EduardoÉ tão difícil vê-la tão vulnerável assim. Ela sempre foi tão topetuda, nunca levando desaforo para casa, enfrentando qualquer desafio com coragem. Ver aquela força se desmoronar diante do pai, ou até mesmo agora, em silêncio, quietinha com a cabeça em meu ombro, é doloroso. Sinto seu corpo tremendo levemente, como se a cada respiração ela tentasse segurar as peças de si mesma que ainda não se despedaçaram.Eu nunca a vi assim antes. Sua bravura sempre foi sua armadura, uma proteção que ela usava contra mim e o mundo. Mas agora, essa armadura estava rachada, expondo uma fragilidade que ela raramente deixava transparecer. Tento ser uma presença firme, um porto seguro em meio ao caos, mas a verdade é que minha própria dor ecoa por cada parte do meu ser. Estar no hospital me faz lembrar do acidente, da Savanna. A dor da saudade ainda é grande. Cada corredor, cada cheiro de desinfectante, traz de volta memórias vívidas daquele dia. É como se o tempo tivesse parado, deixando-me pres
Eduardo Chegamos a um bairro mais humilde, mas bem organizado, limpo e não muito longe do hospital.— Minha casa é aquela, ao lado da oficina. — Ela diz apontando para uma casa sobrado na cor laranja.— Muito linda a casa dos seus pais. — Ela revira os olhos, eu digo: — O quê? Achei bonita mesmo. — Sua amiga ri do banco de trás.— Gente fico por aqui também, amiga está com a sua chave? — Estou, sim, obrigada! Daqui a pouco eu vou. — Ela pisca e sai do veículo luxuoso do Eduardo.— Fica comigo no hotel. — Digo saindo do veículo atrás dela.— Aqui é cidade pequena, logo estarão todos falando.— Foda-se todos, quero estar com você. — Ao dizer isso, ele me puxa para um beijo. Correspondo por um tempo, depois afasto rindo.— Seu louco, o que vão dizer? — Ele me abraça por trás e diz em meu ouvido — Que seu namorado é gato e gostoso. — Ela solta uma gargalhada e diz:— E convencido também. — Ela abre a porta ainda sorrindo e diz: — Fica à vontade, eu só vou ao meu quarto rapidinho.Stella
StellaA compreensão de Eduardo foi muito importante para mim, mostrando que ele me respeita e se preocupa comigo de verdade. Confesso que foi difícil tomar banho com ele, ainda mais quando ele passou o sabonete pelo meu corpo. Foi uma tortura deliciosa. Ao mesmo tempo que eu queria me entregar a ele, minha mente estava em meu irmão. Quero que minha primeira vez seja perfeita.Ele foi incrivelmente cuidadoso. Depois do banho, ajudou-me a secar os cabelos e me fez deitar em seu peito, fazendo cafuné na minha cabeça até que eu adormecesse sem perceber.Acordo assustada com o celular tocando. Atendo sem ver, meio sonolenta:“Alô!”“Oi Stella, estou ligando para saber se está bem, ontem você não voltou”. — Diz Matteo.Vou me levantar para não atrapalhar o sono de Eduardo, mas ele segura meu braço e me puxa novamente para a cama. Sorrio e respondo:“Desculpa, oi Matteo, estava conversando com Edu, quando minha amiga ligou, dizendo que meu irmão estava no hospital. Fiquei muito preocupada e
Stella— Toc, toc, posso atrapalhar o casal? — brinco ao entrar no quarto do meu irmão.— Sabe que você nunca atrapalha, maninha! — Léo responde com carinho.— Cadê sua sombra? — Emma brinca, fazendo Léo franzir o cenho em uma expressão exagerada de irritação e ciúme.— Desembucha. — Digo, já prevendo o que ele quer perguntar, mas tentando manter o tom leve.— O que aconteceu com o babaca, escroto, idiota do seu chefe? — Solto uma gargalhada, acompanhada por Emma. Tentamos nos acalmar diante da expressão séria dele, que continua: — Ele é mais velho.Mordo a bochecha, um hábito que tenho quando estou nervosa, e sinto os olhos começarem a lacrimejar. Minha mente volta aos momentos que passei com Eduardo, os altos e baixos, os sorrisos escondidos e as palavras duras.— Talvez um pouco — admito, minha voz trêmula, revelando a vulnerabilidade que guardava. — Acho que me peguei apaixonada assim que pus os olhos nele, mesmo que naquele momento ele tenha sido um perfeito idiota. — um sorriso
StellaSaber que meu irmão está bem, que foi apenas um susto, trouxe um alívio ao meu coração. O peso da preocupação, o pensamento de medo do pior, drenando minhas energias, tanto minha mente quanto do meu corpo.A conversa que tive com ele, no entanto, foi dura. As palavras de meu irmão ecoaram em minha mente, obrigando-me a confrontar verdades que preferia evitar. As dúvidas se infiltraram em meus pensamentos, questionando se ele estava certo. Seria possível que meus sentimentos de Eduardo fossem tão frágeis quanto um castelo de areia?Não queria perguntar, temendo a resposta, mas a necessidade de ouvir da boca de Eduardo o que eu significava para ele tornou-se insuportável. Precisava da sua confirmação, de uma palavra que fosse, para validar minhas esperanças e medos.Quando finalmente o questionei, Eduardo foi vago, suas palavras foram como uma névoa indistinta. Ainda assim, percebi uma centelha de reciprocidade. Assim como eu, ele queria tentar. Talvez fosse a incerteza que nos u
StellaNo dia seguinte acordo com beijos em meu rosto e pescoço, sorrio apreciando o carinho.— Hum, que delícia acordar assim. — Abro os olhos e encontro um Eduardo sorridente.— Acorda dorminhoca, precisamos ver o seu irmão.Como se uma chave fosse virada, volto à realidade, onde nada é tão perfeito. Tomamos café da manhã e começo a preparar meu psicológico, não estou pronta para brigar outra vez com meu pai.Nosso café da manhã foi rápido, ele já havia pedido para nos servir no quarto, estava me sentindo uma rainha, nunca fui tão mimada.— Está tudo bem? — Eduardo pergunta quando paro de repente, no meio do corredor do hotel, Richard está parado na porta de entrada, me encarando com uma caixa de papelão nas mãos. Ele caminha até nós, Eduardo me abraça em um sinal claro de “marcar território” e proteção.— Bom dia, Richard! — Digo, ele não responde, apenas me entrega a caixa.— O que tem na caixa? — Eduardo pergunta, tirando-a das minhas mãos.Sei o que tem lá dentro, e de certa for
Eduardo Tive que me controlar para não bater naquele garoto, mas pensei bem, deixei-o se despedir dela. Stella já é minha, e ele a perdeu, por ser um babaca.Foi tenso o que ouvi do irmão da Stella no hospital, ela provou que realmente gosta de mim, então preciso me doar a este relacionamento também, mesmo me sentindo dividido.Ainda não tive coragem de contar a Bella, seguimos namorando como dois adolescentes, escondido.Hoje esqueci uma pasta em casa, não quero voltar para buscar, pois pretendo sair cedo e levar Stella para o curso, e mostrar a Matteo que ela já tem alguém, e esse alguém sou eu. Então tive a melhor ideia, faz tempo que Bella quer vir me ver na empresa, envio uma mensagem para Stella:“Oi, princesa, esqueci uma pasta no meu escritório, pode trazer para mim?”“Oi, lindo, eu levo, sim, mas terei que ir com a Bella, com carro de aplicativo, dona Abigail foi ao supermercado com Ernandes”.“Não, de jeito nenhum, é perigoso andar de carro de aplicativo. Pega um carro meu n
EduardoChloe fica na sua mesa, com a cara fechada. Puxo Stella para minha sala, fecho a porta com chave, e a prenso na parede, beijando-a intensamente.— Quer me enlouquecer? Conseguiu ficar ainda mais linda com ciúme. — Digo roubando beijos.— Não estou com ciúmes. — Ela me empurra e tenta se afastar.— Eu, morro de ciúmes de você, ainda mais quando sai com esse vestido coladinho. — Digo levantando a barra do vestido dela.— Ei, não podemos fazer aqui! — Ela diz toda tímida, sorrio para o jeitinho dela. — Você é linda demais.— Você também, e a partir de hoje está proibido de vir cheiroso para o trabalho. — Solto uma gargalhada, vem sentar aqui, fica um pouquinho comigo. Puxo a mão dela e a faço sentar em meu colo, ela está sorrindo com os beijos que estou dando nela, quando de repente ela para de sorrir e olha na minha mesa, sigo o olhar dela, e vou abaixar o porta retrato onde estão Savanna e Bella sorrindo.— Não. — Ela o pega de minha mão, levanta-se do meu colo e diz: — Ela e