Cap. 29 Longe de ser rastreada.E, ironicamente, foi ser banida que a salvou, ela se levantou as pressas olhando ao redor como se procurasse algo, e alguns de seus pertences tinha caído, um dos seus saquinhos de pano onde ela tinha guardado algumas joias, ela rapidamente o recuperou se certificando que estavam ali e suspirou aliviada ao ver que não tinha perdido nada.Era sua única oportunidade de conseguir sair dali e conseguir viver por alguns dias até conseguir se estabilizar.Maya odiou aquele lugar com todas as suas forças.O ar parecia envenenado, O solo pulsava com uma ameaça invisível, como se o chão quisesse engoli-la inteira, Até a luz era hostil. Cinza, pálida. Sem esperança. Seu corpo doía onde haviam mordido, seus joelhos estavam ralados, e a vergonha latejava mais que os ferimentos.O guarda do portão, um velho lobo de olhar cansado, abria lentamente a pesada porta de ferro encantado. Maya não disse nada. Apenas correu. Correu com os olhos úmidos, o coração em frangalhos
Cap. 30: Da desventura uma ventura— Esse banco é público, ou você cobra entrada? — disse uma voz masculina, bem-humorada, mas não invasiva.Maya olhou para o lado com cautela.Era um jovem, talvez com uns vinte e quatro anos, alto, de corpo esguio — o tipo de pessoa que parecia caminhar muito pela cidade. Talvez um universitário, ou alguém que simplesmente pertencia às ruas. Usava jeans escuros, um tênis simples e uma camisa de linho de botões abertos sobre uma camiseta clara. Tudo limpo, bem ajustado, com aquele toque elegante que vem de quem não tenta demais, mas acerta mesmo assim.Seus cabelos castanho-escuros estavam um pouco desalinhados, como se o vento sempre passasse por ali primeiro. Os óculos de aro fino davam a ele um charme intelectual, e embora fosse discreto, era impossível ignorar os traços marcantes do rosto — a linha do maxilar bem desenhada, os olhos atentos, quase gentis demais para um desconhecido. Ele era comum... mas com algo cativante. Uma beleza que nascia da
Capítulo 31 – O Fim do Vínculo, o Início da TempestadeKan se aproximou, segurando o que restava da pulseira de ligação que um dia atara Maya a ele — o vínculo espiritual além da conexão de lobo. A mesma pulseira que, certa vez, lhe revelara onde Maya estava, mas que só se ativava duas vezes: uma, quando ele se aproximasse dela pela primeira vez; e outra, quando ela se afastasse ao ponto de o vínculo desaparecer. E naquele momento... o vínculo estava indo embora.— Mas eu a quero de volta.— Então você precisará do vínculo das três bênçãos que foram transformadas em três Caídos — disse a mais velha das Oráculos.— E de uma gota de seu sangue. Para trazer à tona o traço que ela tenta esconder.Kan estreitou os olhos, confuso.— O que eram essas três bênçãos que foram transformadas em Caídos?— Você é descendente de deuses. Não precisamos ser precisas para que você entenda. Sabe que o preço de uma revelação exata seria a nossa juventude — murmurou uma delas.— Três bênçãos que se tornar
Cap. 32: Meu lar é onde sou aceita.Enquanto isso, em uma casa elegante nos arredores da cidade, Lana encontrava os pais em clima de tensão. Ela havia sumido por um tempo sem nem mesmo entrar em contato com seus pais, mas finalmente decidira voltar. Os olhos dos pais estavam marcados por cansaço e preocupação, mas disfarçavam.— E Maya? — Lana perguntou com frieza, contrastando com sua aparência agora diferente e mais madura, usando um vestido longo vermelho que desenhava todas as curvas de seu corpo, assim como seu batom rubro como o próprio sangue e o delineado bem marcado nos olhos, deixando seus traços evidentes com um ar de elegância.A mãe desviou o olhar. O pai foi quem respondeu.— Maya... morreu. Não foi necessário entregá-la a nenhum companheiro, apenas peguei o carro e a levei comigo. Quando saí da cidade, ela começou a reagir à distância... e não resistiu.Lana, por um segundo, pareceu estagnar, mas, em vez de dor, um sorriso se formou lentamente em seus lábios.— Ótimo.E
Cap. 33 A adaga adormeceu?Cael estava ali, sentado na ponta de um dos sofás, observando tudo com aquele mesmo sorriso tranquilo, quase orgulhoso da cena. Quando ela cruzou o olhar com ele, ele deu de ombros dizendo que estava tudo bem então ela se aproximou sentando ao seu lado, ela não conseguiu explicar como conseguia se manter próxima de humanos sem que a adaga reagisse, talvez, so talvez aquilo reagisse a criaturas místicas e magia.— Você precisava de roupas. Eles gostam de ajudar. E você tem um estilo interessante — disse, apontando para a saia longa e o casaco grosso que ela ainda usava. — Meio élfico, meio fugitiva de reino perdido.Ela sorriu pela primeira vez, sem culpa.Era um sorriso pequeno, mas sincero.Naquela noite, Maya recebeu um novo quarto no andar de cima, ao lado de Bia. As janelas davam para os telhados da cidade, onde luzes tremiam como estrelas artificiais. Era um quarto simples, com uma cama estreita, uma escrivaninha e um armário. Mas era o melhor lugar ond
Cap. 34: Dois humanos cheio de mistério.O silêncio se instalou na sala por alguns segundos, antes de Cael finalmente soltar o ar com força, como se estivesse segurando dentro de si desde o momento em que ela se encostou em seu ombro.— Quando será que ela vai contar que está grávida? — ele perguntou, a voz baixa, quase um sussurro de preocupação.Bia levantou os olhos do tablet, girando levemente os ombros como se espantasse uma tensão antiga.— Vai demorar, ainda mais que ainda não esta evidente. Mas… a gente vai ter que cuidar dela do mesmo jeito.Cael assentiu devagar, encostando-se no encosto do sofá, olhando para o teto alto com uma expressão inquieta.— Fiquei surpreso que ela não desconfiou quando eu falei dos enjoos… Achei que ia me fuzilar com os olhos e perguntar de que enjoos eu estava falando e mentir que não estava enjoada.— É porque ainda dá pra disfarçar — Bia comentou, voltando ao tablet. — A barriga ainda não tá tão visível. Mas o que ela vai fazer quando crescer de
Cap. 35: Lana encontra filhos para Kan.— Bruxos e fadas também podem fazer isso, mas fora dessas barreiras não há... ou há poucas criaturas mágicas com esse tipo de poder. Apenas alguns seres celestiais — que não se misturam com os lobos.— Mas se forem esses celestiais, seria ainda mais difícil encontrar Maya. E mesmo assim, não haveria motivo para... Além disso, não temos seres celestiais no nosso mundo. Pelo menos, não os do nosso mundo. Os que existem aqui não interferem em nada. — Kan parou de falar, pensativo.— O que foi?— Você lembra quando Nova nasceu e foi destinada a mim? — Kan perguntou ao pai, que arregalou os olhos.— Quem a trouxe até nossa planície foram os celestiais de apoio. Mas eles desapareceram assim que Nova foi morta.— Mas você também tem que se lembrar de que, quando fez a separação das criaturas, baniu algumas que estavam fora da nossa categoria aceitável. Tem certeza de que não havia nenhum deles?— Não sei... Naquela época, eu não tinha uma boa detecção,
Cap1: A menina da adaga no coração.Maya volpynEu tinha doze anos quando acordei de um coma no qual estava submersa desde o meu nascimento incomum. Pode parecer surreal, mas eu nasci com uma adaga cravada dentro do meu peito. Sim, ela atravessava completamente meu coração protegida pela minha caixa torácica ninguém tem ideia de como remover sem me matar.Não me lembro de nada e nem tive uma infância propriamente dita, nada de que eu possa realmente me recordar.Antes de eu despertar, meus pais lutaram incansavelmente para encontrar alguém com uma magia poderosa o suficiente para remover a adaga e me manter viva. No entanto, aparentemente, não há como tirá-la sem por fim a minha existência.Ninguém entende como acordei, mas, quando abri os olhos, parecia que alguém me chamava.A voz de um rapaz parecia algo que já tinha ouvido a algum tempo. Senti uma estranha luz azul emanando do meu peito e, de repente, meus olhos se abriram.Me levantei da cama e tentei andar. Cambaleei e senti um