CAPÍTULO 04
Arthur Taylor Sentado em minha cadeira presidencial, eu me divertia analisando bem a minha nova esposa pelas câmeras. Ela me confunde demais, mas já posso dizer que terei uma nova terapia diária, moldando-a do jeito que eu quero. Agora não sei se aquilo tudo foi teatro, ou só apenas a parte em que eu falei com ela no celular, pois ficou mais do que claro que está jogando, o que ela não sabe, é que nessa matéria, eu sou professor. — Nossa, o casamento já está te fazendo bem! Rindo logo pela manhã... — Yuri entra zombando, e senta na cadeira à minha frente. — Fale baixo, Yuri! Isso ainda não foi divulgado, só preciso de um pequeno espaço para convencer a minha querida esposa que somos casados, e ela não tem alternativa! — digo, mas logo me distraio vendo a minha ruivinha andando com aquela calcinha tentadora na minha cozinha, e a minha mente se perde em desejos obscenos dela em cima daquela mesa. — Cara, o que está fazendo? — levantou querendo olhar o meu celular, e escondi a tela. — Sai pra lá, Yuri! Nem fodendo que vai ver a minha mulher só de calcinha e... aiii papai... que calcinha! — mordo os lábios com desejo. — Não contou a ela que tem câmeras em todos os cômodos? — perguntou, e sentou novamente. — Não, só você sabe disso! Mas, de um lado é bom... já vi que posso confiar na Margarida, agora ainda mais... — comentei. — Mas, já conversaram? — Já! Mas, você já excedeu o seu número de perguntas, agora me deixe trabalhar, vou sair mais cedo pra buscar ela, e... não me pergunte o motivo! — levantou os braços se rendendo. — Pronto, já voltou a ser chato de novo! É incrível como dura pouco isso... ah! Viu que o seu registro de casamento já é oficial né? — Vi, deixei uma cópia para a minha esposa guardar! — sorri e pisquei para ele. — Você não presta, Arthur! Bem que o teu irmão podia vir ficar uns dias aqui, sem assistente tem muito trabalho atrasado... — Sabe que adoro o Ricardo, mas acredito que a minha esposa vai aceitar a minha proposta de hoje, não se preocupe! — me olhou duvidoso. — Eu vou trabalhar, que ganho mais! — zombou, e saiu enquanto eu o encarava. . Adiantei o trabalho no escritório, e fui para casa ver qual o tipo de problema eu enfrentaria hoje, já que a minha ruivinha está querendo brincar. Até porque eu não consideraria um jogo aquilo que eu já tenho como ganho, posso ver tudo que ela faz, desde que fale com a Margarida, posso ouvir, também. . Entro no apartamento com cuidado, e a vejo de costas num vestido vermelho que a Margarida comprou, e agora sim parece com quem eu conheci. Ela ouviu eu entrar e se virou, não consegui decifrar o seu olhar, conheço todos os de raiva possíveis, mas o dela não era... “oque esconde ruivinha?“ Penso. — Pronta? — Depende... se for pra voltar pra casa, sim! Ou vai cumprir com a promessa, e me devolver o meu emprego, porquê me lembro muito bem que assinei um contrato profissional! — ela falava mais firme, mas claramente estava nervosa, parecia tentar ser o que não era, o aspecto físico lembrava o dia que usou o outro vestido vermelho, mas o comportamento era falho, interessante... — Tenho uma proposta, mas precisa vir comigo, estou no horário de almoço! — falei e estendi a mão. — E, onde seria isso? — pergunta receosa, e eu ri. — Na mesa de jantar! A Margarida já deve ter terminado o almoço! — Aquela ruiva me olhou com raiva, e temi que procurasse algo caro para quebrar. — EU NÃO ACREDITO, QUE ME FEZ SE ARRUMAR PRA FICAR EM CASA! SABE O TEMPO QUE LEVEI PRA ISSO? VOCÊ... — Já chega! Você precisa se acostumar a se manter assim, como minha esposa... — cortei ela, mas fui cortado. — Acontece que não sou! Coloca isso na sua cabeça! Em, que mundo você vive? Isso é sequestro, sabia? — veio mais perto, com a mão na cintura, e eu fiquei em silêncio só analisando. Se tem uma coisa que gravei no meu treinamento, foi que até um louco se passa por sábio se calando, ela não tendo como decifrar o meu pensamento, me deixa em vantagem. Voltei a estender a mão, indicando a mesa, ela olhou bufando, mas se virou indo até lá. Fui ajudar com a cadeira, e me empurrou, evitando. — Fique longe de mim! — então afrouxei a gravata, e me sentei. Ela me olhou fixo, e eu a encarei, até porquê queria ver se não estava observando a minha cicatriz do rosto, porque não gosto, mas estranhamente ela me olhava nos olhos, deve ter se lembrado da nossa conversa sobre isso. — Que tipo de proposta, seria? Não que eu vá cumprir, mas... — começou falar, e eu a cortei. — Quero você como esposa ruivinha, e não te darei escolhas quanto a isso! — me olhava incrédula, negando com a cabeça, e os olhos quase fechados de brava. — imagino que precise de dinheiro, se não, não teria aceitado sair do país... eu darei tudo o que quiser, absolutamente tudo que eu tenho será seu, poderá ser minha assistente na Taylor’s, e nem vai mais precisar de um salário, seria a sua chance de mudar de vida... — Eu nunca serei a sua esposa, e não se aproveite do seu cargo como CEO! — levantou colocando as duas mãos na mesa, enfurecida. — Senhora Taylor, me deixe servi-los! Vai esfriar... — Margarida interviu, e ela sentou irritada, olhando para a janela, enquanto Margarida colocava comida em seu prato. — Então agora virei prisioneira? Vou ficar presa, aqui? — perguntou, empurrando os talheres. — Não... disse que queria uma esposa, não uma prisioneira! Mas, entenda que não confio em você, precisa recuperar a minha confiança, e se aceitar, amanhã mesmo poderá trabalhar comigo, e não ficará “presa” aqui! — expliquei. — Se não confia, então porque diabos eu estou aqui? Me manda de volta, pronto! Não confia, tudo bem... bola pra frente, não é? — levantou as mãos como se fizesse uma pergunta, e eu ri, a deixando impaciente com o meu silêncio, e começando a comer, ignorando-a. — o que é? O gato comeu a sua língua? — Sabe que prefiro você assim... falando com mais segurança, e mostrando as garras? É, mais divertido! Talvez esteja aí o motivo de eu ter lhe procurado por tanto tempo! — Como sabe que sou assim? E, se eu estiver te enganando, ou manipulando, por exemplo? — tentou jogar... eu sabia que tentaria... — gargalhei. — A essa altura isso é um pouco irrelevante! Já somos casados, e... — Olhei do lado da mesa capturando as suas pernas fartas. — Te desejo como mulher, já é o suficiente. Porque amar, acredito que esteja fora de questão pra mim... — me olhou com olhos matadores. — Que nojo! Quem é você, Arthur Taylor? — Quando você descobrir me conta! Porquê também estou querendo saber! Agora preciso ir, vê se come a sua comida, e usa o seu tempo livre para pensar, que a noite quero uma resposta, e se eu não tiver, ficará em casa outra vez, amanhã! — levantei indo até o banheiro, e ela não falou nada, e nem verifiquei a sua expressão, já que fiquei de costas pra ela. Escovei os dentes, arrumei a gravata, e a peguei desprevenida, indo por trás da cadeira, por cima dela, e quando virou a cabeça, encostei os meus lábios no dela, e isso foi bom! — Mas... O quê... — ficou sem reação, levando a mão até a boca, então pisquei pra ela. — Bom almoço, ruivinha! — fui saindo, mas lembrei. — A propósito... sua boca é uma delícia, tinha esquecido de falar! — acenei com a mão e saí, deixando-a sem palavras, eu diria...CAPÍTULO 05 Sophia Clark/Taylor — Você ouviu isso, Margarida? — me virei pasma para a mulher que retirava o prato do Arthur da mesa. — Sim, senhora... — E, ainda defende ele? — pergunto pasma. — Ele é boa pessoa, senhora! Tenha paciência com ele... — Eu estou sozinha nessa, né? — bufei, empurrando o meu prato, não estava com fome. Peguei aquele celular e levei até o quarto aonde dormi, preciso tentar lembrar de todos os números de alguém que conheço. Ao me sentar na cama me senti um pinheirinho de tão arrumada, o que quer que eu tenha tentado com isso falhou, porquê até sobre sairmos, aquele mentiroso mentiu, se ele soubesse a minha dificuldade em fazer maquiagem... Quebrei a cabeça durante o dia todo, até me atentei a tentar discar em dois números que suspeitei serem da minha irmã, porém a merda do celular tão moderno, dizia que não aceitava ligações internacionais... será que eu poderia ser mais az
CAPÍTULO 06 Arthur Taylor Depois de ter ouvido todas aquelas palavras que a ruivinha falou, eu não me achei mais no direito de impedi-la de trabalhar. Ninguém melhor do que eu, sabe ou conhece todo o sofrimento que eu já passei, preso nas mãos de alguém que eu não gostaria. Eu ainda era uma criança de 12 anos quando decidi aceitar aqueles treinamentos horrorosos pelos quais me faziam passar, até porque enquanto o Don Pieter pensava que eu estava me preparando para a máfia, eu estava na verdade, dando todo o meu sangue, e treinando muito além do que o suficiente, para conseguir fugir, e tirar a minha mãe de lá. Apanhei como um adulto e foi muito castigado durante esse período de cinco anos, mas sofri calado e lutei o quanto eu pude para libertar a mim e a minha mãe daquele lugar. Eu nunca me perdoei por ter falhado, e precisar de ajuda para tirar ela daquele sofrimento, me julgo até hoje, por ter demorado tanto para conseguir uma boa estratégia, e no fim
CAPÍTULO 07 Sophia Clark/Taylor Que raiva eu estou sentindo desse homem. Ainda bem que dormiu no outro quarto, mal sabe ele o tempo que levei para conseguir arrumar um pouco a minha cara de sono, com aquelas poucas maquiagens da Margarida, pois disso sou uma tonta, quem sabe é a minha irmã Samantha. Fiquei muda o percurso todo, pois se falasse, falaria merda, e não confio muito no comportamento daquele homem doido, que pensa que eu sou realmente a esposa dele, e preciso levar em banho Maria, mas as vezes torra a minha paciência e não resisto. Aquela história de aliança, e dizer que sou sua esposa não vai rolar! E, não vou mentir pra ninguém, ele que se explique, com todos. Foi divertido ver que ele percebeu tarde demais que eu estava fechando a porta do elevador, e até dei um tchauzinho para abalar pelo menos um pouco do ego dele, que é tão imenso. Desci dois andares a cima, pela lógica a sala dele fica na cobertura, então vou dar um
CAPÍTULO 08 Arthur Taylor Que merda de jogo! Eu pensei que as coisas seriam mais fáceis. Qual o problema dessa mulher querer transar comigo, ou não? Claramente estava se oferecendo para mim em Boston, e agora que chegamos aqui fica querendo se pagar de boa moça, como se fosse algo tenebroso passar alguns momentos comigo. O pior é que essa cabelo de fogo, me excita! Até o fato do corno do Hugo ter dado em cima dela na minha cara, me deixou louco por ela. O fato de eu não conseguir tê-la, e ele ela não ter tratado mal, me deixou possessivo. Seria mesmo a cicatriz do meu rosto, que a irrita? Saí de lá, e fui trabalhar da sala do Yuri, pois de vez em quando preciso respirar, e esse foi o momento. — Arthur! Hoje temos um almoço com os clientes da Texas Farm, como vai fazer para controlar a sua esposinha? — Yuri pergunta. — Mais respeito, cara! Eu já tenho tudo planejado, não se preocupe! — falei. — Hum... essa eu quero ver de per
CAPÍTULO 09 Sophia Clark/Taylor Eu não consigo acreditar que isso tudo esteja mesmo acontecendo comigo. Estava parecendo muito bom para ser verdade, uma conversa agradável, um lugar incrível, e uma comida maravilhosa, estaria tudo perfeito se o Arthur não resolvesse tirar o dia para me perturbar. Eu não sabia mais o que fazer, não sabia se eu corria dali, se eu o empurrava... e acabei tomando a pior das decisões, que foi a de não fazer nada, pois até mesmo não fazer nada se torna uma decisão. O problema é que eu não sabia que o filho da mãe sabia tão bem aonde encostava, para que eu ficasse nas condições que fiquei, completamente deploráveis! Mas, cheguei ao meu limite quando senti a mão dele em um lugar que nunca imaginei na vida um homem encostar, e principalmente num local como aquele aonde a gente estava, cheio de pessoas. Senti uma mistura de raiva e desejo, poderia facilmente matá-lo por isso se tivesse oportunidade, pois a briga const
CAPÍTULO 10 Arthur Taylor Eu fiquei atordoado com aquela conversa. No carro foi um silêncio total, ela não dizia nada e eu também não. Quando chegamos na empresa ela voltou rapidamente para a mesa e começou a digitar, e então eu fui para a sala do Yuri. — Problemas, chefe? — ele perguntou. — Digamos que parecia mais simples... — sentei, passando as mãos pelos cabelos. — Você é louco, Arthur! Claro que teria problemas, quero só ver quando a tua família souber dessa confusão toda, não será muito fácil contornar! — Yuri comentou, enquanto organizava as coisas da mesa. — Ela tem um gênio forte, não quer envolvimento nenhum, não sei o que faço, pois, estamos casados, e ela não me quer... — Talvez, porque só você se casou, não é? Ela não casou com ninguém, apenas assinou um contrato de trabalho. — me cortou. — Já está feito, Yuri! Eu não vou desistir. — Então, mude o jogo! Se de um jeito não está dando c
CAPÍTULO 11 Sophia Clark Eu ainda nem sei o que foi que me deu. Não sei se foi a felicidade por poder falar com a minha mãe novamente, que me deixou tão desnorteada a ponto de pular no colo do Arthur, ou o quê... mas quando ele pediu um abraço não pude negar, pois vi nos seus olhos a necessidade de algo, é como se eu pudesse enxergar parte dele, como se eu já o entendesse de algo, e se não fosse tão safado até acreditaria que aquilo foi relacionado a algum sentimento, mas eu devo ter me confundido. Praticamente corri até o quarto para pegar as minhas coisas, porque até essas maquiagens velhas, me fizeram falta, pois vou precisar delas para ir trabalhar todos os dias. Espalhei tudo na cama, e vi que em breve vou precisar comprar mais, assim que receber o primeiro salário, vou mandar cinco mil para a minha irmã, e com o outro mil, eu me organizo. Meu celular estava desligado, então coloquei para carregar, e fui tomar um banho, mas quando fui peg
CAPÍTULO 12 Arthur Taylor Pronto! Um problema a menos pra ser resolvido, agora a família dela já sabe que temos alguma coisa, e esse não vai ser um dos motivos pra ela me rejeitar. Se querem me perguntar se fiz de propósito, a resposta é não! Apenas aproveitei a oportunidade quando vi ela passar, e pelo visto acertei o alvo... só espero que a ruivinha esteja bem com isso.. — ARTHUR!!! — me virei assustado com o grito dela, cheguei a derrubar o chocolate no chão. — Caraca, ruivinha... que isso? — ela me empurrou contra o armário, e estava possessa de brava. Começou a me dar tapas no braço, e nunca imaginei passar por uma cena dessas, fiquei parado sentindo o meu braço arder. — Você é um egoísta, filho da mãe! Não tinha o direito de se meter na minha vida! Aquela é a MINHA FAMÍLIA! — Calma, eu só quis facilitar! Qual o problema? — tentei acalmar ela, mas estava vermelha de raiva. — Eu não sou a vadia que pensa que sou!