Carolina Alcântara
Me sento no escritório a muito contra gosto, não esperava que o Hassan fosse me lembrar sobre o Bruno nas primeiras vinte palavras que trocamos depois a noite de ontem.
É frustrante que isso tenha acontecido, seguro a minha grande xícara de café preto enquanto tento organizar a minha mente, que nesse momento estava cheia de assuntos pendentes, ainda mais com o Suíça, ligo o meu notebook e tento me concentrar enquanto espero a minha mãe me atender.
Enquanto ouço a chamada insistente do outro lado, começo a olhar as movimentações do caixa da última semana e principalmente as pessoas que foram no Suíça com o intuito de fechar alguma parceria.
Minha caixa de e-mail estava com várias mensagens tanto da Juliana como do meu irmão Claudio, eles com certeza devem desconfiar de alguma coisa.
Já estava na terceira chamada e nada de dona Clarice atender o telefone, o que estava começando a me preocupar, porque meu irmão já havia me ligado e principalmente a Juliana, com toda certeza eles já viram o Bruno e ele deve ter falado algo.
— O que é Carolina, aqui ainda são três da manhã — Ouço a voz de minha mãe me brigando, merda esqueci do fuso horário.
Seguro o choro e me levanto para amenizar o bolo entalado que se alojou em minha garganta, fungo um pouco, então consigo atenção da minha mãe.
— Filha, o que aconteceu? — Ouço o farfalhar dos lençóis e a preocupação do Paulo falando em grego no fundo.
— Mãe me separei… — Minha voz falha, não quero contar sobre o que descobri há alguns anos e nem sobre como o peguei na cama com outra.
— Como assim me separei, conte essa história direito… pode deitar querido, é apenas a Carol me avisando que está doente… — Ouço a minha mãe mentindo por mim para o homem que ela ama.
Sei que não posso me separar devido às regras da máfia, mas estávamos vivendo praticamente um casamento de fachada, Bruno já havia me traído em outra ocasião, quando mais uma vez bebeu de mais que suportava e deixou o pau falar mais alto e transou com a secretária da filial de San Diego.
Ele conseguiu esconder a situação por meses, mas a culpa o consumia até que um dia ele contou o que havia acontecido, nesse dia esqueci que ele era o pai dos meus filhos e o levei para um lugar reservado que temos no Suíça, é um cubículo que mandei construir com tudo de melhor qualidade para que a acústica não saísse, ou seja, ele é aprova de sons.
Me lembro até hoje da surra que dei nele, dos cortes que espalhei pelo seu corpo, em como o deixe cansado depois de quase uma semana o torturando, mas não o conseguia matá-lo, ele ainda é o pai dos meus filhos.
Desse dia em diante os meus soldados que participaram da minha tortura começaram realmente a me temer, viram o que tinha coragem de faze, já que não perdoei meu próprio marido.
Com a adaga que ganhei de presente do Alex e Demétrius, no pescoço do traidor na minha frente, decidi no último instante deixar que ele vivesse, mas disse que não seriamos mais um casal convencional, que a partir daquele momento ele seria apenas meu objeto sexual e se ele me traísse outra vez não teria volta.
Agora estou aqui olhando para o meu café gelado, com a minha buceta inchada, satisfeita pela forma que aquele maldito árabe me fodeu e com a minha mãe preocupada no telefone.
— Ele me traiu novamente, mãe, dessa vez o peguei na cama com outra mulher, mas para piorar a situação estou grávida dele. — Digo revelando uma parte da situação.
— Senhor… — Ouço a sua indagação. — Carol o que planeja fazer, porque sabe que se a situação for pauta do conselho, a situação pode se complicar, já que não é aceito traições entre os que tem cadeira no conselho.
Solto um suspiro pesado, porque conheço as malditas regras, porque procurei uma brecha para que pudéssemos nos divorciar, mas em todas as que achei, ele seria morto de várias formas, uma pior que a outra.
De forma sutil cheguei até a conversar com o Fritz sobre isso, mais ele estava tão obcecado em manter a minha sogra em segurança que nem me deu atenção, por isso que acabei nem recebendo respostas as minhas perguntas.
Sem contar que o meu sogro é uma raposa velha, se ele soubesse que o próprio enteado fez, podia matar a todos, para mostrar a cada um dos membros o motivo de seguir as regras.
— Ainda não sei, mas estou em Miami em uma casa que comprei uns meses atrás, ele voltou para o Rio. — Digo para a minha mãe, me viro quando ouço o som da porta se abrindo.
Avisto o Frank e um sentimento de decepção se instala no meu peito, tinha esperança que fosse o outro segurança.
— Desculpa senhora, quero saber se já tem uma hora para sair? — Ele me pergunta e nego com a cabeça, ele assente e começa a sair do escritório.
— Frank? — Ele volta a entrar no escritório e afasto o celular do meu rosto. — Peça para o Hassan vir até o escritório daqui a vinte minutos. — Peço ao homem que confirma com a cabeça e se afasta fechando a porta.
Volto com o telefone para o meu rosto e decido contar a verdade, preciso de concelhos e principalmente apoio, porque minha atitude não se justifica com o que ele fez também.
— Mãe, já estamos vivendo desse jeito há quase dois anos, ele me traiu assim que o Matheus fez dois anos… — Começo a contar toda a história para a minha que solta alguns palavrões baixinhos.
— Filha, me ouça, sei que agora está muito magoada, mas quero que vocês dois conversem, não o entregue para o conselho. — Suspiro frustrada com isso, porque é obvio que não farei isso, ainda mais com 3 filhos para criar. — Estou chegando aí em uma semana, vou descobrir um motivo para carregar a Ivone para podermos achar uma solução.
— Mãe, não quero que a minha sogra saiba, na verdade, não quero que ninguém saiba, principalmente na Grécia. — Ouço a risada dela no fundo.
— O que foi, tem medo que aquele deus grego largue a ruiva por você? — Começo a rir nervosa.
— Senhora sabe que não tem nenhuma chance que isso aconteça, Alex é loucamente apaixonado pela Bonnie e jamais me meteria no casamento deles. — Falo a verdade, o vejo como meu irmão mais velho, e sei que quando ele souber que o Bruno me traiu duas vezes ele vai ver em vermelho e só vai se acalmar depois que tirar sangue dele.
— Tudo bem, mas estou indo e deixarei o Paulo, seremos apenas nos três. — Não tenho o que fazer, apenas aceitar. — Outra coisa, me ligue avisando como está a gravidez, se me ligou é porque ainda não deve saber muita coisa. — Por isso amo a minha mãe que sabe das coisas até mesmo quando pouco falo.
— Não se preocupe mais tarde mando mensagem avisando, desculpa lhe acordar… — Olho para a porta que se abre e revela um árabe com terno na fresta da porta. — Mãe tenho que ir, assim que tudo se resolver lhe aviso.
Ouço mais algumas recomendações e desligo o telefone deixando-o em cima da mesa.
Chamo o meu segurança para entrar, ele para no meio da sala em sua posição habitual de soldado, enquanto me sento no sofá que estava na frente da estante que havia vários porta retratos da minha família.
— Desculpa por ter me afastado daquela forma Tajdid, mas não era aquilo que esperava ouvir de você depois de ontem. — Ele mantém a postura de soldado, olhando para frente com as mãos na frente do seu corpo como um soldado a espera de suas ordens.
— Desculpa perguntar Sayidati, me diga o que a minha Sayidati esperava ouvir? — Olho para ele e vejo que um sorriso nasce no canto da sua boca.
— Talvez você me convidando para a cama outra vez. — Dessa vez ele desfaz a postura e se vira na minha direção e em duas passadas longas para na minha frente e se abaixa, olhando em meus olhos.
— Pode ser que estava apenas esperando a noite chegar para bater na sua porta. — Ele me diz e um sentimento que há muito tempo não sentia, contorce a musculatura da minha intimidade me deixando molhada de excitação, olhar para os seus olhos negros me deixava com vontade que ele me possuísse aqui mesmo.
Levo minhas mãos até a lapela do seu terno e o puxo na minha direção, mais o safado se segura no sofá e não me permite que o beije, ele sorri de lado e se senta ao meu lado.
— Me diga Sayidati o que deseja? — Olho para ele que abre os dois botões do seu terno, sua mão passa por trás da minha cintura, minha respiração se acelera quando ele me toca incentivando que vá para o seu colo. — Vamos, diga o que deseja desse soldado, Sayidati…
A sua voz sai aveludada e cheia de desejo, minha respiração começa a acelerar, meus seios que estavam pesando quase falta pular para fora do decote do vestido, nem falo sobre a minha calcinha totalmente molhada.
— Quero voltar para cama, com você me dando prazer… — Digo sussurrando e olhando em seus olhos.
— Carolina, esse é um caminho perigoso, não sou o que você imagina e sei que quando fizer a sua pesquisa descobrirá muitas coisas. — Me afasto um pouco do homem que estava sentada me insinuando.
Carolina Alcântara— Se fosse perigoso não estaria na segurança da Vanessa, o que tenho que saber sobre você Hassan? — Pergunto por que um alerta se acendeu.— Não sou perigoso Sayidati, mas tenho meus motivos para estar aqui e não no Sudão ao lado da minha família. — Ele me responde com a sua mão passeando por meu ombro, enquanto a outra estimula que me mexa em cima da sua ereção que já conseguia sentir, infelizmente meu telefone começa a toca e pelo visor vejo o nome do meu ex-marido. — Melhor que você o atenda.— Não atenderei, não é a primeira vez que ele me trai Hassan, no momento apenas quero distância. — Digo frustrada. — Ainda não sei o que fazer sobre nada disso…— Tenho certeza que descobrirá algo, só quero pedir que me mantenha vivo nesse processo. — Caio na gargalhada, mas concordo com ele que deixa um suspiro aliviado sair. — Me diga o que vai manter essa gestação, cuidarei de você o tempo todo Sayidati. — Vejo uma preocupação em seu olhar.Será que ele pensou que eu teri
Carolina AlcântaraRetiro a minha roupa e vou para o box, esfriar o meu corpo e quem sabe esperar pela companhia de uma árabe safado que em dois dias me fez lembrar como é bom fazer sexo por prazer, e não apenas por vingança.Preciso descobrir o que ele quis dizer sobre quem ele é, talvez seja a hora de pedir um pequeno favor para Joyce sem que ela atice a curiosidade do Carlinhos e dê com a língua nos dentes para o Bruno.— Kayf takhunin amra’atan mithluk Sayidati. “Como pôde trair uma mulher como você madame” — Sorrio feliz em saber que ele se juntou a mim, olho apenas para ver se vai tomar banho comigo.— O que você disse? — Pergunto apenas para ter certeza.— Que não acredito que ele teve a coragem de te trair. — Olho em seu rosto e observo a sinceridade.— Seremos rápidos, Frank disse que receberá visitas mais tarde e ainda temos a sua consulta. — Me viro para ele preocupada.— Visitas? — Ele concorda com a cabeça.— Sim, parece que a senhora Lira e senhorita Carrillo estão vindo
Bruno Alcântara Ver a minha Deusa sair do avião me deixando para trás era sinal que sofrerei as consequências de meus erros. Não por trepar com outra imaginando que fosse ela, mas por prometer que não beberia nunca mais a ponto de fazer idiotices. Assim que o voo se inicia, me levando para casa sem a minha esposa, me trouxe as dolorosas lembranças de um pouco mais de dois anos. Estava em Nova York para o lançamento da filial “SMOKE”, minha empresa vinha crescendo e foi necessário abrir novas filiais por muitos lugares. Essa semana abriria a de Nova York. Todos os funcionários já haviam sido contratados, mas estava irritado porque a noite mais importante da nossa empresa, minha Deusa, não estava aqui ao meu lado. Ela estava lá, ajudando com as coisas que o filho do meu padrasto deveria estar fazendo. Respiro fundo e esfrego a mão em minha testa tentando controlar a irritação, já havia tentado ligar para Carolina uma dezena de vezes somente hoje e sempre as minhas ligações iam para
Bruno AlcântaraMeu voo pousa, nossos seguranças estranham quando saio do pequeno avião sozinho, entrego a minha mala para um deles e entro no banco de trás de cara fechada.Respiro fundo olhando para os meus homens, sei que eles estão se consumindo de perguntas, mas por enquanto tudo está bem. Ninguém vai saber nada do que está acontecendo.Puxo o meu celular e envio uma nova mensagem para a minha Deusa que parecer desejar ver o demônio do que o próprio marido.Bruno: Minha Deusa me perdoe, pedirei até que possamos conversar, acabei de pousar, vou para a boate ver como está as coisas com seu irmão e estou indo ficar com nossos filhos. Te amo.Mais uma vez sou ignorado, como sei que será pelos próximos dias ou meses, sei que ela não iria me responder agora, mesmo a vendo online. Ergo a cabeça e vejo os meus homens esperando a minha ordem.— Para a Boate.Chegar na casa noturna que um dia já foi minha e hoje é a fonte de renda do meu cunhado e da minha irmã. Sei que assim que chegar, e
Bruno AlcântaraO corpo dela escorrega pelo meu, sentando-se em meu colo, nossos olhos se cruzam e posso ver toda a dor que existe ali, as acusações que ainda pairam em sua mente e com certeza a minha também.— Me perdoe, minha Deusa. — Imploro novamente.Segurando ainda a sua mão em minha bochecha, uma lágrima escorre por seu rosto e antes que pudesse secar, sou surpreendido por um beijo.Um beijo diferente, havia muito mais que saudade ali, senti naquele momento que ela estava me dando uma segunda chance, uma oportunidade de me redimir.Beijo o seu rosto, descendo por seu pescoço e a sinto se encaixar em mim…— Porra de buceta quente…Grito e me nego que ela se esforce, me viro com ela e a deito por sobre as diversas almofadas, a vejo se surpreender ao ficar em baixo de mim.Entro nela de uma vez, tirando um grito de prazer, movimento o meu quadril entrando e saindo, esfregando a base do meu pau em seu clitóris, a excitando ainda mais. Aproximo o meu corpo do dela com as minhas mãos
Hassan Al-MakkiSer filho do sheik me trouxe muito mais problemas que alegrias. Em uma noite em que a residência onde morávamos foi invadida por extremistas tive a infelicidade de perder minha amada esposa, ela estava esperando o nosso primeiro filho.Homens que achavam que não eramos dignos de ser quem eramos, do meu pai ter a posição de governante. Passei meses em depressão e antes que a situação piorasse resolvi fugir daquilo tudo, deixando Raja, minha irmã, como a herdeira.Fugi para a América, usei meus conhecimentos militares para conseguir emprego como segurança. Consegui uma vaga para ser segurança de um cantor pop, mas assim como eu, ele sofria de depressão e acabou com a sua dor, tirando a sua vida em uma banheira e após tomar muitos comprimidos para dormir.Mesmo que tenha fugido das minhas obrigações no Sudão como o futuro sheik, nunca deixei de mandar notícias para os meus pais e de manter a minha fé em Allah, meu masbaha sempre comigo, até mesmo em alguns momentos no tra
Hassan Al-Makki Minhas vontades foram para o espaço quando seus olhos demonstraram sinceridade em tudo o que disse. “Talvez você me convidando para a cama outra vez.” Nesse momento percebi que estaria ali ao seu lado, que meus desejos e vontade seriam todos em torno da mulher que estava gemendo enquanto estava ajoelhando entre as suas pernas no sofá. Estava com um pensamento rondando a minha cabeça desde o momento que ela me disse que pode estar grávida e com o poder que ela tem, pode simplesmente interromper. Tira a vida de um inocente. Ouvir que ela manterá a gestação me tranquiliza, de alguma forma pode ser uma forma de aproveitar o que não tive com a minha falecida esposa e nosso bebê ainda em seu ventre. Aproveito que Sayidati foi para o banho e puxo Frank para a cozinha novamente, não terá como esconder as coisas dele circulando pela casa com Sayidati. Resolvo ser sincero e conto praticamente tudo. — Ela é uma boa patroa, sempre nos tratou bem e saber o que aconteceu me en
Hassan Al-Makki Senti meu coração se amolecer com o seu pedido, mas seus olhos estavam tão suplicantes, não iria conseguir dizer qualquer coisa que a fizesse ficar mais triste do que já estava. Quero Sayidati tranquila, ainda mais agora que pode estar esperando uma pequena bidhara. Era assim que chamava o meu bebê, quando minha esposa ainda estava viva ao meu lado. Com a Carolina ainda em meus braços, encosto o meu corpo no carro e a olho com ternura. Como pode acontecer que sentimentos possam surgir assim tão rápido, não é apenas atração, não é apenas tesão e muito menos por status por ela ser quem é. Porque a mesma importância que ela tem, no meu país tenho também. Mas sinto a responsabilidade de cuidar, proteger e resguardar a mulher que está agora em meus braços. É errado deixar que nossos sentimentos se tornem ainda mais ardentes do que está acontecendo, podemos nos magoar e sofrer meses a fio por um amor proibido. — Não podemos nos apaixonar, você ainda é casada! — Digo com