CAPÍTULO 02
Sophia Clark — Samantha, acorda! Você prometeu que iria na minha formatura e não foi! Agora faz o favor de no mínimo me ajudar a se arrumar, todos falam que eu tenho chances de um bom emprego, pois terão muitos empresários famosos lá! — balanço a folgada da minha irmã, que amanheceu na gandaia, e agora me ignora. — Me deixa, Sophia! Eu já falei que vou na formatura, mas vou depois! E, você sabe se arrumar! — falou colocando o travesseiro na cara, e eu bufei. Depois que o meu pai faleceu a gente quase não conseguiu terminar de pagar a minha faculdade, e a Samantha que me ajudou nesse último ano, com o seu emprego de modelo. — Deixa ela! Eu te ajudo, vem filha! — minha mãe me puxou pelo braço me levando até o seu quarto, e deixei a minha irmã, ali. Ela pegou uma maleta grande de maquiagem, e assim que sentei na cadeira, começou o milagre, me deixando bonita, ainda mais parecida com a minha irmã gêmea, que esbanja beleza por aí, diferente de mim, que vive trancada, com a cara nos livros e nem sei me vestir. — Sophia, presta atenção! — me virou pra ela, segurando nos meus braços. — Arruma um emprego, logo! Não vai no embalo da sua irmã, investe no teu futuro, e não deixe que nada atrapalhe os seus objetivos hoje, coloque foco, se aproxime de pessoas que podem te oferecer um bom emprego, que vai dar certo! O professor Harry, falou que te apresentaria para um dos donos da rede mais conhecida em tecnologia, de Boston, então vamos ter fé. — Calma, mãe! Vai dar tudo certo! Você vai comigo, né? — perguntei. — Sim, a sua irmã vai depois! — Assenti e fui me vestir com o vestido que a Samantha escolheu, um nude tão bonito. Depois de prontas, eu e a minha mãe chamamos um carro de aplicativo, e fomos para o local. Desviei de um doido no caminho, que me confundiu com alguém, e fui apressada até a minha mãe, que ao me ver já fez sinal para irmos até o professor. — Boa noite! — ele cumprimentou. — Boa noite, professor! Como vai? — Bem, obrigado! — Professor, Harry! Estamos curiosas para saber quem é o CEO famoso que comentou... — a minha mãe foi logo falando, me matando de vergonha. — Ah, claro! Deixa-me ver se encontro algum deles. Como é uma rede, tem vários CEOs, com certeza, terão vagas em alguma delas! — ele ficou olhando para os lados, até que se afastou. — Ali está o senhor Arthur Taylor, ele pode nos ajudar, só um minuto... — ele chamou alguém, e começou a falar. — Senhor Taylor, eu gostaria de indicar essa jovem, ela se formou com honras na Universidade de Boston! Eu a considero uma das melhores alunas, e está precisando de um emprego! Pode ser em qualquer uma das empresas de vocês, não é, Sophia? — Sophia? — ouvi uma voz atrás de mim, e achei que conhecia, então me virei para averiguar de quem era. Aquele era o mesmo doido que estava me confundindo no banheiro, agora o olhando, ele é um pouco diferente dos outros CEOs, usa um cabelo de cumprimento médio, amarrado com algo, e o restante preso em baixo, semelhante ao ator Can Yaman. Ele é um homem bonito, apresentável, embora tenha uma cicatriz grande no rosto. Mas, a forma dele me olhar, me assustou, ele parece ser amedrontador, muito sério, ficou me analisando enquanto olhava para o professor, parecia estar em outra dimensão, e num impulso concordei com o professor, pois eu até preferia que o emprego fosse em outra empresa, bem longe dele. — Sim, posso me adaptar a outras empresas! — ele continuava me encarando. — Tenho uma vaga excelente na Argentina! Seria de imediato, pago as despesas de viagem, e estadia... — Não! Argentina é outro país... — o cortei. — Então, como eu falava... é um salário de assistente administrativo com um valor inicial de seis mil dólares! — arregalei os olhos, e tentei aproximar o ouvido para verificar se eu havia entendido direito. Todos ficaram impressionados e ele prometeu uma passagem a cada três meses para ver a minha família. — Olha filha! O que acha? — a minha mãe estava sorridente, então gostou da proposta, e embora eu estivesse em dúvida, não iria decepcioná-la. — Desde que tenha um contrato, tudo bem! — respondi apreensiva, algo me dizia que aquela não era uma boa ideia, mas eu confio no professor Harry, ele não iria me enganar... — Claro! Vou providenciar agora mesmo, e viajamos amanhã! — eu nem pude questionar, o homem falou e virou as costas, me deixando confusa. “Como assim, viajo amanhã?“ Pensei, mas engoli seco, ao olhar para o rosto sorridente da minha mãe. Então, para completar a minha alegria, vi a minha irmã: — Samantha, você veio! Até que enfim, já tirei várias fotos, e você não estava aqui! — Reclamei ao ver a minha irmã gêmea, toda linda no seu vestido vermelho que combinava com o batom. — Relaxa, eu falei que vinha, e vim... não estou aqui? — debochou apontando pra ela mesma. — Samantha, a sua irmã encontrou um emprego fora do país, vai ganhar seis mil dólares! — a minha mãe estava muito sorridente batendo palmas. — Uau! Se eu já não estivesse trabalhando como modelo, eu iria querer um desses... aproveita e começa a pagar eu e a mamãe por ter bancado boa parte da sua faculdade! — ela falou, me deixando sem graça, pois sei que preciso pagar isso. — Que isso, minha filha! Pra mim você se dando bem, já é o suficiente, e se puder mandar uma ajudinha por mês, mas não precisa se preocupar com a sua mãe, a Samantha está brincando, não é? — olhou para a minha irmã. — Eu não! Eu falei que era um empréstimo, sem contar que quero fazer aquela cirurgia plástica, colocar silicone nos seios, aumentar a bunda... então é bom que me pague tudo, maninha, que vou precisar! — Eu vou pagar, Samantha! Não se preocupe... inclusive já vou assinar o contrato hoje. — Bom, eu vou dar uma volta na festa, essas questões burocráticas são muito chatas, depois eu volto! — Samantha saiu, e foram apenas alguns segundos, e aquele homem que me ofereceu a vaga, chegou, junto com um outro. Eu e a minha mãe acompanhamos os dois até o local mencionado, e haviam quatro cadeiras. — Isso é um contrato, ou o manual de instruções da empresa? Nunca vi um contrato tão longo! — Reclamei das inúmeras folhas que vi ali. — Eu apenas cumpro ordens, senhorita! — olhei para o todo poderoso que estava de costas para mim, mas ele não moveu um fio de cabelo para responder alguma coisa, simplesmente ficou lá olhando para o nada, como se nada tivesse acontecendo ali. Fui assinando cada uma das folhas e colocando a data, mas as últimas eu acabei deixando sem ler. Notei que o assistente assinou apenas algumas folhas, e o chefe, ignorou o assunto, parecia não se importar. — Yuri, certifique-se que todos os dados estão corretos e agende de passar pegar a moça amanhã ao meio-dia! Com licença! — o chefe falou e saiu, pelo visto vai ser um tanto complicado trabalhar com um CEO tão autoritário e chato como ele, nem falou nada com a gente, e pelo visto vai assinar depois. — E, aonde eu vou ficar, daí? O chefe não falou nada sobre isso, e carga horária, também? — perguntei. — Fique tranquila, que explicaremos tudo! A empresa é de confiança, e o trabalho bem tranquilo! Se preocupe em arrumar as suas coisas e documentos, que lá receberá novas instruções! — falou ele já se levantando. — Mas, eu terei folga nos fins de semana? — Sim, senhorita! — Ok, eu agradeço, então! — O prazer é nosso, senhorita... — me senti dando um tiro no escuro, mas deixei seguir o fluxo e no outro dia “lá estava eu naquele avião”. . A viagem foi normal, mas agora estou presa a esse louco, que insiste em dizer que casei com ele. Como faço para fugir, daqui?CAPÍTULO 03 Sophia Clark Eu não conseguia entender e nem acreditar que isso estava mesmo acontecendo comigo. Eu devo ter atirado pedras na cruz sem saber, porque o meu azar é sempre tão grande. Se a minha intenção era ficar mais longe possível desse homem, agora é que eu estou realmente ferrada e não sei nem o que fazer. Estou presa em um lugar que eu não conheço, e isso fica em um país aonde eu não moro, não tenho dinheiro, e nem ao menos o meu celular está aqui comigo, porque todas as minhas coisas ficaram no carro, inclusive a minha bolsa preta.. Depois que ele saiu do mesmo cômodo que eu estava, comecei a me lembrar de todas as palavras dele, e não consigo chegar a um ponto de vista coerente, nada do que ele me falou faz sentido, eu preciso dar um jeito de fugir daqui e averiguar esses documentos, pois não me lembro de ter assinado nada diferente de um contrato administrativo, e nem muito menos um documento de casamento, seria mesquinho demais da part
CAPÍTULO 04 Arthur Taylor Sentado em minha cadeira presidencial, eu me divertia analisando bem a minha nova esposa pelas câmeras. Ela me confunde demais, mas já posso dizer que terei uma nova terapia diária, moldando-a do jeito que eu quero. Agora não sei se aquilo tudo foi teatro, ou só apenas a parte em que eu falei com ela no celular, pois ficou mais do que claro que está jogando, o que ela não sabe, é que nessa matéria, eu sou professor. — Nossa, o casamento já está te fazendo bem! Rindo logo pela manhã... — Yuri entra zombando, e senta na cadeira à minha frente. — Fale baixo, Yuri! Isso ainda não foi divulgado, só preciso de um pequeno espaço para convencer a minha querida esposa que somos casados, e ela não tem alternativa! — digo, mas logo me distraio vendo a minha ruivinha andando com aquela calcinha tentadora na minha cozinha, e a minha mente se perde em desejos obscenos dela em cima daquela mesa. — Cara, o que está fazendo? — lev
CAPÍTULO 05 Sophia Clark/Taylor — Você ouviu isso, Margarida? — me virei pasma para a mulher que retirava o prato do Arthur da mesa. — Sim, senhora... — E, ainda defende ele? — pergunto pasma. — Ele é boa pessoa, senhora! Tenha paciência com ele... — Eu estou sozinha nessa, né? — bufei, empurrando o meu prato, não estava com fome. Peguei aquele celular e levei até o quarto aonde dormi, preciso tentar lembrar de todos os números de alguém que conheço. Ao me sentar na cama me senti um pinheirinho de tão arrumada, o que quer que eu tenha tentado com isso falhou, porquê até sobre sairmos, aquele mentiroso mentiu, se ele soubesse a minha dificuldade em fazer maquiagem... Quebrei a cabeça durante o dia todo, até me atentei a tentar discar em dois números que suspeitei serem da minha irmã, porém a merda do celular tão moderno, dizia que não aceitava ligações internacionais... será que eu poderia ser mais az
CAPÍTULO 06 Arthur Taylor Depois de ter ouvido todas aquelas palavras que a ruivinha falou, eu não me achei mais no direito de impedi-la de trabalhar. Ninguém melhor do que eu, sabe ou conhece todo o sofrimento que eu já passei, preso nas mãos de alguém que eu não gostaria. Eu ainda era uma criança de 12 anos quando decidi aceitar aqueles treinamentos horrorosos pelos quais me faziam passar, até porque enquanto o Don Pieter pensava que eu estava me preparando para a máfia, eu estava na verdade, dando todo o meu sangue, e treinando muito além do que o suficiente, para conseguir fugir, e tirar a minha mãe de lá. Apanhei como um adulto e foi muito castigado durante esse período de cinco anos, mas sofri calado e lutei o quanto eu pude para libertar a mim e a minha mãe daquele lugar. Eu nunca me perdoei por ter falhado, e precisar de ajuda para tirar ela daquele sofrimento, me julgo até hoje, por ter demorado tanto para conseguir uma boa estratégia, e no fim
CAPÍTULO 07 Sophia Clark/Taylor Que raiva eu estou sentindo desse homem. Ainda bem que dormiu no outro quarto, mal sabe ele o tempo que levei para conseguir arrumar um pouco a minha cara de sono, com aquelas poucas maquiagens da Margarida, pois disso sou uma tonta, quem sabe é a minha irmã Samantha. Fiquei muda o percurso todo, pois se falasse, falaria merda, e não confio muito no comportamento daquele homem doido, que pensa que eu sou realmente a esposa dele, e preciso levar em banho Maria, mas as vezes torra a minha paciência e não resisto. Aquela história de aliança, e dizer que sou sua esposa não vai rolar! E, não vou mentir pra ninguém, ele que se explique, com todos. Foi divertido ver que ele percebeu tarde demais que eu estava fechando a porta do elevador, e até dei um tchauzinho para abalar pelo menos um pouco do ego dele, que é tão imenso. Desci dois andares a cima, pela lógica a sala dele fica na cobertura, então vou dar um
CAPÍTULO 08 Arthur Taylor Que merda de jogo! Eu pensei que as coisas seriam mais fáceis. Qual o problema dessa mulher querer transar comigo, ou não? Claramente estava se oferecendo para mim em Boston, e agora que chegamos aqui fica querendo se pagar de boa moça, como se fosse algo tenebroso passar alguns momentos comigo. O pior é que essa cabelo de fogo, me excita! Até o fato do corno do Hugo ter dado em cima dela na minha cara, me deixou louco por ela. O fato de eu não conseguir tê-la, e ele ela não ter tratado mal, me deixou possessivo. Seria mesmo a cicatriz do meu rosto, que a irrita? Saí de lá, e fui trabalhar da sala do Yuri, pois de vez em quando preciso respirar, e esse foi o momento. — Arthur! Hoje temos um almoço com os clientes da Texas Farm, como vai fazer para controlar a sua esposinha? — Yuri pergunta. — Mais respeito, cara! Eu já tenho tudo planejado, não se preocupe! — falei. — Hum... essa eu quero ver de per
CAPÍTULO 09 Sophia Clark/Taylor Eu não consigo acreditar que isso tudo esteja mesmo acontecendo comigo. Estava parecendo muito bom para ser verdade, uma conversa agradável, um lugar incrível, e uma comida maravilhosa, estaria tudo perfeito se o Arthur não resolvesse tirar o dia para me perturbar. Eu não sabia mais o que fazer, não sabia se eu corria dali, se eu o empurrava... e acabei tomando a pior das decisões, que foi a de não fazer nada, pois até mesmo não fazer nada se torna uma decisão. O problema é que eu não sabia que o filho da mãe sabia tão bem aonde encostava, para que eu ficasse nas condições que fiquei, completamente deploráveis! Mas, cheguei ao meu limite quando senti a mão dele em um lugar que nunca imaginei na vida um homem encostar, e principalmente num local como aquele aonde a gente estava, cheio de pessoas. Senti uma mistura de raiva e desejo, poderia facilmente matá-lo por isso se tivesse oportunidade, pois a briga const
CAPÍTULO 10 Arthur Taylor Eu fiquei atordoado com aquela conversa. No carro foi um silêncio total, ela não dizia nada e eu também não. Quando chegamos na empresa ela voltou rapidamente para a mesa e começou a digitar, e então eu fui para a sala do Yuri. — Problemas, chefe? — ele perguntou. — Digamos que parecia mais simples... — sentei, passando as mãos pelos cabelos. — Você é louco, Arthur! Claro que teria problemas, quero só ver quando a tua família souber dessa confusão toda, não será muito fácil contornar! — Yuri comentou, enquanto organizava as coisas da mesa. — Ela tem um gênio forte, não quer envolvimento nenhum, não sei o que faço, pois, estamos casados, e ela não me quer... — Talvez, porque só você se casou, não é? Ela não casou com ninguém, apenas assinou um contrato de trabalho. — me cortou. — Já está feito, Yuri! Eu não vou desistir. — Então, mude o jogo! Se de um jeito não está dando c