CAPÍTULO 6

CAPÍTULO 06

Arthur Taylor

Depois de ter ouvido todas aquelas palavras que a ruivinha falou, eu não me achei mais no direito de impedi-la de trabalhar. Ninguém melhor do que eu, sabe ou conhece todo o sofrimento que eu já passei, preso nas mãos de alguém que eu não gostaria.

Eu ainda era uma criança de 12 anos quando decidi aceitar aqueles treinamentos horrorosos pelos quais me faziam passar, até porque enquanto o Don Pieter pensava que eu estava me preparando para a máfia, eu estava na verdade, dando todo o meu sangue, e treinando muito além do que o suficiente, para conseguir fugir, e tirar a minha mãe de lá.

Apanhei como um adulto e foi muito castigado durante esse período de cinco anos, mas sofri calado e lutei o quanto eu pude para libertar a mim e a minha mãe daquele lugar. Eu nunca me perdoei por ter falhado, e precisar de ajuda para tirar ela daquele sofrimento, me julgo até hoje, por ter demorado tanto para conseguir uma boa estratégia, e no fim precisarmos que o meu pai nos encontrasse..., mas não quero me lembrar disso.

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Fui dormir no quarto de hóspedes hoje... Aquela ruivinha cabelo de fogo, conseguiu me desestabilizar. Mesmo sem saber, mexeu em algo ainda doloroso dentro de mim.

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A noite foi tensa, depois que acordei suado por causa de pesadelos que tenho de vez em quando com as cenas vividas lá, não consegui mais dormir.

Levantei bem cedo, preparei o café da manhã, e vi quando ela abriu a porta do quarto. Colocou uma das roupas novas que pedi para a Margarida comprar, e estava muito bonita. Usava uma roupa formal, mas ao mesmo tempo jovial, na cor branca, e hoje usava uma maquiagem mais básica, com pouca cor, mas ela nem precisa de muito, eu só queria entender de onde conseguiu a maquiagem, porque isso eu não pedi, a Margarida deve ter comprado.

— Bom dia, ruivinha!

— Bom dia pra quem? — veio andando até a mesa e se sentou de cara feia.

— Nossa! Dormiu com a bunda descoberta, foi?

— Eu preciso das minhas coisas! Não estou acostumada a andar desse jeito! — olhou para a própria roupa.

— Acho melhor se acostumar! Quero você sempre bem arrumada, aquele seu estilo é... — Cuidei com as palavras. — Um pouco diferente do estilo da empresa.

— Droga, até isso você quer escolher! Tem café? Por que eu estou morrendo de fome! — eu balancei a cabeça e fiquei admirado com o tanto de coisas que ela foi colocando perto dela, e arregalei os olhos quando ela se levantou e abriu o armário certo, pegando um prato grande e colocando em sua frente. Eu até parei de tomar o meu café para observar como ela fazia, pelo visto ela não comeu nada mesmo durante o dia todo, já que não vi ela pela cozinha nos momentos em que abri a tela da câmera.

Não falei nada sobre isso, melhor deixar ela comer em paz. Quando estava terminando, eu comecei a explicar como as coisas funcionariam.

— Presta atenção! Estou te dando a oportunidade de trabalhar no melhor cargo da Taylors de La Plata! O Yuri insiste que precisamos de uma assistente, mas eu quero te apresentar como a minha esposa, então ficará na minha sala, e vai me auxiliar em tudo o que eu precisar. Poderá dar ordens a qualquer um a baixo de mim, até no gerente! — parou de comer e tinha a feição de espanto.

— E, por que isso tudo? Eu só quero trabalhar, se for na minha área, tudo bem! — falou voltando a morder o croissant que estava na sua mão.

— Eu disse que se beneficiaria com esse casamento! Pedi ao Yuri que comprasse alianças, e quero que use! Posso sobreviver sem sexo por enquanto, mas não suportaria uma traição, então ela te ajudará a lembrar que é uma mulher casada! — falei claramente, não gosto de rodeios, ou meias verdades.

— Ainda não tirou da cabeça que eu não assinei nada consciente...

— Chega! Se quer que tenhamos um bom convívio, não fale mais disso! Eu e mais duas testemunhas a vimos assinar os documentos e estava em perfeito estado, então não quero mais ouvir isso!

— Que saco! O teu pai não te ensinou como se trata as mulheres, não? Eu, hein... tomara que se engasgue com o café! — deixou a comida na mesa, e foi no banheiro, me deixando pasmo, aquela cabelo de fogo é mais linguaruda do que eu pensei, nem consegui dizer que nem sempre tive um pai que me ajudasse, embora hoje em dia nos demos muito bem.

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Descemos pelo estacionamento da empresa, eu já havia marcado com o Yuri de trazer duas alianças de casamento, ele me entregou a pequena sacola, e antes de descer do carro segurei na mão dela.

— Coloque isto, e não esqueça tudo o que combinamos! — eu mesmo coloquei a dela em seu dedo, e vi que ainda estava calada, depois da mesa não disse uma única palavra.

Depois que descemos fiz questão de segurar em sua mão, mas a danada ficava tentando soltar o tempo todo, mas não facilitei segurando firme.

Ao passar pela recepção...

— Bom dia senhor, Taylor!

— Bom dia, Mônica! Antes que perguntem, pode espalhar a notícia de que essa é a minha esposa! Vai trabalhar comigo na minha sala! — falei de uma vez, mas quase engasguei com a saliva quando ouvi:

— Isso não é verdade, não casei com ninguém, só vim pelo trabalho, mesmo! — a olhei incrédulo, que ruiva atrevida! — me distraí e ela soltou da minha mão, indo em direção do elevador.

— Ela é uma comediante, Mônica! Adora uma brincadeira, mas é minha esposa, sim! Espero que contratem logo uma secretária lá pra cima, que ela vai ficar me ajudando, mas serão em outros assuntos! — tentei contornar, e a Mônica deu um sorriso esquisito, claro que não acreditou, mas que droga, essa ruiva cabelo de fogo me paga, se quiser dificultar as coisas, eu também vou, mas agora preciso me apressar porquê ela já entrou no elevador! 'DROGA', me deixou pra fora...

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