Lucas olha intensamente para ela pela última vez, seus olhos encontram os dela, e um instante de arrependimento percorre seu ser. Ele se dá conta do quão grosseiro e idiota foi ao longo do tempo e lamenta profundamente suas atitudes. No entanto, seu remorso é inútil, pois é tarde demais para se desculpar.
Antes que Lucas consiga articular uma palavra, ela se afasta com indiferença, ignorando qualquer sinal de tristeza que possa estar sentindo. No hall do hotel, ela caminha com determinação até o balcão e rapidamente entrega suas ordens de despejo. Em seguida, entra em seu carro e liga para seus advogados, pedindo uma reunião de emergência e colocando todos em alerta. Aqueles que a conhecem sabem que qualquer atraso é inaceitável quando ela está com raiva.Ao chegar na empresa, uma sala repleta de pessoas a aguardava, incluindo os Donavan, pais de Lucas, que não faziam ideia do motivo daquela reunião.Horas se passaram, repletas de discussões acaloradas e surpresas. Ela dissolve todas as parcerias que tinha com a família Scarlet e com os Donavan. Ninguém deixou aquela sala antes de resolverem tudo o que ela desejava. Trabalharam até altas horas da madrugada, mas ninguém se atreveria a reclamar, pois sabiam que seriam recompensados generosamente por seu trabalho árduo e eficiente.Assim que terminaram, ela faz uma procuração congelando todas as contas da família de Lucas, bloqueando todos os cartões de crédito e cobrando a dívida dos empréstimos que eles fizeram no seu banco. Os deixando somente com um carro que já era deles. Tudo que foi pago com dinheiro dela, ela pegou de volta.Com o fim incansável dessa reunião, ela pega seu carro e sai dirigindo sem rumo. Após descobrir o tempo que vinha a traição do seu noivo, de quantas mulheres já passaram na cama em que ela dormia, roubos em suas contas, tudo ela descobriu em horas de reunião. Alexia se sentiu usada, como se o único valor que ela tinha era o dinheiro. Ninguém nunca quis conhecer realmente quem ela era, sempre julgaram pelas meias palavras que ela dizia.Frustrada e com um sentimento horrível, ela vai longe da cidade em que mora. Sem perceber, acaba parando em outro estado que ela não conhecia. Chegando em mais um posto de gasolina para abastecer, ela olha em volta tentando saber onde está. Normalmente, ela não dirige o carro, quem dirige é Matheo. Ele diz que é o seu motorista e segurança. Mas ela saiu com a cabeça tão quente que nem se deu conta de que não avisou ninguém, muito menos de que Matheo não estava com ela.Já mais calma, ela se encosta no banco e fica pensando em tudo o que aconteceu. Porém, há uma leve preocupação em seu olhar, pois já amanheceu e passa das 11 da manhã. Só agora ela se dá conta de que está completamente perdida.— Caramba, Alexia, onde você veio parar? — Ela resmunga consigo mesma, para o carro e decide pedir informações para os desconhecidos que passam na rua. Cada pessoa fala um local diferente e, com isso, ela vai se afastando cada vez mais da tal cidade. Ela não faz ideia de onde está.Alexia dirige mais um pouco, quase perdendo o pouco juízo que lhe resta. Sem dormir, com fome, sede e com raiva por não saber onde está, ela tenta se encontrar novamente no GPS, mas sem sucesso. Pega o celular e percebe que está descarregado. Dirigindo sem rumo, entra numa estrada de terra, matos, árvores e mais mato. Até que enfim chega numa pequena cidade, com poucas construções, como se fosse uma cidade abandonada. Casas simples, apenas um mercado no local, lojas sem muita variedade, uma farmácia pequena que muitas vezes falta até remédios para dor de cabeça.O que ela não sabia era que estava sendo seguida desde o apartamento do seu noivo, Lucas.Assim como Mael fez muitos aliados fiéis pelo caminho, ganhou muitos inimigos também. Os mesmos que tentam chegar até Alexia, mas antes de morrer, seu pai deixou muitos olhos sobre ela. E em um único dia que ela sai sozinha, ela se perde.— Mas é muito azar mesmo, vim parar no fim do mundo. — ela ri sozinha de si mesma. Alexia desce do carro, passa na farmácia e pede para usar o banheiro, compra algumas coisas para comer e beber. Logo antes de entrar no carro, ela pergunta para um pedestre como fazer o retorno. — Senhor! Por favor, pode me dizer como chegar na cidade de Paris? — Ela fala educadamente com o único senhor que lhe deu atenção.— Minha jovem, você está longe de casa...— Que cidade é essa?— La Rochelle.— Minha nossa, como faço para retornar?Ele explica com cautela, e ela se pergunta como foi que chegou tão longe e como nunca ouviu falar desse lugar. Entrando no carro, ela pega a barra de chocolate, dá uma generosa mordida e sorri com as lembranças que isso lhe traz.— Eu sabia que você queria. — ela sorri ainda mais ao passar a mão na barriga, sentindo seu bebê se mexer. — Quando vai se mostrar para mim? A mamãe tem tantos planos para suas roupinhas, seu quarto está tão branco. — Ela suspira pesadamente, lembrando que o pai do seu bebê a traiu com uma das pessoas em quem ela mais confiava. — Seu pai é um idiota, mas não se preocupe, vou tentar ser uma boa mãe. Não vou mentir, às vezes irei errar com você, até mesmo chamar a sua atenção, mas prometo que você nunca se sentirá sozinho, pois me terá sempre por perto, protegendo e amando você a cada segundo da minha vida.Mais uma vez, ela se pega sorrindo, pois seu filho respondeu dando leves chutinhos. Terminando de comer, ela toma um longo gole de água e, logo em seguida, parte no carro. Alexia abaixa a janela e fecha os olhos por segundos, sentindo o vento em seu rosto. Com o carro em movimento, ela desvia o olhar para colocar uma música e não vê que havia um homem atravessando naquele momento. Só se dá conta do que aconteceu quando se assusta com uma forte batida no capô. Ela freia com tudo e seu corpo é jogado para frente. Por sorte, ela estava com cinto de segurança, evitando machucar ela e seu bebê. Apenas a testa teve um pequeno corte, pois, por algum motivo que ela não entende, o freio demorou para pegar.Alexia desce do carro correndo, sem se importar com o sangue que escorre pelo seu rosto, mas o desespero mesmo foi perceber que atropelou alguém.— Meu Deus. Por favor! Se afastem.— Ela fala autoritária, mas ao mesmo tempo emanando medo em sua voz, espantando os curiosos que estavam em cima dele, dando espaço para ela se aproximar do rapaz caído no chão.— Não se mova!— Ela fala impedindo o belo rapaz de levantar.— Por favor, alguém pode emprestar um telefone ou ligar para emergência?— Diz um pouco nervosa, suas mãos estavam trêmulas além do normal.— Ei, você está bem? Fala comigo. Como se chama?— Sem nem saber o que estava falando, ela faz um monte de perguntas uma atrás da outra.— Ow! Você de novo?— Ele fala lembrando do dia anterior em que esbarrou nela.— Que isso, morri e estou no céu? Acabo de ver um anjo— Ele fala como se estivesse hipnotizado, admirando o belo rosto de Alexia.— Desculpa não me apresentar de pé, acho que estou meio atropelado.— Ele fala rindo, encarando os belos
A mulher do outro lado da linha bufa por ter que ensinar Cleber a fazer o seu trabalho.— Pegue a bolsa com os documentos dela, não deixe vestígio de quem se trata. A idiota foi parar longe, tão previsível. Aí ninguém conhece a senhora arrogante. Será enterrada como desconhecida.— Ok, senhora. Mais alguma coisa?— Não! O dinheiro foi transferido para sua conta. Já pode sumir do mapa. Se eu te ver, tenha certeza de que você será um homem morto. — Com essas palavras, a voz feminina do outro lado desliga o celular.Quando Cleber ameaça ir embora, percebe que Alexia começa a se mexer. Ele pega o celular e liga para a mandante do crime.— Senhora, ela ainda está viva. Nem o diabo quer essa mulher. O que eu faço?— Não se fazem assassinos como antigamente. Termine o serviço, seu inútil! — A voz feminina, alterada, fala do outro lado da linha, desligando com raiva o celular.Quando Cleber vai terminar o que começou, ele ouve barulho de carro se aproximando. Apavorado, ele acelera e se escond
Vanusa olha assustada com o que ela fala.— Como assim? Não sabe quem você é.— Eu... eu não sei, onde estou? Quem são vocês? E por que meu corpo dói tanto? — Alexia pergunta com a voz baixa, quase num sussurro.Vanusa corre para procurar uma enfermeira ou um médico, e logo volta com eles.— A senhora sabe o seu nome? — pergunta o médico que estava de plantão.— Desde que acordei, estão me chamando de Alexia, creio que vocês me conhecem melhor do que eu, pois não me lembro.— Cadê o prontuário da paciente? — João pergunta para a enfermeira, que responde balançando a cabeça em negação. — Desculpe, logo resolvo isso! Pelo que falei com os meninos que estão lá fora, ontem a senhora sofreu um acidente junto com o seu namorado Benício. — Alexia abaixa a cabeça um pouco desconfiada, sem saber se o que estão falando é verdade. — Esses jovens estão desde ontem esperando para lhe ver, se puder, peço para eles entrarem, talvez os conheça. Infelizmente, o médico que te atendeu não atende o telefo
A mãe do Benício a encara por alguns segundos, até que abre um sorriso.— Ah, então você conhece minha nora, talvez possa ajudá-la a se convencer de que é namorada do meu filho. — Vanusa fala animada, sem perceber a arrogância da mulher na sua frente.— Não acredito, amiga? Você perdeu a memória? — Dafne olha-a com soberba e abre um sorriso diabólico. Alexia, sem notar a maldade nos olhos da bela mulher, abaixa a cabeça triste. — Oh, minha querida, vamos te ajudar a lembrar, não se preocupe. Sou sua amiga de infância, sempre contamos tudo uma para a outra.– Ali, Dafne viu a chance de se livrar do Benício sem ter que matá-lo.Dafne Duran é namorada de Benício, ela mora com ele em Barcelona, praticamente têm uma vida de casados. Benício conseguiu recentemente o sonhado negócio que mudaria a vida deles e de suas famílias, então veio para a cidade onde nasceu para dar a notícia do seu noivado. Mesmo morando juntos, ela ficava enrolando ele com essas formalidades. E ele, iludido pelo amor
Após semanas de recuperação, Alexia finalmente estava se sentindo melhor. Vanusa decidiu levá-los de volta para casa, onde Alexia ficaria no quarto com Benício. Um sentimento de gratidão e amor crescia a cada dia dentro do coração de Alexia enquanto ela se dedicava a cuidar de Benício com perfeição. Ela pediu para colocarem uma cama de solteiro no quarto, permitindo que pudesse cuidar de Benício e descansar ao mesmo tempo. Seu corpo não doía mais e a cesariana cicatrizou perfeitamente. Alexia não apenas encontrava forças para cuidar dele, mas também se tornou independente em suas atividades diárias. Ela ajudava na cozinha, aprendeu a cozinhar e se tornou uma grande ajuda para Vanusa nos cuidados com Benício, seguindo tudo o que havia aprendido com as enfermeiras.Cada ato de amor e dedicação de Alexia transcendia em suas ações diárias. Ela aprendeu a fazer a barba de Benício e cortar seu cabelo, depositando todo o seu amor em cada movimento. Parecia que nada no mundo poderia quebrar
Já no antigo mundo da Alexia...Por tempos Matheo iniciou buscas incansáveis para encontrar Alexia mesmo algumas pessoas pedindo para de parar, todos estão ciente de que ele não irá desistir tão fácil, o seu carinho e dedicação por ela é genuíno, como se fosse um dever cuidar dela.Mesmo ele tendo uma situação financeira estável, morando numa ótima casa, tendo uma conta recheada, ele continuou a cuidar dela com seu segurança.Cada dia as pessoas estão especulando coisas, notícias falsas circulam por toda a cidade, muitas ele sentia nojo ao ler, palavras que denegriam a imagem de uma mulher que apesar da arrogância, sempre procurou ajudar quem precisava, ONGs, ações sociais que ela sempre fazia questão de doar boa parte dos lucros das empresas, cada palavra escrita, deixavam Matheo e sua amiga Laila sem chão.— Olha isso, dizem que ela havia fugido com o seu amante, que foi raptada e a mataram, que Alexia havia enlouquecido e dado o seu filho. Essas pessoas só pode ser doentes.— De pun
Por mais que Lia tentasse controlar a situação, os gritos de Luvy são ouvidos a distância cada vez mais alto. — Quem esse bastardo pensa que é para me fazer esperar. Eu sou a dona da porra dessa empresa. Minha adorada filha enfim morreu, e nada mais justo do que eu assumir toda a sua fortuna que é minha por direito. Anda sua inútil, saia daqui sua incompetente. — Que baderna é essa?— Matheo b**e a mão na mesa da sua secretária, que está nervosa sem saber o que fazer, os seus olhos castanhos ficam todo avermelhado pelas lágrimas que ardem neles, com o barulho alto da batida, faz todos tremerem, e até quem estava nos seus escritos, saírem para ver o que estava acontecendo.— Onde pensa que está para falar assim com alguém dessa empresa? Lucy estreita os olhos e se aproxima de Matheo. — E você quem pensa que é para gritar dentro da minha empresa?— Lucy pergunta e Matheo solta uma risada sem humor. Ana segura ele para que não faça nenhuma besteira, ela conhece Matheo des que tinha 16 a
Lucy da uma gargalhada com as lembranças que teve.— E você acha que eu me importo com o que aconteceu com aquela bastarda? — Lucy responde, com um sorriso cínico no rosto.Dirah permanece em silêncio por alguns instantes, respirando com dificuldade enquanto seus aparelhos continuam a emitir alarmes.— Por que está aqui? O que quer de mim? — Dirah pergunta, com uma mistura de medo e curiosidade em sua voz por ver aquela mulher que a tanto tempo não tinha noticias.Lucy se aproxima da cama, observando Dirah com um olhar de desdém.— Eu quero vê-la sofrer. Quero ter a satisfação de ver a pessoa que aquele maldito do Matheo mais ama no mundo, agonizando por minha culpa. — ela confessa, com um frio nos olhos que revela a intensidade de sua vingança.Dirah olha para Lucy, deixando transparecer uma mistura de tristeza e piedade.— Você é mesmo um ser desprezível. Não consigo entender como alguém pode ter tanto ódio no coração.Lucy ri, sarcástica.— Ódio é o que me alimenta. É o que me manté