JESS DIAS ATUAIS
Estou aqui em minha cabine, sozinha me preparando para mais uma quinta feira de apresentação, meu coração já não acelera de nervosismo e emoção como antes, me pergunto se era isso mesmo que faltava na minha vida, conhecer e incorporar a perversão nela.
Lembro-me que há dois anos entrei aqui pela primeira vez, recordo como estava nervosa e preocupada com o que eu veria, quem eu encontraria, se a perversão me chocaria. Por ser um clube fechado sabia o tipo de frequentadores, ricaços da alta sociedade.
Confesso que estava apreensiva, mas como eu não tinha amigos, namorado, e vida social mesmo sabendo ser tudo por minha escolha, porque não conseguia me abrir a isso, queria mudanças e fazer parte disso poderia ajudar. A minha imagem complexada que enchia o espelho cada vez que vestia uma roupa bonita para sair, as pa
JESS UM ANO E MEIO ANTESA maratona de aprendizado do mundo BDSM é realmente exaustiva em todos os aspectos, saio todas as tardes para me encontrar com Trevor. Seis meses somente na teoria, às vezes treinamos cenas, nós dois, mas sinto que é só a ponta do iceberg.Pedi um tempo para me dedicar aos livros que ele me passou, agora estamos treinando postura, e comportamento.Ele me fez desfilar por horas com calçados altíssimos, dançar com eles também. Confesso que meus dias são tomados por essas atividades, o pouco que sobra eu escrevo, tenho prazos e preciso cumprir.Trevor me matriculou em aula de pole dance, quase surtei quando descobri, mas ele ressaltou a importância, tanto para o preparo físico, quanto para experiência em seduzir. Meu corpo mudou, não está esteticamente magro, mas consegui me sentir mais bonita, minha c
LYONELAqui no silêncio do meu escritório, desde quinta-feira passada, não desligo daquela mulher. Por mais que eu tente, alguma coisa mudou. Estou lutando contra isso, mas a necessidade de vê-la novamente está tomando conta de mim. Hoje é segunda, estou contando os minutos para encerrar o expediente e ir até aquele clube. Minha mente dispersa não está contribuindo em nada, por esse motivo preciso resolver isso, tirar de vez essa cisma.Meus devaneios são interrompidos pela minha assistente indicando que minha mãe está a minha espera.Terceira vez que ela vem até a empresa, nem quando meu pai era vivo, ela se indignava a vir.Depois que ele faleceu, nossa relação mudou, não sei se é por saudades dele ou dependência, já que ela é sozinha. Me convida para seus jantares e recepções, tudo bem que
LYONELO clube estava particularmente agitado esta noite. Eu tinha frequentado quase todos os dias da semana passada e essa esperando encontrá-la, seis dias especificamente sem vê-la, será que ela não se apresenta no clube diariamente porque há algo que a impede? Um namorado talvez, mais que isso e se ela é casada com uma vida paralela a essa, marido e filhos, NÃO. Meu peito agora aperta com esse pensamento, recuso-me a imaginar isso, ela vai ser minha, tem que ser. Meu Deus, como posso desejar tanto uma mulher se só a vi uma vez? Nem a toquei, nem sei se ela notou a minha presença com a multidão de caras babando assistindo ela encenar.Não me importo, algo nela me afetou, despertou algo adormecido aqui dentro, preciso tê-la e descobrir por que ela não sai da minha cabeça. Apanho meu habitual whiskey duplo, sento-me no meu lugar p
Jess um ano antesNão dormi nada bem noite passada, lógico hoje é o dia da minha estreia no clube. Por mais que Trevor esteja comigo em todos os momentos de preparação, sei que quando chegar a hora terei que abrir a porta vermelha a minha frente e encarar tudo sozinha.Meu coração está acelerado desde que comecei a me arrumar hoje. Não estou preparada para vaias e zombarias, se isso acontecer, não sei o que farei. Trevor me assegurou que estou totalmente pronta, há um ano treino para isso, mas agora agir como uma mulher poderosa e segura de si diante de um clube lotado, na maioria por homens, esperando uma beldade aparecer diante deles, eu não sei se tenho coragem para isso. Minhas pernas fraquejam de nervosismo. E isso de maneira nenhuma deve ser demonstrado perante eles, fraqueza, timidez e ne
Lyonel A semana mais longa e fatídica da minha vida, a mulher que habita meus pensamentos desde aquele beijo devasso me propôs um teste. Uma parte de mim deseja desesperadamente aceitar, mas o macho dominador que eu sou se recusa a fazer a vontade dela. Por mais que aquele corpo curvilíneo me assombre e o gosto de cereja de seus lábios seja inesquecível, não consigo me imaginar sendo controlado por nenhuma mulher, desejo com todas as minhas forças não ser assim, mas faz parte de mim. Entre uma reunião e outra, tento elaborar um plano para me aproximar dela e talvez descobrir onde ela mora, ou tentar o máximo contato para que ela me procure. Depois de muito pensar nisso, decido retornar ao papel de dominante que há tempos não desempenho, vou fazer uma cena naquele lugar, conversarei hoje mesmo com o barman que percebi ser quem decide as coisas por lá. Ainda não descobri como fazer para que Carmen me veja encenar, mas até qu
Acertei com meus escravos exatamente como queria o posicionamento do meu trono, disposto frente a uma distância de cinco metros do palco onde o meu desafiante se exibirá, não quero que ele perca nenhum detalhe de minha interação e nem eu quero perder suas reações a mim. Terminando de me arrumar em minha cabine, resolvi dispensar o sutiã, colei dois niple pasties[1] com enfeites pendurados nos mamilos e puxei para frente meus longos cabelos escondendo-os para que eu os mostre somente na hora que eu achar apropriado, um espartilho preto marcando minha cintura, uma calcinha um pouco menor que o normal, uma bota preta de vinil até as coxas, e minha máscara, uma legítima Domme. Quero que o Sr Dupontt não esqueça disso quando me olhar hoje, desfazer qualquer dúvida que um dia me submeterei a ele, a lembrancinha que lhe darei está comigo, pronta para exercer o papel principal nesse ato. Contemplo minha figura no espelho e aprovo
O famigerado testeCheguei à conclusão que preciso ceder, tomei a decisão de aceitar o teste que ela me propôs. Desde o episódio com a gravata, não voltamos a ter contato. Não por falta de esforço da minha parte, ela simplesmente me ignora, circula, desfila, encena, mas nem uma vez senti seu olhar em minha direção. Eu pensei que depois da minha cena as coisas seriam diferentes, mas a mulher é teimosa.Ela sempre dá a última resposta, foi o que ela fez devolvendo a minha própria gravata daquela maneira criativa, eu admito. Eu só não imaginava gostar tanto dessa ousadia dela. Saí furioso, mas de pau duro até em casa. E aqueles peitos, meu Deus sonhei várias noites com eles. Entretanto quando voltei aqui, ela simplesmente finge que eu não existo. Desprezo é pior que uma negativa. Mas isso que ela faz
O planoJá são duas quintas feiras que vou ao clube especialmente para vê-la, ou ao menos tentar, ela não se apresentou mais depois do meu teste e confesso que estou desapontado.Apenas circula pelo salão desfilando aquela bunda gostosa com os malditos escravos na coleira a tiracolo, ontem a vi sair da sua cabine particular e ir ao bar apanhar duas taças. “Duas” quem mais estava lá dentro? Quem era o escolhido sortudo? Fiquei possesso e não descobri quem era.Jurei que não retornaria, mas é impossível, o gosto dela não sai da minha boca. Sou um abobalhado mesmo em pensar que seria fácil ter essa mulher. Ontem enquanto desfilava pelo salão para chegar até o bar, eu a acompanhava feito um cachorrinho ansiando um afago, uma migalha de pão que fosse. Me desconheci. Meus olhos buscavam todos os seus movimentos,