2 Lançada para a morte;

 Cap. 2 Lançada para a morte;

Tudo aconteceu rápido demais.

Confusa, encarei Lana se aproximar com um olhar estranho. Antes que eu pudesse reagir, senti suas mãos me empurrando com força, direto para a água gelada do lago.

O impacto foi brutal. O frio cortou minha pele como lâminas invisíveis e meus pulmões arderam, implorando por ar. Afundava cada vez mais, como se o lago quisesse me engolir inteira.

Lá em cima, entre as ondas, vi o rosto dela — sereno, cruel. Eu a implorei com o olhar, mas Lana apenas virou as costas, desaparecendo como se fugisse de algo... ou de alguém.

Nunca aprendi a nadar. Meu corpo lutava por instinto, mas era inútil. A dor me puxava para o fundo, até que... tudo mudou.

De repente, não estava mais no lago.

Estava em um campo de batalha.

Espadas colidiam com estrondo, a guerra explodia ao meu redor. Lobos enormes corriam em disparada, seus uivos se misturando aos gritos de feiticeiros e magos.

Em minhas mãos, uma espada brilhava com um poder estranho. Eu lutava. E, ao meu lado, um homem.

Ele era alto, imponente. Seus olhos dourados queimavam com força selvagem... e devoção.

— Fuja! Eu não vou deixar que morra nessa guerra! — ele gritou, antes de se lançar na minha frente e assumir sua forma de lobo. Um lobo gigantesco, majestoso, o maior que eu já vi.

Com fúria, ele enfrentou três feiticeiros sozinho. E venceu.

— Ele é o líder! — alguém gritou, e, num piscar de olhos, ele estava cercado. Dez... vinte... uma multidão prestes a atacá-lo.

Um grito explodiu da minha garganta enquanto eu corria para ele. Minha espada cortava o ar, meu coração queimava de desespero. Eu precisava salvá-lo. Não podia perdê-lo.

Mas então, acordei.

O som da água se quebrando me arrancou do delírio. Um homem nadava na minha direção. Meu coração disparou. Balancei a cabeça, tentando impedi-lo.

“Não! Não me toque!”

O medo me paralisava. E se ele me tocasse e eu voltasse para aquele coma? E se ficasse presa para sempre naquele pesadelo? Eu preferia morrer ali mesmo.

Mas algo inesperado aconteceu.

Quando ele se aproximou, uma onda de calor surgiu no meu peito. Uma luz azul intensa explodiu de dentro de mim. Fiquei sem ar. Onde estava a dor que eu esperava? Onde estava o colapso?

O homem parou, assustado com a luminosidade. Seus olhos se arregalaram, fixos em mim. Ele não parecia com medo… parecia encantado. Observava como se tivesse feito uma descoberta rara.

Uma de suas mãos apertava a orelha — de onde brotava o mesmo brilho sutil que emanava de mim.

Então, ele me segurou com firmeza e me levou até a superfície.

Assim que emergimos, ouvi um grito:

Senhor! Por favor! Não a reanime! Isso pode matá-la!

A voz era de um mago da nossa casa. E, com um gesto, ele drenou a água dos meus pulmões usando magia. A escuridão me engoliu antes que eu pudesse ver o rosto daquele homem de novo.

Mas eu nunca esqueceria o toque dele. Quente, poderoso. Como se sua presença tivesse se marcado em mim para sempre.

Dois dias se passaram até que eu finalmente despertasse.

Descobri que meu sono não havia sido causado pelo toque misterioso — mas sim por um procedimento mágico para estabilizar meu corpo. Tentei entender o que havia acontecido, mas ninguém me dava respostas.

Lana havia sido descoberta. Todos sabiam que ela me empurrou.

Nosso relacionamento — que já era frágil — desmoronou de vez. Passamos a viver como estranhas sob o mesmo teto. E, mesmo que todos me defendessem, eu me sentia culpada. Porque eu entendia o que havia dentro dela. O vazio. O abandono.

Mas havia algo que eu queria mais do que perdão.

Respostas.

Quem era o homem que me salvou?

Minha mãe se recusava a me contar. Dizia que eu era só uma menina, e que aquilo não era assunto para alguém da minha idade. Mas algo dentro de mim dizia que ele era importante. Que aquele encontro tinha mudado algo.

O tempo passou. Aos quinze anos, eu já me movia sozinha, com força e firmeza. Minha recuperação havia sido um milagre — ou uma consequência do que aconteceu no lago. Ainda assim, meus pais mantinham minha existência em segredo. Desde que nasci, o mundo nunca soube da minha presença. E agora, mesmo recuperada, o mistério continuava.

Mas naquela manhã, tudo mudou.

Fui chamada à sala particular da mansão. Meus pais queriam me contar algo.

E, pelo tom em suas vozes… era algo grande.

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