LYONEL
O dia no escritório graças a Deus passou voando, nem acredito que a agenda semanal está completa. Consegui passar por mais uma semana sem o estresse habitual do mês passado, minha mãe também me deu folga dos jantares dela, deve ter sido porque os Gladstone viajaram.
Não aguentava mais os assuntos deles. E para piorar a filha é um cordeirinho, se eu a m****r atirar-se da sacada, suspeito que fará isso.
Tudo bem que convivo com mulheres desse tipo a vida toda, mas ultimamente tornou-se tão cansativo essas garotas subservientes, aceitam o que a família impõe, o que a sociedade exige, até o que o namorado quer que façam, elas fazem para agradar, não me interesso mais nesse tipo de mulher. Ultimamente ando tão focado no trabalho que raramente penso em relacionamentos. Os caras até me chamaram para conhecer um clube que foi reinaugurado, mas que nunca tinha ouvido falar, apesar de funcionar há anos. Disseram que agora o novo gerente fez umas mudanças que está atraindo mais os jogadores da perversão.
Talvez eu vá, já que amanhã é sexta e meus compromissos foram todos adiantados para hoje pela viagem da semana que vem.
***
Dirijo meu Porsche em direção ao tal clube, alguns conhecidos meus disseram que estarão lá, recebi um cartão senha, suponho que seja um clube particular para um público específico e homens como eu prezam muito esse detalhe.
Espero que o nome Masmorra, não faça jus ao que tenho em mente, não suportaria um lugar abafado, gótico e escuro, como diversas vezes encontrei e rapidamente dei um jeito de sair.
Preciso apenas relaxar, beber uma algo de qualidade e apreciar alguma cena interessante, depois daqui se me excitar ligo para alguém que me satisfaça.
Ao adentrar o local para minha surpresa o ambiente é iluminado, se não fossem os móveis ninguém diria que é um clube de perversão, tudo de muito bom gosto.
Acomodo-me em uma poltrona de couro vermelha bem no meio do salão, observo que na ponta oposta, há um homem bebendo tranquilamente, deve ter saído do trabalho, a gravata está frouxa e as mangas arregaçadas, não parece ser muito mais velho que eu, apenas mais cansado, mas ainda assim nota-se a classe em seu porte.
Um garçom aproxima-se e peço meu whisky de preferência, satisfeito por ser atendido rapidamente. Mais um ponto a se levar em conta. Há diversas cenas ocorrendo em torno, mas nada que prenda muito minha atenção.
Aceno aos conhecidos que me passaram a dica do local e continuo degustando o liquido, observando a movimentação dos corpos, distraindo um pouco minha mente estressada das obrigações, agora noto quanto eu precisava disso.
Infelizmente não há nada que eu já não tenha visto por aqui, mas vou ficar mais um tempo, pois gostei do ambiente.
O garçom retorna e eu peço mais um drink, nesse instante a luz baixa, e o salão todo silencia, aguardando algo que ainda não descobri o que é. Deve ser a atração do local, um show talvez. Bebo meu líquido curioso. Uma das portas do lado direito, uma espécie de camarim ou devo presumir um calabouço particular de sacanagem se abre, observo sair de dentro dele uma mulher. Coincidência eu sentir um perfume delicioso, deve ser dela, coco misturado com algo que não consigo identificar.
À medida que se aproxima de um trono dourado no lado oposto, presto atenção, não é alta, 1,65 talvez, cabelos castanhos escuros anelados até a cintura, não é morena, mas também não tem a palidez das garotas que costumo ver. Escuto uma voz masculina dar as boas-vindas a ela em um microfone.
— "Agora a ilustre presença que todos aguardavam, dizem que é a senhora da máfia, a destruidora de corações, a dominadora de nossos desejos, deem boas-vindas a estrangeira mais sexy que aportou neste clube, prestem atenção se algum de vocês está aguardando uma oportunidade, esta noite você poderá ser o escolhido para ser o brinquedinho dela."
Acho graça da apresentação do locutor, não consigo descobrir a fascinação dos presentes, uma baixinha, mascarada vestida com um sobretudo.
Mas tudo muda quando dois rapazes encoleirados seminus usando somente uma calça de couro, a despem da longa peça escura que a cobre.
Meus olhos acompanham as curvas do corpo da mulher, fazendo exatamente o que todos os presentes fazem, boquiabertos olhando para ela.
A baixinha que de maneira nenhuma merece ser chamada assim à medida que inicia o desfile pelo salão, transforma-se em um mulherão, de botas de couro e corpete negro marcando a cintura e evidenciando um par de seios fartos e apetitosos.
Involuntariamente umedeço os lábios pelo deleite com a visão da bela mulher andando em direção aos espectadores.
Suas coxas grossas e bem torneadas desfilam com desenvoltura enquanto segura um chicote com a mão enluvada.
Há detalhes vermelhos na lingerie combinando com o batom. Seus olhos não consigo ver com nitidez, pois usa uma máscara de renda preta e para minha decepção não olha para mim.
O perfume de coco desperta um desejo insuportável de lamber a pele dela, de deixar marcas de mordidas, nesse momento percebo uma ereção estupenda dentro das calças.
Caralho! Não é possível ficar de ereto só observando uma mulher, há quanto tempo isso não acontece? Aliás nunca me atraiu mulheres voluptuosas assim, mas porra! Essa é um espetáculo que gostaria de provar.
Me imagino agarrando o corpo cheio com minhas mãos habilidosas, fazendo-a derreter em meus braços. Ouvi-la implorar que a foda. A gata aproxima-se da poltrona, e desliza o chicote pelo peitoral do homem ao meu lado, um dos rapazes alcança uma coleira a qual ela prende no pescoço do engravatado e o arrasta com ela. Ele é o escolhido, a criatura embevecida que a segue escravizado para ser o seu bel-prazer e brinquedo.
Sinto meu membro melar dentro da roupa quando acompanho a abundância se afastando, me imagino arrancando a calcinha do meio dela com os dentes. Meu Deus! Que porra de desejo louco é esse?
Ela retorna ao trono, fala algo para o homem que ajoelhado imediatamente abre o zíper da bota, descalçando os pés delicados e beijando um a um. Ela comanda e ele vai subindo pela extensão da perna até chegar aonde ela deseja.
Já vi de um tudo nessa vida, e no sexo presenciei muitas coisas diferentes, mas observar um homem daquela classe, ajoelhado, humilhado, lambendo uma mulher, porque sim, ele está aproveitando e dando tudo de si, imagino pelo rosto em êxtase dela que ele encontrou o caminho exato para satisfazê-la.
Isso me afetou. Porra e não foi pouco!
Remexo-me inquieto na poltrona, buscando um alívio que sei que não terei hipnotizado pela cena da dominatrix agarrada aos cabelos do homem, me imaginando e invejando o lugar do bastardo sortudo. Mas na minha cama, jamais em público.
A cena termina e ela retira-se satisfeita de volta a sua cabine.
Rapidamente vou em direção ao bar, preciso de informações sobre ela, após alguns minutos de conversa com o barman descubro o nome que receio irá me assombrar pelos próximos dias:
Carmen Corleonne
JESS DIAS ATUAISEstou aqui em minha cabine, sozinha me preparando para mais uma quinta feira de apresentação, meu coração já não acelera de nervosismo e emoção como antes, me pergunto se era isso mesmo que faltava na minha vida, conhecer e incorporar a perversão nela.Lembro-me que há dois anos entrei aqui pela primeira vez, recordo como estava nervosa e preocupada com o que eu veria, quem eu encontraria, se a perversão me chocaria. Por ser um clube fechado sabia o tipo de frequentadores, ricaços da alta sociedade.Confesso que estava apreensiva, mas como eu não tinha amigos, namorado, e vida social mesmo sabendo ser tudo por minha escolha, porque não conseguia me abrir a isso, queria mudanças e fazer parte disso poderia ajudar. A minha imagem complexada que enchia o espelho cada vez que vestia uma roupa bonita para sair, as pa
JESS UM ANO E MEIO ANTESA maratona de aprendizado do mundo BDSM é realmente exaustiva em todos os aspectos, saio todas as tardes para me encontrar com Trevor. Seis meses somente na teoria, às vezes treinamos cenas, nós dois, mas sinto que é só a ponta do iceberg.Pedi um tempo para me dedicar aos livros que ele me passou, agora estamos treinando postura, e comportamento.Ele me fez desfilar por horas com calçados altíssimos, dançar com eles também. Confesso que meus dias são tomados por essas atividades, o pouco que sobra eu escrevo, tenho prazos e preciso cumprir.Trevor me matriculou em aula de pole dance, quase surtei quando descobri, mas ele ressaltou a importância, tanto para o preparo físico, quanto para experiência em seduzir. Meu corpo mudou, não está esteticamente magro, mas consegui me sentir mais bonita, minha c
LYONELAqui no silêncio do meu escritório, desde quinta-feira passada, não desligo daquela mulher. Por mais que eu tente, alguma coisa mudou. Estou lutando contra isso, mas a necessidade de vê-la novamente está tomando conta de mim. Hoje é segunda, estou contando os minutos para encerrar o expediente e ir até aquele clube. Minha mente dispersa não está contribuindo em nada, por esse motivo preciso resolver isso, tirar de vez essa cisma.Meus devaneios são interrompidos pela minha assistente indicando que minha mãe está a minha espera.Terceira vez que ela vem até a empresa, nem quando meu pai era vivo, ela se indignava a vir.Depois que ele faleceu, nossa relação mudou, não sei se é por saudades dele ou dependência, já que ela é sozinha. Me convida para seus jantares e recepções, tudo bem que
LYONELO clube estava particularmente agitado esta noite. Eu tinha frequentado quase todos os dias da semana passada e essa esperando encontrá-la, seis dias especificamente sem vê-la, será que ela não se apresenta no clube diariamente porque há algo que a impede? Um namorado talvez, mais que isso e se ela é casada com uma vida paralela a essa, marido e filhos, NÃO. Meu peito agora aperta com esse pensamento, recuso-me a imaginar isso, ela vai ser minha, tem que ser. Meu Deus, como posso desejar tanto uma mulher se só a vi uma vez? Nem a toquei, nem sei se ela notou a minha presença com a multidão de caras babando assistindo ela encenar.Não me importo, algo nela me afetou, despertou algo adormecido aqui dentro, preciso tê-la e descobrir por que ela não sai da minha cabeça. Apanho meu habitual whiskey duplo, sento-me no meu lugar p
Jess um ano antesNão dormi nada bem noite passada, lógico hoje é o dia da minha estreia no clube. Por mais que Trevor esteja comigo em todos os momentos de preparação, sei que quando chegar a hora terei que abrir a porta vermelha a minha frente e encarar tudo sozinha.Meu coração está acelerado desde que comecei a me arrumar hoje. Não estou preparada para vaias e zombarias, se isso acontecer, não sei o que farei. Trevor me assegurou que estou totalmente pronta, há um ano treino para isso, mas agora agir como uma mulher poderosa e segura de si diante de um clube lotado, na maioria por homens, esperando uma beldade aparecer diante deles, eu não sei se tenho coragem para isso. Minhas pernas fraquejam de nervosismo. E isso de maneira nenhuma deve ser demonstrado perante eles, fraqueza, timidez e ne
Lyonel A semana mais longa e fatídica da minha vida, a mulher que habita meus pensamentos desde aquele beijo devasso me propôs um teste. Uma parte de mim deseja desesperadamente aceitar, mas o macho dominador que eu sou se recusa a fazer a vontade dela. Por mais que aquele corpo curvilíneo me assombre e o gosto de cereja de seus lábios seja inesquecível, não consigo me imaginar sendo controlado por nenhuma mulher, desejo com todas as minhas forças não ser assim, mas faz parte de mim. Entre uma reunião e outra, tento elaborar um plano para me aproximar dela e talvez descobrir onde ela mora, ou tentar o máximo contato para que ela me procure. Depois de muito pensar nisso, decido retornar ao papel de dominante que há tempos não desempenho, vou fazer uma cena naquele lugar, conversarei hoje mesmo com o barman que percebi ser quem decide as coisas por lá. Ainda não descobri como fazer para que Carmen me veja encenar, mas até qu
Acertei com meus escravos exatamente como queria o posicionamento do meu trono, disposto frente a uma distância de cinco metros do palco onde o meu desafiante se exibirá, não quero que ele perca nenhum detalhe de minha interação e nem eu quero perder suas reações a mim. Terminando de me arrumar em minha cabine, resolvi dispensar o sutiã, colei dois niple pasties[1] com enfeites pendurados nos mamilos e puxei para frente meus longos cabelos escondendo-os para que eu os mostre somente na hora que eu achar apropriado, um espartilho preto marcando minha cintura, uma calcinha um pouco menor que o normal, uma bota preta de vinil até as coxas, e minha máscara, uma legítima Domme. Quero que o Sr Dupontt não esqueça disso quando me olhar hoje, desfazer qualquer dúvida que um dia me submeterei a ele, a lembrancinha que lhe darei está comigo, pronta para exercer o papel principal nesse ato. Contemplo minha figura no espelho e aprovo
O famigerado testeCheguei à conclusão que preciso ceder, tomei a decisão de aceitar o teste que ela me propôs. Desde o episódio com a gravata, não voltamos a ter contato. Não por falta de esforço da minha parte, ela simplesmente me ignora, circula, desfila, encena, mas nem uma vez senti seu olhar em minha direção. Eu pensei que depois da minha cena as coisas seriam diferentes, mas a mulher é teimosa.Ela sempre dá a última resposta, foi o que ela fez devolvendo a minha própria gravata daquela maneira criativa, eu admito. Eu só não imaginava gostar tanto dessa ousadia dela. Saí furioso, mas de pau duro até em casa. E aqueles peitos, meu Deus sonhei várias noites com eles. Entretanto quando voltei aqui, ela simplesmente finge que eu não existo. Desprezo é pior que uma negativa. Mas isso que ela faz