Stella— Toc, toc, posso atrapalhar o casal? — brinco ao entrar no quarto do meu irmão.— Sabe que você nunca atrapalha, maninha! — Léo responde com carinho.— Cadê sua sombra? — Emma brinca, fazendo Léo franzir o cenho em uma expressão exagerada de irritação e ciúme.— Desembucha. — Digo, já prevendo o que ele quer perguntar, mas tentando manter o tom leve.— O que aconteceu com o babaca, escroto, idiota do seu chefe? — Solto uma gargalhada, acompanhada por Emma. Tentamos nos acalmar diante da expressão séria dele, que continua: — Ele é mais velho.Mordo a bochecha, um hábito que tenho quando estou nervosa, e sinto os olhos começarem a lacrimejar. Minha mente volta aos momentos que passei com Eduardo, os altos e baixos, os sorrisos escondidos e as palavras duras.— Talvez um pouco — admito, minha voz trêmula, revelando a vulnerabilidade que guardava. — Acho que me peguei apaixonada assim que pus os olhos nele, mesmo que naquele momento ele tenha sido um perfeito idiota. — um sorriso
StellaSaber que meu irmão está bem, que foi apenas um susto, trouxe um alívio ao meu coração. O peso da preocupação, o pensamento de medo do pior, drenando minhas energias, tanto minha mente quanto do meu corpo.A conversa que tive com ele, no entanto, foi dura. As palavras de meu irmão ecoaram em minha mente, obrigando-me a confrontar verdades que preferia evitar. As dúvidas se infiltraram em meus pensamentos, questionando se ele estava certo. Seria possível que meus sentimentos de Eduardo fossem tão frágeis quanto um castelo de areia?Não queria perguntar, temendo a resposta, mas a necessidade de ouvir da boca de Eduardo o que eu significava para ele tornou-se insuportável. Precisava da sua confirmação, de uma palavra que fosse, para validar minhas esperanças e medos.Quando finalmente o questionei, Eduardo foi vago, suas palavras foram como uma névoa indistinta. Ainda assim, percebi uma centelha de reciprocidade. Assim como eu, ele queria tentar. Talvez fosse a incerteza que nos u
StellaNo dia seguinte acordo com beijos em meu rosto e pescoço, sorrio apreciando o carinho.— Hum, que delícia acordar assim. — Abro os olhos e encontro um Eduardo sorridente.— Acorda dorminhoca, precisamos ver o seu irmão.Como se uma chave fosse virada, volto à realidade, onde nada é tão perfeito. Tomamos café da manhã e começo a preparar meu psicológico, não estou pronta para brigar outra vez com meu pai.Nosso café da manhã foi rápido, ele já havia pedido para nos servir no quarto, estava me sentindo uma rainha, nunca fui tão mimada.— Está tudo bem? — Eduardo pergunta quando paro de repente, no meio do corredor do hotel, Richard está parado na porta de entrada, me encarando com uma caixa de papelão nas mãos. Ele caminha até nós, Eduardo me abraça em um sinal claro de “marcar território” e proteção.— Bom dia, Richard! — Digo, ele não responde, apenas me entrega a caixa.— O que tem na caixa? — Eduardo pergunta, tirando-a das minhas mãos.Sei o que tem lá dentro, e de certa for
Eduardo Tive que me controlar para não bater naquele garoto, mas pensei bem, deixei-o se despedir dela. Stella já é minha, e ele a perdeu, por ser um babaca.Foi tenso o que ouvi do irmão da Stella no hospital, ela provou que realmente gosta de mim, então preciso me doar a este relacionamento também, mesmo me sentindo dividido.Ainda não tive coragem de contar a Bella, seguimos namorando como dois adolescentes, escondido.Hoje esqueci uma pasta em casa, não quero voltar para buscar, pois pretendo sair cedo e levar Stella para o curso, e mostrar a Matteo que ela já tem alguém, e esse alguém sou eu. Então tive a melhor ideia, faz tempo que Bella quer vir me ver na empresa, envio uma mensagem para Stella:“Oi, princesa, esqueci uma pasta no meu escritório, pode trazer para mim?”“Oi, lindo, eu levo, sim, mas terei que ir com a Bella, com carro de aplicativo, dona Abigail foi ao supermercado com Ernandes”.“Não, de jeito nenhum, é perigoso andar de carro de aplicativo. Pega um carro meu n
EduardoChloe fica na sua mesa, com a cara fechada. Puxo Stella para minha sala, fecho a porta com chave, e a prenso na parede, beijando-a intensamente.— Quer me enlouquecer? Conseguiu ficar ainda mais linda com ciúme. — Digo roubando beijos.— Não estou com ciúmes. — Ela me empurra e tenta se afastar.— Eu, morro de ciúmes de você, ainda mais quando sai com esse vestido coladinho. — Digo levantando a barra do vestido dela.— Ei, não podemos fazer aqui! — Ela diz toda tímida, sorrio para o jeitinho dela. — Você é linda demais.— Você também, e a partir de hoje está proibido de vir cheiroso para o trabalho. — Solto uma gargalhada, vem sentar aqui, fica um pouquinho comigo. Puxo a mão dela e a faço sentar em meu colo, ela está sorrindo com os beijos que estou dando nela, quando de repente ela para de sorrir e olha na minha mesa, sigo o olhar dela, e vou abaixar o porta retrato onde estão Savanna e Bella sorrindo.— Não. — Ela o pega de minha mão, levanta-se do meu colo e diz: — Ela e
Stella Só de olhar para aquela secretina, eu já sabia que não ia dar certo. Sabe aquele ditado que os mais velhos sempre dizem: “O santo não bateu?” Pois é, meu santo, meu anjo, meu tudo não foi com a cara dela. Havia algo nos olhos dela, uma arrogância velada, um desafio silencioso, que me fez sentir um frio na espinha. Era como se ela estivesse me desafiando sem nem precisar abrir a boca.Quem em sã consciência vai trabalhar com uma roupa daquelas? Desculpem, gente, mas é muito decote para pouco seio. Como Eduardo permite uma coisa dessas? Será que ele não vê? Ou pior, será que vê e não se importa? Eu odiava me pegar nesses pensamentos mesquinhos, mas era inevitável. Quando ela me fez questionar mentalmente se Eduardo teve ou não coragem de sair com ela, meu sangue ferveu. Minha vontade era pegar a cara dela e esfregar no asfalto quente. Nunca me considerei uma pessoa violenta, mas algo nela despertava o meu pior. Era como se ela soubesse exatamente quais botões apertar para me fa
Eduardo Sei que Chloe falou muito mais do que devia para a Stella, e vi o quanto ela ficou incomodada com a vestimenta dela. Então, para não dar o que falar, decidi que, a partir de amanhã, Chloe usará uniforme como as outras secretárias. No caminho para casa, já aviso o RH sobre a nova ordem. Se ela descumprir, vou mandá-la embora. Chloe nunca agiu dessa forma antes; sempre foi muito profissional. Preciso entender o que motivou seu comportamento e garantir que não se repita. Não lembro de Savanna ter reclamado de algo também. Mas a atitude dela com Stella foi inaceitável e, com certeza, conversarei com ela amanhã. Prefiro fazer isso sem a presença da Stella; não gosto de misturar o profissional com o pessoal; preciso deixar claro para Stella que estou do seu lado, mas sem comprometer minha posição como líder da empresa.Enquanto dirijo para casa, penso nos últimos dias. Stella tem sido uma constante na minha mente, mais do que eu gostaria de admitir. Há algo nela, uma força e dete
Eduardo— Me desculpe pelo que aconteceu lá fora. Sei que foi difícil para você, e sei que Bella pode ser… desafiadora. — Digo, tentando mostrar que entendo seus sentimentos.— Não precisa se desculpar, Eduardo. Ela é só uma criança. — Responde Stella, sua voz baixa e contida. — Mas dói, sabe? Eu só quero fazer parte disso tudo, da sua vida, de verdade, e não ser apenas a babá.— Eu sei. — Suspiro, sentindo a culpa pesar ainda mais. — E você faz parte. Eu só preciso de tempo para ajudar Bella a entender isso. Ela ainda está se ajustando a tudo isso, ainda sente muita faltada mãe.— Às vezes parece que estou competindo por um espaço que nunca será meu. — Ela admite, a voz tremendo levemente.— Não, Stella. — Digo com firmeza, segurando sua mão. — Você não está competindo. Você é importante para mim, e quero que saiba disso. Sei que não é fácil, mas prometo que farei tudo o que puder para que isso funcione. Para nós.Ela olha para mim, seus olhos refletindo a mistura de esperança e medo