EduardoChloe fica na sua mesa, com a cara fechada. Puxo Stella para minha sala, fecho a porta com chave, e a prenso na parede, beijando-a intensamente.— Quer me enlouquecer? Conseguiu ficar ainda mais linda com ciúme. — Digo roubando beijos.— Não estou com ciúmes. — Ela me empurra e tenta se afastar.— Eu, morro de ciúmes de você, ainda mais quando sai com esse vestido coladinho. — Digo levantando a barra do vestido dela.— Ei, não podemos fazer aqui! — Ela diz toda tímida, sorrio para o jeitinho dela. — Você é linda demais.— Você também, e a partir de hoje está proibido de vir cheiroso para o trabalho. — Solto uma gargalhada, vem sentar aqui, fica um pouquinho comigo. Puxo a mão dela e a faço sentar em meu colo, ela está sorrindo com os beijos que estou dando nela, quando de repente ela para de sorrir e olha na minha mesa, sigo o olhar dela, e vou abaixar o porta retrato onde estão Savanna e Bella sorrindo.— Não. — Ela o pega de minha mão, levanta-se do meu colo e diz: — Ela e
Stella Só de olhar para aquela secretina, eu já sabia que não ia dar certo. Sabe aquele ditado que os mais velhos sempre dizem: “O santo não bateu?” Pois é, meu santo, meu anjo, meu tudo não foi com a cara dela. Havia algo nos olhos dela, uma arrogância velada, um desafio silencioso, que me fez sentir um frio na espinha. Era como se ela estivesse me desafiando sem nem precisar abrir a boca.Quem em sã consciência vai trabalhar com uma roupa daquelas? Desculpem, gente, mas é muito decote para pouco seio. Como Eduardo permite uma coisa dessas? Será que ele não vê? Ou pior, será que vê e não se importa? Eu odiava me pegar nesses pensamentos mesquinhos, mas era inevitável. Quando ela me fez questionar mentalmente se Eduardo teve ou não coragem de sair com ela, meu sangue ferveu. Minha vontade era pegar a cara dela e esfregar no asfalto quente. Nunca me considerei uma pessoa violenta, mas algo nela despertava o meu pior. Era como se ela soubesse exatamente quais botões apertar para me fa
Eduardo Sei que Chloe falou muito mais do que devia para a Stella, e vi o quanto ela ficou incomodada com a vestimenta dela. Então, para não dar o que falar, decidi que, a partir de amanhã, Chloe usará uniforme como as outras secretárias. No caminho para casa, já aviso o RH sobre a nova ordem. Se ela descumprir, vou mandá-la embora. Chloe nunca agiu dessa forma antes; sempre foi muito profissional. Preciso entender o que motivou seu comportamento e garantir que não se repita. Não lembro de Savanna ter reclamado de algo também. Mas a atitude dela com Stella foi inaceitável e, com certeza, conversarei com ela amanhã. Prefiro fazer isso sem a presença da Stella; não gosto de misturar o profissional com o pessoal; preciso deixar claro para Stella que estou do seu lado, mas sem comprometer minha posição como líder da empresa.Enquanto dirijo para casa, penso nos últimos dias. Stella tem sido uma constante na minha mente, mais do que eu gostaria de admitir. Há algo nela, uma força e dete
Eduardo— Me desculpe pelo que aconteceu lá fora. Sei que foi difícil para você, e sei que Bella pode ser… desafiadora. — Digo, tentando mostrar que entendo seus sentimentos.— Não precisa se desculpar, Eduardo. Ela é só uma criança. — Responde Stella, sua voz baixa e contida. — Mas dói, sabe? Eu só quero fazer parte disso tudo, da sua vida, de verdade, e não ser apenas a babá.— Eu sei. — Suspiro, sentindo a culpa pesar ainda mais. — E você faz parte. Eu só preciso de tempo para ajudar Bella a entender isso. Ela ainda está se ajustando a tudo isso, ainda sente muita faltada mãe.— Às vezes parece que estou competindo por um espaço que nunca será meu. — Ela admite, a voz tremendo levemente.— Não, Stella. — Digo com firmeza, segurando sua mão. — Você não está competindo. Você é importante para mim, e quero que saiba disso. Sei que não é fácil, mas prometo que farei tudo o que puder para que isso funcione. Para nós.Ela olha para mim, seus olhos refletindo a mistura de esperança e medo
EduardoEu sabia que Stella estava chateada com a atitude de Bella.— Princesa, por que você não deixou a tia Stella comer com a gente? — perguntei enquanto me sentava no jardim ao lado dela.— A vovó disse que ela quer roubar você de mim. Que ela quer ficar no lugar da mamãe. — Ela respondeu, mordendo um cookie da cesta.— Não tem como ninguém me roubar de você. E em substituir sua mãe. — Assegurei, pegando a mãozinha dela. — Você é meu bem mais precioso. Sempre será minha prioridade.— A vovó mentiu para mim, papai? — Sua vozinha estava cheia de dúvida e confusão. Meu instinto era falar que a avó era uma manipuladora, mas me contive. Respirei fundo antes de responder.— Não, minha vida. Ela só não conhece a Stella como nós conhecemos. — Ela pensou por um momento e então disse, com um suspiro.— Entendi. Não quero que a tia Stella fique triste.— Que tal jantarmos no restaurante onde ela trabalha? — Sugeri, tentando trazer de volta o sorriso ao rosto da minha filha.— Vamos! — Ela re
EduardoComo sempre, sem querer, nos encontramos em meio a uma paixão avassaladora, o sexo foi inevitável. O desejo que sinto por ela é incontrolável, cada curva do seu corpo me deixa sem fôlego. Mas algo aconteceu dessa vez que me perturbou. Acredito que ela quase disse “meu amor”. Ou foi apenas uma coisa da minha cabeça?Ela não pode me amar. Não pode. Eu nunca prometi amor, e isso não deve acontecer. Senti um calafrio percorrer minha espinha enquanto refletia sobre o que isso poderia significar. Não posso permitir que esse sentimento se desenvolva, não posso corresponder. A ideia de que nossos encontros possam significar mais para ela me assusta.Preciso manter a distância emocional, mesmo que nossos corpos se encontrem de maneira tão íntima.Saiu do quarto meio atordoado, dou de cara com Bella, que saiu correndo, gritando:— Você mentiu para mim, eu te odeio, papai! Eu te odeio!Meu coração apertou ao ouvir aquelas palavras cortantes. Eu queria correr atrás dela, abraçá-la, explica
StellaChego ao vestiário, troco de roupa rapidamente, faço uma breve oração e me dirijo diretamente à minha bancada. O nervosismo ainda pulsa em minhas veias, mas a concentração na tarefa à minha frente ajuda a dissipá-lo um pouco. Logo a prova começa e, como eu já esperava, Matteo e seus chefs não facilitam, exigindo pratos complexos em pouco tempo. A primeira prova é em dupla, e a segunda é individual.Durante a primeira prova, minha dupla e eu conseguimos nos sincronizar bem e entregamos um prato que recebe elogios moderados. Já na segunda prova, é só eu e minhas habilidades contra o relógio. Coloco toda minha energia e concentração no prato, esquecendo momentaneamente o nervosismo que me consumia antes.Enquanto estou servindo meu segundo prato, vejo Michael. Ele está sentado na mesa, que fui designada a servir. Ao me ver, ele abre um sorriso acolhedor, mas o meu sorriso de volta é menos entusiástico, e ele percebe a diferença.— Eduardo combinou comigo aqui. Sabe por que ele não
Stella — O que está fazendo aqui nessa chuva? — pergunto ao me aproximar.— Eu precisava te ver Stella. — Sua voz estava mole e arrasada. — Oh, meu Deus, você está bêbado! Vamos, vou te levar para casa. Você precisa de um banho quente, está todo molhado, pode ficar resfriado! — Digo preocupada. Seguro em seu braço guiando até o carro, quando ele para e me pergunta:— Não estraguei sua prova, ou estraguei? — Estou atordoada, por vê-lo neste estado, demoro um pouco para raciocinar e quando vou responder ele diz: — Sou um fracasso como pai e pior ainda como namorado.Ele me abraça todo molhado, foi impossível não sorrir da reação impulsiva dele. — Está me molhando! — Digo com a voz suave. — Me perdoa Stella, eu gosto muito de você. — Ele diz tentando se equilibrar, segurando meu rosto com carinho.Não digo nada, ele me dá um selinho e voltamos a caminhar em silêncio até o carro, para longe da chuva e dos olhares curiosos. À medida que nos afastamos, sinto a responsabilidade de cuida