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Lembranças Perdidas.
Lembranças Perdidas.
Por: Tatiane B Simões
C 1. Jogue-a fora, dê-a para qualquer pessoa...

Mael Laurent era um executivo grosso e impiedoso, pelo menos era o que a maioria via nele, a sua vida foi em torno de muito dinheiro, bebidas, negócios bem sucedidos e muitas, muitas mulheres, ele nunca imaginou que se apaixonaria por alguém, até conhecer Lucy Bernard, uma bela jovem, mas com um caráter um tanto quanto duvidoso, que nunca se importou com nada, viveu intensamente como ela queria, sem se preocupar com julgamentos de ninguém, Lucy era como se fosse duas pessoas, sua personalidade era de uma garota tímida, simples, carinhosa e apaixonante, mas tinha dias que era devassa, soberba, havia algo no seu olhar que ninguém sabia explicar, essa versão amava o luxo, dinheiro e poder, porém, ao atravessar no caminho de Mael, a vida do belo bilionário mudou totalmente.

Lucy foi a única mulher que ele não teve jogada aos seus pés, e isso o intrigou por completo, sua missão era conquistar ela a todo custo, até que em uma noite, a magia da sedução aconteceu, os dois passaram noites e noites juntos, mas Lucy não o amava, o que ela gostava era da atenção, dos olhares de admiração das outras mulheres sobre ela, e o dinheiro que ele transferia para sua conta sem ela pedir. Mael queria casar, construir uma família, e pela primeira vez, no alge dos seus 40 anos, ele se viu apaixonado, qualquer mulher queria ter só uma oportunidade de conquistar o gélido coração do temido senhor Laurent.

No dia que ele a pediu em casamento, o pedido foi em grande estilo, muito luxo e com um anel que de longe se via os pequenos diamantes rosa, mas ela não queria ficar com ele, saiu o deixando no meio da multidão, sozinho, fazendo com que Mael se tornasse tudo aquilo que ele havia esquecido ser por causa dela, ele sempre se perguntou do por que tal mudança, Lucy tinha dias que falava com tamanha alegria de um possível casamento, e no dia que isso aconteceu, simplesmente disse não. Para Mael foi algo difícil de esquecer. Mêses passou, e ele foi aumentando mais e mais sua fortuna, mas a versão da doce Lucy, ficou na sua cabeça.

Até que um belo dia, já era tarde da madrugada, ele estava a trabalhar no escritório da sua mansão, como de costume bebendo o seu whisky, imerso entre as inúmeras folhas espalhadas sobre a mesa, ele ouviu um choro estridente, apesar das grandes portas serem de madeira maciça, ele ouviu com perfeição, seguindo o barulho que estava o irritando, encontrou na porta da sua casa, uma pequena cesta, com uma menina chorosa, os seus lábios já roxos pelo frio, sua pequena mão tremia sem parar.

Mael amedrontado pelo que estava na sua frente, pegou a pequena criança e aqueceu com o calor do seu peito, quando já calma, e aquecida, ele ve um papel dobrado entre as cobertas da menina, mas no momento de nervosismo ele não deu devida atenção, imaginando ser uma desculpa esfarrapada de uma mãe desnaturada, ele pensou inúmeras coisas naquele momento, mas entre tantos absurdo que passou na sua cabeça, ele tomou a única e ideial decisão, os seus seguranças vieram o ajudar a fazer ronda pela mansão, pois Mael já viu de tudo na vida, e não se surpreenderia se a pequena bebê de olhos tão azuis como o céu, fosse uma isca dos seus inimigos, com todo o quarteirão vigiado ele adiciona a polícia, pois era uma vida que havia sido abandonada ali na sua porta.

Uma investigação se abriu, mas tudo que conseguiram nas câmeras de segurança da mansão, era uma mulher estatura mediada, de blusa preta e capuz na cabeça, ignorando os pontos visíveis das câmeras, como se soubesse os lugares exatos que poderia levantar a cabeça...

Como Mael era um homem conhecido, os policiais atenderam ao seu pedido de deixar a menina com ele, até que se resolva o problema, de encontrar os pais da pequena criança. Ele não entendia essa vontade de proteger aquele bebê, Mael estava disposto a ajudar, dando emprego e moradia a mãe da criança, mesmo que a sua razão abominasse aquela atitude, mas queria ver a menina crescer.

Dias se passaram e nada dos pais serem encontrados, o deixando frustrado, nenhuma pista sequer, como se estivessem sido engolidos pela terra, por outro lado, ele se sentia aliviado por saber que poderá ficar mais tempo com ela, e com os passar dos dias, passou a criar afeto por ela.

Passando 15 dias que Mael estava cuidando da menina, Dirah, a governanta da mansão, que o ajudava cuidar da pequena nos momentos de reunião, entra no escritório com um papel em mãos, ele vê o nervosismo dela e para o que estava fazendo, apesar de um homem bruto e sem piedade ele parou tudo que estava fazendo e levantou para ver o que estava acontecendo.

Dirah quando começou a trabalhar para Salomão Laurent, pai de Mael, era apenas uma menina de 15 anos, ela o viu nascer, crescer, e se tornar o homem que seu pai queria, nos 41 anos que Dirah trabalha com a família Laurent, ela conhecia o seu melhor lado, e era esse que ele mostrava a ela e ao seu filho Matheo, que ele ajudou a criar. A governanta lhe entregou o papel e ele leu atentamente, em poucas linhas toda a admiração e amor que um dia sentiu por Lucy, morreu naquele instante, em letras pequenas, um papel comum, o que estava escrito jamais seria esquecido.

"Mael.

Espero que você já tenha encontrado a paz e tenha me perdoado pelo que aconteceu entre nós no passado. Sinto muito pela dor que causei a você, mas há algo que preciso confessar. Desde a gravidez, lutei incessantemente para tentar abortar, mas falhei em todas as minhas tentativas com medicamentos que tomei. Me casei assim que dei à luz, a condição que meu noivo impôs para me assumir na alta sociedade era de me livrar da criança. Sei que você jamais irá me perdoar por isso, mas quero que saiba que ela é sua filha. Hoje ela completou 15 dias, mas não dei a ela um nome, pois realmente não tenho interesse por essa criança. Se você também não conseguir sentir afeto por ela, faça o que achar melhor. Jogue-a fora, dê-a para qualquer pessoa, pois, sinceramente, não me importo com o que acontecerá com essa criança. Sei que tudo isso soa cruel e sem piedade, mas essa é a dura realidade da situação.

Adeus."

Assim que ele lê o pequeno papel, se enche de raiva e rancor, mas, ao mesmo tempo, ele fica feliz por saber que a menina que ele aprendeu a amar, é na verdade, sua filha, naquele mesmo dia ele fez o teste que comprovava sua paternidade, registrando a menina com o nome da sua avó materna, a única que teve alguma demonstração de sentimento por ele.

Os anos passaram e Alexia era a sua vida, viveu somente por ela, apesar de não ser um homem carinhoso e bem rígido na criação da filha, ele a amava mais que a si mesmo, mesmo que nunca tenha dito ou demonstrado tal sentimento, ele foi criado assim, e por esse motivo não sabia como demonstrar afeto, a educando para ser forte e decidida, determinada e fria, pois ele sabia que um dia os seus inimigos iriam conseguir acabar com ele, o seu tempo era curto, onde em poucos anos a ensinou nunca abaixar a cabeça perto de ninguém, Mael não suportaria a dor de ver a sua filha sofrer.

A pequena menina foi crescendo sem afeto do pai, o último abraço que ela recebeu foi com 5 anos de idade, daí em diante, Mael se dedicou a por ela nos melhores colégios, e um deles foi um religioso, que cada erro, tinha uma punição, até quando ela não errava era punida, ele ao descobrir que ousaram machucar sua menina, fez com que o colégio fosse fechado, e a responsável pela agressão parar atrás das grades, ele queria sua filha forte, mas nunca imaginou que por anos ela sofreu humilhações e era praticamente espancada, aguentou tudo calada, achando que era seu pai que havia mandado, e até hoje ela não sabe que ele não tinha nada haver com tudo que ela sofreu.

Alexia Laurent, se tornou uma deslumbrante francesa, mora da cidade de Paris na região Île-de-France. Ela uma jovem de sucesso incontestável. Embora possa parecer uma doce e frágil mulher à primeira vista, a realidade é bem diferente. A vida e a educação rigorosa de seu pai moldaram-na em uma jovem amarga, privada do calor do afeto. Em muitas ocasiões, quando a vontade de desabar era quase insuportável, ela se via forçada a manter uma fachada de frieza. Sua personalidade forte e determinada lhe rendeu o apelido de "senhora arrogante".

Muitas vezes, ela se questionou se merecia ser tratada com tamanha severidade, chegando a acreditar que a rejeição do pai estava relacionada à ausência de sua mãe. No entanto, ao refletir sobre sua trajetória até o presente momento, ela reconhece e agradece seu pai por ter lhe ensinado a ser uma mulher destemida, capaz de enfrentar qualquer desafio que surgir em seu caminho.

Apesar dos rumores e fofocas que circulam a seu respeito, Alexia é a inveja de muitas jovens de sua idade. No entanto, a inveja não é alimentada por seu sucesso profissional ou pelo fato de ser a mulher mais rica do país. O que realmente desperta o ciúme é o fato de Alexia ser a noiva do ex-solteirão mais cobiçado da cidade.

O relacionamento de Alexia com Lucas não passa de um noivado de conveniência, pelo menos para ele. Embora Alexia não seja uma mulher que expressa facilmente seus sentimentos, ela nutre um amor genuíno por Lucas. Infelizmente, para ele, ela é tão insignificante quanto o chão que pisa.

Os esforços de Alexia para se tornar mais atraente e apaixonante parecem inúteis aos olhos de Lucas. Tudo o que ele realmente deseja é o dinheiro, a fama e o luxo que ela pode proporcionar. Sem Alexia, a vida de ostentação e privilégios que ele tanto almeja seria impossível. A família dele está à beira da falência e, portanto, nada poderia ser mais conveniente do que se casar com a única herdeira da rica família Laurent. Não é mesmo?

Alexia, é uma jovem empreendedora de apenas 23 anos, é uma figura notável no cenário empresarial nacional e internacional. Além de administrar com maestria a maior metalúrgica do país, ela também investiu consideravelmente em diversos países, estabelecendo outras empresas voltadas para o desenvolvimento de jogos e aplicativos de sucesso na área da tecnologia. Sua habilidade e destreza nesse ramo têm sido fundamentais para garantir seu sucesso empresarial.

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