Legenda= Bidhara = Semente Sayidati = Madame Masbaha = Cordão(especie de terço)
Carolina Alcântara Saímos do consultório, em silêncio, de mãos dadas, já que Hassan parecia disposto a cuidar de tudo o que estava acontecendo comigo. Naquele momento estava… Impactada… Surpreendida… Em choque… Porém, estava… Maravilhada… E encantada em poder gerar a vida de mais duas pessoas dentro de mim, mesmo que não me importassem quem fosse o pai. Mesmo sendo quem sou na máfia, e ter escolhido entrar para manter a minha filha Laís e a família protegida, tenho a escolha de pôr a vida do pai dos meus filhos em risco, Bruno pode ser morto por sua traição. Isso é um pensamento que vem me torturando nos últimos dias, por isso que estou evitando falar com o Bruno, preciso pensar com calma e decidir o que fazer. Não deixo de me surpreender com as surpresas que a vida me entrega. Não somente essa gravidez, mas agora tenho esse árabe ao meu lado e Hassan tem razão, é preciso ter cuidado com os nossos sentimentos, não que fosse me arrepender por estar me divertindo com ele. Mas p
Carolina AlcântaraBocejo sentindo um doce sono se aproximando, me viro para poder pegar o travesseiro com que Hassan havia dormir e me assusto quando o árabe em questão estava ali em pé, na entrada do meu quarto.Não conseguia identificar o seu humor naquele momento, mas estou com a cabeça tão cheia de inseguranças, raiva e medo que deixo o choro sair. Ele respira fundo com os olhos fixos em mim.Retira o terno, arranca o comunicador da orelha, chuta os sapatos longe e retira a gravata, antes de se aproximar da cama e se deitar ao meu lado. Me rendo ao desejo de sentir o seu perfume e vou de bom grado para o seu peito, chorar por outro homem enquanto ele me dá atenção e carinho. Suas mãos passeiam por minhas costas na tentativa de me acalentar.— Põe tudo para fora Sayidati. — Ele diz.Isso é o suficiente para chorar ainda mais, para realmente deixar sair as minhas últimas lágrimas por aquele traidor. Hassan não merece ter que cuidar de uma mulher que ainda não sabe o que fazer com o
Carolina AlcântaraSento no meio da cama e espero pacientemente que Hassan venha ao meu encontro, não quero magoar o homem que está ali tão disposto me estendendo a mão e não me deixando afundar na tristeza que estou.Abraço um dos travesseiros e sinto o perfume almiscarado, me surpreendo que ele não me enjoa. Sorrio ao olhar para a tapeçaria ao lado da cama e notar que posso, sim, me apaixonar por tudo isso.Posso passar um período longe dessa loucura, curtir a minha gestação ao lado desse homem que parece estar começando a se envolver comigo. Com uma mulher traída, nesse momento insegura e praticamente o usando como escape da minha realidade.— Está pronta? — Olho para o homem apenas de toalha na cintura.— Acho que sim. — Sinto minhas bochechas queimarem.— Há quanto tempo não se sente assim envergonhada Carol? — Um sorriso brota em meus lábios.Enquanto penso no que ele pergunta, pondero sobre isso. Estou a mais de dez anos com o Bruno, já passamos por várias situações juntos que
Bruno AlcântaraOs dias tem se passado e a cada um que passa é pior que outro, deitar em nossa cama e não sentir o perfume da minha mulher me enlouquece. Não sabia mais o que contar para nossos filhos, eles estão começando acreditar que estou mentindo para eles.Finalmente minha Deusa atende a ligação, sua voz está diferente, não há mais aquela irritação, existe outra coisa ali que não consigo identificar, talvez ela tenha ligado para o Fritz e contado o que houve.Observo enquanto ela conversa com nossos filhos e sobrinhos que vieram passar o fim de semana em nossa casa. Matheus é o que está mais triste, nosso menino tem apenas quatro anos e é tão apegado a mãe com a minha pipoquinha.— Quando você volta mamãe? — Ele insiste na pergunta.Já havia feito a pergunta algumas vezes e ela apenas desconversou, o que me fez acreditar que não tem intenção de voltar para essa casa, não comigo aqui.“Assim que a mamãe conseguir resolver um problema com o papai, meu campeão.” Ela diz com uma vo
Bruno Alcântara Sei que estou errado e não justificarei o meu erro, mereço o que a Carol está fazendo. Havia prometido a ela que nunca mais beberia a ponto de perder os meus sentidos. Deixei a porra da insegurança falar mais alto, não confiei nos sentimentos de minha esposa e a acusei de deixar que o Carrillo se insinuasse. Tudo começou aí. — Ela queria formar uma aliança, sei que a minha esposa é linda e às vezes usa de seu charme para conseguir o que é necessário. — Digo para a minha irmã. Estávamos sentados há quase uma hora no gramado em frente ao barraco. — Bruno… — Via que ela não conseguia pôr em palavras. — Eu sei, Ju, me sinto um merda… Contei tudo para a minha irmã, desde o dia em que a Carol foi intermediar a situação do Fritz com o Saymon, acarretando a falta dela em Nova York e que transei com a secretária, até a nossa conversa de ainda pouco. Sinto os diversos t***s que a minha irmã me dá. Apenas aceito por ser um merda de homem. — O que você tinha na porra da su
Carolina AlcântaraVer meus filhos foi o que precisava naquele momento, senti um pouquinho de esperança que tudo poderia se organizar dentro de mim, ter meus filhos ao meu lado, para poder curtir a chegada de um novo irmão ou irmã.Até mesmo ver o Bruno naqueles poucos minutos e contar a ele sobre a gravidez me trouxe a raiva que estou sentindo por ele. Mas ouvi-lo dizer que exigia participar da gestação, foi quando me irritei.Exigir?Bruno não tem o direito de exigir nada, o que aconteceu será considerado uma traição, não importa se disser que ele estava drogado. Preciso conversar com minha mãe e minha sogra e pensar com elas uma forma de mantê-lo, a salvo de Fritz.Desligo a chamada assim que vejo Hassan entrar no meu closet e suspirar aliviado ao me ver sentada no chão em meio as minhas roupas que estavam espalhadas. O vejo escorregar pela porta com os olhos fixos nos meus e sorrir. Posso não estar morrendo de amores por esse árabe charmoso e sedutor, mas é inegável que ele tem g
Carolina AlcântaraCom a situação apaziguada, subo até o meu quarto, troco de roupas e coloco uma roupa mais confortável para o que tenho em mente. Antes de sairmos, volto até o closet e procuro o meu celular que havia deixado cair.Entro nos contatos e procuro o número da pessoa de que preciso nesse momento. Acho o número do Henrique e me surpreendo que quem atende é o Charles.“Bom dia, Madame Suíça!” — Me responde tranquilamente.— Bom dia, Charles, preciso de uma ajuda e sei que vocês podem me ajudar. — O ouço rir.Nesse momento não estava com nenhum espírito amistoso, estava muito irritada, esse idiota entrou em minha casa, colocou os meus bebês em risco, agora só quero matá-lo.“Tem uma propriedade não muito distante, talvez leve apenas uma hora de carro” — Ele diz.O agradeço e antes de sair do quarto Hassan entra, seu olhar estava preocupado, o vejo fechar a porta e andar ao meu encontro. Me aconchego em seus braços e sinto o seu carinho.Tento não chorar em seus braços, mas a
Bruno AlcântaraDesde que minha Deusa me deixou, as noites vem sendo as piores possíveis. Não tenho uma boa noite de sono há dias e com a casa silenciosa tem ficado ainda pior, sinto saudades dela e das nossas pipoquinhas que incendeiam a nossa casa.Quando finalmente consigo cochilar um pouco para poder ir trabalhar, recebo a ligação da Vanessa, queria que ela tivesse me dado mais informação sobre o que aconteceu. Mas sei que se ela fez isso é porque minha Deusa realmente esteve em perigo.Então não conto a ninguém que estava indo para Miami, consigo uma passagem em um voo comercial e embarco em direção à mulher que amo. Sei que minha irmã enlouquecerá quando chegar em casa e não me ver aqui, havíamos combinado de que iriamos conversar sobre o que fazer para a minha mãe tentar me proteger do Fritz.Era cedo e o aeroporto estava lotado de pessoas, mantive a cabeça baixa, de boné e óculos escuros. Posso não ser uma celebridade Global, mas alguns paparazzi venderiam a alma para consegui