algo, poderá ser uma pessoa diferente lá. Descobrir coisas novas, abrir a mente. Vou passar alguns detalhes por e-mail, mas acredito que se sairá bem.

A consulta termina e retorno para minha casa com mais dúvidas do que quando saí dela. Entretanto Dra. Elisabeth é a pessoa que mais confio, e confesso que estou curiosa sobre isso.

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