Lucy da uma gargalhada com as lembranças que teve.— E você acha que eu me importo com o que aconteceu com aquela bastarda? — Lucy responde, com um sorriso cínico no rosto.Dirah permanece em silêncio por alguns instantes, respirando com dificuldade enquanto seus aparelhos continuam a emitir alarmes.— Por que está aqui? O que quer de mim? — Dirah pergunta, com uma mistura de medo e curiosidade em sua voz por ver aquela mulher que a tanto tempo não tinha noticias.Lucy se aproxima da cama, observando Dirah com um olhar de desdém.— Eu quero vê-la sofrer. Quero ter a satisfação de ver a pessoa que aquele maldito do Matheo mais ama no mundo, agonizando por minha culpa. — ela confessa, com um frio nos olhos que revela a intensidade de sua vingança.Dirah olha para Lucy, deixando transparecer uma mistura de tristeza e piedade.— Você é mesmo um ser desprezível. Não consigo entender como alguém pode ter tanto ódio no coração.Lucy ri, sarcástica.— Ódio é o que me alimenta. É o que me manté
Alexia está no quarto com Benício, hoje ela terminou de ler mais um romance para ele, no antigo quarto dele, Vanusa conservou impecável, como se ele nunca tivesse ido embora, havia vários livros de romance clássicos, um mais emocionante que o outro.Caminhando na prateleira onde fica os livros, ela vê um num cantinho, quase abandonado.— Olha, quer dizer que o senhor dorminhoco é romântico.— Ela folheia algumas páginas até que dentro dele cai uma foto, ela abaixa-se e pega curiosa.— nossa, a amizade de vocês parece ser bonita.— Ela olha a foto com Dafne, Pedro e Benício, os três num bar, sorridentes e felizes, Dafne sentada no colo de Benício com as mãos no ombro de Pedro.— Por que eu não consigo gostar dessa mulher? O que tem nela que me incomoda tanto? — Alexia resmunga baixinho, sentando na cadeira perto da cama, ela olha para ele e volta a encarar a foto.— Precisa estar tão grudada assim, e essa mão agarrado na cintura dela?— Colocando a foto em cima da mesa ela sorri.— Nossa, olh
Com ele saindo do coma a casa virou uma loucura, nem se deram conta de que ele só não reconhecia a Alexia, ligaram para o médico, que ao ve-lo decidiram interna-lo imediatamente, lá fizeram baterias de exames.A família está no quarto esperando o médico, não demora muito ele entra.— Como ele está doutor?— Vanusa pergunta assim que ele entra.— Senhora Vanusa, aparentemente bem, estou esperando os outros exames ficarem prontos, sua dicção está voltando ao normal, ele se lembra bem de tudo que ocorreu antes do acidente e descobrimos que ele foi capaz de ouvir e ver tudo a sua volta em um determinado tempo. — Mas como explica isso doutor? Nunca tinha ouvido falar sobre tal possibilidade.— É muito raro, porém acontece, ela é conhecida como Síndrome de Locked-In. — O médico coloca o raio x e os outros exames para Vanusa entender.— A Síndrome de Locked-In ocorre quando há uma lesão no tronco cerebral, especificamente na ponte protuberante. Essa região é responsável por transmitir os sinai
Dafne se solta um pouco dos apertos dele e, colocando a mão no rosto, limpa discretamente a boca.— Meu amor, que bom te ver. Você está ainda mais linda do que quando te vi antes de vir para cá. O que aquela mulher está fazendo na minha casa? Quem é ela e por que você não veio me ver nessa semana? Eu estava acordado, amor... — Benício fala baixo, mas dando para ela ouvir claramente. — Fiquei esperando sua visita nas duas semanas em que acordei, mas você não veio.— Amor... eu tentei me aproximar, eu juro, mas ela... — Dafne força um choro para tentar convencê-lo. — Ela me obrigou a ficar longe. Durante quase 3 anos, eu tentei me aproximar, juro, mas ela não deixou. Todos os dias ela implicava comigo, nem mesmo a minha amizade ela queria, porque era a única maneira de eu me aproximar de você. Foi tudo culpa dela, amor. Foi por isso que você ficou tanto tempo dormindo.— O... oi? Como assim 3 anos? — Ele a olha assustado. — Eu fiquei em coma por 3 anos?— Sim. Por que você estava com el
Benício e Vanusa ficam longos minutos conversando. Ela fala com devoção sobre Alexia. Naquele momento, ele decide se calar. Ele quer conhecer essa mulher de quem tanto ouviu falar.Os médicos deram alta para ele no mesmo dia. No caminho para casa, ele foi em silêncio, olhando para a cidade onde nasceu. Tudo estava diferente. Prédios de luxo, casas que antes eram pequenas e sem muita estrutura, agora são lindas, cada uma com um jardim. Mas o que mais o surpreendeu foi a casa em que ele cresceu.— Estamos no lugar certo? — Ele pergunta para a mãe, admirando a beleza da enorme casa.— Sim, filho. Foi a primeira coisa que a minha menina fez. Com o dinheiro do jogo que ela criou, contratou alguns mestres de obra. Lembra que seu pai, antes de nós casarmos, tinha o sonho de ser arquiteto?— Sim, mãe.— Então, ela ficou sabendo e o convenceu a correr atrás desse sonho. Ele foi quem desenhou o modelo da casa, assim como nós sonhamos anos atrás. E não parou por aí. Alexia, em 5 meses morando con
Quando Alexia percebe que já não é o foco da conversa, resolve entrar, bate na porta e pede licença.— Posso entrar?— Ela fala um pouco sem jeito, algo fez com que ela ficasse em defesa com o olhar do Benício.— Já está dentro! Não está?— Ele fala um pouco rude sem encarar ela.— Bom irmão, vou deixar vocês conversando, acredito que tenham muita coisa para falar.— Antes da Betina sair, ela se aproxima do ouvido dele e ela fala baixinho.— Não estou entendendo do por que dá grosseria com ela, mas pense na vovó, e em tudo que te falei.— Ela da um beijo no rosto dele e sai em direção a porta.— Até mais tarde Alexia.— Até, Betina.— Elas trocam sorrisos e logo os dois estão sozinhos.— Oii...— Alexia fala um pouco nervosa.— Senta aqui, vamos conversar.— Ele fala um pouco rude ao perceber seu nervosismo. Benício está com raiva dela por tudo que Dafne falou, e mesmo sem sentir absolutamente nada por Alexia, ele não gostou de saber que ela está tendo um caso com os gêmeos, coisa que nunca aco
Com o barulho da forte chuva que caia lá fora, Alexia acorda assustada, mesmo sem lembrar de nada ela sente muito medo de dias chuvosos, sempre se encolhe sozinha num canto, e hoje não foi diferente, ela olhou para Benício que dormia tão sereno, seu rosto relaxado se iluminava pelo clarão dos raios e trovões que entrava pela janela.Alexia tomada pelo medo levanta sem fazer barulho, fecha as cortinas, e senta numa poltrona que fica ao lado da cama. Enquanto Alexia se encolhia na poltrona, segurando suas pernas trêmulas, as lembranças da sua infância começaram a ressurgir dentro da sua mente confusa. Ela via fleshs embaçados das noites chuvosas no internato, dos raios e trovões que a apavoravam, e do castigo cruel que a diretora impôs a ela.Aquela noite no internato foi um dos momentos mais difíceis e traumáticos da vida de Alexia. Ela se viu sozinha, isolada na lage da escola, no canto mais frio e desprotegido do pátio. As lágrimas escorriam pelo seu rosto infantil enquanto ela busca
Benício se senta com tamanha surpresa com o que ouviu.— Filha? Ela é minha filha?— Afundando os dedos entre os cabelos ele sente um misto de sentimentos. — Sério? Você está falando a verdade?Ela sabia que suas mentiras estavam prestes a serem desmascaradas, mas não podia desistir. Não depois de tudo que planejou.— Benício, por favor, acredite em mim. Eu nunca planejei ficar com o Pedro. Eu juro que não sei como cheguei ao ponto de me casar com ele.Benício respira fundo, tentando controlar a avalanche de emoções que o atingia. Ele sabia que existia algo por trás dessa história, algo que Dafne não estava disposta a revelar facilmente. Mas ele não podia deixar suas suspeitas de lado.— Eu não sei se consigo acreditar em você, Dafne. As evidências estão todas contra nós. Eu quero fazer um exame de DNA para confirmar se eu sou realmente o pai de Clara, se eu for, tentarei recuperar os anos perdidos com minha filha.Dafne sente uma pontada de pânico percorrer seu corpo. O exame de DNA s