Alexia desce do carro correndo, sem se importar com o sangue que escorre pelo seu rosto, mas o desespero mesmo foi perceber que atropelou alguém.
— Meu Deus. Por favor! Se afastem.— Ela fala autoritária, mas ao mesmo tempo emanando medo em sua voz, espantando os curiosos que estavam em cima dele, dando espaço para ela se aproximar do rapaz caído no chão.— Não se mova!— Ela fala impedindo o belo rapaz de levantar.— Por favor, alguém pode emprestar um telefone ou ligar para emergência?— Diz um pouco nervosa, suas mãos estavam trêmulas além do normal.— Ei, você está bem? Fala comigo. Como se chama?— Sem nem saber o que estava falando, ela faz um monte de perguntas uma atrás da outra.— Ow! Você de novo?— Ele fala lembrando do dia anterior em que esbarrou nela.— Que isso, morri e estou no céu? Acabo de ver um anjo— Ele fala como se estivesse hipnotizado, admirando o belo rosto de Alexia.— Desculpa não me apresentar de pé, acho que estou meio atropelado.— Ele fala rindo, encarando os belos olhos azuis que o olham assustados. Alexia, ao perceber o tom de brincadeira, fecha a cara e fica espantada ao perceber que já viu aquele rosto em algum lugar.— Meu nome é Benício Nicolai...— Um senhor que estava se aproximando pega o telefone, mas é impedido por Benício de seguir com a ligação.— Não é preciso tanto, eu estou bem, olha, consigo até ficar de pé. — Ele fala se colocando em pé, mas fica tonto, sendo amparado pela linda mulher de olhos penetrantes.— Obrigado!— Você não tem nada que se levantar. Anda, senta aqui.— Ela fala brava, levando-o até o seu carro. Uma moça que estava ali ajuda a colocá-lo sentado. — Fica encostado no banco e não levanta a cabeça.— De onde você saiu? Você me atropela e quer vir me dar ordens? — Ele responde, encarando-a. — Já disse que estou bem, não precisa desse desespero todo.— Desculpa, estava distraída, e não me interessa se está bem, vou te levar ao hospital mesmo assim! — Alexia fala sem se importar com quantas vezes ele fale que está bem.— Não precisa, acho que quem precisa de atendimento é você. Olha o tamanho da sua barriga, está tudo bem? E também... sua testa, está sangrando. — Ele fala, levando a mão para limpar o sangue, mas ela recua, afastando-se antes dele tocá-la, fechando a cara e demonstrando sua irritação. — Quem deveria estar de mal humor aqui sou eu, não acha? — Ele fala, vendo sua face irritada.— Não importa o que você acha, vou te levar para ser atendido. Não quero ter mais um falando mal de mim. — Benício decide ficar em silêncio, pois viu que ela não está para brincadeira. — Onde fica o hospital nesse fim de mundo?Ela entra no carro e ele explica que fica um pouco afastado dali. Sem medo, ela dirige rápido. No caminho, ele tenta puxar assunto com ela, mas Alexia está frustrada com tudo o que aconteceu, irritada por não saber nem onde está, com um sono absurdo e ainda sem conseguir falar com Matheo.Alexia desvia o olhar por uns segundos e observa o quanto Benício é bonito.— Pode olhar à vontade, eu sei que sou lindo. — Ele fala com um sorriso nos lábios.— Mas é um idiota mesmo. Eu só estava me perguntando como foi tão burro de passar na frente de um carro em movimento. Se eu estivesse em alta velocidade, teria te matado. — Ela tenta disfarçar, desviando o olhar.— Tá! Tente se convencer de que é por isso que está me olhando, porque eu mesmo não acredito! — Benício fala com um sorriso sedutor nos lábios, encarando-a por longos minutos. — Até que você não é de se jogar fora, toparia ser atropelado novamente só para ver esses olhos tão lindos.— Ah, vá se ferrar, eu deveria ter passado por cima da sua cabeça. Acho que a batida afetou o seu cérebro, só isso explica tanta babaquice. — Ela fala irritada, mas se segurando para não rir.— Como é seu nome? Você fica aí soltando seu veneno gratuitamente, sem eu ter te feito nada, mas olhando para você, dá pra ver que vem de uma boa família. Esse carro mal foi lançado, de longe dá para ver que você emana poder por onde passa, mas não teve a educação sequer de se apresentar. — Alexia revira os olhos e sorri com tamanha ousadia. Ninguém tem coragem de falar o que pensa para ela.— Não te interessa!— Ok! Parece uma criança mimada! — Alexia fica triste ouvindo isso, pois ela é tudo, menos mimada. — Vou te chamar de Senhora Arrogante! — Ela olha para ele várias vezes, pensando no que falar, se perguntando se ela era tudo isso mesmo, pois ele a conhece há menos de 5 minutos e já descobriu o apelido que ela odeia. Quando ela ia soltar mais uma de suas grosserias, percebe que ele colocou as duas mãos na cabeça e fechou os olhos. — Nossa... como dói...— Onde está doendo? Não dorme, fica acordado, ei, Benício... — Ela se desespera ao vê-lo encostando a cabeça no banco do carro e desfalecendo. — Benício, abre os olhos, anda, fala comigo! Por favor, abre os olhos...Alexia começa a dirigir rapidamente, mas no caminho, o carro que a seguia b**e com toda a velocidade na traseira dela, fazendo com que ela desvie da estrada e vá direto para o meio de um poste. Com o impacto da batida, ela grita. O airbag do passageiro abre apenas depois que eles sofrem a colisão, mas o dela não dá nenhum sinal.O carro que causou o acidente fica todo amassado, mas o motorista sai ileso. Ele sai do carro e vai verificar se o serviço que lhe foi ordenado foi concluído, confirmando que sim. Em seguida, ele pega o telefone e liga para quem o contratou.— Sim, senhora, ela não está respirando. Acredito que o rapaz que ela atropelou também morreu. — Cleber tira uma foto e envia para a mandante. Elefoi contratado para matar Alexia, mas nunca conseguiu pegá-la sozinha. Apesar de sua arrogância, ela sempre esteve rodeada de pessoas para protegê-la. Ele tentou sabotar seu carro, mas não deu muito certo. — Essa mulher deve ter pacto com o coisa ruim, pois o carro dela não perdeu os freios como deveria. — Ele fala mexendo no corpo de Alexia para verificar se ela realmente morreu.A mulher do outro lado da linha bufa por ter que ensinar Cleber a fazer o seu trabalho.— Pegue a bolsa com os documentos dela, não deixe vestígio de quem se trata. A idiota foi parar longe, tão previsível. Aí ninguém conhece a senhora arrogante. Será enterrada como desconhecida.— Ok, senhora. Mais alguma coisa?— Não! O dinheiro foi transferido para sua conta. Já pode sumir do mapa. Se eu te ver, tenha certeza de que você será um homem morto. — Com essas palavras, a voz feminina do outro lado desliga o celular.Quando Cleber ameaça ir embora, percebe que Alexia começa a se mexer. Ele pega o celular e liga para a mandante do crime.— Senhora, ela ainda está viva. Nem o diabo quer essa mulher. O que eu faço?— Não se fazem assassinos como antigamente. Termine o serviço, seu inútil! — A voz feminina, alterada, fala do outro lado da linha, desligando com raiva o celular.Quando Cleber vai terminar o que começou, ele ouve barulho de carro se aproximando. Apavorado, ele acelera e se escond
Vanusa olha assustada com o que ela fala.— Como assim? Não sabe quem você é.— Eu... eu não sei, onde estou? Quem são vocês? E por que meu corpo dói tanto? — Alexia pergunta com a voz baixa, quase num sussurro.Vanusa corre para procurar uma enfermeira ou um médico, e logo volta com eles.— A senhora sabe o seu nome? — pergunta o médico que estava de plantão.— Desde que acordei, estão me chamando de Alexia, creio que vocês me conhecem melhor do que eu, pois não me lembro.— Cadê o prontuário da paciente? — João pergunta para a enfermeira, que responde balançando a cabeça em negação. — Desculpe, logo resolvo isso! Pelo que falei com os meninos que estão lá fora, ontem a senhora sofreu um acidente junto com o seu namorado Benício. — Alexia abaixa a cabeça um pouco desconfiada, sem saber se o que estão falando é verdade. — Esses jovens estão desde ontem esperando para lhe ver, se puder, peço para eles entrarem, talvez os conheça. Infelizmente, o médico que te atendeu não atende o telefo
A mãe do Benício a encara por alguns segundos, até que abre um sorriso.— Ah, então você conhece minha nora, talvez possa ajudá-la a se convencer de que é namorada do meu filho. — Vanusa fala animada, sem perceber a arrogância da mulher na sua frente.— Não acredito, amiga? Você perdeu a memória? — Dafne olha-a com soberba e abre um sorriso diabólico. Alexia, sem notar a maldade nos olhos da bela mulher, abaixa a cabeça triste. — Oh, minha querida, vamos te ajudar a lembrar, não se preocupe. Sou sua amiga de infância, sempre contamos tudo uma para a outra.– Ali, Dafne viu a chance de se livrar do Benício sem ter que matá-lo.Dafne Duran é namorada de Benício, ela mora com ele em Barcelona, praticamente têm uma vida de casados. Benício conseguiu recentemente o sonhado negócio que mudaria a vida deles e de suas famílias, então veio para a cidade onde nasceu para dar a notícia do seu noivado. Mesmo morando juntos, ela ficava enrolando ele com essas formalidades. E ele, iludido pelo amor
Após semanas de recuperação, Alexia finalmente estava se sentindo melhor. Vanusa decidiu levá-los de volta para casa, onde Alexia ficaria no quarto com Benício. Um sentimento de gratidão e amor crescia a cada dia dentro do coração de Alexia enquanto ela se dedicava a cuidar de Benício com perfeição. Ela pediu para colocarem uma cama de solteiro no quarto, permitindo que pudesse cuidar de Benício e descansar ao mesmo tempo. Seu corpo não doía mais e a cesariana cicatrizou perfeitamente. Alexia não apenas encontrava forças para cuidar dele, mas também se tornou independente em suas atividades diárias. Ela ajudava na cozinha, aprendeu a cozinhar e se tornou uma grande ajuda para Vanusa nos cuidados com Benício, seguindo tudo o que havia aprendido com as enfermeiras.Cada ato de amor e dedicação de Alexia transcendia em suas ações diárias. Ela aprendeu a fazer a barba de Benício e cortar seu cabelo, depositando todo o seu amor em cada movimento. Parecia que nada no mundo poderia quebrar
Já no antigo mundo da Alexia...Por tempos Matheo iniciou buscas incansáveis para encontrar Alexia mesmo algumas pessoas pedindo para de parar, todos estão ciente de que ele não irá desistir tão fácil, o seu carinho e dedicação por ela é genuíno, como se fosse um dever cuidar dela.Mesmo ele tendo uma situação financeira estável, morando numa ótima casa, tendo uma conta recheada, ele continuou a cuidar dela com seu segurança.Cada dia as pessoas estão especulando coisas, notícias falsas circulam por toda a cidade, muitas ele sentia nojo ao ler, palavras que denegriam a imagem de uma mulher que apesar da arrogância, sempre procurou ajudar quem precisava, ONGs, ações sociais que ela sempre fazia questão de doar boa parte dos lucros das empresas, cada palavra escrita, deixavam Matheo e sua amiga Laila sem chão.— Olha isso, dizem que ela havia fugido com o seu amante, que foi raptada e a mataram, que Alexia havia enlouquecido e dado o seu filho. Essas pessoas só pode ser doentes.— De pun
Por mais que Lia tentasse controlar a situação, os gritos de Luvy são ouvidos a distância cada vez mais alto. — Quem esse bastardo pensa que é para me fazer esperar. Eu sou a dona da porra dessa empresa. Minha adorada filha enfim morreu, e nada mais justo do que eu assumir toda a sua fortuna que é minha por direito. Anda sua inútil, saia daqui sua incompetente. — Que baderna é essa?— Matheo b**e a mão na mesa da sua secretária, que está nervosa sem saber o que fazer, os seus olhos castanhos ficam todo avermelhado pelas lágrimas que ardem neles, com o barulho alto da batida, faz todos tremerem, e até quem estava nos seus escritos, saírem para ver o que estava acontecendo.— Onde pensa que está para falar assim com alguém dessa empresa? Lucy estreita os olhos e se aproxima de Matheo. — E você quem pensa que é para gritar dentro da minha empresa?— Lucy pergunta e Matheo solta uma risada sem humor. Ana segura ele para que não faça nenhuma besteira, ela conhece Matheo des que tinha 16 a
Lucy da uma gargalhada com as lembranças que teve.— E você acha que eu me importo com o que aconteceu com aquela bastarda? — Lucy responde, com um sorriso cínico no rosto.Dirah permanece em silêncio por alguns instantes, respirando com dificuldade enquanto seus aparelhos continuam a emitir alarmes.— Por que está aqui? O que quer de mim? — Dirah pergunta, com uma mistura de medo e curiosidade em sua voz por ver aquela mulher que a tanto tempo não tinha noticias.Lucy se aproxima da cama, observando Dirah com um olhar de desdém.— Eu quero vê-la sofrer. Quero ter a satisfação de ver a pessoa que aquele maldito do Matheo mais ama no mundo, agonizando por minha culpa. — ela confessa, com um frio nos olhos que revela a intensidade de sua vingança.Dirah olha para Lucy, deixando transparecer uma mistura de tristeza e piedade.— Você é mesmo um ser desprezível. Não consigo entender como alguém pode ter tanto ódio no coração.Lucy ri, sarcástica.— Ódio é o que me alimenta. É o que me manté
Alexia está no quarto com Benício, hoje ela terminou de ler mais um romance para ele, no antigo quarto dele, Vanusa conservou impecável, como se ele nunca tivesse ido embora, havia vários livros de romance clássicos, um mais emocionante que o outro.Caminhando na prateleira onde fica os livros, ela vê um num cantinho, quase abandonado.— Olha, quer dizer que o senhor dorminhoco é romântico.— Ela folheia algumas páginas até que dentro dele cai uma foto, ela abaixa-se e pega curiosa.— nossa, a amizade de vocês parece ser bonita.— Ela olha a foto com Dafne, Pedro e Benício, os três num bar, sorridentes e felizes, Dafne sentada no colo de Benício com as mãos no ombro de Pedro.— Por que eu não consigo gostar dessa mulher? O que tem nela que me incomoda tanto? — Alexia resmunga baixinho, sentando na cadeira perto da cama, ela olha para ele e volta a encarar a foto.— Precisa estar tão grudada assim, e essa mão agarrado na cintura dela?— Colocando a foto em cima da mesa ela sorri.— Nossa, olh