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Capítulo 3 A DOMINATRIX

LYONEL

O dia no escritório graças a Deus passou voando, nem acredito que a agenda semanal está completa. Consegui passar por mais uma semana sem o estresse habitual do mês passado, minha mãe também me deu folga dos jantares dela, deve ter sido porque os Gladstone viajaram.

Não aguentava mais os assuntos deles. E para piorar a filha é um cordeirinho, se eu a m****r atirar-se da sacada, suspeito que fará isso.

Tudo bem que convivo com mulheres desse tipo a vida toda, mas ultimamente tornou-se tão cansativo essas garotas subservientes, aceitam o que a família impõe, o que a sociedade exige, até o que o namorado quer que façam, elas fazem para agradar, não me interesso mais nesse tipo de mulher. Ultimamente ando tão focado no trabalho que raramente penso em relacionamentos. Os caras até me chamaram para conhecer um clube que foi reinaugurado, mas que nunca tinha ouvido falar, apesar de funcionar há anos. Disseram que agora o novo gerente fez umas mudanças que está atraindo mais os jogadores da perversão.

Talvez eu vá, já que amanhã é sexta e meus compromissos foram todos adiantados para hoje pela viagem da semana que vem.

       ***

Dirijo meu Porsche em direção ao tal clube, alguns conhecidos meus disseram que estarão lá, recebi um cartão senha, suponho que seja um clube particular para um público específico e homens como eu prezam muito esse detalhe.

Espero que o nome Masmorra, não faça jus ao que tenho em mente, não suportaria um lugar abafado, gótico e escuro, como diversas vezes encontrei e rapidamente dei um jeito de sair.

Preciso apenas relaxar, beber uma algo de qualidade e apreciar alguma cena interessante, depois daqui se me excitar ligo para alguém que me satisfaça.

Ao adentrar o local para minha surpresa o ambiente é iluminado, se não fossem os móveis ninguém diria que é um clube de perversão, tudo de muito bom gosto.

Acomodo-me em uma poltrona de couro vermelha bem no meio do salão, observo que na ponta oposta, há um homem bebendo tranquilamente, deve ter saído do trabalho, a gravata está frouxa e as mangas arregaçadas, não parece ser muito mais velho que eu, apenas mais cansado, mas ainda assim nota-se a classe em seu porte.

Um garçom aproxima-se e peço meu whisky de preferência, satisfeito por ser atendido rapidamente. Mais um ponto a se levar em conta. Há diversas cenas ocorrendo em torno, mas nada que prenda muito minha atenção.

Aceno aos conhecidos que me passaram a dica do local e continuo degustando o liquido, observando a movimentação dos corpos, distraindo um pouco minha mente estressada das obrigações, agora noto quanto eu precisava disso.

Infelizmente não há nada que eu já não tenha visto por aqui, mas vou ficar mais um tempo, pois gostei do ambiente.

O garçom retorna e eu peço mais um drink, nesse instante a luz baixa, e o salão todo silencia, aguardando algo que ainda não descobri o que é. Deve ser a atração do local, um show talvez. Bebo meu líquido curioso. Uma das portas do lado direito, uma espécie de camarim ou devo presumir um calabouço particular de sacanagem se abre, observo sair de dentro dele uma mulher. Coincidência eu sentir um perfume delicioso, deve ser dela, coco misturado com algo que não consigo identificar.

À medida que se aproxima de um trono dourado no lado oposto, presto atenção, não é alta, 1,65 talvez, cabelos castanhos escuros anelados até a cintura, não é morena, mas também não tem a palidez das garotas que costumo ver. Escuto uma voz masculina dar as boas-vindas a ela em um microfone.

"Agora a ilustre presença que todos aguardavam, dizem que é a senhora da máfia, a destruidora de corações, a dominadora de nossos desejos, deem boas-vindas a estrangeira mais sexy que aportou neste clube, prestem atenção se algum de vocês está aguardando uma oportunidade, esta noite você poderá ser o escolhido para ser o brinquedinho dela."

Acho graça da apresentação do locutor, não consigo descobrir a fascinação dos presentes, uma baixinha, mascarada vestida com um sobretudo.

Mas tudo muda quando dois rapazes encoleirados seminus usando somente uma calça de couro, a despem da longa peça escura que a cobre.

Meus olhos acompanham as curvas do corpo da mulher, fazendo exatamente o que todos os presentes fazem, boquiabertos olhando para ela.

A baixinha que de maneira nenhuma merece ser chamada assim à medida que inicia o desfile pelo salão, transforma-se em um mulherão, de botas de couro e corpete negro marcando a cintura e evidenciando um par de seios fartos e apetitosos.

Involuntariamente umedeço os lábios pelo deleite com a visão da bela mulher andando em direção aos espectadores.

Suas coxas grossas e bem torneadas desfilam com desenvoltura enquanto segura um chicote com a mão enluvada.

Há detalhes vermelhos na lingerie combinando com o batom. Seus olhos não consigo ver com nitidez, pois usa uma máscara de renda preta e para minha decepção não olha para mim.

O perfume de coco desperta um desejo insuportável de lamber a pele dela, de deixar marcas de mordidas, nesse momento percebo uma ereção estupenda dentro das calças.

Caralho! Não é possível ficar de ereto só observando uma mulher, há quanto tempo isso não acontece? Aliás nunca me atraiu mulheres voluptuosas assim, mas porra! Essa é um espetáculo que gostaria de provar.

Me imagino agarrando o corpo cheio com minhas mãos habilidosas, fazendo-a derreter em meus braços. Ouvi-la implorar que a foda. A gata aproxima-se da poltrona, e desliza o chicote pelo peitoral do homem ao meu lado, um dos rapazes alcança uma coleira a qual ela prende no pescoço do engravatado e o arrasta com ela. Ele é o escolhido, a criatura embevecida que a segue escravizado para ser o seu bel-prazer e brinquedo.

Sinto meu membro melar dentro da roupa quando acompanho a abundância se afastando, me imagino arrancando a calcinha do meio dela com os dentes. Meu Deus! Que porra de desejo louco é esse?

Ela retorna ao trono, fala algo para o homem que ajoelhado imediatamente abre o zíper da bota, descalçando os pés delicados e beijando um a um. Ela comanda e ele vai subindo pela extensão da perna até chegar aonde ela deseja.

Já vi de um tudo nessa vida, e no sexo presenciei muitas coisas diferentes, mas observar um homem daquela classe, ajoelhado, humilhado, lambendo uma mulher, porque sim, ele está aproveitando e dando tudo de si, imagino pelo rosto em êxtase dela que ele encontrou o caminho exato para satisfazê-la.

Isso me afetou. Porra e não foi pouco!

Remexo-me inquieto na poltrona, buscando um alívio que sei que não terei hipnotizado pela cena da dominatrix agarrada aos cabelos do homem, me imaginando e invejando o lugar do bastardo sortudo. Mas na minha cama, jamais em público.

A cena termina e ela retira-se satisfeita de volta a sua cabine.

Rapidamente vou em direção ao bar, preciso de informações sobre ela, após alguns minutos de conversa com o barman descubro o nome que receio irá me assombrar pelos próximos dias:

                     Carmen Corleonne

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