- Dafine vai se casar. – Grito para os dois. – Eu aceito. – Respondo a Dafine.
- Aceita o que? – Ela pergunta confusa.
- Ser sua madrinha, óbvio. – Falo revirando os olhos.
- Não farei esse convite a você. É uma obrigação. Você será minha madrinha. Fizeram a última chamada para omeu voo, tenho que ir. Acertamos tudo mais tarde. Amo você. – Ela fala correndo.
- Amo você também. Noiva do ano. – Ouço a risada de Dafine antes dela desligar. Me jogo nos braços de Samuel sorrindo.
- Alguém está muito feliz. – Liana fala sorrindo também.
- Estou com o meu amor, vou me casar, minha melhor amiga vai se casar e eu serei sua madrinha finalmente. Quer mais motivos para que eu esteja feliz?! – Respondo e Simón me beija.
- Acha que algum dia nós poderemos voltar a ser
- Nervosa? – Dafine me pergunta.- Não. Ansiosa? Sim. – Respondo me virando para ela.- Voce está linda. Meu irmão tem muita sorte. – Liana fala afofando os cachos recém feitos no meu cabelo.- Espero que você jogue o buquê em minha direção dessa vez. Jazmin prometeu jogá-lo para mim e olhe isso.Você vai se casar a segunda vez e eu aqui zerada. – Dafine fala chorando e eu estranho, ela não é de chorar e isso é uma bobagem.- Amiga, você está bem? – Liana pergunta indo até ela. Desde o dia que Dafine e Pedro chegaram em Cancún, dois dias depois de todos nós, nós três temos passado muito tempo juntas empenhadas a reconstruir nossa amizade.- Estou sim. São só esse
Minha cabeça doía, até o meu dedo mindinho doía, fiquei consciente de que meu corpo inteiro doía.- Ela está acordando.A luz branca machucava os meus olhos. Com muito esforço consigo deixar uma pequena brechinha aberta e aos poucos passos a enxergar sombras, tudo estava embaçado e desfocado. Percebo que o local tinha como cor predominante o branco. Olhei a minha mão e tinha um fio que ligava ela ao tubo de soro. Eu não sabia como eu sabia, mas aquilo ali era um hospital.Pisquei algumas vezes até os meus olhos se acostumarem com a claridade. O que será que aconteceu comigo?Será que bati com o carro? Meus pais vão me matar se eu tiver estragado o carro novinho.Aos poucos percebi um vulto ao lado da cama. O vulto foi criando forma e desembaçando e finalmen
Acordo novamente algumas horas depois tentando pôr minha cabeça no lugar. Vamos, Annalucia. Respira. Tudo poderia ser pior. Você poderia estar morta, poderia ter um filho com esse louco... olha a parte boa, existe separação, é só pedir o divórcio e pronto. Adeus Samuel.- Filha, você está bem? – minha mãe entra no quarto vindo me abraçar.- Como aconteceu? – Pergunto de braços cruzados e ela entende do que estou falando.- Vocês se apaixonaram, eu até estranhei. Sempre me falou que o odiava. Quando você me falou que estavagrávida eu tive vontade de matar você... – eu a interrompo- O-O QUE NÃO... NÃ – Falo tudo embolado, meio gaguejando. Não acredito Deus, o que foi que eu te fiz?Eu não tinha nenhuma lembrança. Senti os pelos dos meus braços arrepiarem e um
AnnaluciaSaio da consulta com a psicóloga um pouco zonza. Eu tenho três filhos. Porra Annalucia. Três filhos com aquele babaca. Olha as besteiras que você andou fazendo. Vai ser muito mais difícil me livrar dele do que eu estava pensando.Enquanto a psicóloga falava comigo eu tinha total convicção de que ela estava falando da vida de outra pessoa.Minhas lembranças não tinham voltado, nenhuma nova memória. A todo o momento ela descrevia uma mãe amorosa, uma esposa dedicada, uma trabalhadora competente e uma adulta responsável.Em minha cabeça eu sou uma adolescente de 15 anos, rainha da pista de patinação do Jam & Roller, namorada do Benício, estudante do primeiro ano do Blake South College junto às minhas duas melhores amigas, Liana e Dafine. Eu não estou pronta para enfrentar uma vida diferente des
AnnaluciaNada, absolutamente nada, nem a conversa com a psicóloga, nem a conversa com Samuel. Nada me preparou para o primeiro encontro entre mim e as crianças. Nada me preparou para o turbilhão de sentimentos que tomou conta de mim ao olhar os três em pé, ali em frente a porta.Harry vem correndo e me abraça gostosamente, eu envolvo meus braços ao redor daquele pequeno corpo e sinto o cheiro gostoso de bebê, ele descansa o rostinho na curva do meu pescoço e se aninha ao meu colo. É tão bom sentilo assim que sinto que ele não deveria sair dali nunca mais.- Senti tanto a sua falta mamãe. - Sônia corri até mim e me abraça também. - Papai disse que você estava viajando, que precisava de um tempo sozinha para descansar. - ela se afasta um pouco e olha nos meus olhos. - Não viaja de novo mamãe, eu pensei que
Flashback12 anos atrásEra impossível pensar outra coisa enquanto eu olhava Samuel andando pelo corredor com o nariz empinado com duas vadias a tira colo.- Olha se não é a Olivia Palito. - Ele disse vindo em minha direção.Embora hoje em dia eu tivesse peitos tamanho M e ostentasse orgulhosamente um corpinho 36 Samuel foi a única pessoa que nunca esqueceu meus "apelidos" de infância.- O que você quer idiota? - Perguntei com raiva.- Fiquei sabendo que seu encontro de ontem não aconteceu. Que pena, não? – Ele fala e as duas vadias gargalham.- É? E ficou sabendo como? – Caio no seu jogo, não consigo evitar, ele me irrita.<
Flashback on12 anos atrás- Mas mãe, eu não consegui uma carona para festa eu preciso que você me leve. – Já estou pronta com meu vestido preto e saltos. Sem chances de eu não ir nesta festa.- Não vai dar Annalucia. Estou saindo, seu pai tem um jantar importante e já estou atrasada para pega-lo. Tchau. Se for sair não chegue tarde. – Ela bate à porta da frente.Droga, o que vou fazer? Cogito chamar um táxi, mas a volta será complicada para conseguir um o local é meio afastado e Benício está na Itália para o enterro de alguém, não vai a festa. Pedi uma carona com a Liana, mas o Samuel está sem carro então eles vão de carona com outras pessoas. Olho para a mesinha da entrada e vejo a chave do carro do meu pai.Por que não? Não deve
Eram 07:00 quando Mônica chegou para buscar as crianças para o colégio. Segundo ela essa era uma das minhas funções, mas não sei mais dirigir então passei o papel.Me despeço de Josh e Sônia com beijos e abraços rápidos. Ambos estavam com pressa para ir ao colégio.Crianças. Humpf.Peguei Harry pela mão e estava o levando em direção ao carro de Mônica.-Mamãe. - Ele chama minha atenção.- O que bebê? - Me abaixo para ficar a sua altura e olha-lo nos olhos.- Não quero ir para escola mamãe. Quero ficar com você. - Ele diz fazendo o bico mais lindo que já vi na vida.- Mas você tem que ir meu amor. Você não está com saudades do seus amiguinhos? - Nesse momento seus olhinhos encheram de agua e meu coração doeu.- Não