4: Trama dos trigêmeos.

Cap.4: Trama dos trigêmeos.

Samuel kan

A aurora despontou, anunciando o dia do meu casamento. No entanto, meu coração não pulsava com a alegria habitual de um noivo. Em vez disso, era tomado por uma mistura de ansiedade e melancolia.

Horas antes da cerimônia, eu me encontrava em meu escritório, cercado por uma comitiva de líderes das empresas da nossa família. Eles discutiam animadamente sobre os detalhes do casamento, enquanto eu me perdia em pensamentos sobre Maya. Será que ela já havia chegado?

Com dificuldade, tentava me concentrar nas palavras dos anciões, mas meus pensamentos se voltavam para ela, a mulher que amava e que havia sacrificado sua vida para me salvar. O casamento arranjado com outra mulher era apenas um meio para um fim, uma exigência da deusa do destino que eu precisava cumprir para poder encontrá-la novamente.

Quando ela tinha morrido em meus braços, a deusa do destino me garantiu que ela renasceria e eu aceitei a derrota naquele dia, mas fui salvo por um triz, uma pena que após a derrota, todos os lobos foram puxados para esse mundo estranho e a mais de cem anos estamos construindo um império aqui, de poder e influencia sobre os humanos em uma era de modernidade que a cada dia mais avança.

— Um lobo centenário ainda não tem herdeiros! Isso é ultrajante! — exclamava um dos anciões com indignação.

Eu não compreendia tamanha exaltação. Tudo que eu desejava era encontrar aquilo que era o mais certo a única mulher que pode estar ao meu lado, a única que meu coração reconhecia como sua parceira eterna. Ao longo de minha longa vida, tive a oportunidade de me casar com diversas mulheres de diferentes origens e status. Mas nenhuma delas me despertava o mesmo sentimento que eu tive pela menina que eu salvei a vida em um lado. Minha alma ansiava apenas por ela desde aquele dia, e eu sabia que precisava esperar o tempo determinado pela deusa, elas garantiram e agora eu posso descansar, ela finalmente tinha renascido e tinha me reconhecido.

Eu escondi isso dela desde nosso primeiro encontro, obriguei a sua família a esconder minha identidade, ela era muito nova, queria que vivesse uma vida tranquila como uma adolescente normal antes de conhecer um homem que nem mesmo pode morrer, mesmo que um dia Maya tivesse sido minha mulher, hoje ela não tem mais de dezenove anos após renascer, isso se torna cada vez mais desconfortável e ao que parece... ela não tem nem uma ponta do poder que tinha naquela época, ate posso a comparar com uma humana, afinal... ela não conseguia nem mesmo lutar contra um lago.

Os anciões continuavam a discursar sobre a importância de herdeiros e a necessidade de fortalecer os laços familiares. Mas suas palavras soavam vazias para mim, eles tentaram e tentaram me fazer criar herdeiros com outras mulheres, afinal... um herdeiro meu nasceria com poderes que poderia ir alem do que poderíamos entender, mas eles também carregariam a maldição que me persegue.

Porque no dia que minha parceira foi morta, eu fui ferido pela mesma arma na minha orelha direita, e esse corte não saia, mas permanece com uma luz azul cintilante e venenosa que uma vez por ano eu tenho que suportar e resistir para que ela não me mate, essa é a marca que me lembra que eu tenho que esperar Maya, caso contrario... eu posso morrer pelo veneno criado para matar os deuses.

Os anciões também  criticavam minha escolha de noiva, questionando a reputação da família dela e seus supostos envolvimentos com magia negra.

— Samuel Kan finalmente encontrou uma mulher com quem se casará hoje — meu pai proclamou com um tom dramático em sua voz. — Em breve, teremos a honra de presenciar o renascimento daquilo que foi esquecido.

— Sim, sim... — respondi sem ânimo, apenas para apaziguar seus ânimos.

Eles continuavam a discursar, comparando meu caso com o de meus irmãos trigêmeos, que já haviam encontrado suas parceiras e estavam prestes a ter filhos. Mas a situação era diferente. Eu era um dos lobos centenários, destinado a herdar o poder dos ancestrais e liderar nosso povo. E nesse mundo em constante mudança, era preciso manter o equilíbrio entre as tradições ancestrais e a realidade dos humanos.

— Mas vamos tratar de um assunto que realmente importa — um dos homens presente interveio. — Você escolheu uma mulher duvidosa e de uma família inimiga. O que está tramando? — questionou um dos líderes ancião milenar, se levantando com ar severo. — A família em questão se envolveu com magos e feiticeiros, e você sabe que eles foram responsáveis pelo massacre e pelo desequilíbrio de nossos povos a ponto de sermos todos lançados pela ponte que ligava nosso mundo a esse mundo, e agora... a ponta esta quebrada e não podemos voltar.

— o que esta dizendo? O portão pode ser aberto com a pedra da alma, você sabe que já aconteceu um caso, ainda assim.. eu te aceitado a filha deles, não significa que eu aceito o fato deles lidarem com magos e feiticeiros, por isso... eu vou tomar as devidas providencias, a muito tempo nossos mundos não se misturam. —  anunciei em tom severo então eles silenciaram.

Eles não tinha coragem de me questionar e sabiam que o que eu falava eu levava alem do que eles podem imaginar, apesar do meu pai estar na liderança, ele já é um homem velho e prefere que eu cuide das partes burocráticas, eles tem medo que os trigêmeos tomem meu lugar, mas eles são penas lobos comuns e não podem ir contra mim, já que apesar de serem meus irmãos, eles não são da mesma linhagem de lobos com deuses, já que a minha mãe morreu na guerra e agora meu pai esta casado com a minha madrasta Alsea mãe dos trigêmeos.

— bom senhores, estou cansado dessa reunião, nesse exato momento tenho que conversar com meus irmãos e resolver alguns problemas que eles tem causados.

Com um sorriso triunfante, observei os anciões se levantarem e baixarem a cabeça em sinal de respeito. Finalmente, estavam livres da minha presença. Me retirei da sala com passos pesados.

Ao chegar na sala onde meus irmãos trigêmeos me aguardavam, fui recebido com uma recepção inesperada. Eles estavam rindo e se divertindo, como se não estivessem tramando algo contra mim.

— Parece que já estão se divertindo, não é? — perguntei com ironia, já acostumado com suas conspirações.

Lembrando-me da última vez que os puni, um arrepio percorreu meu corpo. Presos no subsolo, na conexão com o submundo, eles certamente sentiram o terror de ver as criaturas das profundezas.

— Viemos pedir desculpas, irmão — um deles se ajoelhou, suplicando por perdão.

— Tudo bem, hoje é meu casamento! — anunciei, fingindo felicidade. Eles me encararam com confusão, sem entender minha mudança de atitude.

— Mas pensávamos que você só se casaria quando sua parceira reencarnasse — um deles comentou, ainda desconfiado.

Um sorriso frio se formou em meus lábios. Era hora de colocar meu plano em ação.

— Não vou mais esperar. Meu legado está em risco — declarei com firmeza. Eles me serviram um drinque, mas eu os observei atentamente, desconfiado de suas ações.

— Você vai abrir mão de sua parceira de séculos? A deusa do destino não disse que ela voltaria? — um deles questionou, preocupado com as consequências da minha decisão.

— Ela voltará, sim — respondi com convicção. — Mas no momento, outras coisas são mais importantes.

Nunca revelaria a eles que já havia encontrado Maya. Minha prioridade era protegê-la, e esse casamento era apenas um passo nessa direção.

Eles suspiraram pesadamente, se resignando à minha decisão. Então, me entregaram o drinque, mas eu o recusei. Em vez disso, peguei a garrafa e a virei de uma vez, encarando-os com um olhar desafiador. De repente, uma gargalhada ecoou pela sala.

No entanto, logo algo estranho aconteceu. Senti minha cabeça girar e meu corpo ser arrebatado por uma força invisível.

— O que é isso? — perguntei, atordoado, enquanto tudo girava ao meu redor.

— Poção para lobos — um deles respondeu, com um tom sinistro. — Uma poção especial que te faz ter desejos por qualquer mulher.

Perdi todo o controle do meu corpo. Eles me arrastaram para um quarto, rindo da minha situação, mas eu não estava muito preocupado com isso.

— Bom, irmãozinho — um deles disse com sarcasmo. — Aposto que você vai se divertir hoje à noite, depois de séculos. Vamos chamar os líderes e esse casamento não vai acontecer!

— ah... lembrando que essa porção é diferente, você sabe... ela só passa depois que você atende a seus desejos carnais. — um deles completou.

Trancaram a porta por fora, me deixando sozinho com três mulheres que já esperavam. A poção começava a fazer efeito, nublando meus pensamentos e me deixando à mercê de seus desejos. Mas eu não me entregaria facilmente, o que eles pensam? Que eu não tenho desejos triviais? Esses anos todos só agüentei por causa da promessa de renascimento da única mulher que realmente me importa, hoje sendo o dia que terei ela em minhas mão... não vou ceder tão facilmente.

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