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06 - Bruno Alcântara

Bruno Alcântara

Ver a minha Deusa sair do avião me deixando para trás era sinal que sofrerei as consequências de meus erros. Não por trepar com outra imaginando que fosse ela, mas por prometer que não beberia nunca mais a ponto de fazer idiotices.

Assim que o voo se inicia, me levando para casa sem a minha esposa, me trouxe as dolorosas lembranças de um pouco mais de dois anos.

Estava em Nova York para o lançamento da filial “SMOKE”, minha empresa vinha crescendo e foi necessário abrir novas filiais por muitos lugares. Essa semana abriria a de Nova York.

Todos os funcionários já haviam sido contratados, mas estava irritado porque a noite mais importante da nossa empresa, minha Deusa, não estava aqui ao meu lado.

Ela estava lá, ajudando com as coisas que o filho do meu padrasto deveria estar fazendo. Respiro fundo e esfrego a mão em minha testa tentando controlar a irritação, já havia tentado ligar para Carolina uma dezena de vezes somente hoje e sempre as minhas ligações iam para a caixa postal.

— Senhor Alcântara, a reunião lhe aguarda! — A secretária contratada entra na minha sala.

— Obrigado, já estou indo. — Levanto detrás da mesa e visto o meu terno.

Sinto a irritação me consumindo, até a porra da minha roupa estava me sufocando, quero a minha esposa aqui ao meu lado, e não na porra de uma missão onde a Madame Suíça é necessária.

Passo pela secretária e saio para a reunião com os diretores e alguns funcionários, quero deixar essa filial tão bem estruturada como a nossa sede no Rio de Janeiro.

A reunião é tranquila e damos o pontapé inicial para abertura da empresa aqui. Agradeço a todos quando os vejo saírem da sala em direção à festa que acontecia no saguão do prédio, meu olhar vai em direção ao Gustavo se aproxima com um sorriso na cara. 

— Quem diria que você iria conseguir levar a empresa tão longe. — Diz e sinto orgulho de ouvir dele.

— Tudo devido a um idiota que entrou em uma viela errada. — Começo a rir vendo todos saindo do escritório deixando-nos sozinhos.

Ele sorri com a lembrança de como nos conhecemos quando ainda era o chefe do morro, ele e seu irmão Eduardo entraram em uma das ruas que dão acesso ao morro que comandava.

— Ainda bem que errei, mas deixe esse assunto para o passado, onde está Carolina que não a vi. — Volto a ficar irritado.

O vejo olhar para fora do escritório, provavelmente a procurando. Respiro fundo para controlar a raiva ele não perceba.

 — Sendo quem ela é…

Acho que ele percebe a minha irritação e não toca mais no assunto, indico o caminho para meu escritório e observo quando ele passa direto em direção ao bar, serve dois copos e me entre um.

Sei que não posso beber, ainda mais uísque. Mas com a raiva que estou nem me importo muito, tomamos algumas doses e descemos para a festa. Estava tudo muito bem organizado, via os convidados rindo e elogiando tudo o que foi preparado, várias pessoas se aglomeravam ao meu redor para conseguir apenas uma fotografia, tentava sorrir, mas sei que não estou com uma cara das melhores.

Andar ao lado de Gustavo é rejuvenescedor, ele parece que nasceu para esse mundo corporativo. Fala com as pessoas certas e mesmo que estejamos um pouco mais alcoolizados que deveríamos, não deixamos ninguém perceber.

 A festa foi um sucesso, pelo menos era isso que a minha assistente passou a noite toda dizendo, depois da festa subi para o meu escritório, retirei o terno jogando no sofá de qualquer forma. Olhar para o porta-retrato estava me deixando ainda mais puto, já havia desistido de ligar para ela hoje.

Como vim direto do aeroporto para a empresa, a minha bolsa de viagem estava no sofá, retiro a gravata que estava me deixando sufocado e vou em direção à mesa com as bebidas. Pego um copo e a garrafa de Scott que o Gustavo me presenteou mais cedo.

Sento no sofá sirvo um copo e viro de uma única vez, a bebida desce queimando a minha garganta, sinto tudo girar e com a esperança de dormir ali mesmo recosto a cabeça no encosto do sofá. Deixo a mente vagar com a raiva e saudade de minha esposa que não a vejo há uma semana.

Imagino minha esposa sentando em meu colo passando os braços por meu pescoço enquanto a incentivo rebolar no meu colo. Minha ereção começa a me incomodar no momento que sinto um leve roçar em meu lábios.

Puxo o corpo quente para sentar em cima de mim, seguro em sua nuca e aprofundo o beijo que estava sentindo saudades, desço a mão para a sua bunda então percebo a diferença.

Afasto o corpo da mulher de cima de mim e vejo que era a porra da secretária em cima de mim com um olhar de desejo e luxúria.

Porra, estou morto…

— Não pare… — Ele geme e começa a passar as mãos por meu peito.

Seguro em suas mãos, estava naquele momento embriagado, mas sabia que se Carol descobrir o que estava acontecendo seria morto, se duvidar seria por suas próprias mãos.

— Sou casado… — Digo, sentindo a porra da mulher rebolando em cima de mim.

Meu corpo traído continua gostando das sensações que essa oportunista estava fazendo. Suspiro com o incômodo do meu pau sendo restringido pelo tecido.

— Se ela fosse importante, acho que estaria aqui. — Ela diz olhando em meus olhos.

É um erro…

Não posso, amo a minha esposa…

Nesse momento, meus desejos, meu tesão e minha raiva falam mais altos.

— Apenas essa vez… — Digo apertando o pescoço dessa mulher.

A subjugo, observando gemer enquanto aperto a minha mão em seu pescoço, deixo que ela retire a minha camisa, deixando amostra meus músculos e todas as minhas tatuagens.

Solto o seu pescoço para deixá-la livre e retirar o vestido vermelho de gala que estava usando. Se ela quer ser comida, então que se vire para retirar a sua roupa e a minha.

A porra da minha consciência já estará pesada demais amanhã quando estiver sóbrio. Quando ela finalmente consegue sair de dentro do vestido vejo o corpo escultural que possue, ela tem uma tatuagem enorme que inicia na altura dos seios terminando próximo à curva da sua bunda.

Olho para o seu corpo apenas com uma calcinha de renda preta, o que não a deixava mais bonita, olho para a garrafa de uísque e bebo mais um gole na boca da garrafa.

— Não tocarei em você, se quer, então venha e espero que tenha um preservativo. — Estou puto, bêbado, mas não sou irresponsável.

Ela pode me matar por traí-la, mas não por ter cuidado em fazer um filho na rua ou pegar alguma doença. O sorriso da mulher em minha frente murcha. A vejo abrir a bolsa que estava ao lado da minha de viagem e retirar um pacotinho.

Deixo que ela abra o pacotinho e antes que ela me cubra, seguro na base do meu pau.

— Aproveite, porque será a única vez e depois sumirá da minha frente, ouviu bem? — Digo.

Nesse momento não sou o senhor Alcântara CEO, ou o marido da minha Deusa. Me torno o Bruno, o ex-traficante que trepava com quem sentisse tesão.

Estava quieto, bebendo, então ela terá que dar conta. Esse será um segredo que levarei para o túmulo.

Ela concorda e me cobre com o preservativo.

Relaxo as costas no sofá e deixo que ela faça o que deseja, não toco nela em nenhum momento, minha respiração começa a se acelerar aproveitando o prazer que aquela buceta me dava, aperto a porra da almofada para não ter que tocá-la. Estou errado, sei disso, mas não consegui resistir.

Deixo os jatos do meu gozo preencher a porra do preservativo, controlo a minha respiração, ergo a cabeça e fito o rosto da vadia que está no meu colo, ela estava com um sorriso satisfeita. Fico neutro olhando para a mulher que se esfregava no meu pau que já não sentia mais nenhum tesão, na verdade, está me sentindo enjoado.

— Sai! — Exclamo.

— Pensei que tinha gostado! — O seu olhar fica indignado.

Seguro em seu cabelo e a puxei em minha direção, os seus olhos se assustam com a minha postura.

— Creio que não seja surda, disse que seria apenas uma vez e que deveria…

— Sumir! — Me olhou irritada.

Soltei o seu cabelo com violência e a vi cair aos meus pés com um olhar bem irritado.

— Não sou uma prostituta para ser tratada assim… — Sorrio de canto.

— Realmente não é, você é muito pior, é uma oportunista, agora saia da minha sala, está demitida. — Levanto do sofá.

Pego a minha bolsa e deixo a mulher ali se arrumando irritada. Entro no banheiro que havia ali no escritório, retiro o preservativo e jogo no vaso dando descarga.

Já sem roupa, entro no chuveiro gelado irritado, fiz a pior merda da minha vida.

Traia a mulher que amo…

Choro irritado comigo mesmo, com a escolha que tomei, apenas por estar com raiva por estar aqui sem ter a minha esposa.

A culpa não é dela, sou exclusivamente o culpado.

Lembrar das consequências daquela noite há mais de dois anos, faz perceber que provavelmente, assim que chegar em casa, serei morto.

Tenho certeza que minha Deusa vai contar para o conselho o que houve, dessa vez teve testemunhas, nossos soldados, Vanessa, Gustavo e provavelmente o idiota do Carrillo que aproveitará da situação para tocar na minha mulher.

Mas enquanto a minha mulher não fizer qualquer coisa do tipo, serei o seu marido, não importa o que ela resolva fazer, aceitarei as consequências do que Carolina decidir. Ela me perdoou daquela primeira vez, mas tenho certeza que se ficar perto dela pelos próximos dias ela provavelmente me matará bem pior do que ela fez quando me manteve no Suíça.

Fecho os olhos novamente e lembro dos dias que passei naquele quarto preparado embaixo do Suíça, ela estava na minha frente apenas de lingerie, estava com os braços para cima amarrados e enfraquecido.

Carolina estava sentada no puff de frente para mim, já havia implorado o seu perdão. Não suportei manter a mentira, esconder o que havia acontecido com a secretária.

Estávamos no restaurante a via andando de um lado para o outro tentando resolver as coisas, ela estava tão feliz e a culpa me consumia. Quando estávamos sozinhos criei coragem e disse. 

“Eu te traí.”

Estávamos ali há quase uma semana, já tinha tantos cortes no meu corpo que perdi a conta de quantas vezes ela teve que me suturar para não morrer de tanto sangrar.

Então desde esse dia ela me mantém aqui, recebendo cortes, choques, açoitadas, fome, sede e o pior é vê-la, sentir prazer e gozar com um vibrador.

Na última noite ela jurou que nunca mais confiaria a mim, que nosso casamento se tornaria de fachada. Por meses ela ficou sem me dirigir uma palavra, somente nos falávamos o necessário e, o suficiente para que ninguém percebesse haver algo de errado.

Mesmo me odiando, ela não me denunciou para o conselho, não nego que sentia um pouco de medo em cada uma das visitas que éramos obrigados a ir juntos, ela sempre conversava com nossas mães em particular, com Fritz e Alex, parecia que ela sentia prazer em me deixar subentendido o que havia feito.

Minha mãe parou de falar comigo naquela época inteira, todas elas me puniram, e aceitei tudo aquilo calado.

Ouço o sinal de aperte os cintos, as lembranças se afastam.

Preciso pensar no que fazer, dessa vez não tive culpa, mesmo sabendo que havia prometido que nunca mais iria beber com raiva.

O pouso foi o que me trouxe para a realidade, a merda estava feita, agora é esperar que a minha Deusa me deixe pelo menos conversar com ela.

Anne Vaz

Vamos começar as atualizações diárias. Com amor anne vaz .esc

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