Levada pelo CEO frio
Levada pelo CEO frio
Por: Edi Beckert
CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 1

Boston

Arthur Taylor

— Deveria tomar mais cuidado, desse lado fica o banheiro das mulheres! — A cor dos longos cabelos ruivos voando pelos meus braços, me chamaram a atenção. Quando ela falou, fiquei sem ar. Olhei nos seus olhos, e até parecia que eu havia voltado no tempo ou visto um fantasma. Era ela... com certeza era ela... a ruiva que procuro por oito anos seguidos e nunca mais encontrei.

Olhei para o seu corpo, agora cheio de curvas, num vestido discreto, longo e brilhante, na cor nude, e os mesmos olhos verdes.

— Você? — perguntei, colocando a minha mão sobre os seus ombros, mas ela se afastou.

— Você deve estar me confundindo com alguém, eu nem te conheço! — falou rude, e eu mal conseguia falar.

— Você me beijou na boate da principal a uns oito anos! — expliquei, mas ela movia a cabeça, negando.

— Há oito anos eu ainda nem frequentava boates! Agora me dá licença que hoje é uma noite importante! — falou, e me deixou de boca aberta, feito um tolo, ali sozinho.

Não consegui ficar parado e comecei a segui-la... não vou permitir que escape outra vez, preciso descobrir tudo sobre ela, ainda será minha, custe o que custar!

Um dos nossos sócios me salvou. Veio justamente me apresentar a ela, “Sophia”, agora sei o seu nome, então decidi lhe oferecer um ótimo trabalho na Argentina, porém ela assinaria dois contratos ao invés de um.

— Yuri! — chamei o meu assistente. — Preciso que redija dois documentos: um de contratação como minha assistente, e um contrato válido de casamento com os dados da mulher em branco, e amanhã bem cedo quero...

— Não acredito que encontrou a moça?Como foi isso? Ela lembra de você, aceitou se casar? Afinal fazem oito anos que a beijou e não viu mais... — balancei a cabeça.

— Logo lembrará, mas eu só saio daqui com ela, já está decidido. Faça o que pedi, e lembre-se: preciso de documentos válidos! — cobrei, e logo olhei para a entrada do salão...

— O que foi?

— Sophia trocou de vestido, o vermelho combinou muito bem com ela! — comentei ao vê-la.

— Então, se chama Sophia?

— Vou aproveitar que está sozinha e descobrir qual é a dela... — o encarei e saí.

Me aproximei da bela moça, que também retocou a maquiagem, o seu batom era bem vermelho.

— Com licença! — eu disse ao me aproximar. Ela me olhou do mesmo jeito da boate, eu me lembrei exatamente como foi.

— Você? — desceu os olhos pelo meu corpo, e pausou o olhar na minha boca.

— Da última vez que me olhou assim, eu fui beijado e nunca nem descobri o motivo! — sorri de canto.

— Caramba, quanto tempo! Eu estava fugindo de um relacionamento, ele era um idiota! — passou os dedos entre os cabelos levemente ondulados, percebi que estava mais desenvolta, com melhor postura, e não parecia nada perdida como minutos antes, mas fiquei incomodado.

Seria ela uma interesseira? Porque enquanto não sabia da minha posição me ignorou, disse até não me conhecer, e agora simplesmente voltou a ser como no dia em que a conheci?

— Não me lembrava dessa cicatriz! — Foi então que fixou os olhos na minha cicatriz, e isso não gostei, virei um pouco o rosto, essas coisas me incomodam, muito.

Ela ergueu a mão... segurei, não permito que ninguém encoste ali, nem mesmo a minha futura esposa.

— Olha só! Para que as coisas comecem bem entre a gente, nunca pergunte, ou encoste no meu rosto! — por um instante me olhou atravessada, mas logo sorriu.

— Está bem! Calma... eu apenas perguntei! — soltei a sua mão, e a chamaram. Por um momento tive a impressão que pronunciaram seu nome um pouco diferente, provavelmente é algum apelido.

Ela beijou a própria mão, e me mandou um beijo. Fiquei olhando-a de costas, e achei que no vermelho tem menos quadril e bunda, talvez o vestido a tenha deixado mais magra, analisei melhor as curvas nesse vestido, a bunda no outro estava mais saliente...

.

Enquanto ela assinava aqueles papéis, eu apenas a observei. O meu sexto sentido dizia para não confiar nela, mas eu possuía um desejo ardente por tê-la, e a faria minha. .

No outro dia:

Eu não desci do carro quando chegamos no local onde ela morava.

Sophia estava com um coque de velha, uma saia pra baixo dos joelhos, uma camisa muito formal, e um blazer antiquado. Usava um sapato fora de moda, e eu diria que só faltava os óculos de grau pra ficar mais brega, ela não parecia nada com aquela mulher de ontem, estava jogando comigo!

— Boa tarde! — eu apenas acenei.

— Trouxe todos os documentos?

— Sim, estão todos nessa bolsa preta! — mostrou uma bolsa horrorosa de couro meio gasto, parecia esfarelar.

— Ótimo! — precisaria ver isso, a minha esposa não pode andar assim. Bonita sei que ela é, mas “que os jogos comecem, minha cabelo de fogo!“ — Sorri em malícia.

.

"Dezessete horas depois, no meu apartamento na Argentina. Ela ficou olhando tudo.

— Eu não estou entendendo... eu ficarei em um apartamento tão luxuoso como este?"

— Sim! Me acompanhe!

— Mas... eu não posso pagar um aluguel tão alto...

— Eu já disse para entrar! Não tenho a noite toda, amanhã preciso trabalhar! — fui entrando no elevador, pois já estava ficando irritado de ter que explicar tudo.

Ao entrarmos, ela olhava por tudo, parecia inquieta, bem diferente da noite anterior aonde claramente tinha interesse em mim, ou no meu dinheiro.

— Você também ficará aqui? — perguntou ao me ver trancar a porta com a minha digital.

— Esse é o meu apartamento... na verdade, o nosso, agora! Provavelmente você leu tudo o que estava no contrato, não é? — me olhou estranho, estava nítido que não leu.

— Não sei... teve uma parte que não vi direito...

— Eu vou ser claro, porque não tenho a noite toda... você assinou um documento que te tornou a minha esposa, e a partir de agora exijo que cumpra com as suas obrigações! — negou movendo a cabeça, estava muito apavorada, colocou a mão na porta para tentar abrir. — Essa porta só abre com a minha digital...

— Você é louco? Eu não casei com ninguém, jamais me casaria com você, e aquela história toda de emprego? Era tudo mentira? — ela já estava quase chorando, até parece que ela não queria mesmo se casar comigo, muitas queriam estar no seu lugar, e eu também não suporto ver ninguém chorando.

— Você também assinou um contrato de emprego, ele é verdadeiro... só que como é minha esposa te deixo escolher se quer trabalhar, ou ficar em casa, tanto faz...

— EU NÃO SOU SUA ESPOSA! NÃO SOU! VOCÊ É UM MALUCO! GARANTO QUE NEM EMPRESA, TEM! QUER ME MANTER AQUI PRA QUÊ, VOCÊ NEM ME CONHECE!!! — ela literalmente surtou, arrancou os sapatos horrorosos e atacou em mim, completamente histérica, e quando vi que pegaria nas minhas esculturas caríssimas da coleção, corri até ela segurando os seus braços pra cima com força, e a empurrei contra a parede.

— Escuta aqui! Acho melhor você cooperar! Como senhora Taylor, terá a vida de luxo que sempre sonhou, comprarei tudo o que quiser, posso te levar para ver a sua mãe, e com o tempo até trazer ela pra cá, mas não vou tolerar esse tipo de comportamento. Se encostar nessas peças da coleção, vou ficar muito irritado e você não vai gostar nada! No local aonde fui treinado, e onde cresci, é o marido quem manda, e não conheço outro jeito de fazer um casamento funcionar!

— Me solta... — estava chorando. — Eu não vou quebrar nada... tá doendo o meu braço!

— Não gostei da nossa conversa de hoje, ruivinha... então já chega! Vá dormir, e descansar que amanhã conversamos melhor! Não vou te levar para a empresa por enquanto, por que não está preparada! — soltei os braços dela, e a deixei lá sozinha, as coisas estavam mais difíceis do que pensei...

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