Inaê abriu os olhos e foi ofuscada pelas luzes fortes que só podiam ser de um hospital. Sentiu uma pontada ao mover o braço e notou um acesso ligado a uma bolsa de soro, então se lembrou de recuperar sua prancha de windsurfe após horas de tentativas, e nada além. Onde estava? Será que as ondas a levaram para alguma terra desconhecida?
-- Acordou, Haier-sama? – um enfermeiro se aproximou da cama. Estava em Uminami, mas não sabia como voltara – Nos deu um susto.
-- O que aconteceu?
-- Vossa Excelência não voltou por horas, e à tarde um dos ryu-sama
-- Então isso é o céu – Ashima olhava para cima com as mãos sobre os olhos ofuscados e a boca entreaberta. Sango ergueu os braços para sentir o vento entre os dedos. -- Só tinha visto desenhos e gravações das nuvens e do sol. -- Mas como vocês não estão acostumados, é melhor não ficarem muito tempo aí, ou podem acabar com fotoqueratite, queimadura solar nos olhos – Inaê alertou – E eu só tenho um par de óculos escuros. -- O mar é verde? – a curandeira baixou o rosto para a água –
-- Mãe das ilhas! O que foi aquilo?! – Marisol ofegou tentando acompanhar o ritmo de Chris. Depois do que houve no farol oeste, ele precisava saber que o norte estava intacto, e corria a toda velocidade. Impulsionado por esse desejo, ele facilmente se distanciou dos outros, e só parou ao avistar a construção de longe, ainda intacta em sua eterna vigília do horizonte. Mas ele mal pôde respirar aliviado antes que um tremor chacoalhasse o chão com uma brutalidade que derrubou Chris e fez estalar todo o penhasco. E ele viu em câmera lenta o farol norte desmoronar e afundar em direção ao mar. -- Oh, Chris – Marisol chegou e envolveu seus ombros com o braço, sentindo-o tremer. &nbs
Me distanciei de tudo que conhecia para proteger aqueles que eu amava. E após todo esse tempo, é hora de retornar O submarino não permaneceu muito tempo aberto, uma vez que era mais rápido debaixo d’água. Depois que a maioria das dúvidas de Sango e Ashima fora sanada, Inaê lembrou que podia entendê-los, mas nenhum dos dois saberia se comunicar com os delfinos. Para não precisar servir de tradutora, a jovem fez o mesmo que Sango, passando mentalmente seu conhecimento linguístico. -- Entende o que eu falo? – perguntou no idioma delfino. Os primos assentiram, para seu completo alívio. Não estava cem por cento confiante no sucesso. A viagem submersa durou dois dias e meio, umas três vezes
Incapaz de se manter de pé, Inaê caiu sentada, se sentindo mais cansada do que jamais estivera. Marisol se ajoelhou ao seu lado e a abraçou. -- É você mesmo, irmãzinha? Não acredito que está aqui, graças a todos os astros – ela tremia, à beira das lágrimas. Ao redor, outros também se agitavam. A jovem se levantou, trêmula, para saudar os ilhéus, que se empurravam para chegar a ela. -- A princesa nos salvou! -- É ela! Ela está aqui! -- A princesa Inaê está de volta! -- Viu
Depois de retirar a bala de seu quadril em um procedimento bem menos complicado que o esperado, Aquamarine entrou imediatamente em contato com o rei e relatou o que acontecera na ilha. Hesitou na hora de falar de Inaê e só encarou o microfone, até a voz do rei chiar impaciente no radiotransmissor: -- E então? Prossiga. -- Encontrei a moça de quem o senhor falou, a princesa de olhos verdes. -- E? – ele cobrou após um momento de silêncio, a voz tomada por uma mal disfarçada apreensão. Aquamarine engoliu em seco.  
A chegada do veleiro Sombra do Fogo a Lunae foi atrasada devido à embarcação não ser motorizado e à furtividade exigida pela missão. Quando o continente apareceu no horizonte, a pequena tripulação ancorou o navio e aguardou escurecer para se aproximar da costa. Janaína, Thomas e Kay, membros da Marinha e da Força Policial, desceram em um bote e seguiram para a praia deserta ao lado do porto. Janaína tinha experiência em missões de infiltração, fizera algumas na companhia de Meri e Dario, na época da guerra com a Ilha Hipocampo. O porto estava deserto exceto por vigias em rondas, todos com lanternas na mão. Thomas apontou seu rifle de pressão para o mais próximo e atirou. O homem caiu com um baque surdo, sem saber o que o a
Neste dia fatídico, ela parte, deixando toda a esperança de seu ser como herança A queda até o chão se deu em câmera lenta, e o baque surdo de seu corpo no piso soou muito distante, bem como o riso de escárnio do rei. Janaína tentou estancar o sangramento, mas fora alvejada em mais de cinco órgãos vitais, sua experiência policial não lhe dava esperança de recuperação. Sua visão começou a escurecer até sua faca de osso, caída a centímetros de seu rosto, não ser mais reconhecível. Droga. Estou morrendo, não completei a missão por ter subestimado meu oponente. Falhei em meu dever mais importante, não protegi minha família. Sempre ouvira que a vida passa como um filme na
-- Olá, Inaê – Tentáculos cumprimentou. A jovem ficou de pé na prancha. Apesar de sua presença ser sempre imponente e uma incrível visão, ela não demonstrou sua surpresa, e questionou secamente: -- O que traz sua presença ilustre a este lugar? -- Queríamos falar com você – Chifres respondeu – Não nos deu oportunidade desde sua partida repentina de Uminami. -- Parti na hora certa – ela respondeu – Se tivesse demorado mais, teria perdido minha casa. Alguns deles se entreolharam, e surpreendentemente, foi Dente-de-Sabre que tomou a palavra: