Sozinha, com o coração acelerado, adrenalina entorpecendo meu corpo, corria loucamente atrás deles e das criaturas que o capturaram. Elas ficaram mais longe, comecei a correr mais rápido, o meu grupo de soldados já não conseguiam acompanhar meus passos, o único jeito era tentar salvar a mim, Álvaro e os outros lutando até a morte.– ÁLVARO! – Gritei perdendo todos de vista.– SUPREMA! – Ele gritava pela minha ajuda, com sua voz consegui distinguir a direção que eles tinham ido. Corri novamente.De repente tudo ficou em silêncio, o som de pessoas lutando se dissipou, restando apenas o barulho da minha respiração desregular. Meu instinto de sobrevivência gritava para eu ir embora, fugir dali, mas meu dever como Suprema Alfa me fazia seguir adiante. Olhei ao redor procurando pelo Álvaro que sumiu de vista, tive que seguir meu olfato para localizá-lo. Tudo estava quieto. Quieto demais! Medo era só o que sentia, desde quando aquela coisa atacou o Alec, medo do desconhecido, eu não sabia o
Chutei no maxilar de quem segurava meu tornozelo e fui agarrada por trás de quem havia subido na pedra, com os braços pálidos, ele segurou minha cintura com força, me joguei de costas por cima daquelas pessoas, o corpo do homem que me agarrava amorteceu a queda, ele ficou sem forças para me segurar, apoiei minha duas mãos no chão e dei uma cambalhota para trás ficando de joelhos em frente a sua cabeça, cravei minhas garras lá mesmo. Outros seguraram meus braços deixando-os esticados nas laterais do meu corpo, em pé chutei os que estavam na frente, alguns queriam me morder, outros queriam me forçar a beber o sangue. Com os dois braços presos, utilizando apenas as pernas para lutar, senti uma mordida no ombro que queimou me fazendo gritar. Fechei os punhos e retraí os braços que ainda estavam sendo segurados pelas criaturas, que mesmo podendo ser humanos possuídos, tinham mais força. Consegui chegar perto da pedra e impulsionei meus pés chutando, os que me seguraram perderam o equilíbri
Senti alguém segurar meu braço e levantei a cabeça pousando a mão no pescoço dolorido. Abri os olhos e vi que estava na base do meu exército, o dia já estava amanhecendo.– Karol! – Elena correu na minha direção. – Karol, você está bem? – Ela me abraçou, eu permanecia sentada no Alec.– Sim. – Falei meio grogue.– Suprema, pensei que tivesse morrido. – Álvaro disse me ajudando a sair de cima do Alec.– Nossa Suprema é forte! Ela não morre assim tão fácil. – Revirei os olhos para o comentário do Felipe. Todos me ajudaram a descer e ir direto para minha carruagem. Havia alguns panos macios forrando o chão, sem pensar muito me deitei e voltei a dormir.****Horas depois acordei, já estava entardecendo, havia uma comida e água dentro da carruagem para mim, bebi e comi um pouco, depois saí. Olhei para a estrada e tinha um grupo de pessoas reunidas olhando para o caminho, eles cochichavam entre si e pareciam estar aflitos.– Algum problema? – Perguntei por alto.– Suprema! – Felipe correu n
Quem era Anealix, afinal? Parecia não haver nenhum resquício daquela mulher que vi no passado, era como se aquela boa líder e mãe que cuidava e protegia seu povo não existisse mais, e no lugar estava alguém desconhecido, um ser perverso e maligno capaz de cometer todos os tipos de atrocidades apenas por prazer, eu realmente não sei com o que estou lidando e quanto mais chego perto de Valiska, mais percebo o quão a humanidade está sendo consumida pela maldade no mundo, não é de se estranhar na rapidez como as pessoas sucumbiram à loucura e ao desespero naquele futuro que vi, porém, o que mais me preocupa é se eu, uma simples mortal fraca e insignificante perante os deuses, mesmo após cumprir a Profecia da Ascensão, conseguirá impedir a calamidade que está por vir.– Quê? Como você pôde fazer isso com sua própria família? Matá-los e... e comer... – As palavras revoltosas e incrédulas do Alec me fizeram sair dos meus pensamentos.– Você não entende, Alfa... Qualquer pessoa que aceitou a
Subitamente, como se sua mão que estava no meu rosto tivesse levado um choque, ele se afastou. Eu sei que por mais que o Alec queira algo de mim, ele nunca irá fazer nada sem meu consenso, Alec é o Alec, ele não reagiria da mesma forma que o Lúcius, ambos são completamente diferentes, Lúcius ficaria comigo mesmo se fosse contra minha vontade, ao contrário do Alec, que prefere me ver com outro homem se isso me fizesse feliz.– Karol, está tudo bem? – Maria Elena apareceu de repente. – Ouvi dizer que você entrou na estrada amaldiçoada, é verdade Alec?– Sim, mas estou bem.– Que bom que não aconteceu nada, mas por que se arriscou assim? O que pretendia?– Essas pessoas estão possuídas, então quis testar uma teoria que deu certo.– Qual teoria?– Meu sangue consegue curá-las. – Entrei na conversa. – Mas para que fiquem totalmente curadas, eu preciso recitar um tipo de feitiço, daí elas voltam ao normal.Começamos a explicar tudo que tinha ocorrido e também a parte da magia que senti no m
Pai e filho, psicopata e assassino lutavam pela supremacia da Tribo Calmon. Sentia meus olhos dourados arderam em brasas pelo ódio que eu carregava dele, queria estraçalhá-lo, torturá-lo, causar uma dor pior as quais ele causou na minha mãe. Meu corpo vibrava de felicidade a cada grito que saia dos seus lábios quando eu quebrava seus ossos. Mas havia algo estranho. Ele parecia estar muito mais forte e mais resistente, no entanto não revidava com tanta força meus ataques. – LÚCIUS, PARA! Abri um sorriso de escárnio. Como se atreve a me pedir para parar? – LÚCIUS... Quanto mais ele implora, mais ódio eu tenho... Minha mãe... Minha querida mãe que morreu para me proteger, não sobrou nada além do seu corpo dilacerado e uma poça de sangue no chão limpo da sala que ela tanto limpava para manter limpo e agradável, bem no local que ela insistia em chamar de lar... No mesmo local que ele a destruiu corpo e alma. Vou matá-lo! Derrubei-o no chão e apertei seu pescoço, as luzes das lampari
– Isso foi há muito tempo, quando as únicas raças dominantes que existiam eram os humanos e lycans, quando os reis não governavam por conta própria, quando a igreja era somente templos isolados em montanhas inférteis. Foi em um tempo que somente um homem tinha o poder de comandar o mundo todo, esse mesmo homem era considerado Deus para os humanos, ele era tão respeitado que nem mesmo seu nome era conhecido, muito menos pronunciado, e se ele soubesse que havia alguém com o nome parecido que o dele, essa pobre alma miserável morreria sem piedade. Esse dono do mundo poderia ser chamado pelas pessoas somente de Sua Majestade, o Imperador. Mas eu não era esse homem, na verdade eu era o filho dele. O pior entre os filhos, aquele cujo sangue não pertencia à nobreza, cuja mãe não passava de uma linda prostituta com uma vida triste, ela era tão linda quanto um pássaro livre, porém suas asas haviam sido quebradas pelos homens que a desejavam. No entanto, sua vida mudou drasticamente quando o Im
Anastácia... Anastácia Yan, esposa legítima de Natanael Yan, minha esposa. Mas antes de se tornar minha esposa ela era filha legítima de um dos homens mais importantes do Império, fiel ao Imperador, sua mãe havia falecido no parto e seu pai casou-se novamente, mesmo tendo outras filhas, ele ainda amava sua filha mais velha. O pai de Anastácia era dono da segunda maior cidade do Império, homem rico e poderoso, estava destinado a ter uma de suas filhas como a futura Imperatriz, a irmã de Anastácia, enquanto ela seria a minha esposa. Nossas famílias estavam interligadas, mas essa ligação logo se romperia. Durante todo o horror que causei derrubando o poder imperial, ela permaneceu ao meu lado, não porque aprovava o banho de sangue que causei, mas porque me amava e acreditava que um dia eu iria perceber o mal que estava causando na população. Porém, isso nunca aconteceu. Anastácia sabia da dor que a Imperatriz havia me causado e ela sabia que eu não seria clemente, mas nunca imaginou que