EduardoBella despertou lentamente no início da noite, os olhinhos piscando para se acostumar com a claridade do quarto de hospital. Um suspiro de alívio escapou dos meus lábios, “Minha menina está bem!” — Foi meu primeiro pensamento. Seu coração ainda batia acelerado, mas ela sabia que estava bem e segura.O braço engessado era um lembrete do que havia acontecido, mas era um pequeno preço a pagar comparado ao tombo que levou. Enquanto ela ainda estava desacordada liguei na escola, precisava saber o que aconteceu para tomar medidas drásticas, “minha filha poderia ter morrido!”Eles disseram que onde Bella caiu, soltou um parafuso, fazendo com que a proteção caísse e em consequência, Bella foi junto ao chão. Conversarei com meus Advogados e tomarei a decisão certa perante essa irresponsabilidade.Logo, o silêncio do quarto foi interrompido pelo som do celular tocando. Era uma chamada de vídeo de Stella. Com um sorriso trêmulo, Bella aceitou a chamada e viu o rosto familiar aparecer na
Stella O resto da semana passou como um furacão. Não vi mais o Eduardo, estamos meio que nos evitando. Bella voltou muito mais manhosa do que de costume da casa de sua avó, o que me deu mais trabalho do que de costume.— Stella, quero água. — Bella diz ao me ver entrar no quarto de brinquedo.— Está do seu lado Bella. — Respondo já irritada.— Você é minha babá, tem que fazer o que eu mando. — Revirou os olhos. Penso se devo dar uma lição ou não, mas como hoje estou prestes a ficar naqueles dias, minha paciência não é das melhores. — Minha avó, disse que você tem que fazer o que eu mandar. — Continua ela.— Fala para sua avó ficar com você uma semana e não um dia, e veremos se ela não muda de ideia. Bella você quebrou o braço esquerdo, e não a perna. Ande até o copo com água, se está com sede.— Não pode falar assim comigo, eu pago o seu salário. — Ela diz toda cheia de si.— Sinto em dizer, minha querida, mas não é você quem paga meu salário e sim o seu pai. Então se está com sede,
Stella— Ernandes, pode me deixar na escola e voltar para a mansão, eu vou resolver algumas coisas pessoais, e vou direto para o curso.— O senhor Hoork sabe? — Ernandes pergunta, enquanto estou entrando no carro.— Ele me deu folga, então não devo satisfação a ele.— Não está mais aqui quem falou. — Ele diz rindo e levantando as mãos em sinal de rendimento.— Desculpa se fui grossa, mas aquele homem bipolar me enlouquece. — Ernandes dá um sorrisinho e eu desfiro um tapinha fraco em seu ombro.— Está pronta? Ou precisa pegar mais alguma coisa?— Sim, podemos ir. — Quando Ernandes, liga o veículo, seu celular toca, Ernandes aperta um botão no volante, antes que ele diga algo, a voz de trovão, que me faz arrepia, é ouvida por todo o carro:— Peça para Stella descer do carro agora. Vou levá-la. — Esquecendo que ele pode me ouvir, eu e minha boca grande dizemos:— Não digo que é bipolar? Uma hora me leva, depois do nada, não leva mais, e agora quer levar de novo! Pensa que sou criança! —
StellaApós andar por sei lá quanto tempo, chego em uma praça muito linda, começo a chorar.— Deus, por que está fazendo isso comigo? Por que está me fazendo me apaixonar por ele? Ele é tão, tão nem sei descrever.— Às vezes parece que Deus nos prega uma peça, não é pequena? — Olho assustada, pois não havia percebido ninguém chegar, ainda com lágrimas nos olhos sorrio para a simpática senhora que se senta ao meu lado. — Desculpa, não queria te assustar.— Oh! Não! Estava distraída. — Ela sorri para mim e diz:— Quando conheci meu marido, éramos como cão e gato, naquela época o marido era escolhido pelos pais. Quando o vi pela primeira vez fiquei com medo, ele era alto, forte, era um soldado aposentado, devido a um acidente que o fez perder as pernas, mas de família muito rica, só por isso, meu pai aceitou. E eu odiei meu pai com toda a minha força, como ele me casaria com um aleijado, eu pensava enquanto o olhava. — Ela sorri sem alegria. — O casamento foi inevitável. Ele era dez anos
EduardoAssim que Stella sai da garagem dou um soco na porta, está garota me enlouquece. Deixo as atividades da Bella na escola, depois ela na casa de Annabelle, enquanto a governanta a levava para se trocar, eu chamei Anabelle para uma conversa.— Não quero que fique colocando coisas na cabeça da minha filha. Nunca nos demos bem, eu a trago em memória e amor que tinha por Savanna, mas juro que se ela desrespeitar mais um funcionário, o dizer uma coisinha sequer diferente da educação que dou para ela, eu juro que nunca mais vai vê-la.— Você nem para em casa, e vem me dizer de boca cheia que a Educa?— O que faço da minha vida, não te diz respeito. Nem como educo a “minha filha” — Digo irritado dando ênfase a minha filha, para que ela entenda de uma vez por todas.— Já está querendo colocar outra mulher no lugar da minha filha e quer que eu deixe minha neta participar disso?— Não quero colocar minguem no lugar da Savanna, até porque ela é insubstituível. Eu sempre amarei a sua filha
EduardoQuando chego ao barzinho, cumprimento Michael e seus amigos, procurando Stella com os olhos. A encontro sentada em uma mesa elevada, conversando com o Chef. Conforme vou me aproximando, percebo um clima, meu sangue ferve na mesma hora, apresso meus passos e chego a tempo de impedir o beijo. Digo, com a cara mais lavada do mundo: Stella— Estou atrapalhando? — Meu corpo se arrepiou todo ao ouvir sua voz, uma mistura de surpresa e nervosismo tomam conta de mim.— Não, claro que não. — Digo sem jeito, tentando recuperar a compostura. Eduardo sorri de lado e olha ao redor, ignorando Matteo, que estava sentado à minha frente.— Michael me encheu o saco para vir, mas gostei do ambiente. — Comenta, enquanto Matteo o encara com uma expressão irritada.— Aqui é bem legal mesmo, eu gostei também. — Respondo, tomando um gole do meu chopp, sentindo o sabor encorpado do malte acalmar meus nervos. Eduardo aponta para o meu copo, uma sobrancelha arqueada em curiosidade.— Cerveja? — Ele per
Stella— Você está bem? — Pergunto, tocando suavemente na sua boca, que sangrava. Pego uma camiseta em minha bolsa e pressiono sobre o machucado.— Está doendo. — Ele reclama, estremecendo quando aperto. Seus olhos estão sombrios, refletindo a frustração e a dor.— Tem que doer mesmo, — Retruco, tentando esconder minha preocupação por trás de uma expressão severa. — O que deu na sua cabeça de brigar assim? Quantos anos você tem? Dezesseis, dezessete?Michael sai rindo, balançando a cabeça enquanto nos deixa sozinhos. Eduardo me encara com raiva, seu rosto se contorcendo de indignação.— É tudo culpa sua, — Ele diz, a voz carregada de emoção. — Você apareceu como uma ninfa levada dos contos de fadas, me levando à loucura, virando meu mundo de cabeça para baixo. — Eduardo fala exaltado, cada palavra carregada de intensidade. — Você me enlouquece, não sai da minha cabeça.— Eduardo, — Tento falar, mas ele levanta a mão, pedindo silêncio.— Deixe-me falar. — Ele me empurra gentilmente con
StellaEu nunca tinha me sentido tão humilhada. Meu pai passou de todos os limites possíveis e impossíveis hoje. Se não fosse pelo Eduardo, ele teria me batido pela primeira vez, e bem no meio do hospital, com todos assistindo de camarote. Devido ao meu transplante, eu conhecia os funcionários fixos, o que tornaria tudo ainda mais vergonhoso. Os olhos dos enfermeiros que me conheciam bem se arregalaram, incrédulos, enquanto o som da voz irada do meu pai ecoava pelos corredores brancos e estéreis.Eduardo interveio no momento exato, sua presença firme e protetora foi a única coisa que impediu o pior de acontecer. Ele se colocou entre mim e meu pai, segurando-o pelo braço e, com uma calma que parecia inabalável. Como não se apaixonar por ele?A vergonha queimava meu rosto, uma mistura de raiva e humilhação. As lágrimas rolavam por meu rosto, e no meu olhar dizia o quanto estava decepcionado com meu pai. Os funcionários, os pacientes, todos pareciam congelados, presos a um cenário típico