17

Lorenzo,

Cheguei em casa, mas era como se o peso do mundo estivesse nas minhas costas. A discussão com Camille ainda ecoava na minha cabeça, cada palavra me atingindo como um golpe. Eu estava com raiva, magoado, mas mais do que isso, eu me sentia traído. Ela tinha me escondido a verdade o tempo todo. Como ela pôde não me dizer que Nico Benedetti era seu pai?

Entrei direto no escritório, sem sequer me preocupar com o resto da casa. Não era a primeira vez que eu me sentia assim, e o escritório sempre foi meu refúgio, o lugar onde eu podia pensar com clareza. Sentei-me na minha cadeira giratória, o couro frio contra minhas costas, e fiquei olhando para o vazio por alguns momentos.

Peguei o celular da mesa, os dedos apertando a tela com mais força do que o necessário, e liguei para Vittorio.

— Vittorio — minha voz saiu mais dura do que eu pretendia. — Preciso que você faça uma investigação mais aprofundada sobre Nico Benedetti. Não é só sobre os negócios dele agora, quero tudo. A ligação
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